quinta-feira, 9 de abril de 2015

Lollapalooza - 29/03/2015

O segundo dia do Lollapalooza foi bastante divertido também. Como em São Paulo a gente não pode reclamar de chuva, a chuva foi somente um percalço (mas de fato, ficou só um chuvisco. Apenas na saída foi que a chuva caiu com força. Então poderia ter sido pior...).

No segundo dia, um pouco mais cansados, queimamos a largada nos dois primeiros shows, que foram muito bons. Um para nossa surpresa e outro nem tanto.

Molotov
Molotov
A banda mexicana Molotov é uma banda de rock clássico, com guitarra distorcida e rock como deve ser feito (com músicas em inglês e espanhol e bastante influência do país de origem da banda). Os caras quebraram tudo e assim como o Raimundos em 2014, apesar de terem tocado no palco principal, mereciam um horário de mais destaque.

O setlist foi:

1. Amateur (Rock Me Amadeus) (cover do Falco)
2. Chinga tu madre 
3. Changüich a la chichona (Sic) 
4. Gimme tha Power 
5. Marciano II (Punk Version - cover do Misfits) - tem vídeo
6. Dance and Dense Denso 
7. Puto

Setlist pequeno, mas que fez a platéia pular e cantar (quem conhecia a banda) direto. Engraçado ver a molecada ao lado curtindo muito. Várias rodinhas se abrindo. Apenas dó de um menino que tentava tirar uma selfie enquanto estava na roda. Onde esse mundo vai parar?

Não teve uma música que não valesse a pena escutar. Tive o prazer de gravar a versão punk em espanhol de cover dos Misfits de 'Turn Into a Martian' ou 'Marciano' no caso deles, e pude ver pela primeira vez ao vivo 'Gimme tha Power' e 'Puto', os maiores clássicos da banda. Até o Pedro, filho de amigos de 6 (ou 7) anos que lá estava, falou que foi o melhor show do festival. PUTO!


Rudimental
Quando acabou o show do Molotov, a verdade é que ficamos sem saber para onde ir. E nossa enciclopédia de músicas atuais (leia-se indie e eletrônico), André Mertens, falou para irmos ver o show do Rudimental, no caso um DJ.

Fato é, o cara foi lá colocar um som. Não fez muita coisa. Acompanhado de um brother no trompete e uma cantora potente e gata, subiu no palco e botou uma boa quantidade de gente para dançar. Entre as suas músicas próprias, já devidamente baixadas pela minha quase futura esposa, e músicas dos outros, os caras quebraram tudo. O setlist foi:

1. Intro 
Rudimental
2. Give You Up 
3. Free 
4. More Than Anything 
5. Baby 
6. Not Giving In 
7. Jump Around (House of Pain)
8. Get Free (Major Lazer)
9. Right Here 
10. Hit The Road Jack (Ray Charles)
11. Make Me Feel Better 
12. Bad Boys VIP (Deekline, Wizard & Ed Solo)
13. Detroid (The 5th Dimension)
14. Waiting All Night 
15. Feelings (The 5th Dimension)
16. Feel the Love

Confesso que não estava dando muita bola pro show e fui comprar uma cerveja. Mas estava quase voltando e ouço a introdução de 'Jump Around' do House of Pain, voltei pulando e metade da minha cerveja ficou no caminho. Daí em diante, já dancei tudo, me empolguei e pulamos com drum 'n bass a valer. Bela descoberta e belo show. Agradecemos a André Mertens pela graça alcançada.

Interpol
O único show que já havia visto no Interpol tinha sido na Clash Club, para um grupo bem pequeno e num breu tão grande, que a gente mal via a banda (só suas sombras). Foi espetacular. Mas no Lollapalooza, nem tanto.

Interpol
O som da banda ficou deslocado também. Quem gosta, que nem eu, gostou. Que queria conhecer, com o palco principal lotado, ficou perdido. A maioria das pessoas a minha volta só batia papo.

