sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Rock in Rio - Final de Semana II

Antes tarde do que nunca, até porque precisava escrever sobre os shows vistos ao vivo por mim. Mas como deixei minhas impressões sobre o primeiro final de semana do Rock in Rio, deixarei aqui as impressões sobre o segundo também.

Metallica
Dia 19/09, o primeiro dia de metal, infelizmente vi pouquíssima coisa. Gostaria de ter visto o Alice in Chains e o Rob Zombie, mas só vi República com Dr. Sin e Roy Z e achei ruim, muito ruim. Vocal desafinado e a qualidade do som bem fraca. No fim da noite, chegando do show que havia visto em São Paulo, vi o final do show do Metallica. Como sempre brilhantes, mas senti a falta de algo diferente (palco, repertório, não sei) ou eu estava num clima muito diferente do show. Mas de novo, brilhantes.

Dia 20/09 antes de conferir o Iron Maiden em São Paulo, consegui ver The Gift e Afrolata que foi um show interessante. Apesar do The Gift, banda portuguesa, ser zero conhecida por aqui e ter forçado demais para ganhar o público, ouvi algumas músicas interessantes e uma versão de 'Índios' do Legião Urbana bem legal. Já Mallu Magalhães e Banda Ouro Negro foi algo sofrível. A menina, além de ter zero carisma, desafinou e errou tudo e mais um pouco. Coitada da Banda Ouro Negro, que é brilhante.

Gracie Potter e Donavon Frankenreiter
Grace Potter and The Nocturnals com o Donavon Frankenreiter foi bem legal. Ela é uma gata, a banda tem umas músicas boas. Com o Donavon a coisa entrou no clima dele, que eu gosto bastante e rolou até uma versão de 'Miss You' dos Rolling Stones. Depois a senhorita Grace distorceu bastante sua guitarra e segurou bem a platéia. O Frejat fez um show recheado de clássicos nacionais, com versões muito boas e não fosse pelos ternos coloridos no palco, teria feito um show perfeito. Rs

A noite terminou com o Bon Jovi já velho, sem seus camaradas em cima do palco e com as músicas novas, que só seguram os muito fãs mesmo. O ponto alto ficou pela fã que subiu no palco, ganhou dois beijos na boca e tirou fotos até não ter mais ângulo. Fraco.

Dia 21/09 fiquei em casa para ver tudo e talvez um pouco de gin a mais tenha me impedido de conferir tudo. Primeiro show que vi foi do Ivo Meirelles e achei uma barra forçada de arranjos, versões e empatia bem fortes. Não funcionou. Gogol Bordello e Lenine foi bem legal e ver a banda de gipsy punk cantando em português com o Lenine foi muito interessante. Na sequência o Lenine fez seu show solo, mas esquecendo que estava num festival, fez um show devagar demais.

Skank - Samuel Rosa levantando o público
O Skank fez um show tecnicamente perfeito e cheio de hits, levando o público ao delírio. Banda que eu não gostava muito quando era adolescente, mas que respeito mais a cada ano. Os caras de fato são muito bons. Phillip Phillips se mostrou uma cópia irritante do Dave Matthews e um músico talentoso. Os fãs o adoram por causa do American Idol, mas ele ainda tem muito a mostrar. John Mayer fez outro show muito bom, assim como o de São Paulo, mas pouco interagiu com o público. Achei-o mais simpático no show paulista.

Bruce Springsteen não deixou a peteca cair e mais uma vez quebrou tudo. Tocou menos tempo que em São Paulo, isto é, só 2 horas e 40 minutos, mas cativou um festival inteiro (mesmo considerando que muita gente foi embora após o John Mayer, que poderia ter encerrado uma noite do festival). Quem ficou, viu o que é um dos melhores shows na ativa do mundo. Cativante, banda incrível, repertório maravilhoso, incluindo Glory Days, que não rolou na terra da garoa.

Halloween
No dia 22/09 acabei só vendo o show do Halloween e fiquei impressionado com o público no palco sunsent para ver os caras e o tamanho deles. Bom show, técnico, mas achei a equalização do som bem fraca. O Iron Maiden encerrou essa noite e o festival, como sempre em grande estilo, pelo que ouvi falar. Tipo, os velhos reclamando que parecem moleques e os moleques de boca aberta com a apresentação dos velhos.

