quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Thesaurus: Punk Rock por Zeca Dom

Achei muito interessante a abordagem que eu dei ao termo Pop, me desenrolando em algumas partes. Torna possível aprofundar minimamente sem cair num simplismo bobo. A sacada desta coluna é falar de música para neófitos, gosto sempre de lembrar. Então, não cabem aprofundamentos acadêmicos ou de fãs. Mas cá entre nós, alguns termos merecem mais dedicação do que outros.

E o termo de hoje é um destes impossíveis de serem abordados em um único post. Então lá vai:

Punk Rock - Silvio Essinger: ‘Um dos fenômenos pop de mais difícil caracterização, o punk carrega em si uma série de contradições. Tido mais de uma vez como o salvador do rock (nas vezes em que este se entregou a à acomodação e ao jogo da indústria fonográfica), ele traz consigo uma carga de negatividade e de contestação do status quo que inviabiliza sua própria sobrevivência – uma vez que se estabelece com fenômeno de massa, já não é mais punk, acabou. Desde o princípio atrelado a mídia (as histórias de violência e ultraje sempre foram um prato cheio, como podemos ver em para tablóides e programas de TV sensacionalistas), o punk no entanto luta para destroçá-la em sua base, em prol de uma cultura pop alternativa, que só passou a existir depois que ele cavou os seus meios ideais de expressão – fanzines, selos fonográficos próprios, redes paralelas de informação e um circuito próprio de shows. Ele é o anti–mainstream.’ (ESSINGER: 1999, p. 20) No plano musical, o punk prima por sua aparente simplicidade, mas de certo modo enganosa. Dizia- se isso por conta de que a maior parte dos músicos punks não serem versados em teoria musical. Já Paul Fridelander (op.cit.) aponta uma certa complexidade nas composições de um dos maiores expoentes do Punk, o grupo Sex Pistols. Esta complexidade também é observável em outros grupos como The Clash, por exemplo. A influência do Punk Rock, particularmente em meu estudo, é considerável, em especial na prática do do it yourself e a influência deste ideário no Rock em Brasília nos anos 80.

Como vocês viram, já temos assunto até o ano que vem. Vamo pro pau!!!!!!! 1, 2, 3, 4!!!!!!

Sobre Covers&Originais: Mary Had a Litlle Lamb ou Mary’s Lamb (Sarah J. Hale - 1830 / Stevie Ray Vaughan - 1983)


Esta é uma musiquinha fofa. Sob inspiração familiar, resolvi postar sobre esta bela música de criança. A composição é uma música infantil norte americana composta por Sarah Josepha Hale. Esta senhora, tem uma inspiradora biografia: autora de diversos livros, abolicionista e influente editora do Século XIX - não só para escritoras, destaque-se. "Mary’s Lamb" vem a ser publicada em 1830, como uma composição infantil: algumas fontes relatam que aquele era, em geral o público-alvo de poemas escritos por algumas mulheres escritoras.

Esta música tem pelo menos uma referência curiosíssima para os que curtem um bom som: "Mary’s Lamb" foi, nada mais, nada menos, a PRIMEIRA melodia a ser gravada em um fonógrafo, por seu inventor, Thomas Alva Edison em 1877!!!

Aí no século XX, nêgo coloca a música de cabeça pra baixo: Buddy Guy, Paul McCartney - 1972 -  e a versão que eu mais gosto: Stevie Ray Vaughan sob evidente inspiração de Buddy Guy.
Stevie Ray pode ter sido, em minha opinião, o grande bluesman de sua geração – considere por exemplo, que um Eric Clapton começa sua carreira nos anos 60 e os grandes bluesmen são mais velhos que aquele guitarrista inglês. Da mesma época, eu lembro também de outro cara da pesada, o Robert Cray. Só que este grande guitarrista negão está vivo e o texano Stevie, faleceu em 1990 deixando um belíssimo legado musical com a desagradável impressão que ele poderia ter feito muito mais.

A versão de Vaughan e seu grupo, Double Trouble, do álbum Texas Flood (1983) é oitentista e muito mais na manha. É um blues de seu tempo, revisitado: um andamento mais lento, e uma pegada belíssima. Ou seja, "Mary’s Lamb" virou coisa de gente grande...


A dica de trilha sonora seria, além dos sons já linkados, é todo o álbum Texas Flood. Excelente pedida para quem gosta de um bom blues contemporâneo. E olha que o álbum tem mais de trinta anos...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Thesaurus: Pop (Epílogo) - por Zeca Dom

Vamos então para a última parte de nossa definição: O Pop desenvolve-se não só pela criação de expressões, mas também por mantê-las no mesmo universo.

Sem dúvida esta é a parte mais divertida desta sisuda definição. Para ilustrá-la vamos dar uma olhada neste clipe da Lady Gaga - sim senhores, Lady Gaga. Se Iron Maiden é pop, o que dirá a pretensa sucessora de Madona:


Observe a quantidade de referências a cultura pop no clipe: onomatopéias (aquelas palavras que representam sons) apresentadas com se fossem retiradas de histórias em quadrinhos; inúmeros lugares-comuns de roteiros de filmes de ação; a participação de outra estrela pop, a Beyoncé, aliás com um visual de pin ups dos anos 40.

Vamos agora dar uma olhada nesta música (a qual considero uma das músicas pop mais perfeitas de todos os tempos) da big boss Madonna:


Considero esta música quase perfeita justamente pelo conjunto da obra. Madonna, um grande produto bem acabado: ela passa pelos últimos 30 anos surfando pelas tendências, gerenciando parte de seu marketing e investindo em modas - lembre-se por exemplo de Vogue (dança especifica de um grupo novaiorquino) e Jump (na qual a coreografia é totalmente baseada no esporte Le Parkour). Nesta música especialmente ela nada de braçada nas novas técnicas de música eletrônica e de pistas de dança. E, principalmente, lida com o universo pop auto referendado: limousines, mulheres bonitas, jóias, ostentação - clara referência aos clipes de Hip Hop masculinos - histórias em quadrinhos, onomatopéias, dialogando diretamente com a música - perceba, a parte que a música parece diminuir de volume quando a animação da Madonna cai dentro de um aquário!