O setlist foi:

1. Say Hello to the Angels 
2. Anywhere 
3. Leif Erikson 
4. Evil 
5. Narc 
6. Rest My Chemistry 
7. Everything Is Wrong 
8. The New - tem vídeo
9. PDA 
10. Not Even Jail 
11. NYC 
12. All the Rage Back Home 
13. Slow Hands

Eu achei um bom show, mas confesso que vê-los com a luz do dia não tem a mesma graça do que vê-los na escuridão. O som combina mais com algo dark e o visual dos caras também.

O show para platéia seguir morno e apenas em músicas um pouco mais conhecidas como 'PDA' e 'NYC', deu para ver alguns que não estavam lá na frente cantando junto. Como quase todo mundo no festival, o encerramento ficou com 'Slow Hands', música que mais bombou da banda, mas já quase sem público, que corria para o próximo show. E lá fomos nós também!


The Kooks
Mais uma banda que aprendi a ouvir por conta da rádio 89FM. Conhecia duas músicas dos caras e fomos conferir a performance. Aproveitando nosso conhecimento de Lollapalooza, ficamos em um local onde se via tudo e ouvia-se muito bem (não contarei meus segredos aqui, caso contrário ano que vem meu local secreto estará cheio). É muito indie, isto é, zero guitarra quase, mas o repertório é gostosinho e deu para dançar bem no show, mas nada que emocionasse. O setlist foi:

The Kooks
1. Around Town 
2. Ooh La 
3. It Was London 
4. Bad Habit 
5. Down 
6. She Moves in Her Own Way 
7. Eddie's Gun 
8. Seaside
9. Westside - tem vídeo 
10. Always Where I Need to Be 
11. Sway 
12. Forgive & Forget 
13. See Me Now 
14. Sofa Song 
15. Junk of the Heart (Happy) 
16. Naïve

O vocalista deixa a mulherada berrando o show inteiro e parece ser o ponto alto do show. Musicalmente falando parece que falta algo (guitarra, talvez?) e apesar de umas músicas bem legais de dançar e cantar junto, tipo 'Bad Habit' e 'Westside', o resto anda bem devagar e o show se perde.

Não arrisco a dizer que a banda precisa melhorar, pois acho que ela está mais para algo que eu não amo. Ouço, mas não me envolve. Deixo o vídeo para conclusão de cada um.


Foster the People
Deve ter sido um dos shows mais cheios que fui na minha vida. E como, assim como o Kooks, é uma banda de música bobinha, ficou tudo meio bobinho. Ainda mais no meio de uma multidão, com som baixo e muita gente conversando, o show ficou sem clima de show.

O ápice da apresentação para nós foi quando tentaram roubar o celular do oráculo André Mertens, o que prontamente foi evitado pela produção, também conhecida como Karinna. Evitamos o nosso, mas quase na mesma hora pessoas do nosso lado começaram a dar falta de seus celulares. Resumo, uma galera aproveitou a multidão e resolveu faturar. Algo inadmissível em um festival fechado. Mas como controlar quem entra com boa ou má fé?

Voltando a falar de música, o setlist foi:
Foster the People

1. Pseudologia Fantastica 
2. Houdini 
3. Helena Beat 
4. Best Friend 
5. Waste - tem vídeo
6. Coming of Age 
7. Are You What You Want to Be? 
8. A Beginner's Guide to Destroying the Moon 
9. Life on the Nickel 
10. Call It What You Want 
11. Miss You 
12. The Truth 
13. Pumped Up Kicks 
14. Don't Stop (Color on the Walls)

O som do show estava tão ruim, que nem as músicas conhecidas como 'Houdini', 'Waste' e 'Coming of Age' animaram o público como esperado. A impressão é que todo mundo estava esperando só 'Pumped Up Kicks'. Se eles tivessem tocado só essa, acho que o efeito no público seria o mesmo. Ao acabar esta música, o palco esvaziou de tal forma, que eu, que nem sou fã, dancei em 'Don't Stop', como se fosse a banda que eu mais gostasse no mundo. Na verdade, foi a única música que consegui aproveitar com som alto e espaço para me divertir.

A verdade é que quem estava ali, queria mesmo era ver o Calvin Harris e talvez o Pharrell. E antes de acabar, o palco Skol estava vazio!