O Rock in Rio 2013 terminou e versão 2015 já foi confirmada. Este festival, além de ser 100% brasileiro, tem uma história enorme (que começou em 1985) e espero que fique por muitos anos. A importância dele pode ser vista na mobilização observada nas redes sociais com fotos e vídeos de quem lá estava e muitos comentários de quem acompanhou tudo pela TV. Inclusive, transmitir todos os shows ao vivo pela televisão e pela internet, inclusive pro exterior, é uma ideia muito feliz e aumenta o alcance do festival.

Longa vida ao Rock in Rio e que venham muitos mais!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Gogol Bordello - 25/09/2013

Gipsy Punk
Gogol Bordello foi o último show que comprei ingresso da maratona paulista de shows que passaram pelo Rock in Rio. Foi um ingresso comprado de sopetão e com um preço não dos piores, resolvi levar a namorada para conhecer o show dos caras.

Gogol Bordello
Eu já havia visto o show deles no Lollapalooza e pulei do início ao fim. Achei muito divertido e por isso achei que a Marina iria gostar também. Vamos dizer que ela se divertiu, mas não gostou tanto assim. O auto intitulado Gipsy Punk, acabou sendo muito punk para ela. Mas a gente pulou e dançou um bocado. E o melhor, ela se divertiu bastante vendo o povo pulando (alguns de maneira bem esquisita, é verdade) a cada música do show.

Chegamos na hora no HSBC Brasil e paramos o carro na rua. Delícia é ter um cara te cobrando R$ 20,00 para parar em um lugar público. Demos R$ 10,00 com a promessa de mais R$ 10,00 na volta e é claro que na volta não havia ninguém lá (não dá pra curtir estes flanelinhas). Com uma hora de atraso em relação ao que estava no ingresso (normalmente o horário de início marca o começo da banda que abre ou da banda principal, mas neste caso, nenhum dos dois) o show começou.

O setlist foi:

1. Intro
2. We Rise Again
3. Not a Crime
4. Wonderlust King
5. The Other Side of Rainbow
6. My Gypsy Auto Pilot
7. My Companjera
8. Dig Deep Enough
9. Immigraniada
10. Break the Spell
11. Sun Is on My Side
12. Pala Tute
13. Malandrino
14. Start Wearing Purple
15. Sally
16. Sacred Darling
17. Lost Innocent World (bis)
18. Think Locally, Fuck Globally
19. Alcohol
20. Baro Foro 

Da primeira a última música a tônica do show é: pular, soltar energia e fazer uma grande festa. Alguns sons mais pesados, lembrando o porquê do punk na definição do som da banda, outros com uma pegada bem cigana mesmo. De qualquer forma, se você não pular, não entendeu a vibe da coisa.

Eugene Hütz e Elizabeth Sun
A banda em si é uma atração a parte, com gente do mundo todo. A banda formada em New York em 1999, na formação atual tem o vocalista e violonista Eugene Hütz da Ucrânia, mas com raízes ciganas que acabou parando em New York. Sergey Ryabtsev da Rússia, é responsável pelo violino e vocal. Yuri Lemeshev, também da Rússia, toca o acordeão. O guitarrista, Oren Kapla, é de Israel e mora em Los Angeles. Thomas Gobena, baixista, é da Etiópia. Oliver Charles, o baterista, é de Trinidad, mas vive nos EUA. O percussionista, Pedro Erazo, é do Equador. E por último, a única mulher do grupo, Elizabeth Sun, tem raízes chinesas e escocesas e vive em New York. Resumindo, como eles dizem, é uma banda multi étnica.

Mas além dessa questão global, a banda é quem de fato incendeia o público, pois eles transbordam energia lá de cima pra platéia, fazendo que com quem esteja vendo seja inundado por esta onda e pule do início ao fim.

Tipo de show que rola de ir de novo, e de novo, e de novo. Já a Marina, não sei se vai querer voltar...

