quarta-feira, 15 de julho de 2015

Sobre Covers&Originais: Eye of the Beholder Metallica (1988); Live after Death (2004) por Zeca Dom


O fato é que, definitivamente, este semestre está mais pesado...

Nas duas semanas que se seguem vamos falar um pouco do Metallica, e convenhamos, será um prazer!

Todo mundo conhece o Metallica, né? Aquela banda com álbuns realmente de vulto – como Load (1996) e o Metallica (‘Black Album’ 1991) com megassucessos do naipe de 'Enter the Sandman'.

Todo mundo conhece Metallica? Mais menos. Aquela banda californiana, formada em 1981 que revolucionou o heavy metal, de fato, quando seus integrantes ainda não tinham completado 25 anos, e gravaram o primeiro álbum ainda com espinhas nas caras, entre 1983 e 1986; não, nem todo mundo conhece. Ouve aí embaixo:

Uma música do álbum Kill ‘em All (1983):


e uma do álbum Master of Puppets (1986):


(nem parece aquelas brincadeiras do Load - 1996 e Reload - 1997…).

Isto, senhoras e senhores na década em que o sucesso no mercado norte-americano estava totalmente ligado a divulgação na MTV. Pois bem, o Metallica simplesmente alcançou o sucesso da crítica e de público sem NENHUM videoclipe! Um feito simplesmente assustador.

A estréia em clipe viria em somente 1988, e ainda assim, metendo  o pé na porta em 'One', com imagens assustadoras do filme Johnny Vai a Guerra (Johnny Got His Gun - 1971), no álbum ...And Justice For All do mesmo ano. Podemos falar deste clássico em outra oportunidade. 

Aquele álbum fora muito aguardado pelos fãs e esta expectativa tinha um motivo muito sério: boa parte das composições do Metallica tinham forte influência do baixista Cliff Burton. Este sujeito era uma grande eminência parda da banda, fazendo-se notar em composições que são a cara do Metallica como por exemplo, 'For Whom the Bell Tolls' (1984). Além disso, Mr. Burton tinha um estilo bastante peculiar de tocar, usando distorções e efeitos – um escândalo para alguns guitarristas... - que ajudou a tornar aquela banda californiana realmente grande. Dê uma olhada no link abaixo do 'Ride the Lightning' e aí você repara as espinhas do James Hetfield e o baixo e a presença de Burton!


Só que Cliff Burton morre durante a turnê do Masters of Puppets em 1986, puxando o freio de mão de uma banda em forte ascenção.

Depois do baque, entra no lugar de Burton, Jason Newsted - da banda Flootsam and Jetsam - e eis que chega o álbum de 1988. Lindo. Maravilhoso. As guitarras ousadíssimas! Um timbre único de bateria!

Mas simplesmente, NÃO TEM BAIXO. Simples assim.

Muitas pessoas podem dizer que isto é recalque de baixistas. Mas não. Simplesmente o baixo de Newsted não está audível. Encontrei um link que informava que as linhas acompanhavam a guitarra tornando-a indistinguível. Mas como baixista, eu digo: mesmo assim daria para ouvir. Por este motivo eu apresento a versão do Live After Death, retirada do álbum Metallic Attack: The Ultimate Tribute de 2005. Ouça com calma e ouça depois a do Metallica e vocês vão entender o que digo: A versão do LAD é como a música deveria ter sido gravada. 


Thesaurus:

Distorções e efeitos: muitos leigos não entendem, mas instrumentos musicais de cordas – guitarras e baixos elétricos – podem ter seus sons originais modificados através do uso de Distorções ou Efeitos. Normalmente isto é feito através de pedais – equipamentos que são ativados, dããã... - através dos pés! Segue um link abaixo sobre uso de distorção em baixos elétricos.


Existem grupos que trabalham distorção em baixos, mas usualmente, os baixos são tocados limpos. No Heavy Metal e outros estilos mais experimentais e/ou alternativos, o uso de efeitos e distorções em baixos é mais comum.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Sobre Covers&Originais: Bullet in the Blue Sky - U2 (1987) e Sepultura (2003) por Zeca Dom


Bate e assopra: o nêgo manda ripa na semana anterior e alivia - meio que alivia na verdade - nesta semana. 

A boa de hoje é um som do U2, hoje conhecida como uma megabanda de rock, uma referência aliás, no que no que se refere a este termo: U2 é A grande banda dos grandes espetáculos, megapalcos e o escambau.

                    
Óbvio, nem sempre foi assim. Como eu já tinha dito em nossa matéria sobre Pós-punk, o U2 era uma banda - promissora sem dúvida - dentro de um cenário bem específico. Tem um show deles que eu acho bastante significativo que é o Live at Red Rocks: Under Blood Red Skies de 1983, nos Estados Unidos e eles não eram tão conhecidos, e no fim do show o Bono chama a galera no grito, sem microfone pra continuarem a cantar o o refrão de 40: ‘how long, to sing this song?’ lindo. O Bono é um puta frontman Pós-Punk. ou pelo menos já foi. Não precisava de todo o aparato que o U2 tem para tocar hoje em dia...

 Em 4:29, Olha só:


A música tema desta matéria de hoje é do emblemático Joshua Tree no ano de 1987. Este álbum abre de vez o mercado americano para o grupo irlandês. Sem intenções puristas, o U2 adequa seu estilo de composição extrapolando o Pós-Punk católico de protesto e mantendo ao mesmo tempo suas características. 

Algumas composições do disco tornaram-se grandes clássicos contemporâneos, talvez graças a ousada investida posterior do grupo o filme/álbum Rattle and Hum de 1988. Onde a perfomance arrasadora do grupo, aliada a perfeita edição de imagens coloca o U2  no rol das grandes bandas de nossa época.


A composição é muito boa mesmo. Mas eu não conseguia saber exatamente por que...

Continuando, nós falamos um pouco sobre o Sepultura na semana passada, mas podemos acrescentar mais algumas coisas. Uma delas, é que o ponto alto da criatividade daquela banda em Roots (1996) tomou um baque com a saída de um  de seus dínamos, Max Cavalera ainda naquele ano.

Aqui não é uma coluna de fofocas: o motivo foram desavenças internas envolvendo a esposa do Max - ou pelo menos é o que dizem. O fato é que muitos se perguntaram o que seria do grupo brasileiro mais bem sucedido da história sem seu vocalista, que continuou seu serviço com o pesadíssimo Soufly.


Uma grande surpresa foi a escolha de Derrick Green - um grande negão, fã de Bad Brains (isto sim é curriculo!!!!!!! Ouve aí quando der: hardcore de DC com negros adoradores de Jah! Imagina!) com uma belíssima voz de metal, para substituir o Max Cavalera. Não ficou nada devendo em simpatia e atitude. Depois de alguns álbuns lançados, ainda no susto da saída de Max, o grande grupo brasileiro gravou um EP só de versões chamado Revolusongs em 2003.


O legal deste EP é que tem muitas versões não muito usuais: tipo esta aí de cima do Massive Attack e mesmo Public Enemy!
Mas a bola da vez e o clipe ficaram ao cargo de 'Bullet in a Blue Sky'. E aí o Sepultura matou a charada de por que a música ser tão boa: ela é uma música de Heavy Metal.


Tamo Junto! Té semana!!!!!!

Thesaurus: 

EP - Abreviação de Extended Play de maneira simplificada é um álbum com duração menor e de rotação maior 45 rpm. Não era muito comum no Brasil nos últimos 30 anos, mas utilizado em alguns países como forma de divulgação anterior ao álbum maior - o Long Play ou LP.