sexta-feira, 12 de maio de 2017

Prophets of Rage - 09/05/2017

Tom Morello solando
Já começo pedindo desculpas pelo atraso no post, mas a semana foi intensa. O show foi na terça-feira e estou escrevendo sobre isso só na sexta.

Mas o importante é que eu vi o Prophets of Rage ao vivo. Primeira apresentação dos caras foi anunciada no Maximus Festival, mas confesso que fiquei com preguiça de ir ao festival. Mas ainda estava pensando na possibilidade quando foi anunciado o show dos caras na Audio Club. E apesar do preço ter sido quase o mesmo do festival todo, ver os caras em uma ambiente menor valeu a pena.

A Audio Club é um lugar irado para ver show. Fácil de chegar e de sair. Pequeno, para ver o show confortável e conseguir pegar um taxi tranquilamente na volta para casa. O único ponto que continua pegando na casa é a equalização do som. O único show anterior que vi lá foi o do The Sonics, em março de 2015 (tem post aqui no blog) e o som estava alto demais. Desta vez o volume estava ok, mas com muito grave, distorcendo tudo. Teve quem achou o som baixo, mas o fato é, podia ser melhor.

A super banda criada com membros do Rage Against the Machine (Tom Morello na guitarra, Tim Commerford no baixo e Brad Wilk na bateria), Public Enemy (Chuck D nos vocais e DJ Lord) e Public Enemy (B-Real) está lançando seu primeiro disco, mas faz suas apresentações tocando músicas das três bandas, além de outros clássicos.

DJ Lord
O show aqui começou na verdade com uma apresentação do DJ Lord do Public Enemy tocando diversos clássicos, indo de Metallica a Nirvana, além de diversos hip hop famosos, esquentando a galera para a hora do show. Mas o que levantou mesmo a galera foram suas mixagens, em alguns momentos em uma velocidade tão rápida, que o público pirou.

Na sequência a banda entrou no palco da mesma forma que o Rage Against the Machine: a sirene toca, alta e todos com punho cerrado para o alto. A verdade é que o show é um show do Rage Against the Machine com algumas músicas das outras bandas.

O setlist foi (sim, o brother pegou o setlist da banda) e tem vídeo de várias delas no fim do post:

Setlist da noite
Abertura com uma música nova que leva o nome da banda, mas que já está bombando em todas as rádios, fez o público pular todo junto. Depois foram 7 músicas direto do Rage Against the Machine e os vocais variando entre B-Real e Chuck D. Pelo fato da banda (quero dizer a cozinha) continuar a mesma, o peso do som continua igual. E confesso que não achei que houve uma grande perda nos vocais, até porque mudou, mas dois monstros assumiram. Resumindo, foi absolutamente do caralho! Eu aguentei 3 músicas lá na frente. Cansei. Fui pular mais tranquilinho lá no fundo. PQP estou ficando velho.

Tom Morello mandando um FORA TEMER
Música pesada, com energia, cheia de conteúdo, que desde que foram lançadas até hoje, mantém sua contemporaneidade. Confesso que pensei na falta que faz um som de protesto deste, direto, no Brasil nos tempos de hoje. E assim sendo, Tom Morello malandro que é, não deixou por menos e mandou um FORA TEMER surpresa, gerando mais um momento de loucura coletiva.

Depois foram 7 músicas só com o DJ Lord e com o B-Real e o Chuck D na grade com a galera. Só clássicos do hip hop em um momento absolutamente fantástico, afinal de contas as bandas clássicas do estilo não vem com frequência ao Brasil. E quando eles mandaram 'Jump Around' do House of Pain, todo mundo fez o que a música manda. Mas no meio da música Tom Morello já entrou puxando mais um riff, e segue o jogo.

Até aqui o sentimento era de fato de estar vendo uma super banda. Só hit! Não tem música mais ou menos. Não tem algo que alguém fique só olhando, mesmo com o material novos dos caras. E estes são os melhores shows, certo? Quando o público fica conectado do início ao fim.

Prophets of Rage
8 músicas até o show acabar. 1 hora e 30 minutos de apresentação. Mais 2 músicas próprias, bem legais por sinal. 'Seven Nation Army', que ficou meio estranha no meio daquele peso todo, mas valeu. Mas aí vem aquele final clássico, apoteótico: 'Bulls on Parade' e 'Killing in the Name'.

Não adianta fazer bis. Não tem o que enrolar. Mensagem entregue, direta e reta. Cheia de distorção e história em cima do palco. Lembrou os shows de punk rock que gosto de ir. Rápido, direto e cheio de energia.