Como eu disse, esta é parte mais divertida da definição de música pop: ela CRIA expressões e as MANTÉM no mesmo universo. Em outras palavras, a música pop é auto-referendada. Seu sentido repousa nela mesma, e ainda assim ela cria novas referências.

Aí você vê, como é complicado afirmar que algo é ou não é pop. Este diálogo com as referências em comum determinam, e muito, o que vai ser bem assimilado pelo grande público. A receita é relativamente simples, mas o mais complicado é identificar os ingredientes: como definir que um conjunto de referencias será bem recebida pelo público? A resposta a esta pergunta explica por exemplo, porque grandes fenômenos pop simplesmente deixam de vender. Pegue aí o fracasso do novo cd do U2 que veio junto com o novo IPhone. Não seria perfeito? A maior banda do mundo de graça no aparelho mais cobiçado? Simplesmente não pegou. Os exemplos são inúmeros. Encerro lembrando de um som que bombou com um clipe vagabundo e pelo jeito pegou simplesmente por conta disto. Depois se pergunte se é simples definir o que é pop. Abração!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Sobre Covers&Originais: On Her Majesty's Secret Service (Soundtrack, 1969 / Propellerheads, 1997)


Hoje vamos falar de um cover inusitado - aos neófitos: um instrumental!

Todo mundo já deve ter ouvido falar de James Bond, o fictício agente britânico 007, com ‘licença para matar’. O cara, imortalizado pelo ator Sean Connery, tornou-se um ícone da época de ouro da espionagem - a Guerra Fria (1946 - 1989). Tudo do agente Bond tornou-se referência: o charme; as festas da alta sociedade; as belíssimas bond girls; as fugas e carros espetaculares e LÓGICO, as trilhas sonoras, tal a amostra que dá início a esta matéria. Como fã do Duran Duran eu amo 'A View To A kill' (1985)...


Acima do espectador de cinema casual, sabe-se que nem sempre o James Bond foi interpretado pelo escocês Connery. Eu mesmo sou fã do Roger Moore e mais recentemente, do bonitão com cara de feio, Daniel Craig.

Mas nem todos lembram, é de George Lazenby, que interpretou o agente em 007 'A Serviço de Sua Majestade' em 1969. A música tema foi feita justamente para que os espectadores não sentissem tanta falta do já tradicional Sean Connery. E o som desta trilha é arrasador:


Ouça esta trilha. Observe os elementos que lhe conduzem ao universo de Bond. Aí você vai entender o que os Propellerheads fizeram em 1997 com este som original.

Os Propellerheads são um duo de Big Beat - uma variação muito popular do Techno - dos anos 90. Eles flertam com músicas e referências antigas de filmes. Vocês possivelmente já ouviram esta aí, com a interprete de um outro som do 007 ('Golfinger'), Miss Shirley Bassey:


(Clipe sensacional: reproduz um programa dos anos 60... com pick ups!)

No mesmo álbum existe uma versão big beat SENSACIONAL dos Propellerheads do tema 'A Serviço de Sua Majestade'. E de boa, dispensa comentários.


E aí? será que os Propellerheads atualizaram o tema? Eu boto fé que sim. Além de ser uma ótima faixa pra os DJs, com ótimos pontos de mixagem e tal.

Aliás o álbum decksandrumsandrockandroll (1996) é um grande disco de músicas para filmes. Ou você não ouviu este som em Matrix - 1999? É do Propellerheads.


Semana que vem estamos aí!!!!!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Thesaurus: Pop (parte 3) - por Zeca Dom


Vamos para a sequência do conceito: "Os músicos, compositores e produtores roubam suas idéias e frases misturando convenções e correndo para utilizar o último brinquedo de tecnologia."

Esta parte do conceito de música pop - além do roubo das idéias que já comentamos - fica cada vez mais evidente para o público leigo, nos últimos anos: a relação música-tecnologia.

Daí vocês percebem como o conceito é amplo. Como dissociar a música pop da tecnologia? Impossível!

Não Zeca, diriam alguns, você está exagerando. Não estou. Vamos apresentar alguns exemplos. Aparentemente díspares, mas todos fortemente influenciados pela tecnologia. Depois vou comentar brevemente alguns elementos constantes neles.

Alguns intérpretes da década de 30  executando sons de Jazz antes de 1920:


Prodigy: 'Take me to the Hospital' - Sec. XXI:


Robert Jonhson: Esse sim fez um pacto com o Demo...


E alguns anos depois, Hendrix, soltando bombas:


A sacada é: pop é um produto e produtos integram indústrias. E indústrias são interligadas. O que seria do  som de um Prodigy, sem o áudio e imagens digitais? O que seria do Blues se não fossem os gravadores de música? O que seria do Jazz e toda música e indústria fonográfica se não fossem os microfones e os rádios, rádios transitorizados (e a televisão e tantos outros meios)? Ora gente, o que seria do Rock'n roll se não fosse a captação eletromagnética das guitarras e baixos?

Sim senhores: não é só talento, como querem alguns.

No que tange os avanços tecnológicos, o cenário contemporâneo é ainda mais complicado: a facilidade de acesso a técnicas e tecnologias de gravação de instrumentos, aliada a grande facilidade de divulgação de trabalhos, os virais, etc. tornaram a música pop imprevisível. Literalmente qualquer um pode bombar com uma produção caseira. Vide por exemplo, o caso do Psy ou mesmo do mega sucesso recente da Lorde.