Pharrell
Pharrell
A verdade é que a gente também queria ver o Calvin Harris depois do Foster the People, mas relatos nos diziam que a multidão que seguia de ambos os palcos para lá fazia com que a tentativa de ver o show de forma confortável fosse quase impossível. E é tão verdade que no palco onde o Pharrell se apresentaria (onde o Foster the People havia acabado de tocar), você podia caminhar tranquilamente até a grade.

Então decidimos não ver o Calvin Harris e ouví-lo de longe (o que fizemos de onde estávamos e depois de perto de banheiro, quando tocou a única música que queríamos ouvir). Olhamos para um lado, para outro, vimos a grade, pensamos no Smashing Pumpkins e resolvemos ver o Pharrell de pertinho e fazer valer.

Alguns desistiram em cima da hora e foram para o Smashing Pumpkins, mas como eu já tinha visto, fiquei tranquilo e apostei em um show novo. Não me arrependi, pois o setlist do cara foi bem diversificado.

1. Come Get It Bae 
2. Frontin' (The Neptunes)
3. Hunter 
4. Marilyn Monroe 
5. Brand New 
6. Hot in Herre / I Just Wanna Love U (Give It 2 Me) / Pass the Courvoisier, Part II 
7. Gush 
8. Rock Star (N*E*R*D)
9. Lapdance (N*E*R*D)
10. She Wants to Move (N*E*R*D)
11. Beautiful (Snoop Dogg)
12. Drop It Like It's Hot (Snoop Dogg) - tem vídeo
13. It Girl 
14. Hollaback Girl (Gwen Stefani)
14. Blurred Lines (Robin Thicke)
15. Get Lucky (Daft Punk)
16. Get Lucky (Daft Punk - de novo)
17. Lose Yourself to Dance (Daft Punk)
18. Gust of Wind 
19. Happy - tem vídeo

Ele cantou as músicas dele, deixou tocar ou cantou músicas que ele produziu, que ele faz participação especial no vocal e músicas da banda dele. No final, foi um apanhado geral de hip hop e pop em um show só.

Os pontos altos da apresentação foram a sequência de músicas do Snoop Dogg 'Beautiful' e 'Drop Like It's Hot' e depois para a sequência matadora de festa 'Blurred Lines", 'Get Lucky' e 'Lose Yourself to Dance'. Como não podia deixar de ser, o show terminou com o hit 'Happy', com várias crianças no palco (estranho, depois de ver um bando de homem nerd sem saber o que fazer lá em cima dançando com ele e um bando de mulher rebolando e pagando de cachorra). De fato, era um show para todos!

Vale pela experiência, pois tenho aprendido a respeitar muito o cara pelos trabalhos dele como produtor. Assumo, assisto o The Voice gringo (sobre o qual ainda vou escrever por aqui) e ver o cara trabalhando é uma aula. Vê-lo ao vivo, mesmo com muita gente achando que foi playback (não foi. O que rolou lá é outra coisa...), foi sensacional!

Deixo os vídeos finais do Pharrell e a certeza de que em 2016 estaremos no Lollapalooza. E ah, quem foi no Smashing Pumpkins, falou que foi um puta show também.


terça-feira, 7 de abril de 2015

Lollapalooza - 28/03/2015

Mais um ano e mais um Lollapalooza. Este ano fica a certeza de que o Autódromo de Interlagos não é o melhor lugar do mundo para o festival, mas está longe de ser o pior, ainda mais com as alterações feitas em relação a 2014, principalmente: a alteração da posição do 3o palco (o Axe), a melhora da sonorização do 1o palco (o Onix) e a remoção dos guard rails para melhor circulação do público. Isso com certeza impactou na aprovação do festival, que foi de 85,3%, de acordo com a Globo.com.