Que os caras sigam protestando e tocando. Fazem isso e tocam muito bem. Aliás, tocam bem para caralho!!! WE GOT TAKE THE POWER BACK!

Guerrilla Radio

Bombtrack

Insane in the Brain

Killing in the Name

domingo, 7 de maio de 2017

Sting - 06/05/2017

Em 2007, em uma viagem muito gostosa ao Rio de Janeiro, vi junto de vários amigos o show do The Police no Maracanã e foi sem sombra de dúvidas um dos melhores shows que vi na vida. Ao ver que haveria show do Sting em São Paulo tive muita vontade de ir por causa deste dia em 2007. Mas com tantos shows rolando e com R$ 300,00 o ingresso mais barato, pensei e repensei muito se deveria ir. E minha mulher, vendo essa dúvida, fez o que eu deveria ter feito: comprou os ingressos e me deu de presente de aniversário. Melhor presente da vida! Obrigado amor! :)

O setor que ela comprou foi o mesmo onde vimos os shows do James Taylor e do Elton John e como naquela fatídica noite a qualidade do som estava péssima, decidimos chegar com pelo menos uma hora de antecedência para conseguir bons lugares. Então vamos ao pré show, com uma novidade: nenhuma reclamação! rs

Estacionamos o carro pouco antes das 20 horas a três quarteirões do Allianz Parque, na rua, sem flanelinha, sem trânsito, sem caos. Começamos a descer a rua em direção ao estádio e estava tudo tão calmo que por um segundo me questionei se o show não seria no Morumbi. Mas não, estava tudo em paz e civilizado mesmo. Caminhamos tranquilamente até o nosso portão, entramos sem maiores problemas, subimos até as cadeiras e vimos que os melhores lugares já estavam tomados.

Marina, minha mulher, fazendo o que ela faz de melhor, organizou a bagunça. "Ei, tem um lugar aí? Vocês podem pular uma cadeira pro lado? Tem uma sobrando de cada lado e aí ficam duas para eu sentar com o meu marido. Obrigada." E assim sentamos na terceira fileira da arquibancada superior de frente para o palco. E ali entendi que aquele show seria diferente e tinha potencial para ser ótimo.

Uma casa de shows no Allianz Parque
O palco ao contrário do que geralmente acontece em shows em estádios não estava em uma extremidade do campo e sim no meio dele, virado para um lado das arquibancadas. No chão cadeiras divididas em setores e as arquibancadas inferiores e superiores viraram duas grandes platéias. Na falta de boas casas de show em São Paulo (as novas são pequenas, várias das antigas fecharam e das que restaram, nenhuma suporta um show deste porte), eles criaram um formato de casa de espetáculo em um estádio. Ficou grande o suficiente e intimista, mesmo sendo em um estádio de futebol.

Joe Sumner
Logo depois das 20 horas começou o primeiro show da noite e antes de falar sobre eles, queria dizer que até os shows de abertura foram fantásticos. Joe Sumner entrou no palco e cantou exatas 5 músicas, só ele e a guitarra. Em determinado momento falei para a Marina, "nossa, ele tem algo do Sting na voz, né?". Mal sabia eu, mané, que de fato o artista é filho do principal artista da noite. Ah, agora explicou muita coisa (só soube, pois o Sting chamou o seu filho no meio do seu show).

Joe Sumner acertou o tom da noite, com músicas calmas, interessantes, com melodias diferentes e um certo mix de ritmos e estilos. Na sua última música da noite, 'Jelly Bean' (tem vídeo abaixo), ele tocou acompanhado pela banda The Last Bandoleros e no último verso da noite, teve a ajuda mais que especial do seu pai, para delírio do público.


Sem parar, o The Last Bandoleros assumiu o palco com um mix de rock 'n roll clássico, country e ritmos latinos. A banda texana, acredito eu, tem alguma influência mexicana no seu som também. Elevando o tom um pouco em relação a apresentação anterior, a noite ficou mais animada. Duas guitarras, um baixo, bateria e uma sanfona (super bem tocada, diga-se de passagem) deram um toque diferente na noite e deixaram a expectativa alta para quem vinha a seguir, a estrela da noite.