Note nesta transcrição da Wiki sobre a artista, o tanto de elementos de Indústria associados a tecnologia, que sem eles possivelmente você NUNCA iria ouvir falar da menina de Auckland: "Após gravar algumas canções em estúdio, ela liberou gratuitamente em sua conta no SoundCloud, o EP The Love Club, que chegou a registrar mais de 60.000 downloads feitos pelos seus admiradores. Mais tarde, The Love Club ficou disponível para compra na iTunes Store, loja virtual da Apple, de diversos países, chegando a atingir a segunda posição na lista dos discos mais vendidos em território neozelandês".

Como se vê, retirando-se os itens de Indústria e Tecnologia, o produto - Lorde - nunca teria sequer existido.

Sinistro, não? Pense isto na proxima vez em que você entrar naquela discussão: o artista X é MELHOR do que o  artista Y. 

Semana que vem tem mais!!!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sobre Covers&Orginiais: You Really Got Me (Kinks - 1964 / Van Halen - 1978)


A chamada Invasão Britânica de 1964 - primeira de várias ondas sucessivas de grupos e artistas ingleses a alcançarem sucesso nos Estados Unidos - revelou o impacto que os  primeiros grupos de rock norte-americanos tiveram na Inglaterra. E, os jovens britânicos, no afã de imitarem o rockabilly e os bluesmen da América, fizeram o favor para a humanidade em gerar grupos como Beatles, Rolling Stones, The Who e… The Kinks.

(Não se iludam, todavia: a lista de artistas dos anos 60 ingleses dá margem a centenas de páginas. Aliás, uma boa dica para um post lá na frente. Mas hoje o tema são os Kinks.)

O que dizer sobre este grupo? Eu penso que suas músicas são auto - explicativas no que diz respeito a como eles eram interessantes. Olha este riff:


Existe uma história muito interessante, sobre este riff de guitarra: os guitarristas ingleses de Rhytm n Blues não botaram fé que um bando de garotos teriam conseguido, sozinhos, criar um riff tão poderoso. Foi aí que começou a lenda de que Jimmy Page (guitarrista do Yardbirds e Led Zeppelin) teria gravado para os moleques.

Mas a linha de guitarra é realmente além dos Kinks. E olha que eles são MUITO foda: pense que Pete Townshend, guitarrista do The Who se inspira em 'You Really Got Me' para compor 'My Generation' (!!!!!!!).

E que letra é essa, gente? Ela vem fritando junto com a levada que iria influenciar o Heavy Metal:

Girl, you really got me goin'
You got me so I don't know what I'm doin'
Yeah, you really got me now
You got me so I can't sleep at night

A mais pura energia jovem. Só que estamos na década de 60! 

Aí temos, depois, o Van Halen.
Aquele grupo californiano, centrado no virtuosismo e originalidade de Edward Van Halen, conseguiu dar um ‘up’ em uma música que já era d’outro mundo. 

Ocorre o seguinte: as composições robustas do Van Halen (vide 'Panama' ou 'Jump') eram centradas na criatividade de riffs e de solos do Eddie. Ele inclusive desenvolveu uma técnica de tapping para os solos, criando um som único. Vide por exemplo, o solo feito em 'Beat It' de Michael Jackson que foi feita pelo Van Halen. Observe como o cara usa o dedo indicador direito, tateando o braço da guitarra: tapping.


No caso de 'You Really Got Me', a gravação vem na sequência do clássico solo 'Euruption' - sim, o solo é O clássico. Quando você ouvir vai saber o porquê. Todo guitarrista tentou imitar este solo… - E a música era executada nas rádios em sequência com se fosse a mesma faixa. Tanto é que muitos acreditavam que a música era, de fato, composta pelo Van Halen! Ouve aê:


O que eu mais gosto dos covers, é a capacidade de trazer uma leitura de um som antigo, com uma nova roupagem, retomando o que foi legal das gerações anteriores. E eu te digo: muita gente NUNCA tinha ouvido falar de Kinks na década de 80 e no início do seculo XXI, pelo game Guitar Hero.

Sim! Ou você nunca jogou Guitar Hero? Eles fizeram o favor de ressuscitar vários sons. Por exemplo, 'Shout at Devil' do Motley Crue


Semana que vem tem mais!!!!!!!!!!!!! E ainda tem o Thesaurus, esta semana!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Paul McCartney - 25/11/2014

Sir Paul McCartney
Há 4 anos atrás amigos compraram ingresso para mim para o show do Paul McCartney. E eu fui, fiquei chocado e saí de lá batendo palmas para aquele que representa 25% daquela que é considerada a maior banda da história, os Beatles. Não esperava um show tão bom.

Se na primeira oportunidade não tive a chance de escrever por aqui, pois o blog não existia, desta vez fiquei até ansioso. A pergunta é se conseguirei lembrar de todos os detalhes, mas vamos lá.

Como São Paulo enfrenta uma crise hídrica e não podemos reclamar de chuva, não vou reclamar que é o terceiro show seguido a céu aberto nos últimos 60 dias ou menos em que chove. Deixa chover... Capa de chuva, tênis a prova d'água e simbora. Uma vez mais, escolhi ir de carro pelo fato do metrô fechar mais cedo que o fim do evento e os táxis na saída serem sempre um pesadelo. Parei cerca de 5 quarteirões do local, sem flanelinha e acho que foi a solução mais acertada.