Para não ser diferente, vídeo de 'My Gipsy Auto Pilot' para mostrar um pouco como foi.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Bon Jovi e Nickelback - 22/09/2013

Há alguns anos atrás o Bon Jovi esteve em São Paulo e me arrependi amargamente de não ter ido ao show, pois todos disseram que foi um show recheado de clássicos e muito divertido. Afinal de contas, vamos combinar, né? O Bon Jovi vive dos seus clássicos dos anos 80 e 90.

Nickelback
Como mais um que aproveitou o Rock in Rio para dar um alô em São Paulo, lá fomos nós num domingo a noite para Estádio do Morumbi. Estádio lotado e um show meia boca, sem tantos clássicos como todos queriam (e muitos já sabiam depois de ver o show do Rio transmitido pela TV).

O show de abertura foi do Nickelback, que é conhecido por seu rock farofa, de baladas, mas que se julga uma banda de rock pesado. As críticas do show do Rock in Rio foram ótimas, então cheguei cedo para ver e eles me apresentaram exatamente o que eu esperava. Apesar de começar com duas músicas bem pesadas, o resto do show tem um bando de balada romântica e caras de preto fazendo pose de caras maus. Mas na verdade é um rock muito superficial e sem muito conteúdo mesmo.

Depois veio quem todos estavam lá pra ver, o já quase um senhor, Bon Jovi.

O setlist foi:

1. That's What the Water Made Me
2. You Give Love a Bad Name
3. Raise Your Hands
4. Runaway
5. Lost Highway
6. Whole Lot of Leavin'
7. It's My Life
8. Because We Can
9. What About Now
10. We Got It Goin' On
11. Keep the Faith
12. (You Want to) Make a Memory
13. Captain Crash & the Beauty Queen From Mars
14. We Weren't Born to Follow
15. Who Says You Can't Go Home
16. I'll Sleep When I'm Dead (com Start Me Up dos The Rolling Stones)
17. Bad Medicine (com Shout do The Isley Brothers)
18. Wanted Dead or Alive (bis 1)
19. Have a Nice Day (bis 1)
20. Livin' on a Prayer (bis 1)
21. Oh, Pretty Woman (cover do Roy Orbison) (bis 2)
22. Born to Be My Baby (bis 2)

O Bon Jovi sabe que tem fãs loucos que conhecem tudo, mas sabe que a grande a maioria está lá pelos clássicos e por isso os distribui pelo show. O começo foi morno, mas já na segunda música, 'You Give Love a Bad Name' e a galera não canta junto, berra! Na sequência o momento axé, com 'Raise Your Hands' e um mergulho nos anos 80 e seus teclados, com "Runaway'.

Bon Jovi
Seguem músicas novas e clássicos já dos anos 2000 e todos conhecem, mas nem todos gostam. 'Keep the Faith' deu uma segurada na galera, mas o que voltou a animar mesmo o público foi 'Start Me Up' dos Rolling Stones. Ok que foi só um trecho, mas eu e muitas outras pessoas gostaríamos de ter ouvido a música toda. Para finalizar o set principal, 'Bad Medicine' misturada com 'Shout', no que pra mim foi o melhor momento do show (mesmo considerando os clássicos que ainda viriam). Foi divertido cantar mais de 5 minutos a mesma coisa juntos sem parar.

No primeiro bis 'Wanter Dead or Alive' para cantar junto, 'Have a Nice Day' para tentar animar, mas sem muito sucesso e 'Living' on a Prayer' para êxtase da platéia. No segundo bis, 'Oh, Pretty Woman' e mais um momento de êxtase com 'Born to Be My Baby', mas já com muita gente já indo embora.

Foi um show legal, para cantar algumas músicas conhecidas, mas de verdade não me empolgou. Não foi aquele show que você fica ligado, esperando a próxima música. Em muitos momentos, a verdade é que achei chato pacas. O que queria era ter sorrido e cantado do início ao fim, com mais interação do Bon Jovi, mas a verdade é que não isso aconteceu.

Show burocrático, sonolento e sem grande impacto no final... Bom, show do Bon Jovi conferido.