Lollapalooza Brasil
Fora isso, antes de começar a falar de música, algumas críticas ao festival. A primeira em relação ao palco principal, que precisa ter a sua sonorização melhorada ainda mais, uma vez que o som nas laterais e ao fundo são ruins e como são os shows que mais enchem, é preciso revisar este ponto. A segunda refere-se aos mangos (dinheiro fictício usado para adquirir tudo dentro do festival), uma vez que foi feita uma vasta divulgação para comprá-los pela internet e quem o fez e entrou pelo portão T/L teve de andar o autódromo inteiro para sacar as fichas, perdendo um tempo razoável de shows para isso. Os postos de coleta tem de estar em pelo menos 3 pontos do festival, perto de cada palco, se não em ainda mais locais. A terceira crítica refere-se ao staff de ambulantes contratado, que estava cobrando mangos a mais para vender na pista (eu me recusei a comprar, mas vi quem comprou). Deveria haver algum tipo de identificação para fazer algum tipo de reclamação formal e este tipo de comportamento ser evitado. E por último, no segundo dia, quem comprou o Lolla Pass com o MasterCard ShowPass, não conseguiu entrar e teve de entrar em uma fila gigante para conseguir validar o ingresso e como já disse no show do Foo Fighters, não faz sentido usar um método de compra para facilitar a vida e isso dificultar o acesso ao show. Fica a dica, mas vamos ao que interessa.

O Lollapalooza 2015, na minha opinião e deste blog, foi um ótimo festival, com shows bem diversificados em termos de estilos, mas sem nenhum headliner inesquecível ou banda que tenha feito um show inesquecível. Também foi interessante a observação feita pelo Zeca Dom, também colunista deste blog, sobre a falta de guitarras nas novas bandas indie. Uma guitarra distorcida faz falta e quando aparece, os shows tomam outra energia.

E por fim, o festival só foi tão bom, porque quando você curte um evento destes num grupo animado e na mesma pegada, fica muito mais divertido. E por isso, agradeço ao meu grupo, que estava animado e ainda me apresentou artistas novos que não tinha intenção de ver. Vamos aos shows!

Fitz and the Tantrums
Fiz and the Tanstrums
Este Lollapalooza teve um fator positivo, pelo menos para o público de São Paulo, que é o fato da rádio 89FM (a rádio rock) estar tocando pelo menos uma música de quase todas as bandas que tocariam no festival em sua programação. Foi assim que ouvi Fitz and the Tantrums pela primeira vez e curti, pois achei animado, com alguma coisa de B-52's e/ou talvez Erasure. Enfim, música para dançar...

E lá fomos nós, depois de pegar algum trânsito e chegar um pouco atrasados e perder metade do show, ver a primeira apresentação para nós do festival. E foi tiro certeiro: dançando do início (ou do meio) ao fim e eu que não conhecia muito da banda, gostei do que ouvi. O setlist foi:

1. Get Away 
2. Don't Gotta Work It Out 
3. Break the Walls 
4. Breakin' the Chains of Love 
5. Keepin Our Eyes Out 
6. Spark 
7. Sweet Dreams (Are Made Of This) (cover do Eurythmics)
8. Out of My League - tem vídeo
9. Fools Gold 
10. 6AM 
11. L.O.V.
12. The Walker

Os destaques ficaram para 'Spark', que foi bem a música que eles tocaram quando chegamos ao show e já descemos até o palco pulando; 'Sweet Dreams', numa ótima versão da música do Eurythmics; e claro, o maior hit deles, fechando tudo, 'The Walker', que botou TODO MUNDO para dançar.

Além dos dois vocalistas (principalmente a vocalista, super animados), chama atenção os tons do saxofone preenchendo a música dos caras. Show bom para rever em local menor (não fui aos Lolla Parties), pois seguramente vira uma balada completa.


Nem Liminha Ouviu
Já tinha visto a banda do Tatola da 89FM na abertura do show do Bad Religion e desta vez vi bem pouco, pois estava tendo de cruzar todo o autódromo para buscar meus mangos. Como os horários de todos os shows do palco Onix foram alterados no primeiro dia, calhou deles estarem tocando quando passei e com uma grata surpresa: o Clemente dos Inocentes.

Nem Liminha Ouviu
Eu acho bem divertido uma banda de covers do punk nacional e dancei nas poucas músicas que ouvi da Plebe Rude, Replicantes e Inocentes (talvez fosse interessante tocar mais coisas de outras bandas). O setlist foi:

1. A Face de Deus (Inocentes)
2. Luzes (Plebe Rude)
3. Outono 
4. Tão Perto 
5. Armadilha (Finis Africae com Luiza Possi)
6. Pátria Amada (Inocentes)
7. Este Ano (Plebe Rude)
8. Até Quando Esperar (Plebe Rude)
9. São Paulo (365)
10. Surfista Calhorda (Os Replicantes)
11. Nicotina (Os Replicantes)

Já o outro colunista do blog, acha que o espaço de um festival não deveria ser destinado a uma banda que toca versões e sim a alguma banda com trabalho autoral e que esteja precisando de espaço.