O local do show foi o novíssimo Allianz Parque, estádio do Palmeiras. E está de fato um espetáculo. Para um primeiro show foi ótimo, mas ficam aqui as dicas de melhorias (se eu não reclamar, não sou eu, né?):
- Filas de entrada: é preciso ter outras vias de acesso. Pista, cadeira inferior e superior entravam pelo mesmo portão e a fila era gigante. Andou rápido, mas era gigante. Não fosse pelo atraso de 45 minutos de Sir Paul, teria perdido uma boa parte do show;
- Banheiros: filas gigantes porque alguns estavam alagados. Não pode!
- Som: qualidade incrível, mas volume baixo pelo menos para quem estava no fim da pista. As torres para aumentar o alcance do som estavam bem na minha frente, mas creio que estavam impactando as cadeiras. É preciso rever esta engenharia para equalizar o volume em todo o estádio.

Paul McCartney no piano
Precisamente 21:45 o show começou. E terminou às 00:30. 2 horas e 45 minutos de show de um cara que tem 72 anos e toca com uma classe, que nem parece que cansou. Grande exemplo, que se junta ao Bruce Springsteen ao mostrar que quando você faz o que ama, o tempo parece que não passa.

Além disso, foi uma apresentação recheada com muitos clássicos dos Beatles. Muitos mais do que a primeira apresentação que vi. Vamos combinar: a carreira solo dele é ótima e tem muita música boa. Mas 97,68% de quem vai a um show dele quer ouvir Beatles. E esse público inclui de tudo: jovens, filhos com seus pais, adultos e um pessoal já de cabeça branca, que são normalmente os mais emocionados e os que mais alto cantam.

Só em um show com um público tão diverso você pode ver gente de todas as idades vibrando e chorando (né, Edu?), filho brigando com o pai e o pai dizendo que o filho está muito careta, casais de todas as idades e jovens formando seu gosto musical em um lindo show. Paul McCartney é para todos e é muito legal que você ver tanta gente diferente curtindo a mesma coisa.

Mas falemos de música e aqui vai o setlist:

1. Eight Days a Week (Beatles)
2. Save Us 
3. All My Loving (Beatles)
4. Listen to What the Man Said (Wings)
5. Let Me Roll It (Wings)
6. Paperback Writer (Beatles)
7. My Valentine 
8. Nineteen Hundred and Eighty-Five (Wings)
9. The Long and Winding Road (Beatles)
10. Maybe I'm Amazed 
11. I've Just Seen a Face (Beatles)
Paul McCartney no violão
12. We Can Work It Out (Beatles) - tem vídeo
13. Another Day 
14. And I Love Her (Beatles)
15. Blackbird (Beatles)
16. Here Today 
17. New 
18. Queenie Eye 
19. Lady Madonna (Beatles)
20. All Together Now (Beatles)
21. Lovely Rita (Beatles)
22. Everybody Out There 
23. Eleanor Rigby (Beatles)
24. Being for the Benefit of Mr. Kite! (Beatles)
25. Something (Beatles)
26. Ob-La-Di, Ob-La-Da (Beatles) - tem vídeo
27. Band on the Run (Wings)
28. Back in the U.S.S.R. (Beatles)
29. Let It Be (Beatles) - tem vídeo
30. Live and Let Die (Wings)
31. Hey Jude (Beatles)
32. Day Tripper (Beatles) (bis)
33. Hi, Hi, Hi (Wings) (bis)
34. I Saw Her Standing There (Beatles) (bis)
35. Yesterday (Beatles) (bis 2)
36. Helter Skelter (Beatles) (bis 2)
37. Golden Slumbers (Beatles) (bis 2)
38. Carry That Weight (Beatles) (bis 2)
39. The End (bis 2) 

Eu podia parar aqui, pois este setlist é foda! Mas vou tentar passar um pouco da emoção aqui. Quando o cara começa com '8 Days a Week' e pira um estádio com 45 mil pessoas na primeira música, você sabe que o bicho vai pegar dali para frente. 'All My Loving' deixou o público ainda em êxtase. 'Paperback Writer' fez o estádio todo dar o seu melhor para fazer a primeira e a segunda vozes da música. Estava claro que Beatles comandaria a noite.

'The Long and Winding Road' com o Paul já no piano traz o primeiro momento emocionante do show e sim, dá vontade de chorar (pelo menos eu fiquei!). Aí chega 'We Can Work It Out', você está filmando com a sua câmera e fica frustrado de não poder pular mais, mas ao mesmo tempo percebe que está gravando pro seu blog e para ficar guardado um pouco mais que na memória um Beatle cantando uma música da chamada maior banda da história. Por dentro, sua alma sorri.


'I Love Her' e 'Blackbird' fazem uma dobradinha de emocionar e eu vejo as primeiras lágrimas da noite no rosto da Marina, a noiva. 'Queenie Eye' mostra que por mais que Beatles seja incrível, o último trabalho solo de Sir Paul McCartney merece atenção e é bom pacas. Eu pulei e dancei um monte.

'Eleanor Rigby' me faz sentir mais lágrimas, desta vez no meu rosto. E 'Something' sendo iniciada com um ukulele em homenagem a George Harrisson faz qualquer um ter certeza de que aquele momento é algo especial. Ukelele sempre faz um show mais especial. (rs)

E aí continua a sequência matadora do final do primeiro set: 'O-Bla-Di, O-Bla-Da' (que você filma, pois está se sentindo tão bobo e feliz, que quer relembrar aquilo mais vezes. Primeiro vídeo abaixo), 'Band on the Run', 'Back in the U.S.S.R.', 'Let it Be' (que você filma, porque o espetáculo de luzes de celulares na arquibancada está tão bonito, que você quer guardar essa recordação. Segundo vídeo abaixo), 'Live and Let Die' (e muitos fogos e fogos de artifício que você acha que o show acabou) e 'Hey Jude'.