Vídeo the 'Who Says You Can't Go Home' para não deixar a peteca a cair. Não foi de outro clássico, pois eu também queria gritar junto!


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Iron Maiden - 20/09/2013


Iron Maiden é um daqueles shows que não se perde e como eles foram mais um de vários que resolveram parar em São Paulo, aproveitando o Rock in Rio, lá fomos nós. O meu 4o show da banda e desta vez na companhia do meu brother Otavio.

O show, inicialmente marcado para o Jockey Club de São Paulo, foi transferido para o Anhembi infelizmente. Desta vez a experiência foi um pouco diferente, pois dessa vez usamos um plano diferente para chegar e sair. Fomos de ônibus até a estação Faria Lima do metrô e descemos até a estação Tietê. De lá um taxi até a porta do show e maravilha. Sem stress, barato e chegamos mais rápido que de táxi do início ao fim. Também valeu o fato do show ter terminado as 23 horas em ponto e por isso, caminhamos junto com um grupo até a estação Tietê e voltamos de metrô também (pena que nem todo show acaba em tempo para termos um transporte público de qualidade ainda disponível). Ok, a preguiça e a comodidade haviam tomado conta de mim, mas valeu bastante a pena deixar o carro em casa e não depender do caos que é pegar um táxi na volta de um show em São Paulo.

Chegando lá, o Anhembi estava lotado e ficamos bem no fundo. Perdemos as 3 primeiras músicas infelizmente, pois ficamos bebendo até mais tarde. Bar e banheiros vazios, mas o local ficou muito cheio e como é estreito, ficamos bem longe e como é normal do local, o som estava horrível. O Otavio, como é bem mais alto, até não achou muito ruim. Mas eu, no meio da galera, estava ouvindo bem mal e vendo nada. Por isso não gosto de ver show lá.

O show em si, e eu não sabia, foi histórico, pois a turnê Made in England World Tour foi baseada na 7th Tour of a 7th Tour de 1988, do disco Seventh Son of a Seventh Son e por isso, diversas músicas que nunca havia ouvido ao vivo tocaram. Demais!

O setlist foi:
15. Aces High (bis)
17. Running Free (bis)

Sério, é uma pedrada atrás da outra. O melhor de um show do Iron é isso. Toda música é um clássico e um show de energia. Mais uma vez uns caras que já passaram dos 50 anos, mostrando para toda uma platéia, que se fazendo o que se ama, não existe idade para te segurar. Os caras correm, pulam, tocam, cantam, durante 2 horas sem parar.

E o melhor: não tem versão! Heavy metal clássico, onde você ouve exatamente aquilo que sempre ouviu no disco e o que aprendeu a gostar. Então pode cantar junto, pois não falta uma nota. Diversão garantida. E com a variação de repertório, que eles podem ter, cada show é um show diferente.

O fundo do palco troca a cada música, Bruce Dickinson se veste com uniforme de soldado em 'The Tropper', põe uma touca de piloto em 'Aces High', se veste de Vampiro em 'Phantom of the Opera'. Parecia a Beyoncé trocando de roupa (sacrilégio dizer isso), mas brincadeiras a parte, o importante é que o espetáculo continua sendo importante para eles, com todos os fogos, labaredas e tudo mais.

Eddie aparece andando no palco. Também aparece em diferentes versões gigantes no fundo do palco. Enfim, parece aquela diversão para um bando de adulto que nunca vai deixar de ser um pouco adolescente. Muito divertido!

Que venham mais muitos shows do Iron Maiden!

O vídeo, do maior clássico, 'The Number of the Beast'. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

John Mayer e Phillip Phillips - 19/09/2013

John Mayer é um daqueles shows que quem é fã esperou e muito para ver. E ele, como mais um que aproveitou o Rock in Rio, veio a São Paulo dar um alô para os paulistas.

Comecei a acompanhar o cara em 2001, quando fui morar nos EUA e o ouvi pela primeira vez. Me soou bastante adolescente, mas eu gostei. Coloquei no CD de coisas que ouvi naquele período e quando o mp3 finalmente virou algo padrão, baixei todos os seus CD's. Teve uma época que ouvi muito. E por isso, o anúncio do show em SP me fez comprar os ingressos na hora.