Sting começou com 15 minutos de atraso em relação ao horário divulgado e começou exatamente com a mesma música que o The Police abriu seu show em 2017, 'Synchronicity II'. Seguiu com 'Spirits in the Material World' e emendou com 'Englishman in New York', virando o show para sua carreira solo. QUE INÍCIO SENHORAS E SENHORES! Já valeu até ali. Mas deixa eu falar o setlist todo para vocês sentirem o que foi esta noite:

1. Synchronicity II (The Police)
2. Spirits in the Material World (The Police)
3. Englishman in New York - tem vídeo
4. I Can't Stop Thinking About You
5. One Fine Day
6. She's Too Good for Me
7. I Hung My Head - tem vídeo
8. Fields of Gold
9. Petrol Head
10. Down, Down, Down
11. Shape of My Heart
12. Message in a Bottle (The Police)
13. Ashes to Ashes (David Bowie cantado pelo Joe Sumner)
14. 50,000
15. Walking on the Moon (The Police)
16. So Lonely (The Police) - tem vídeo
17. Desert Rose
18. Roxanne / Ain't no Sunshine (The Police / Bill Withers) - tem vídeo
19. Next to You (bis - The Police) - tem vídeo
20. Every Breath You Take (bis - The Police) - tem vídeo
21. Fragile (bis dedicado ao Cacique Raoni)

The Last Bandoleros
O que seu viu após as três músicas iniciais foi uma sequência de músicas da carreira solo do Sting, nem tão conhecidas pelo público, em alguns casos, mas com arranjos tão bonitos, tão elaborados, tão delicados, e que mesmo aquilo que você não conhecia, te hipnotizava. E uma coisa muito legal, a banda The Last Bandoleros participa ativamente do show como backing vocals (em alguns momentos dois deles, em outros todos), tocando sanfona, caixa, meia lua. Enfim, eles não só abrem, como somam nos belíssimos arranjos de toda a banda. Palmas para os caras.

Em determinado momento a produção coloca mais um microfone no palco. Sting convida seu filho para entrar e ele começa a cantar e tocar 'Ashes to Ashes' do David Bowie. A boca aberta já não fecha mais de admiração por esta noite incrível.

Sting termina a apresentação do filho com '50.000' e emenda 'Walking on the Moon' em uma sequência que mesmo que eu quisesse gravar todas as músicas para registrar aqui no blog, não poderia. Acabava, ele já subia a contagem, (1, 2, 3 e 4) e começava mais uma. 'Desert Rose' foi uma das coisas mais lindas que aconteceram esta noite, mas ainda tinha 'Roxanne' para delírio do público, com 'Ain't no Sunshine' no meio, só para deixar aquilo que já é lindo, mais espetacular ainda.

Sting e sua banda no palco, incluindo todos do
The Last Bandoleros
Eles se despedem, mas ok, a gente já sabe que tem bis. 'Next to You' vem dar aquela refrescada e subida no ânimo para terminar em alto astral. E quando eu comento com a Marina "tá faltando 'Every Breath You Take'", os primeiros acordem soam na guitarra. Êxtase no estádio todo!

Ok, agora acabou. Todos aplaudindo de pé e a Marina diz "eu não quero que acabe". Ele volta ao palco, ufa! Uma versão de 'Fragile' tocada com maestria por Sting no violão dedicada ao seu amigo Cacique Raoni. Linda de se ouvir e ver! Poucos artistas conseguem terminar um show lindo desse com uma música tão delicada, em vez do seu hit de maior sucesso ou o sucesso mais dançante. Mas foi um lindo fim. Mais ainda quando o próprio Cacique Raoni é levado ao palco de surpresa, emocionando ao próprio Sting que se despedia do público.

E assim, juntos, Sting e Raoni fechavam uma noite histórica, memorável, onde tudo deu certo.

Essa noite me fez agradecer pelo privilégio de ver um artista como o Sting em um espetáculo como este. Me fez ver que existem artistas que estão de fato um degrau acima, seja pelo que construíram ao longo da carreira, mas no caso do Sting também pelo que ele faz ainda hoje. Aos 66 anos, demonstra uma forma impecável, mas o mais importante, ainda toca como poucos e canta como quase ninguém. Atinge notas tão altas como aos seus 20 e poucos anos, sem desafinar um tom. É verdade paga-se caro pelo seu show, mas ele devolve tudo com seu espetáculo.

Sting
Outra reflexão que faço é como o The Police foi uma banda foda! Sting no baixo e vocais, Andy Summers na guitarra e Stewart Copeland na bateria (diga-se de passagem, um dos bateristas mais fodas que já vi tocar ao vivo) fazem um som tão cheio e tão perfeito com só três pessoas no palco, que são dignos de muitos aplausos. Sting tinha ontem no palco, na formação mais simples da banda, 6 pessoas no palco (ele com baixo e vocais, duas guitarras, dois backing vocals e uma bateria) para reproduzir em algumas músicas o que o Police fazia apenas com três. Palmas para todos! Que artistas! Que noite!!!

A saída, a volta até o carro e até o pernil na saída, tudo na maior paz. E como não poderia deixar de ser, termino este post com diversos vídeos do principal show da noite. Alguns apenas parciais, pois eu queria colocar tudo aqui, mas mais que isso, eu também queria curtir o show.

Englishman in New York

I Hung My Head

So Lonely

Roxanne

Next to You

Every Breath You Take

terça-feira, 2 de maio de 2017

Midnight Oil - 29/04/2017

Eu nunca tinha visto o Midnight Oil e não lembro da banda ter tocado no Brasil. R$ 288,00 com taxa de (in)conveniência não é um ingresso barato, mas uma banda tão clássica, criada em 1976, talvez fosse a última chance para ver os caras ao vivo. E por isso não deixamos passar...

Midnight Oil
Um sábado de feriado, show LOTADO. Eu mesmo fui com um grupo grande de amigos. Mas como sempre, os posts começam com as críticas e para lotar um show, tem de ter estrutura para isso. Coisa que não houve no Espaço das Américas.

A noite começou com uma fila quilométrica para entrar. Pense em uma fila grande, agora multiplica por pelo menos 10 vezes, e você entenderá a fila para entrar. Ok, andou rápido, mas seguramente muita gente ficou na fila depois do show já ter começado. Os problemas continuaram pelas filas para comprar fichas e pegar cerveja, que 40 minutos depois do show ter começado, já estava quente. Triste!

Em relação ao show mesmo, tenho duas críticas recorrentes ao Espaço das Américas: o palco é muito baixo! Ou você tem bem mais de 1,80m ou você não verá nada. Mas tudo bem, você pode ver pelo telão. Não, não pode, porque ele também é muito baixo e além disso, a iluminação do palco ofusca o telão. É assim, sempre foi assim e pelo visto, seguirá assim. Uma pena...

Mas o maior problema foi a qualidade do som, muito baixo. Isso além de fazer com que você não ouça a banda bem, tira o clima do show, pois as pessoas acabam se conectando menos à música, acabam batendo papo e o som das pessoas conversando em alguns momentos encobre o som do próprio show. O pior problema de todos!

Mas o show em si foi recheado de clássicos e de fãs emocionados, pois aquelas músicas embalaram a adolescência de muita gente que estava presente. O setlist foi:

1. Blue Sky Mine
2. Truganini
3. Too Much Sunshine
4. Redneck Wonderland
5. Under the Overpass
Midnight Oil
6. King of the Mountain
7. Short Memory - tem vídeo
8. Earth and Sun and Moon
9. Power and the Passion
10. Antarctica
11. Only the Strong
12. Arctic World
13. Warakurna
14. Dreamworld
15. My Country - tem vídeo
16. When the Generals Talk
17. Luritja Way
18. US Forces
19. The Dead Heart
20. Beds Are Burning - tem vídeo
21. Read About It
22. Forgotten Years
23. Put Down That Weapon (bis)
24. Now or Never Land (bis)
25. Sometimes (bis)

Com a agenda politicamente correta da banda, cada música era uma declaração! Duas pedradas iniciais e o show segue com um mix de músicas menos conhecidas e grandes sucessos. Bela seleção.

Peter Garret, vocalista e líder da banda, no alto dos seus 64 anos (creio eu) está melhor que a maioria de nós. As vozes de toda a banda super bem conservadas e afinadas e o Peter dançando o show todo. Absolutamente impecáveis como banda.

Meu protesto fica pelo fato de terem tocado 'My Country' em uma versão só com piano e voz, tirando toda a energia da música (vídeo abaixo) que é a minha preferida e também pelo fato do bis ter tido músicas não tão conhecidas. Finalizar com 'Sometimes' foi uma sacada, pois ninguém esperava que fosse essa música a encerrar, mas é sempre legal quando a banda encerra com aquela pedrada.

Abaixo os vídeos que demonstram o palco baixo, mas que captam bem o som, apesar do volume. O Midnight Oil é uma banda clássica, com um repertório gigante, com muitos clássicos e uma posição muita clara de defender o planeta Terra. Muito legal ver tantos anos depois a banda ainda quebra tudo, está cheia de energia e fiel aos seus conceitos. Vida longa à banda!

- Short Memory

- My Country

- Beds Are Burning