Vou colocar um parágrafo específico para 'Hey Jude', pois é algo estranho. Sabe aquela música que você acha que já ouviu tanto que ficou boba? Que você acha que não aguenta mais ouvir? Que parece que não te toca de maneira alguma? Ela é 'Hey Jude'. Sir Paul McCartney começa o primeiro acorde e o estádio todo já está cantando e quando chega a parte do NaNaNaNaNa, tudo vem abaixo. E piora quando você vê seu amigo com o olho inchado de tanto chorar. E fica ainda mais especial, quando aquela chuva que vem e vai, te fazendo colocar e tirar a capa de chuva, resolve cair com tudo no momento do NaNaNaNaNa mais forte. Um daqueles momentos que a chuva não atrapalha, mas sim torna tudo mais especial. Resumindo, não é que emociona, emociona para caralho!

Paul McCartney no teclado
31 músicas. Chega né? Não ainda viriam dois bis. O primero foi divertido e eu poderia comentar. Mas salvo as linhas pro segundo bis, que começa com 'Yesterday', que é uma das minhas músicas preferidas, pois a mensagem da música me toca demais. Para mostrar que Sir Paul é tudo menos previsível, vem a próxima música, que não terminou o show, mas poderia. Eu pelo menos, parei de prestar atenção depois de 'Helter Skelter'. Porque se você termina um show tão especial assim batendo cabeça, é porque valeu a pena.

72 anos, toca guitarra (base e solo), baixo, piano e teclado. Um ex Beatle. Baita compositor e bom show man. Sir Paul "Fucking" McCartney. Volte quantas vezes quiser e eu estarei lá para vê-lo.

Criolo - 21/11/2014

Era para ser apenas um feriado no Rio (para a minha noiva, pois quem como eu trabalha em Santana de Parnaíba, não tinha feriado) e compramos as passagens com muitos meses de antecedência para tratar de temas do casamento. Mas sempre tem alguém no Rio, desta vez três amigas, e o convite foi feito para conferirmos o show de lançamento do novo álbum do Criolo chamado 'Convoque Seu Buda'. Como a noiva curte o cara e a gente estava precisando de um programa diferente, compramos os ingressos e na noite de sexta-feira, fomos conferir o cara.

Criolo na Fundição Progresso
Eu que nem gosto muito do som dele, fui conferir meu 4o show dele. E é sobre este show que escrevo do 200o post deste blog. :)

O show foi na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, um local histórico, muito bonito e bem legal de ver show. A primeira vez que fui, fui ver o Banga tocar no seu arraiá. A última, eu fui tocar com o Banga no final da terça-feira de carnaval. Enfim, um local especial pra mim.

O Criolo mobilizou uma multidão para vê-lo. Nunca vi uma muvuca tão grande na frente do local e tão cheio na área de shows. E para agradar essa multidão, o setlist foi uma mescla do novo álbum e músicas já consagradas. Na verdade, para quem estava ali, tudo era sucesso. Porque mesmo do álbum recém lançado (que me foi dito que havia sido disponibilizado ao público cerca de um mês antes) todo mundo já cantava tudo.

Criolo
O público era bem diferente de mim. Galera mais alternativa, bem mais jovem, chegada a uma substância ilícita (rs). Além disso, fãs do hip hop. E de verdade? Eu fico feliz, pois por mais que eu não goste do som do cara, acho ele uma figura serena e que passa coisas boas para quem ouve seu som.

Mas falando de música, dos 4 shows que vi do Criolo, seguramente, este foi onde vi a banda mais segura e os novos arranjos demonstram também uma complexidade bem maior, reforçando esta maturidade. É um som bem tocado, gostoso de ouvir, pois o hip hop ali é misturado com diversos elementos, formando uma música bem rica. Um som complexo pros ouvidos, como um sabor de um ótimo para o paladar.

O público em si já estava empolgado. Mas o Criolo em si estava pegando fogo no show, incendiando a multidão. A forma como ele saía das notas afinadas e trazia todo mundo já berrando, botava a Fundição Progresso abaixo. 

Como a noiva gosta, não deve ser meu último show dele. Então até o próximo post sobre o show do cara. Com vocês, deixo vídeo de uma música do álbum novo: 'Casa de Papelão'. Ficam as desculpas, pois como foi um show não planejado, fotos e vídeo foram feitos com o iPhone e a qualidade fica um pouco pior.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Estruturas de Shows no Brasil

Live Music Rocks foi o evento que trouxe Arctic Monkeys
e The Hives a São Paulo
Resolvi escrever este post por causa da organização do show do Arctic Monkeys com abertura do The Hives que ocorreu dia 14/11/2014, uma sexta-feira, no Anhembi em São Paulo. Mas toda e qualquer preocupação que coloco neste texto pode e deve ser extrapolada a qualquer outro evento, de pequeno ou grande porte, onde um ingresso é vendido ao público em geral. Não basta vender o ingresso e cuidar para que a apresentação ocorra. É importante ter uma preocupação com toda a estrutura que cerca o evento e garantir uma boa experiência ao cliente, do momento em que ele sai de casa, até o momento em que ele volta. Digo isso como cliente e administrador.

Este show especificamente rolou no Anhembi e mesmo apesar de ter jurado de pés juntos a mim mesmo por várias vezes que não voltaria mais a shows lá, eu comprei os ingressos. Eu e minha noiva gostaríamos de ver o The Hives novamente e ele nunca tinha visto o show do Arctic Monkeys. Mesmo sabendo do caos que normalmente as coisas são no Anhembi, eu fui e não me arrependi pelo bom show do Arctic Monkeys, mas com certeza rolou muita coisa para se esquecer. Houve coisas boas também e não posso negar isso, mas foi um perrengue.