Phillip Phillips, Dave Matthews americano
A compra do ingresso só não foi mais rápida, pois o show seria (foi) no Anhembi e honestamente, acho o lugar sempre muito ruim para ver um show. Estreito, difícil de ver o palco e sempre com problemas no som para quem fica no fundo e é baixinho como eu. Além disso, o local é difícil de chegar de carro ou taxi pelo trânsito (principalmente dia de semana), complicado para chegar de ônibus e fácil para chegar de metrô, mas é complicado de voltar em qualquer meio de transporte (até porque o metrô deixa de funcionar após a meia noite). A decisão foi despejar uma pequena fortuna e comprar a pista premium, até porque mais fã que eu, é a namorada.

Chegamos no final do show do tal Phillip Phillips, que soube havia ganho o American Idol, mas era tudo que eu sabia. Músico honesto, talentoso e as composições pareciam legais (ouvi 2 músicas e meia e fiquei surpreso ao ver que muita gente conhecia a última música e pelo que soube a mais famosa dele. No vídeo abaixo, com o começo cortado. Desculpas por isso!). Vendo no Rock in Rio pela TV, irritante ver, como dito por uma amiga, o quanto o cara chupa o Dave Matthews (na voz e inclusive nos trejeitos). Espero que um dia ele ache seu diferencial enquanto artista.


Na sequência, com pouquíssimo tempo de intervalo (parabéns para a produção), começou o show do John Mayer, que estava há metros da minha visão. Juntado isso ao conforto de não ter filas no banheiro, no caixa, no bar e algum conforto de espaço, a fortuna da pista premium se pagou. Será a solução pro Anhembi, mas terei de, infelizmente, escolher melhor os shows que verei lá (engraçado é que no dia seguinte, apesar de continuar não gostando do local, tive uma experiência bem diferente no Anhembi. No próximo post).

O show começou exatamente com a primeira música que ouvi dele lá em 2001 nos EUA. O setlist foi:

1. No Such Thing (com os Meninos do Morumbi)
2. Wildfire
3. Queen of California
4. Half of My Heart
5. Paper Doll 
6. I Don't Trust Myself (With Loving You) 
7. Going Down the Road Feelin' Bad (cover do Henry Whitter)
8. Slow Dancing in a Burning Room
9. Your Body Is a Wonderland
10. Daughters
11. Free Fallin' (cover do Tom Petty)
12. Stop This Train
13. Waiting on the World to Change
14. Dear Marie
15. Something Like Olivia
16. Wheel
17. Who Says
18. If I Ever Get Around to Living (com um solo de Garotna de Ipanema)
19. Vultures
20. The Age of Worry
21. Why Georgia
22. Neon (bis)
23. Gravity (bis)

John Mayer
O show seguiu com uma sequência de músicas novas e apesar de terem uma pegada mais country (com bastante slide), não achei as músicas necessariamente ruins, apenas com outro estilo. Com 'I Don't Trust Myself (With Loving You)', começaram também os solos de guitarra. E é exatamente isso que faz com que o show não seja apenas um show pop, cheio de meninas gritando pelo cara. É exatamente por isso que o show não é simplesmente um histeria coletiva sem muito conteúdo.

O show seguiu com uma sequência de músicas novas e apesar de terem uma pegada mais country (com bastante slide), não achei as músicas necessariamente ruins, apenas com outro estilo. Com 'I Don't Trust Myself (With Loving You)', começaram também os solos de guitarra. E é exatamente isso que faz com que o show não seja apenas um show pop, cheio de meninas gritando pelo cara. É exatamente por isso que o show não é simplesmente um histeria coletiva sem muito conteúdo.

John Mayer solando
As músicas são boas, banda (como quase todos que vimos no Rock in Rio) espetacular, mas ele enquanto guitarrista é de fato um monstro. A facilidade com que ele toca, a capacidade de improvisar e mesmos os solos já gravados anteriormente são muito legais de ver. E mais um ponto para a pista premium é que este não é só um espetáculo. É um show de música. Coisa que você veria sentado numa boa só para apreciar o cara na guitarra. Então estar tão perto foi de fato muito positivo pra experiência do show.