Não concordamos nesta, pois mesmo sendo de versões, acho o trabalho dos caras válido. Primeiro por ser divertido ouvir as músicas que você gosta, seja num show solo ou em um festival. Em segundo lugar, porque também resgata parte da memória do rock nacional. Mas numa coisa concordo com o Zeca Dom, precisamos de mais bandas nacionais em horários de maior expressão no Lollapalooza e uma triste constatação: temos hoje poucas bandas de expressão novas. Esperamos que a 89FM e as outras rádios rock do Brasil ajudem criando estes espaços também.

Alt-J
Esta é outra banda que conheci pela rádio 89FM e só conhecia uma música. Ao meu ver, o Alt-J tocou em um palco grande demais para eles, pois eles tem uma vibe muito particular e meio down, fazendo o show ser legal musicalmente, mas bem baixo em termos de energia.

Alt-J
O setlist foi:

1. Hunger of the Pine 
2. Fitzpleasure 
3. Something Good 
4. Left Hand Free 
5. Dissolve Me 
6. Matilda 
7. Bloodflood Pt. 2 
8. Tessellate 
9. Every Other Freckle 
10. Taro 
11. The Gospel of John Hurt 
12. Lovely Day (cover do Bill Withers) - tem vídeo
13. Nara 
14. Breezeblocks 

Perdi eles tocando a única música que conhecia deles, 'Left Hand Free', mas de fato esta música tem uma energia muito diferente do resto do repertório deles. Não foi um show chato, mas ficou meio deslocado no dia.


Kasabian
O Kasabian, para mim e para muitos, fez se não o melhor, um dos melhores shows do festival. Boas músicas, tecnicamente perfeitos, boa energia e mesmo mandando várias do último álbum, o público pulou e correspondeu o show todo.
Kasabian

O setlist foi:
1. Bumblebeee 
2. Shoot the Runner 
3. Underdog 
4. Days Are Forgotten 
5. I.D. 
6. Eez-eh 
7. Club Foot 
8. Treat - tem vídeo
9. Empire 
10. Fire 
11. Stevie 
12. Vlad the Impaler 
13. Praise You (cover do Fatboy Slim)
14. L.S.F. (Lost Souls Forever) 

O guitarrista é uma atração a parte, tocando além da guitarra, sintetizadores, cantando e/ou apenas dançando em cima do palco. Ele busca o público e coloca na mesma energia do show. É um som com mais pegada que as bandas indie, mas ainda com pouca guitarra em alguns momentos. E em outros momentos, fazendo um som mais pra New Order, como pode ser visto em 'Treat' no vídeo abaixo.

Aconselho que caso tenha a oportunidade, que vão ver este show. Vale muito a pena!


Robert Plant
Eu poderia dizer que o Robert Plant, assim como o Alt-J ficou deslocado, mas não é verdade. Apesar do som mais lento, se comparado a outras atrações, o ex-vocalista do Led Zeppelin e a banda que o acompanhava apresentaram um som altamente elaborado, refinado, de bom gosto e recheado de arranjos, riffs, trechos de músicas e músicas completas do próprio Led Zeppelin.

E alguém que cantava e nos apresenta com alguns dos maiores clássicos da história da música, pode tudo. O setlist foi:

Robert Plant
1. Babe, I'm Gonna Leave You (cover da Joan Baez)
2. Rainbow 
3. Black Dog / Arbaden (Maggie's Baby) (Led Zeppelin)
4. Turn It Up 
5. Going to California (Led Zeppelin)
6. Spoonful (cover do Willie Dixon)
7. The Lemon Song (Led Zeppelin)
8. Little Maggie 
9. What Is and What Should Never Be (Led Zeppelin)
10. Fixin' to Die (cover do Bukka White)
11. Whole Lotta Love (Led Zeppelin) - tem vídeo
12. Rock and Roll (Led Zeppelin - bis)

Muito do público que lá estava, foi para ver o artista mais velho do festival, em busca dos clássicos. E quem foi em busca disso, viu o que queria. A banda muito azeitada, deixou por seis vezes a platéia toda em êxtase. E se não se via grandes comoções, air guitar tinha para tudo que era lado.

Robert Plant é um artista que merece ser prestigiado enquanto estiver em atividade, pois sua voz continua inigualável. Uma tunrê com quem sobrou do Led, por favor Mr. Plant?


Skrillex
No Lollapalooza de 2012, indo ver o Jane's Addiction, passei ao lado da tenda eletrônica e vi pela primeira vez na vida o DJ Skrillex e achei de uma energia louca. Por isso, resolvi dar uma olhada na sua performance nesta edição do festival, que desta vez foi em um palco.

A verdade é que via uma multidão dançando efusivamente na frente do palco e não entendia, pois o som do cara ou é complexo demais ou é para outra geração ou é só ruim mesmo. A intensidade e a energia continuam a mesma, mas o som em si não dá para digerir. Se alguém entende o que ele faz nas pickups, por favor me explica.

Para ter uma ideia, olha a quantidade de coisa que ele tocou:

1. Take Ü There (Jack Ü)
2. Airborne (Zomboy)
3. Collard Greens (ScHoolboy Q)
4. Legends (Yellow Claw)
5. All Is Fair in Love and Brostep 
6. Club Action (Yö)
7. Burial (Yogi)
8. Work (A$AP Ferg)
Skrillex
9. Febreze (Jack Ü)
10. Wild (MUST DIE! Remix - Snails)
11. Ragga Bomb 
12. Badman Sound (Doctor P)
13. 7/11 (Beyoncé)
14. Prison Riot (Flosstradamus)
15. First of the Year (Equinox) 
16. Recess 
17. Black Horse 
18. Fat Lip (Sum 41)
19. Turn Down for What (DJ Snake & Lil Jon)
20. Get Low (Dillon Francis)
21. Animals (Martin Garrix)
22. The Crowd (GTA)
23. All I Ask of You 
24. Internet Friends (Knife Party)
25. Recess (Valentino Khan Remix)
26. Spooks 
27. Try It Out 
28. Wild For the Night 
29. Make It Bun Dem (Skrillex & Damian "Jr. Gong" Marley)
30. Blender (Bar 9)
31. On Your Mark (Wiwek)
32. The Devil's Den 
33. Push It (Salt‐N‐Pepa)
34. Harder, Better, Faster, Stronger (Daft Punk)
35. No Type (Rae Sremmurd)
36. CoCo (O.T. Genasis)
37. Circle Of Life (Carmen Twillie and Lebo M)
38. King Of Africa (Douster)
39. Chambacu (Schlachthofbronx)
40. Heads Will Roll (Yeah Yeah Yeahs)
41. We Are Your Friends (Justice)
42. Gonna Make You Sweat (C+C Music Factory)
43. Breakn' a Sweat 
44. Summer (Calvin Harris)
45. Scary Monsters and Nice Sprites 
46. Promises (NERO)
47. Scary Bolly Dub 
48. Ease My Mind 
49. All I Do Is Win (DJ Khaled)
50. Dirty Vibe 
51. Peanut Butter Jelly Time 
52. Guappa (Boaz van de Beatz)
53. Wild For the Night 
54. This Is Why I'm Hot (Mims)
55. Hot N*gga (Bobby Shmurda)
56. Boss Mode (Knife Party)
57. Kyoto 
58. Aerodynamic (Daft Punk)
59. Salt Shaker (Ultimate Saltshaker - Ying Yang Twins)
60. Express Yourself (Diplo)
61. Bangarang 
62. Cinema (Benny Benassi)
63. Clarity (Zedd)
64. Stay The Night (Zedd)
65. Gem Shards (MUST DIE!)
66. Levels (Avicii)

Kongos
Depois de não entender o que o Skrillex fazia, fui ver o Kongos, onde parte da turma estava. E confesso, que mais uma banda que conheci pela rádio 89FM e não tinha gostado muito, fez um show interessante, ainda mais depois de entender que eram todos britânicos criados na África do Sul, colocando um contexto na sanfona.

Um show simples, de uma banda que precisa melhorar ainda, pois o som tem alguns buracos. Mas que tem um repertório interessante, que é capaz de fazer um público razoável pular bastante. O setlist foi:
Kongos

1. Hey I Don't Know 
2. Sex on the Radio 
3. Kids These Days 
4. I Don't Mind 
5. It's a Good Life 
6. Come With Me Now 
7. Come Together (cover dos Beatles)
8. I Want to Know - tem vídeo
9. Take It from Me 
10. I'm Only Joking 
11. Blue Monday (cover do New Order)

Além das músicas já mais conhecidas, 'Come With Me Now' e 'I Want To Know', duas versões marcaram o show. 'Come Together' dos Beatles deixou o público lá em cima entre os dois hits. O show continuou bem, mas terminou em êxtase com 'Blue Monday' do New Order, arrebatando alguns novos (mas não tão jovens) fãs para a banda.

Estes caras ainda tem um bom caminho pela frente, mas o futuro parece ser interessante para eles. E digo, no palco, eles me lembram algo do Kings of Leon, quando os vi pela primeira vez.


Bastille
Outra banda conhecida pela rádio 89FM e com algumas músicas interessantes. O resultado do show já nem foi tão interessante assim.

O setlist foi:
Bastille

1. Bad Blood 
2. Weight of Living, Pt. II 
3. Laura Palmer - tem vídeo
4. Overjoyed 
5. Poet 
6. Things We Lost in the Fire 
7. The Driver 
8. No Angels 
9. These Streets 
10. The Silence 
11. Oblivion 
12. Laughter Lines 
13. Icarus 
14. The Draw 
15. Flaws 
16. Of the Night 
17. Pompeii 

Só vi as quatro primeiras músicas do show e perdi o principal hit, 'Pompeii', que como já esperado ficaria pro final. Sobre a banda, o vocalista tem uma voz bastante interessante, mas o som deles é um pop e achei bem ruim o que ouvi. Sem muita originalidade e meio chato. Bem farofa para dizer a verdade. Não deve merecer uma presença minha em outra apresentação da banda. Quem sabe em outro festival.


Jack White
Jack White seria o Skrillex do rock and roll neste festival, guardada as devidas proporções e importância musical. O que quero dizer com isso é que o som dele também é um tanto complexo. Rock and roll na veia, que assim como o Neil Young, não precisa de um super palco para fazer um grande show. Meio palco da principal plataforma do festival, luz com uma única cor, muita distorção na guitarra, telão preto e branco, muita complexidade nos arranjos e um setlist com clássicos das bandas dele e da carreira solo:

1. Icky Thump (The White Stripes)
2. High Ball Stepper 
3. Lazaretto 
Jack White e banda
4. Hotel Yorba (The White Stripes)
5. Temporary Ground 
6. Weep Themselves to Sleep 
7. Cannon/Dead Leaves and the Dirty Ground/Screwdriver (The White Stripes)
8. Just One Drink 
9. Steady, As She Goes (The Raconteurs)
10. Love Interruption 
11. We're Going to Be Friends (The White Stripes)
12. Fell in Love With a Girl (The White Stripes)
13. Black Math (The White Stripes)
14. Three Women 
15. Missing Pieces 
16. Top Yourself (The Raconteurs)
17. I'm Slowly Turning Into You (The White Stripes - bis) - tem vídeo
18. Would You Fight for My Love? (bis)
19. That Black Bat Licorice (bis)
20. Ball and Biscuit (The White Stripes - bis)
21. Seven Nation Army (The White Stripes - bis)

O que chama mais atenção no show é a quantidade de arranjos, de notas, tocadas não só pelo próprio Jack White, mas toda a banda. A backing vocal, tocando também violino é uma bela adição ao show e dá um tempero especial ao som. O resto da banda, igualmente foda como o Jack White.

A melhor apresentação (ou uma das melhores) para terminar o primeiro dia do festival e mostrar que o rock and roll clássico ainda tem representantes, mostrando que ainda há guitarra no que é feito de novo e nos ajudando a entender o que faltou nas outras apresentações: GUITARRA!!!!!