Anhembi (Sambódromo). A entrada do evento era feita no
trecho final da foto e o palco estava no que seria a
continuação do canto inferior esquerdo da foto
Tenho claro na minha cabeça que é uma escolha minha comprar um ingresso e ir a um evento. Ninguém me obrigou. Eu posso gostar ou odiar do que vou ver. Mas para mim a estrutura oferecida tem de ser boa, por obrigação e por respeito a quem compra algo que você está vendendo.

Quando se resolver produzir um evento é importante garantir que a chegada, a saída, a apresentação da banda/artista/grupo ou qualquer coisa que o valha, o tempo passado dentro do espaço do evento e tudo mais que eu esteja deixando escapar, sejam organizados e proporcionem uma boa experiência. Dentro disso, vou analisar alguns aspectos do que ocorreu na sexta-feira, dia 26/11/2014, no Anhembi e tentarei através deste texto buscar explicações da produtora do evento Live Music Rocks, que pelo me consta tem o mesmo nome (antes o evento era produzido pela XYZ Live, que não sei se existe mais, pelo menos com este nome).

Som
Começo pela parte boa. Em vários shows que eu fui no Anhembi, o palco ficava virado contra o sambódromo e o som sempre foi horrível. Desde a última edição do Monsters of Rock, o palco foi virado na direção do sambódromo, com a entrada pelo mesmo. Desde então a qualidade do som, principalmente falando de volume, melhorou bastante. Então ponto para a produtora. E acho que para por aqui.

Lição que tiramos daqui: usem sempre o palco neste sentido.

Data, Horário e Transporte para o Show

Fazer um show em São Paulo em uma sexta-feira por si só já é algo arriscado. Posts da própria Live Pass, empresa que comercializou os ingressos dos shows, falavam do trânsito de São Paulo e o cuidado para não se atrasar. Ao meu ver eventos deste porte não deveriam acontecer em uma sexta-feira em São Paulo. O horário de início, 21:30, estava ok. Poderia ser mais tarde para ajudar o público a chegar na hora, mas ok.

The Hives (Foto: UOL)
Para estar em um show às 21:30 de uma sexta-feira em São Paulo, me programei para sair de casa às 20 horas, o que fiz. Pensei em ir de ônibus, mas demoraria. Pensei em ir de taxi, mas a volta de taxi é uma missão quase impossível depois de um show em São Paulo. Os motoristas tentam cobrar tarifas fora do taxímetro, nenhuma produtora nunca conseguiu organizar um bolsão de veículos e uma fila de clientes, onde os carros chegam, pegam o primeiro da fila e com a quantidade de taxis em São Paulo, seguramente a fila andaria rápido. Como pode-se demorar horas até conseguir um taxi na volta, optei por não usar este meio de transporte.

Pensei em ir de metrô, mas o problema da volta seria o mesmo, uma vez que o metrô fecharia antes do fim do show, que terminou meia-noite e meia. Sobrou a opção de ir de carro, que era a última que eu queria, pelo fato de que estacionar no Anhembi é sempre um inferno. Já passei por boas experiências neste sentido, mas na maioria dos casos, é sempre complicado.

Lição que tiramos daqui: evitem fazer shows de grande porte em uma sexta-feira em São Paulo. E caso o façam, considerem as atrações tocando num horário mais tarde. Ainda sim, não deixem de pensar em organizar a ida e a volta das pessoas, tentando sempre priorizar o transporte público. Negociar com a prefeitura horário estendido de funcionamento do metrô (acontece para outros eventos) e organizações dos taxis da região, com fiscalização no local e boa sinalização.

Estacionamento
Saindo de carro às 20 horas de casa e com auxílio do aplicativo Waze, que me mandou fazer um caminho nunca antes feito da minha casa até o Anhembi, cheguei no local pouco antes das 21 horas. Ao meu ver, tinha chegado em um horário perfeito para conseguir estacionar e entrar para ver o show do The Hives.

Ao chegar peguei um trânsito enorme no sentido inverso da entrada do estacionamento (sim, só havia um disponível). Havia apenas um retorno e com uma fila de carros que não andava, pois o trânsito do outro lado, no sentido do estacionamento, era ainda pior em um trecho que tinha uma quantidade menor de faixas de rolamento. Fui fazer a volta dentro do bairro o que provou-se mais rápido que o retorno na própria avenida.

Arctic Monkeys (Foto: G1)
Diante do caos do trânsito, considerei a possibilidade de pagar a um flanelinha, que me cobraria R$ 30,00 e estacionar em local proibido, na rua (em cima de uma calçada). Minha sorte foi que ao tomar a decisão, vi dois agentes da CET multando os carros que lá estavam. Com isso minha péssima decisão foi abortada e voltei ao trânsito em direção ao único estacionamento disponível (o do Anhembi, que é enorme diga-se de passagem).

Uma vez no coração do engarrafamento, a coisa até que não demorou tanto e rapidamente pude observar que a maior parte do engarrafamento se dava porque os carros embicavam em uma rua que não era possível de entrar e não havia nenhum agente da CET e nem da organização do evento orientando os motoristas. Passei vários pela faixa da esquerda e cheguei a entrada do estacionamento. Aí um agente da CET orientava os motoristas que chegavam em fila única, a distribuir-se por pelo menos 5 filas.

O tempo gasto em uma destas 5 filas foi brutal. Eram 5 filas, que depois afunilavam em três filas para passar pelas cancelas (eram 6, mas apenas 3 disponíveis). Depois disso, estas 3 filas abriam em 5 dos guichês para pagamento antecipado do estacionamento, que pasmem, saía pela bagatela de R$ 70,00, em dinheiro ou cartão. Seguramente foram cerca de 30 minutos só nesta fila.

Confesso que me incomoda demorar tanto tempo para entrar em um estacionamento, não ter orientação e pagar R$ 70,00 para parar o carro. De novo, sei que a escolha em ir de carro foi minha, mas espero melhor organização do evento. Pelo que pesquisei, o valor é definido pela prefeitura. Ponto negativo para a prefeitura, para a produtora que poderia ter negociado o valor e na impossibilidade de negociar o valor, poderia ter pelo menos facilitado a entrada.

Por causa deste trampo todo, só consegui estacionar pouco depois das 22 horas. Isto é, demorei mais tempo no local tentando estacionar que levei para chegar ao local. E com isso perdi o show do The Hives, o que pra mim é inadmissível: perder parte da apresentação que paguei para ver por falta de organização.

Lição que tiramos daqui: é preciso organizar o trânsito em conjunto com a CET (mas não deixar tudo nas mão dela). Um retorno só em uma avenida grande não faz sentido. Engarrafamento pelas pessoas estarem tentando entrar no lugar errado também não faz sentido. Se existem 6 cancelas, é preciso usar todas e não causar mais filas afunilando o trânsito. É preciso pensar em agentes vendendo a entrada no estacionamento na fila (algo como pré-pago), agilizando o processo de entrada dos carros. E o preço pornográfico de R$ 70,00 não pode existir. Isso precisa ser revisto com urgência pela prefeitura, produtora ou ambas.

Entrada
Mapa de funcionamento do Live Music Rocks Arctic
Monkeys  e The Hives
Durante a saga do trânsito, vimos uma fila gigantesca para entrar. Depois de estacionar, nos encaminhamos para a entrada e a fila gigantesca continuava e fazia volta.

A única entrada para a pista normal do evento era no portão 22 do Anhembi, que fica na extremidade oposta do palco. A fila saía deste portão, ia até o palco, fazia uma curva e voltava mais uma parte do sambódromo.

Muita gente também perdeu o show do The Hives por estar na fila. O show começou 21:30 e terminou 22:30 e teve gente que passou este tempo todo na fila. Eu cheguei na fila as 22:30 e mesmo depois do show acabado, ela era gigante. Isto é, as pessoas começaram a chegar antes do show, continuaram durante e depois do show e a organização foi incapaz de resolver o problema da fila.

Pelo que me consta, que vi e me foi dito, o problema estava no fato de que todos tinham de entrar por um portão pequeno, afunilando, desta vez a multidão, e evitando a agilidade do processo.

Algo foi feito, pois depois das 22:50 a fila começou a andar muito rápido (literalmente correu em alguns momentos). Depois de duas revistas na mochila (uma não basta pelo visto) e ter minhas barrinhas de cereal confiscadas (espero que estivesse nos termos e condições da compra do ingresso a impossibilidade de entrar com estes itens no evento. Não sei, pois não fui confirmar depois), conseguimos entrar no show as 22:05, quando o Arctic Monkeys, já no palco, começava a primeira música. Isto é, demorei pouco menos de uma hora para chegar ao local do evento e duas horas entre estacionar e entrar no show.

Não houve tempo de comer, beber, ir ao banheiro, nem nada. Foi o tempo de ver o show, que durou 90 minutos (muito curto na minha opinião para um show daquele porte e valor) e ir embora, buscar meu carro no estacionamento mais caro que paguei na vida.

Lição que tiramos daqui: não se pode ter uma única porta de entrada em um evento tão grande e que possibilita a entrada por diversos pontos. Não se pode afunilar uma multidão tão grande. E por fim, a organização tem de ser capaz de tomar atitudes rapidamente, para que problemas assim sejam resolvidos e que o público não deixe de consumir aquilo pelo que pagou.

O show apesar de curto, no meu ponto de vista, foi muito bom. Na saída foi tudo tranquilo, com as saídas de emergências também disponíveis para dispersão do público. O estacionamento já pago e com duas saídas (contrastando com a entrada única e desorganizada), conseguiu dar vazão aos carros rapidamente. Mas o que ficou foi um gosto amargo de ter sido desrespeitado enquanto consumidor.

Isto vale para a maioria dos eventos em São Paulo e no Brasil (tendo, claro, exceções). É preciso pensar um pouco além e respeitar quem paga para consumir o entretenimento. E com base no meu sentimento de frustração, vou buscar respostas da produtora do evento e caso seja necessário, meu dinheiro de volta (nem que seja parte). Eu me diverti sim, mas ainda sim acho que todos que foram impactados merecem pelo menos uma explicação do que aconteceu. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sobre Covers&Originais: Blue Monday (New Order - 1983; Orgy - 1998)

Bem, hoje falaremos de um clássico.


'Blue Monday' foi um single lançado pelo New Order em 1983. É conhecido como um megasucesso dos 80’s e presença OBRIGATÓRIA em pistas de pop e rock – juntamente com 'Kiss' do Prince e 'Groove’s in the Heart' do Dee Lite....

A música é revolucionária em vários aspectos. Foi uma das primeiras músicas de sucesso compostas em base de bateria eletrônica e samplers, naquele momento, novidades nas composições. Para os fãs do antigo Joy Division - a banda que deu origem ao New Order, 'Blue Monday' foi ainda  uma ruptura absoluta da banda de Ian Curtis.


Já o Orgy, ao tentar fazer uma versão de 'Blue Monday', tem uma tarefa muito difícil: tocar algo que praticamente todo mundo conhece é complicado e, mais ainda, impor a sua ‘leitura’ do original sem ofender os fãs. E o Orgy é uma banda pesada, bem diferente dos ingleses de Manchester. Ó só o naipe dos caras:


A opção do Orgy foi ousada, e genial. O som do grupo, pesado, eletrônico e com diversos aspectos de Industrial, se impõe na execução de 'Blue Monday', MAS faz algo de fantástico: nos primeiros trinta segundos, eles executam diversas partes que caracterizam a música original – eletrônica – mas com instrumentos tocados – baixo, guitarra e bateria. E depois enfiam o cacête, tornando o eletro do New Order uma música mais pesada e divertida para os roqueiros mais radicais.


Curtiu? Semana que vem tem mais!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

The Hives - 16/11/2014

The Hives no Cine Jóia
Assim que vi que o The Hives abriria pro Arctic Monkeys, comprei o ingresso. Assim que vi que o The Hives faria um show solo para cerca de 1.000 pessoas no Cine Jóia, comprei também. Por sorte, pois devido a péssima organização do show do Arctic Monkeys, perdi o show do The Hives neste dia (quem ficou triste foi a noiva, que perdeu a apresentação na sexta e vendeu o ingresso de domingo achando que já os teria visto. Mas nós os veremos de novo! Certeza!)

O ingresso da noiva foi vendido para um amigo recente, grande Edu. E acredito eu, que ele seja até mais fanático por música e shows que eu. Buscando nosso lado jovem, lá fomos nós pular um bocado. E como ele gosta de uma bagunça, acaba me dando vontade de me acabar um pouco mais que o normal (no Bad Religion foi assim, e foi mal falar Edu, ele voltou da bagunça sem a camisa dele. Pegou o nível? Rs).

O Cine Jóia é aquele lugar bom de ver show, pois não importa onde você está, você tem uma boa visão do palco e está relativamente perto do bar. E o The Hives é uma banda que você quer ver de perto. Porque se de longe, num festival, a energia dos caras já é uma coisa alucinante, de perto é quase indescritível.

Pelle Almqvist, vocalista do The Hives
Não posso dizer que os caras fazem o melhor show que já vi na vida, mas seguramente é um dos melhores em termos de repertório, conexão com a platéia e energia. E o vocalista, Pelle Almqvist, é um dos melhores show man que eu já vi na vida (além de ser um doido completo).

Foram 90 minutos de músicas pra cima, um público enlouquecido e rodinhas, no último show da turnê dos caras. O setlist foi:

1. Jaws: Theme (versão do tema do John Williams)
2. Come On! 
3. Take Back the Toys 
4. Two-Timing Touch and Broken Bones 
5. Walk Idiot Walk 
6. Two Kinds of Trouble 
7. Supply and Demand 
8. Wait a Minute - tem vídeo 
9. Main Offender 
10. Try It Again 
11. The Bomb 
12. Won't Be Long 
13. Go Right Ahead 
14. I'm Alive 
15. Tick Tick Boom - tem vídeo (de parte da música) 
16. Patrolling Days 
17. My Time Is Coming (bis)
18. Insane (bis)
19. Hate to Say I Told You So (bis)

The Hives
Eu, de verdade, não consigo comentar as músicas, porque todas são boas e agradam muito o meu gosto pelo que eu gosto de ouvir em apresentações ao vivo. É muita pedrada. E os maiores hits, claro, chamam mais atenção, causam mais comoção.

Então vou falar da banda. Vocal, duas guitarras, baixo e bateria. Dois ninjas de roadies (um com a cara coberta e o outro literalmente vestido de ninja - este além de roadie, toca maracas ou uma meia lua em algumas músicas). O vocal, Pelle Almqvist, é um louco genial, conversando com a platéia o tempo todo, pedindo palmas, liderando a multidão, autografando discos na hora e demonstrando de qual álbum será a próxima música, subindo nas caixas de som, etc. Ah, ele canta e dança também. Para um melhor exemplo do poder dele, vejam os dois vídeos que estão mais adiante neste post. Em 'Wait a Minute', ele conversa com o público, demanda e é atendido. Na parte de 'Tick Tick Boom' que eu gravei, ele faz o local todo sentar (ou se abaixar), como ele fez com um público infinitamente maior no Lollapalooza, e transforma o ato de levantar numa explosão de energia.

Niklas Almqvist, guitarrista do The Hives
O irmão desse louco, o guitarrista Niklas Almqvist é outro doido. Parece que toca depois de ter consumido algo pesado. Toca com uma pose bem punk! Se joga na galera, continua tocando. Faz caras e bocas. Junto com seu irmão, quebram o público.

O outro guitarrista, Vigilante Carlstroem, parece um urso de tão grande e largo e tem cara de quem bebe bem (na verdade, todos eles) e é bem calmo no palco. O baixista, Dr. Matt Destruction, é um monstro tocando, mas fica ali no canto dele fazendo o dele. Por fim, o baterista, Chris Dangerous, mantém o andamento frenético da banda e é responsável por indicar e fazer a pausa na queda do andamento de algumas músicas também. Fica lá atrás, fazendo umas caretas, mas não teve dúvida, depois do fim do show, de dar um mosh e a galera quase não deixa o cara voltar.

A banda solta tanta energia, que eu que já não entrava numa roda desde o show do Arctic Monkeys no Lollapalooza Brasil, me mandei no meio da molecada. Foi bom pra curtir, extravasar e me lembrar que já não sou mais um menino. Rs Saí de lá com a língua de fora  (faltou fôlego!).

Você já viu The Hives? NÃO? Então veja assim que puder. Você não irá se arrepender. Para acabar, os vídeos prometidos e algumas fotos extras que ficaram minimamente legais.

Wait a Minute


Tick Tick Boom (parte apenas)


Fotos da noite

Pelle Almqvist e Dr. Matt Destruction

Pelle Almqvist

Pelle Almqvist e Chris Dangerous (ao fundo)

Pelle Almqvist e Vigilante Carlstroem

The Hives

Niklas Almqvist na galera

Pelle Almqvist

The Hives

Roadie Ninja tocando maracas

The Hives

Pelle Almqvist

The Hives se despedindo da galera