A sequência 'Your Body Is a Wonderland', 'Daughters'  e 'Free Fallin' (deu vontade de cantar no tom da versão original) foi espetacular. 'Waiting on the World to Change' fez a platéia virar backing vocal do cara. 'Vultures' foi mais um momento apoteótico (pra mim), mas 'Why Georgia' encerrou a primeira parte com chave de ouro, até porque era a música mais pedida pelo público.

'Neon' e 'Gravity' fizeram o bis perfeito no pedido do público e encerraram um show pop, mas que não cai no padrão pop, por causa da qualidade musical do cara. De fato ali temos um grande guitarrista. Eu podia passar sem tantas menininhas gritando no meu ouvido, mas foi bem bom.

John Mayer e o clichê segurar a bandeira do Brasil,
mas acho que o cara se emocionou mesmo
Apesar de ser um show sem muita interação física com a platéia, pois o cara não desce do palco por nada (talvez pela guitarra, mas acho que é pelo perfil dele mesmo), o que eu acho chato, o show teve bastante emoção da parte dele. O cara de fato se encantou com a platéia e chegou a dizer que viria todo ano pro Brasil. Espero que a empolgação ali da frente estivesse refletida para trás, mas pelo que soube de amigos que foram de pista normal, o show de lá foi terrível.

Resumindo, show no Anhembi só vale na pista premium, o cara é um gênio da guitarra, as músicas pop são boas e ele gostou do show aqui. A pergunta é: quando ele volta?

Como não podia deixar de ser, seguem os vídeos.

-  Going Down the Road Feelin' Bad e Slow Dancing in a Burning Room

  

- Gravity

Bruce Springsteen - 18/09/2013

The Boss
Sério, eu não queria ter de fazer este post. Alguma coisa de difícil serão as próximas linhas para descrever em palavras o que foi o show do Boss, Bruce Springsteen, que voltou ao Brasil pela primeira vez desde 1988, também dando uma paradinha em São Paulo antes de sua apresentação no Rock in Rio.

Tinha alguma expectativa de ver o cara pelo artista que ele é, mas confesso que eu não sou um fã que conhece muita coisa. Então a ansiedade estava controlada. Já meus companheiros de show, Fabio e Otavio, estes sim, estavam ansiosos.

Espaço das Américas com sua chegada caótica como sempre (com uma estação de metrô na porta que praticamente ninguém usa, principalmente, porque o metrô deixa de funcionar antes do show acabar. Uma pena!). Desta vez fui de taxi por conta da lei seca e agradeci, pois olha o preço do estacionamento. Perdemos ou não a noção das coisas? Mas passado o momento revolta pela falta de organização nos locais de shows (não é a primeira vez que escrevo sobre isso), vamos ao que interessa.


O Fabio nos explicava antes do show que é padrão no show do Bruce Springsteen ele cantar uma música do país, na língua nativa. Que na Argentina ele não se sentiu seguro para isso e por isso, postou o vídeo da música que deveria ter rolado no show em seu site. Finalizada esta conversa, batemos mais papo, tomamos uma cerveja e o show começa, assim!


Sim, 'Sociedade Alternativa' de Raul Seixas, cantada na íntegra, em português e vamos combinar, com um puta arranjo de metais. Era o prenúncio de uma noite longa, que durou exatas 3 horas e 18 minutos de show, praticamente sem nenhum intervalo.

O setlist foi:
10. The River
12. Because the Night (cover da Patti Smith)
The Boss, sendo levado ao palco pelo público
13. She's the One
21. We Are Alive (bis)
22. Born in the U.S.A. (bis)
23. Born to Run (bis)
24. Dancing in the Dark (bis) 
26. Shout (cover do The Isley Brothers) (bis)
28. This Hard Land (bis)

Durante as músicas seguintes, The Boss falou com a galera, foi dar beijos em algumas senhoras que estavam na grade da área premium e encantou todo mundo. Em 'Spirits in the Night', a primeira aparição em um palco que estava no meio da galera, bem pertinho. Como pode ser visto no vídeo abaixo e no susto, de tão perto que estava. A besteira foi que parei de filmar quando ele parou e depois a música voltou (já peço desculpas) e na hora de voltar ao palco, mais uma dele: se jogou na galera e deixou a multidão carregá-lo de volta até o palco (foto acima). Foi demais...


Aí em determinado momento os cartazes com pedidos de músicas começam a ser recolhidos por ele, indicando as próximas músicas que seriam tocadas. Acredito eu, que sabendo o setlist, ele recolheu os cartazes, prevendo aquilo que viria pela frente. E mostrava o cartaz pra banda e pro público indicando o que vinha pela frente. Show de simpatia! E alguns outros cartazes também foram lidos, como por exemplo em 'She's the One', um cartaz onde um rapaz gostaria de pedir a noiva em casamento no palco e o Bruce topou. O resultado? Clique aqui pra ver.

The Boss interagindo com o público
O show continuou num clima espetacular, pois o cara é um show man (o maior que eu já na vida), super carismático com a platéia e tem uma energia invejável. 63 anos e em 3 horas e 18 minutos o cara mal parou. Além disso, qualidade musical impecável! 16 pessoas no palco (ele, The Boss, 5 metais, 2 guitarras, 1 baixo, 2 pianos/teclados, 1 percussionista, 1 violão/violino, 3 backing vocals) e quase todos eles ainda fazem backing vocal numa perfeição. Quase uma big band!

Um 'Because the Night' para dar uma animada na galera (não pela música em si, mas pelo hit) e no bis, que nem parecia bis, porque ele mal saiu do palco, veio uma pedrada atrás da outra. 'Born is the USA', 'Born to Run', 'Dancing in the Dark'. O momento mais divertido do show, 'SHOUT', numa energia louca e de verdade, ele estava ok, mas a platéia apesar de feliz, estava morta. Eu mesmo já não sabia quanto tempo mais ele tocaria. Parecia que não ia acabar nunca e de verdade, seria divertido se nunca acabasse.

A menina convidada a subir ao palco, ganhou uma rosa
e depois de abandonar a timidez, cantou
De repente uma piada ou outra sobre estar cansado e o cara estava ensopado. E a saideira! Uma das senhoras lá do início foi chamada de namorada brasileira do Boss e abriu um sorrisão. Ufa, acabou! Ufa mesmo? Não, que pena! E de repente, ele volta para mais uma. Só ele e o violão. Uma forma de agradecimento, depois de um discurso aparentemente sincero.

Eu já falei que sempre desconfio dessas falas de que o Brasil é a melhor platéia do mundo, que somos fodas e etc. Desde que começou o Rock in Rio tenho sentido alguns artistas de fato emocionados. Conversei com algumas pessoas que vêem show fora daqui e parece que a coisa por lá é mais fria mesmo. No caso do Bruce Springsteen, tendo sido a última visita em 1988, ele pediu desculpas pela demora e que estava bastante surpreso com a recepção do show, pois depois de tanto tempo, ele não sabia se as pessoas ainda acompanhavam o trabalho dele. E de verdade, se ele se emocionou com 7 mil pessoas, acho que ele arrebentou no Rock in Rio. Aí sim rolou a saideira e o show acabou...

Galera convidada pra cantar no palco
Descrever o show não é tarefa fácil. Pra quem vive a vida impulsionado por música, aspirar toda aquela atmosfera e ainda ter o exemplo de uma pessoa que faz o que ama e aos 63 anos está em melhor forma e com muito mais energia que eu, foi daquelas coisas que você só explica com um MUITO FODA!

Não foi só um show. Foi uma experiência de vida. Uma demonstração do porquê a música é tão importante para tanta gente. E uma noite que fatalmente ficará marcada na minha vida: a noite que vi um show FODA, o dia que vi Bruce Springsteen e entendi porque ele é chamado de THE BOSS.

Um vídeo como é de praxe para finalizar, com Bruce cantando The River: