quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Austin City Limits - 06/10/2017

Austin City Limits ou ACL e o lineup completo de bandas
A última parada das férias foi planejada para Austin, pois assim teríamos a possibilidade de conhecer um dos dois grandes festivais da cidade, o Austin City Limits. São 6 dias, divididos em duas semanas, sempre sexta, sábado e domingo. A curiosidade é que a programação de ambos os finais de semana é exatamente a mesma. Então você só precisa ir em um final de semana e viu tudo. Nós escolhemos o primeiro, pois as meninas (Marina, a esposa, e Camila, a cunhada) já voltariam para o Brasil no início da semana seguinte.

Austin, capital do estado do Texas, parece não ser no Texas. Gente de vários lugares, uma cabeça mais aberta e ausência daquele sotaque do sul dos EUA são as provas disso. E além de capital do Texas, é considerada também a capital da música ao vivo nos EUA. Eu não sei dizer o porquê, mas é fato que existem vários eventos com shows na cidade todo dia, considerando bandas menos e mais famosas.

Fora os festivais, a famosa 6th Avenue tem vários bares com bandas ao vivo, sendo que aos sábados a avenida é fechada para os carros e o povo circula livremente de bar em bar ou de banda em banda, ouvindo desde country music, passando pelo folk, chegando ao rock and roll. Nós acabamos não indo ao segundo dia do Austin City Limits, justamente para poder passear e conhecer a 6th Avenue e é bem legal.

Partimos para o festival já um pouco atrasados, afinal de contas a babá tinha de chegar para ficar com os sobrinhos. Depois pedimos um Ride Austin (o Uber local e muito mais legal) e partimos (não conseguimos neste dia, mas em parceria com a Honda o Ride Austin estava oferecendo transporte grátis ao festival). Vale umas linhas para dizer que o Ride Austin é uma instituição sem fins lucrativos, então tudo que é gerado de dinheiro faz vai para os motoristas e parte é reinvestida no sistema. Com isso os preços são mais baixos para o usuário e os motoristas ganham mais. Situação ganha-ganha para todos.

Chegamos por volta das 17 horas e o sol ainda estava forte. O local do festival, o Zilker Park, é fechado para o evento, que tem nada menos que 8 palcos. É importante ressaltar que é um festival para não mais de 50 mil pessoas por dia (ou até menos), por isso são muitos palcos, mas o espaço não é gigante. Você consegue com muita facilidade andar de um ponto a outro.


Chegamos lá, pegamos a primeira cerveja do dia usando as pulseiras que são ingresso e meio de compra (diferente do Lollapalooza, onde você carrega dinheiro e depois o festival te devolve o que sobrou, no ACL a pulseira tem um cartão de crédito cadastrado e cada compra, é uma operação do cartão) e fomos ver o Royal Blood.

Royal Blood
Chegamos eu, Marina, Camila, Daniela (minha irmã) e Zeca (meu cunhado) e lá encontramos o André, amigo que foi para Austin para se juntar a nós no festival.

O show do Royal Blood estava lotado, mas o palco era pequeno. Então mesmo longe, tínhamos uma ótima visão do palco. O setlist foi:

1. Where Are You Now?
2. Lights Out
3. Come on Over
4. I Only Lie When I Love You
5. Little Monster
6. Hook, Line & Sinker
7. Loose Change
8. Figure It Out
9. Out of the Black (tem vídeo)

O show é bem pesado e alinhado com essa nova onda de bandas de dois membros, no caso bateria e baixo. Para duas pessoas, os caras são bem barulhentos. Pegamos a metade final do show, ainda curtindo o sol, entendendo a estrutura do local. Então vimos o show meio que não vendo, meio que batendo papo, meio que curtindo aquela primeira cerveja. Para ser honesto, não consigo emitir uma opinião sobre a apresentação dos caras. Vamos ver se rola vê-los no Lollapalooza de 2018.


Saímos de lá para o show do Foster the People no palco principal. Esta parte do festival já é maior e por isso estava muito mais cheia. Não conseguimos achar um lugar incrível para ver o show, mas ficamos ali curtindo o que deu.
Foster the People (ou o que conseguimos ver deles)

O setlist foi:
1. Houdini
2. Call It What You Want
3. Pay the Man
4. Doing It for the Money
5. Helena Beat
6. Don't Stop (Color on the Walls)
7. Lotus Eater
8. Blitzkrieg Bop (cover do Ramones)
9. Life on the Nickel
10. Coming of Age
11. Sit Next To Me
12. Loyal Like Sid & Nancy
13. Love (cover do John Lennon)

Confesso que esta banda já não me anima tanto. Juntando ao fato de estarmos atrás da cabine de som, com péssima visão do show, ficamos ali meio que curtindo, ouvindo e batendo papo antes de seguirmos para o próximo show. Confesso que a surpresa mesmo ficou pelo cover de 'Blitzkrieg Bop' do Ramones. Nunca imaginei eles tocando isso e ficou bonitinho (sim, quando o Foster the People faz algo muito legal, o adjetivo certo a ser usado é bonitinho).

Seguimos para o show da Solange. Artista performática, mas mais conhecida como irmã da Beyoncé ou cunhada que enfiou a porrada no Jay-Z. Não consigo nem achar o setlist do show, mas porque não é apenas um show e sim toda uma performance que leva em consideração a música, a dança e o cenário.

Tem um pouco de R&B, tem uma voz linda (que em algumas notas lembra a irmã mais famosa, não tem jeito), tem um cenário lindo e umas performances muito bem ensaiadas e delicadas, digamos (não consigo achar outra expressão para caracterizar).

Confesso que para mim ela criou um clima muito estranho no palco. Eu não conseguia ficar entretido, mas ao mesmo tempo não conseguia tirar o olho do que estava acontecendo. Ao mesmo tempo que estava hipnotizando, queria sair dali. Que foi o que fiz no final. Não consegui ver a apresentação até o fim. Mas fiquei curioso... Queria poder vê-la em um teatro ou em uma apresentação sentado. Sei lá... Me parecia muito mais algo mais cênico do que musical.


Neste resto de show fomos aproveitar a tenda de cerveja artesanal. Vários rótulos de cervejas locais que eram vendidas ao mesmo preço e na mesma quantidade das cervejas tradicionais. Depois disso, não bebi mais nada enlatado no ACL.

E seguimos para o fechamento da noite, com Jay-Z. É tipo assim... o cara entra sozinho com um DJ no palco e fica ali mais de uma hora rimando, sem ajuda de ninguém e entretendo o maior palco do festival sem o menor medo. Achei o cara foda! Mas... ao mesmo tempo, hip hop não é um estilo que me pega, ainda mais quando você não sabe as letras para entender a mensagem e mais uma vez ficou num lugar horrível para ver.

O setlist (longo) foi:
1. Run This Town
2. No Church in the Wild
3. Lucifer
Vista péssima do show do Jay-Z e do cachorro gigante
feito de balão
4. Bam
5. Where I'm From
6. Marcy Me
7. Empire State of Mind
8. Fuckwithmeyouknowigotit
9. Family Feud
10. Beach Is Better
11. The Story of O.J.
12. Public Service Announcement
13. Heart of the City (Ain't No Love) (tem vídeo)
14. Niggas in Paris
15. Izzo (H.O.V.A.)
16. Dirt Off Your Shoulder
17. On to the Next One
18. I Just Wanna Love U (Give It 2 Me)
19. Big Pimpin'
20. Hard Knock Life (Ghetto Anthem)
21. Numb / Encore (música do Jay-Z com o Linkin Park) (bis)
22. Young Forever (bis)
23. 99 Problems (bis)

Mais uma vez saí no meio do show para aproveitar outras coisas do festival. Saí antes das músicas que eu conhecia que ficaram para o final e imaginei que ele tocaria algo do Linkin Park em homenagem ao Chester Bennington, que havia morrido pouco tempo antes. Mas é isso, festival não é feito só dos shows e sim de todas as atrações e atmosfera do evento. Neste dia em particular, não vi nenhum show completo.


Saímos para ir ao banheiro e pegar uma última cerveja. Rolou o banheiro e ao lado dele estava a tenda eletrônica. Ficamos ali esperando uns aos outros quando vimos essa galera dançando, mas não tinha música. E a galera parecia bem empolgada. E de repente, ah tá: eles estão dançando com fones. E aí, vamos entrar e ver o que rola?

Silent Disco
Tinha uma fila. Esperamos pouco tempo, pegamos cada um o seu fone e entramos. FOI A COISA MAIS DIVERTIDA DO FESTIVAL. A Silent Disco tem um fone com três canais: um vermelho, um azul e um verde. E existiam também três DJ's no palco, cada um com a sua cor. Você escolhia o canal do DJ e curtia. Encheu o saco? Muda de canal. E assim fomos até a balada acabar. Vez ou outra tirávamos o fone para ouvir o pessoal cantando alguma música e entender o quão diferente e engraçado aquilo tudo era.

Curtimos muito esse negócio. De verdade. Se alguém sabe se tem isso no Brasil, me fala! É demais!



Voltamos para casa seguindo a multidão, passando por diversos bares lotados, até chegar na tenda do Ride Austin, que fornecia tomada para carregar seu celular e wifi para você chamar seu carro. Chamamos um de 7 lugares e voltamos felizes para casa.

Eu adoro festivais. Mas o ACL foi legal por ver um dentro de um parque, no meio da cidade. Coisa que o Lollapalooza tentou ser por aqui no Jockey, mas que a associação de moradores mandou para longe. Imagina o Ibirapuera, em São Paulo, com um festival dentro, que legal que seria?

A capital da música ao vivo nos recebeu muito bem! E ainda tinha o segundo dia...

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Jazz em New Orleans

PS inicial: antes de começar este post, aviso que como este é um relato de férias, colocarei todos os links disponíveis para quem quiser conhecer melhor os lugares e bandas.

Durante as férias um dos locais escolhidos para visitar foi a cidade de New Orleans, nos Estados Unidos. Depois de alguns dias em Nova Iorque, tendo visto o Global Citizen Festival, ainda tivemos a chance de ver um show de jazz em um speakeasy chamado Bathtub Gin (um café, que tem um bar escondido atrás, lembrando os tempos da lei seca, quando os bares eram escondidos e clandestinos) preparando o terreno para o que veríamos em New Orleans.


New Orleans é uma cidade diferente pelas influências francesa, espanhola, afro-americana e também norte-americana. Passamos, eu, Marina (a esposa), Camila (cunhada) e Mariana (cunhadinha), basicamente todo nosso tempo no French Quarter, onde está a parte mais cultural da cidade. Fomos lá para curtir a música e vou a partir daqui tentar descrever como foi isso com muitos vídeos, mesmo que curtos, pois eles foram feitos só para registrar parte das férias. A comida também é ótima! Foram tantas experiências, que eu precisava escrever.

Chegamos na cidade numa quinta-feira na parte da tarde e fomos dar uma volta naquele calor infernal. Depois de um almoço, um café e um beignet (tipo um bolinho de chuva delicioso e super tradicional da cidade, principalmente no Cafe Du Monde), demos de cara com a primeira surpresa musical na rua. Um cara tocando um instrumento que nunca vi na vida, mas que um amigo me disse se tratar de algo chamado Kora (instrumento com 21 cordas utilizado na África Ocidental).


Fiquei alguns bons minutos observando aquilo tentando entender o que era. Sabe quando você sente que está experimentando algo especial e quer guardar aquilo na memória para sempre? Foi o que eu senti vendo aquilo. Aquele momento aumentou minha expectativa para os próximos dias. Nesta noite só jantamos, comida local cajun, mas sem música alguma. No dia seguinte começamos cedo a caminhar pela cidade e trombamos com a primeira banda nas ruas da cidade.


Muito bacana e depois de algum tempinho vendo a banda tocar, me chamou muito a atenção a alegria da mulher que tocava o clarinete (ou seria outro tipo de sax? Especialistas?) Ela fazia aquilo com um sorriso, dançando e transmitindo uma vibe bacana e fiquei observando um pouco mais, até pegar com a câmera. Já deu uma mega energizada vê-la tocar.


Felizes seguimos nossas caminhada, explorando o French Market e chegamos ao museu da casa da moeda local, onde também há o Jazz Museum (pequeno, mas super legal. Principalmente a exposição sobre a história e participação da mulher no jazz). Quando chegamos estava rolando uma apresentação de um pianista sobre a influência e mistura da música de New Orleans e a música cubana. Vimos um pouco da apresentação e seguimos pela cidade.


Saímos de lá e fomos conhecer o Backstreet Cultural Museum que fala sobre o carnaval da cidade, o Mardi Gras. Lá conhecemos o dono do local, Sylvester, que além de nos apresentar a pequena exposição, nos convidou para um festival de música no dia seguinte.

Neste mesmo dia, já de noite, decidimos ir conhecer um dos lugares mais tradicionais da cidade, o Preservation Hall. Este lugar normalmente tem 4 shows por dia, de 40 minutos cada (mas pode variar). O local tem uma lotação super pequena, com entrada a 20 dólares por cabeça. Lá dentro não vende bebida (mas você pode entrar com a sua), não tem banheiro. Existem alguns bancos de madeira, mas nem todos conseguem sentar. É quente, não pode filmar ou tirar foto. O salão tem péssimo estado de conservação, um pouco por estilo, um pouco pelo projeto.

Tivemos a sorte de ver a banda residente da casa, a PresHall Brass, liderada pelo Daniel "Weenie" Farrow, por 40 fantásticos minutos. Uma placa mostrava: se quiser pedir uma música, pague 5 dólares; se quiser pedir um clássico, pague 10 dólares; se quiser pedir 'The Saints' (hino gospel com nome original 'When The Saints Go Marching In'), pague 20 dólares. Depois da primeira música, alguém na platéia já levantou com uma nota de 20 e perguntou quem mais quer ouvir 'The Saints'? Mais três pessoas pagaram e já na segunda música, estávamos ouvindo o maior hino da cidade.
Preservation Hall

Eu e Daniel 'Weenie' Farrow
O projeto do Preservation Hall tem como objetivo divulgar a cultura musical do jazz de New Orleans aos turistas. Mas principalmente através de todos os recursos arrecadados nos shows e vendas de souvenirs da casa, ajudar na preservação da cultura na cidade. Isto é feito com atuação direto junto aos professores da cidade e com ações com as crianças nas escolas. As crianças são o foco final, para que não deixem a cultura musical da cidade morrer. Fiquei feliz em ter contribuído vendo o show e comprando uma camiseta no local. Por mim teria voltado toda noite, mas não voltamos, pois tinha muita coisa para ver ainda.

No dia seguinte acordamos, comemos um tradicional brunch e fomos direto para o Tremé Fall Festival, que era o evento para o qual o Sylvester havia nos convidado. Chegamos lá e um som muito familiar estava rolando.


O grupo Casa (Cosmopolitan Amigo Samba Association) Samba estava tocando samba, acompanhado por um grupo que fazia uma performance com fantasias do Mardi Gras, nas cores do Brasil. Ficamos vendo aquilo e por alguns minutos sentimos uma conexão muito forte entre Brasil e New Orleans. Nosso carnaval afinal de contas, tem alguma conexão (apesar do Sylvester ter nos explicado que o Mardi Gras surgiu como uma forma dos negros agradecerem e homenagearem os índios que ajudavam os negros escravos a fugir).

Na sequência entrou no palco uma artista chamada Gina Brown. Cheia de clássicos e músicas próprias, botou quem não estava escondido do sol para dançar, pois estava um calor daqueles. Felicidade é ser permitido beber na rua em New Orleans. Cervejinha na mão, curtimos bastante a apresentação dela.



Mas o mais legal para mim de ver este show, foi ver o bairro todo presente, se divertindo e dançando. Um conceito de comunidade mesmo, curtindo um som, vendendo e comprando artesanato e comida na rua.

Em um momento as mulheres que estavam dançando, começaram a fazer passinhos curtindo o show. A Marina e a Camila não se aguentaram e foram dançar junto. Sério, achei este um dos momentos mais fantásticos da viagem. Não era apenas um show. Éramos nós, junto aos moradores da cidade, curtindo um festival local. Este não é o melhor tipo de turismo que se pode fazer?


Cansados do sol, voltamos caminhando pela cidade e cruzamos com mais uma banda tocando na rua.


Nessa noite decidimos ir a famosa Frenchmen Street, onde vários bares haviam sido indicados para vermos shows. Foi legal entender que cada bar tem o seu perfil, um tipo de música e um tipo de público. Tentamos aproveitar um pouco de cada um.

Nossa primeira parada foi no Maison. Lá vimos duas bandas, sendo a primeira a Royal Street Winding Boys.


A segunda banda da noite, dica da amiga Liana, foi a Smoking Time Jazz Club. O Maison é um bar legal, pois o palco é grande, o espaço do bar é enorme. Então você pode só pegar uma mesa, comer, beber e ver o show. Você pode dançar. Você pode só entrar, pegar uma cerveja e ficar no balcão um tempo e depois partir. É um bar maior e por isso mais versátil.


De lá partimos para outro bar tradicional, o Spotted Cat e vimos outro show, dessa vez da Panorama Jazz Band. Este bar já é menor e não tem mesa. O negócio é pegar sua bebida no bar e ficar em pé dançando e curtindo o show.


Saímos de lá, demos uma volta nas feirinhas de souvenirs da rua, cheias de coisas legais. Depois seguimos para o 3 Muses, onde vimos um show do Cristopher Johnson Jazz Trio. Este bar já é um lugar para sentar, tomar um drink e jantar. A música é bem mais tranquila, dando um clima mais sossegado ao local. E olha, a comida é muito boa!


A noite foi movimentada e muito interessante. Já começávamos a observar as variações de jazz que poderíamos ver na cidade: as brass bands, as bandas com foco nos metais, o jazz mais focado no vocal, etc. Enfim, em cada canto, uma coisa nova, um som diferente para ouvir e apreciar.

No dia seguinte acordamos para mais um brunch no Muriel's e além da comida ser maravilhosa, teve jazz ao vivo.


Neste dia demos uma volta fora do French Quarter para comer e visitar o WWI Museum, que para quem gosta de história é um belo passeio. Voltamos com uma caminhada ao lado do rio Mississipi e vimos um daqueles barcos a vapor sair do cais, com aquela chaminé tradicional. Quase tudo em New Orleans tem um apego ao passado, um link da importância histórica da cidade.

No nosso último dia fizemos um tour guiado a pé pela cidade, até cair um temporal e a cidade dar uma mini alagada. Nos retiramos ao hotel, mas chegamos a conclusão de que precisávamos ver um bom show para encerrar nossa temporada. E assim fomos ao The Jazz Playhouse, que fica no Hotel Sonesta, na Bourbon Street, rua mais tradicional da cidade.

O show da The Original Tuxedo Jazz Band foi fantástico. Música ótima e muito engraçada, o tempo todo fazendo piadas com a platéia e entre eles. Cantamos, dançamos e rimos esta noite. Uma despedida perfeita, acompanhada de alguns gin and tonic.



Ainda rolou um hambúrguer no Daisy Dukes na madrugada para terminar os dias na cidade com chave de ouro.

Assim terminou nossa passagem por New Orleans. Uma cidade que há tempos queria conhecer e amei. NOLA estará para sempre na memória e no coração. Tanta música, tanta energia, tanta felicidade sendo transmitida em cada canto na cidade me fazem querer indicar esta visita para todos. E claro, me deixaram com vontade de voltar. Obrigado pela companhia meninas. Sem a pesquisa, organização e energia de vocês, não teria tido metade da graça! :)

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Global Citizen Festival - 23/09/2017

Cartaz do Global Citizen Festival
Global Citizen Festival é um festival de música realizado em Nova Iorque, com duração de 1 dia. Chris Martin, vocalista do Coldplay, é o diretor criativo do evento, que foi criado em 2015 para marcar o estabelecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), uma "lista de tarefas" de 17 tarefas para acabar com a pobreza global extrema até o ano de 2030.

O festival aconteceu no Central Park e teve diversos artistas durante o dia fazendo curtas apresentações e falando sobre como podemos ajudar a reduzir a pobreza no mundo, em ações ou ajudando o projeto Global Citizen. Mas antes de ver os shows, um pouco de contexto...

O ser aqui que saiu de São Paulo para suas férias, em direção a Nova Iorque, num voo via Bogotá, pois era mais barato. Show do The Cult e The Who na quinta-feira de noite, voo saindo de São Paulo na sexta-feira às 7 horas da manhã. Expectativa de chegada em Nova Iorque na sexta-feira de noite, numa super excitação para ir ao festival no sábado, ouvir música boa, no Central Park.

Mas quando cheguei em Bogotá, havia uma greve de metade dos pilotos da companhia aérea. Para resumir o sofrimento, só preciso dizer que fiquei 18 horas além do planejado em Bogotá. Em vez de sexta-feira, pousei em Nova Iorque sábado às 14:30. O festival começava às 15 horas. Imigração (quase 2 horas), taxi (1 hora), hotel, banho e corre pro festival. Horário de chegada no festival: 18 horas.
Nova Iorque acendendo visto do Central Park
Não sabia quem eu era, onde estava. Não conseguia nem realizar o fato de estar em pleno Central Park curtindo artistas da melhor qualidade. O festival podia ser visto de graça ou você poderia comprar ingressos para zonas mais perto do palco, que foi o que fizemos.

Quando cheguei ainda estava claro e estava rolando o show da Andra Day. Confesso que não a conhecia e pouco consegui prestar atenção. Mas o que consegui ver, foi lindo. Uma baita cantora, que parece cantar com o coração, sabe? Você vê na cara dela que ela tira o que canta lá de dentro. Ainda não tive tempo, mas quero pesquisar sobre esta moça.

The Chainsmokers
Com isso já tinha perdido o The Killers e o The Lumineers. Mas tudo bem, vai! Eu estava de férias! O segundo show que pude ver foi o The Chainsmokers, a dupla de DJ's que eu conhecia mais de nome, mas que tem várias músicas conhecidas.

O setlist foi:
1. The One
2. Roses (The Him Remix)
3. Closer
4. Honest
5. Paris
6. Something Just Like This (música parceria do The Chainsmokers com Coldplay)
7. Don't Let Me Down

O pequeno setlist foi dominado pelas músicas 'Closer', 'Something Just Like This' (parceria com o Coldplay) e 'Don't Let Me Down'. Som pop, meio jovem demais para mim, mas confesso que foi um show divertido e dançante. Aproveitando o fim do dia no Central Park, começando a entender onde estava, dançando (faltou só uma cerveja, mas não era o objetivo do festival e creio que dentro do parque o álcool também seja proibido), com um grupo de pessoas que estava com saudades e que me esperava. A verdade é que o Chainsmokers me colocou em Nova Iorque e aí, foi só diversão.

Billie Joe Armstrong
E aí veio o Green Day cheio de energia. Eles tocaram em São Paulo e vendi meus ingressos, pois eu não estaria na cidade. Logo na sequência eu descobri que os veria em Nova Iorque! Fiquei super feliz. E apesar de não ter sido um show completo, foi animal, porque basicamente foi um show de hits antigos e músicas as quais as letras encaixavam no evento.

O setlist foi:
1. Know Your Enemy
2. Holiday (tem vídeo)
3. Boulevard of Broken Dreams
4. Basket Case
5. Minority
6. American Idiot
7. Wake Me Up When September Ends (bis)
8. Good Riddance (Time of Your Life) (bis)

Billie Joe Armstrong é um ser com muita energia. O cara parecia plugado na tomada. Cantava, tocava, pulava, corria e ficava com aquele olhão arregalado, mal deixando tempo para a platéia respirar e toma outro hit.

E é legal ver e ouvir apenas hits, pois o Green Day é uma banda com muita história e que pode passar por várias fases de suas criações. E bandas clássicas devem ser prestigiadas. Show fantástico! Fico em falta de ver um show completo de turnê dos caras.

Para finalizar a noite veio o mestre dos mestres, Stevie Wonder, que foi o principal motivo de termos comprado ingressos para este evento. E como sempre é aquele show lindo, delicado, animado, musicalmente perfeito para os ouvidos e para o corpo, que quer dançar ou cantar junto em toda música.

O setlist foi:
1. Master Blaster (Jammin')
Stevie Wonder e banda
2. Higher Ground
3. As If You Read My Mind
4. Signed, Sealed, Delivered (tem vídeo)
5. Overjoyed
6. I Just Called to Say I Love You
7. Don't You Worry 'bout a Thing
8. Living for the City
9. Isn't She Lovely
10. Sir Duke
11. You Are the Sunshine of My Life
12. My Cherie Amour
13. We Are the World (música do U.S.A. for Africa cover)
14. Get Lucky com Pharrell Williams (música do Daft Punk)
15. Superstition com Pharrell Williams
16. Happy com Pharrell Williams (música do Pharrell Williams)
17. Imagine (música do John Lennon)
18. Happy com Pharrell Williams (música do Pharrell Williams)
19. I Wish

Minha terceira vez vendo este mestre, só aumentou minha admiração por ele. Mas dessa vez teve surpresa, que foi a participação especial do Pharrell Williams no fim tocando suas músicas, acompanhado pela primorosa banda e do mestre em si.

Ambos os artistas eu já havia visto. A parte do show só com o Stevie Wonder foi legal, pois por ser um show mais informal, onde ele mudou arranjos, chamou só a galera para cantar, mudou setlist, mudou a música que ia tocar na hora e decidiu fazer medley com outra. Mesmo em um show com tanta gente, parecia que estávamos em um pub vendo aquele espetáculo.

A parte com o Pharrell foi também divertida pelo fato de ver as músicas dele tocadas por uma mega banda. Muito, mas muito bom mesmo, principalmente 'Get Lucky'.

O Global Citizen Festival merece vários aplausos (se quiser, você pode ver o evento todo AQUI). Levanta fundos e aumenta a conscientização para um mundo sem pobreza. E faz isso através de vários formatos, incluindo a música e a cultura. Sortudos daqueles que moram em Nova Iorque e podem ver isso todo ano. :)

Green Day - Holiday



Stevie Wonder - Signed, Sealed, Delivered


PS: o hambúrguer pós show foi o Truffle Burger do Umami Burger. Veja o review do hambúrguer AQUI!

São Paulo Trip - 21/09/2017

Palco do São Paulo Trip
O São Paulo Trip foi a versão brasileira do festival Desert Trip que ocorreu na Califórnia e que também funcionou como prêmio de consolação para quem não foi ao Rock in Rio, pois basicamente consistiu nas principais atrações do festival carioca, fazendo um pequeno desvio por São Paulo. Pouquíssimas atrações só tocaram no festival paulista e claro, tinham menor expressão.

Optei por ir no dia em que o The Who fechava a noite, não tanto por gostar da banda. Mas mais por vê-los como uma banda clássica e que precisa ser prestigiada pelo menos uma vez na vida. Além disso, a abertura da noite seria feita pelo The Cult, banda que eu gosto e queria muito ver, e pelo Alter Bridge, que não conhecia e muita gente falava bem.

Quinta-feira em São Paulo no fim de tarde, mesmo com todo planejamento, o trânsito é caótico e também pelo fato de viajar de férias no dia seguinte, me atrasei. E claro, perdi o Alter Bridge e cheguei no início do show do The Cult, que era o que eu queria mais ver.

Show cheio de clássicos e energia, mas com uma postura engraçada/babaca do vocalista, Ian Astbury, "exigindo" que o público fosse ao delírio com a banda. E isso é muito questionável, pois em primeiro lugar, respeito se conquista, não se exige; e em segundo lugar, o The Cult não era a banda principal da noite, para desespero dele. Get over it Ian!
The Cult no São Paulo Trip

O setlist foi:
1. Wild Flower
2. Rain
3. Dark Energy
4. Peace Dog
5. Lil' Devil
6. Deeply Ordered Chaos
7. The Phoenix
8. Rise
9. Sweet Soul Sister
10. She Sells Sanctuary (tem vídeo)
11. Fire Woman
12. Love Removal Machine

De fato o público não pirou, mas curtiu bastante o show, principalmente a metade final. Para mim o ápice ficou com 'Fire Woman', música que me lembra meus primeiros dias de vida em São Paulo (não me perguntem o porquê. Rs).

A pegada da banda continua forte e com o Mr. Ian reclamando o tempo todo e pedindo o calor do público brasileiro, os holofotes ficaram mesmo para o guitarrista, Billy Duff, que além do visual e das guitarras clássicas, segue tocando os riffs distorcidos da banda de maneira perfeita e energética. Muito legal cada riff, ele se aproximar da frente do palco, e entoar aquilo. Demais!

Confesso que era uma das bandas que me faltava ver ao vivo e depois de visto, fiquei sem muita vontade de ver de novo. Check!

Na sequência veio o The Who com um Roger Daltrey ainda afinado depois de tanto tempo e um Peter Townshend esbanjando energia, cantando e tocando, acredito eu, que surpreendendo muita gente. Fiquei viajando durante o show imaginando o neto dele falando para os amiguinhos "aquele é o meu avô!". Que figura!!! Já Zak Starkey, baterista atual da banda, filho do Ringo Starr, ganhou seu espaço também ao esbanjar energia na bateria.

O setlist foi:
1. I Can't Explain
2. The Seeker
The Who no palco do São Paulo Trip,
com destaque para Roger Daltery
3. Who Are You
4. The Kids Are Alright
5. I Can See for Miles
6. My Generation
7. Bargain
8. Behind Blue Eyes
9. Join Together
10. You Better You Bet
11. I'm One
12. The Rock
13. Love, Reign O'er Me
14. Eminence Front (tem vídeo)
15. Amazing Journey
16. Sparks
17. Pinball Wizard
18. See Me, Feel Me
19. Baba O'Riley
20. Won't Get Fooled Again
21. 5:15 (bis)
22. Substitute (bis)

Eu confesso que tinha baixa expectativa sobre o show. Era uma coisa de ver uma banda clássica e ponto. Mas a energia do Peter Townshend, misturada ao setlist fantástico do show, lotado de clássicos, foi foda!!! DEMAIS!!! Cada música uma realização de que eu estava vendo aquela banda ao vivo!!!

The Who no palco do São Paulo Trip,
com destaque para Peter Townshend
Em 'Baba O'Riley' confesso que caiu um cisco no meu olho. O quão bacana é poder ouvir aquilo com algumas das peças originais daquela banda? Não tem preço! Não tem explicação! É uma coisa apenas de sentir, aproveitar, receber energia e mandar energia.

Um daqueles shows que você sai esgotado, mas feliz. Parece que uma aura especial é construída em torno daquele momento. Local a céu aberto, temperatura ideal, clássicos, energia vindo do palco e você absorvendo tudo aquilo e pensando no quão sortudo você é de estar ali.

Sim, para mim o show do The Who foi tudo isso. Não foi o primeiro show que me senti assim. Não será o último. Que bom! Quero ser sortudo de envelhecer fazendo o que gosto, como estes caras e cheio de energia assim.

The Cult - She Sells Sanctuary


The Who - Eminence Front


PS: o hambúrguer pós show foi um Cheeseburger Egg Champignon no Oregon Burger. Veja o review AQUI!

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Rock in Rio 2017 - Final de Semana 1

Já virou tradição não ir ao Rock in Rio, mas acompanhá-lo pela TV. E só para não deixar passar em branco, queria registrar aqui as minhas impressões sobre os shows que pude ver.


Dia 15/09
- SG Lewis: um show morno, tanto pela banda, como pelo público que ainda chegava na Cidade do Rock. A vocação de produtor explicar o apelo mais pela música eletrônica, apesar de vários arranjos e alguns bons vocais. Achei chatinho para abrir um festival.

- Céu e Boogarins: a Céu tem um estilo todo próprio e encaixou perfeitamente com o Boogarins. Certamente seria um show mais lento, mas no meu ver, ainda infinitamente mais interessante que o show anterior. Mais musical e rico.

- Fernanda Abreu: o tempo esqueceu de passar para ela. Com disco novo, com algumas coisas interessantes, fez aquele show swingado com a Focus Cia de Dança e o Dream Team do Passinho. Mas honestamente, o som podia ser bem melhor. Falta preencher algo ali. Mas com todos os sucesso dela, deu para dançar e se divertir.

- Ivete Sangalo: é uma diva, cheia de hits, cheia de energia e um astral daqueles. Belo show. Mas desculpa, não sou de idolatrar gringo, mas com uma banda enorme dessas, cheia de músicos excelentes, o som parece que ainda falta algo. É verdade que a equalização do som do Multishow não ajudava muito (o que vale também para a Fernanda Abreu), mas se não foi isso, para o meu gosto, ainda dá para melhorar a qualidade dos arranjos. Precisamos aprender muito ainda em arranjos e produção com os gringos, infelizmente. Mas em termos de riqueza musical e energia, não teve para ninguém. Ela quebrou tudo!

- 5 Seconds of Summer: fiquei feliz pelos moleques em cima do palco quebrando tudo. Mas parou aí. A única coisa que consegui reparar no show foi o plágio a 'Hungry Like the Wolf' do Duran Duran na segunda música. Pop adolescente não é comigo.

- Pet Shop Boys: quantos clássicos tem uma banda? Um show inteiro no caso dos caras. Apesar da presença de palco ser quase nula, foi um baita show pelos clássicos da banda, tocados como as versões originais. Foi bem divertido.

- Maroon 5: começou cheio de hits, mas o tal Adam já não atingia nenhuma nota original. Isto é, pegou algumas das músicas mais famosas, tirou um pouco da energia e para mim, matou parte do show. De resto meio sem graça, sem energia, sem vibe. Meio qualquer nota.

Dia 16/09
- Shawn Mendes: o menino tem talento e uma legião de fãs. Não é meu estilo favorito, mas deu para ver uma qualidade ali.

- Maroon 5: de novo, a mesma coisa.

Dia 17/09
- Nile Rodgers & Chic: para mim, o melhor show do festival até aqui. Cheio de hits, baita qualidade musical, público junto. Demais. Nile Rodgers é um daqueles caras que sabe tudo, mas não tá no foco o tempo todo. Para mim, era show para o palco mundo.

- Walk The Moon: sério, que coisa chata!

- Alicia Keys: linda, carismática, canta muito, toca muito. Show lindo, inspirador. Merece todos os aplausos e mais alguns. Simpatia em pessoa, deu abertura para a causa indígena, para a música e dança brasileira em sua apresentação. De tirar o chapéu.

- Justin Timberlake: o show que eu queria mesmo ver neste Rock in Rio. Primeiro, que banda é aquela? Foda! E é aí, que felizmente ou infelizmente, eu comparo as bandas brasileiras. Tudo bem que a banda era enorme, mas o som que eles produzem é cheio, interessante, swingado e por aí vai. O Brasil descobrir como fazer isso na sua música pop. Justin, além de um repertório muito bom, tem carisma e é um baita artista. Eu gosto do som dele, sem vergonha nenhuma. Música boa de ouvir e dançar, além da presença de palco, dança, interação com público e banda. Parece que ele sabe bem escolher os produtores com quem trabalha. Uma pena não ter visto ao vivo e que ele não tenha feito nenhum show extra em São Paulo.

É isso. O segundo final de semana vou perder para ver o The Cult e o The Who em São Paulo e o Stevie Wonder em New York. Foi mal! :)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Coala Festvial - 12/08/2017

Coala Festival 2017
A primeira vez e única que estive no Coala Festival, antes da edição de 2017, foi no seu primeiro ano e a imagem que ficou para mim foi a de um festival convidativo, tranquilinho. Isso, junto a um lineup de artistas brasileiros que conheço muito pouco, mas que estão tocando bastante, me fez sugerir a algumas pessoas para irmos. Eu estava meio certo e meio errado. rs

Quero chamar atenção, pois na semana em que fiz um repost de um artigo sobre as carteirinhas de estudante e as meias entradas no Brasil, o festival permite que todos paguem meia. Quem tem carteirinha paga, conforme a lei. Quem não tem, doa 1 kg de alimento ou 1 livro e também tem direito ao ingresso com preço de meia entrada. A reflexão que levo para outros festivais, principalmente o Lollapalooza, que diz que no Brasil o ingresso é muito mais caro, pois muita gente compra meia com carteirinha falsa: por que não ter um ingresso meia para quem faça uma doação ou pelo menos com desconto, para desestimular o uso de documento falso e assim baixar o ingresso para o público que paga inteira? Gostaria de comentários...

Devido a outros compromissos cheguei no festival por volta das 16:30. Uma pena, pois perdi a apresentação do Liniker, que nunca vi e gostaria de ver. E aqui entramos em outro tema para um debate interessante que foi a ordem de apresentação do lineup do festival.

Em vez de colocar os artistas com menos apelo no início e ir colocando os de maior apelo no fim, fazendo com que os artistas que tocam primeiro quase não tenham público, o Coala resolveu inovar. Fez uma mescla de artistas conhecidos com não conhecidos, para que desde cedo o público compareça para ver seus artistas favoritos e assim aprecie também o trabalho dos artistas novos. Achei interessante. Se por um lado em um festival de dia todo seja complicado chegar logo no início, por outro, é justo trabalhar para que todos os artistas tenham um bom público. Gostaria de comentários sobre este ponto também...

Rincon Sapiência
Cheguei antes do show do Rincon Sapiência, que já começou atrasado (problemas de um festival de palco único, mas nada que tire o brilho do evento), e fiquei ouvindo o DJ EB (som divertido). Só mais um comentário antes de falar de música: aquele festival tranquilinho desapareceu. Ingressos esgotados, com entrada tranquila. Mas pelo local escolhido para entrada no Memorial da América Latina, onde estavam concentrados os banheiros e a praça de alimentação, chegar ao palco era uma caminhada com obstáculos. Outro problema foi conseguir comprar ficha para consumo, com filas gigantescas, mesmo nos vendedores volantes. Dei sorte de acharem um vendedor que resolveu ficar mais perto do palco e me chamarem para comprar fichas. E aí, em vez da ficha valer dinheiro, ela vale o produto. Isto é, com filas enormes, você tem de comprar tudo antes e não pode mudar de ideia. Achei ruim...

Mas o que importa é que o Rincon Sapiência faz um puta show. Hip hop, mas com banda (o que é a minha preferência, pois foge dos beats tradicionais feitos no Brasil, mais para baixo e sem muitos elementos). Swingado demais! Curti muito, dancei muito, apesar de nunca ter ouvido. Prometo que vou buscar resolver isso. rs

Emicida, Fióti e Rael
Durante o Shaka o foco foram as filas. Confesso que mal deu para ouvir. Mas nas sequência veio o show (na verdade shows) do Emicida, Fióti e Rael. Na verdade foi um show do Emicida com a banda acompanhando Fióti e Rael em algumas músicas e no final, eles juntos. Mas quem comandou tudo foi o Emicida, já com músicas bem conhecidas do público.

O Fióti tem uma pegada bem mais swingada, mais MPB. O Rael é uma mistura de ambos, eu diria. Com MPB e hip hop, tudo junto e misturado, e uma voz com maior alcance também. No geral foi uma apresentação bem interessante, mas em alguns momentos meio confusa pela mistura de estilos. Mas rolou legal para dançar e curtir bem o fim de tarde.

No intervalo, já com bem menos filas, uma vez que o público começou a ir todo para frente para ver o show do Caetano Veloso, ouvi DJ Tahira enquanto eu bebia e tentava comer (sim, para comer as filas continuavam gigantescas).

Caetano Veloso
E Caetano chegou. Meu primeiro show solo dele (só havia visto ele se apresentando com o Gilberto Gil) e ele solo no palco. Sério, estou batendo palmas até agora para ele como artista. Um festival com algum dos músicos mais fortes do cenário nacional atual e o Caetano entra lá, sozinho, voz e violão, para encerrar o festival. E sabe do que mais: segurou, fez todo mundo cantar e arrebentou. "Ah, mas ele é chato!". Não importa, o artista é foda cara!!!

Não fosse a dor que eu sentia nas costas, teria curtido mais. Mas aproveitei todos os hits que eu conhecia (sim, não sou um grande conhecedor) e cantar algumas coisas junto, chega a emocionar. Parabéns ao Caetano. Parabéns ao Coala por trazê-lo para encerrar o festival.

Agora Coala, é preciso melhorar o fluxo das pessoas no local, a venda de fichas e o acesso a bebida e a comida. De resto, vocês acertaram em tudo. E parabéns por testar novos modelos!

Tome Caetano Veloso para encerrar isso.

PS: para encerrar mesmo queria dizer que senti falta do Coala no palco, dançando! É isso! rs

- Odeio 

- Desde Que o Samba é Samba

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Ira! - 13/05/2017

Era uma corrida na verdade. Fui correr 5k. Minha cunhada também. Minha mulher 10k. Corremos. Depois da chegada a promessa era de cerveja open bar e um show do Ira! Vai, exercício, open bar e rock and roll, por que não?

A corrida foi ótima! Mas depois da chegada o open bar só começava depois de um determinado horário. Quando começou foi uma bagunça. Na segunda cerveja, já estava quente.

O show do Ira! estava chato e nem só por culpa da banda. Cansado, com cerveja quente, não estava valendo a pena.

Fomos embora. A verdade é que eu nem ia escrever sobre este show, porque foi tão zoada toda a situação que não deu vontade de escrever. Mas aí um amigo falou que eu deveria escrever isso.

Então, este show não terá review, porque não me deu vontade de escrever sobre ele.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Prophets of Rage - 09/05/2017

Tom Morello solando
Já começo pedindo desculpas pelo atraso no post, mas a semana foi intensa. O show foi na terça-feira e estou escrevendo sobre isso só na sexta.

Mas o importante é que eu vi o Prophets of Rage ao vivo. Primeira apresentação dos caras foi anunciada no Maximus Festival, mas confesso que fiquei com preguiça de ir ao festival. Mas ainda estava pensando na possibilidade quando foi anunciado o show dos caras na Audio Club. E apesar do preço ter sido quase o mesmo do festival todo, ver os caras em uma ambiente menor valeu a pena.

A Audio Club é um lugar irado para ver show. Fácil de chegar e de sair. Pequeno, para ver o show confortável e conseguir pegar um taxi tranquilamente na volta para casa. O único ponto que continua pegando na casa é a equalização do som. O único show anterior que vi lá foi o do The Sonics, em março de 2015 (tem post aqui no blog) e o som estava alto demais. Desta vez o volume estava ok, mas com muito grave, distorcendo tudo. Teve quem achou o som baixo, mas o fato é, podia ser melhor.

A super banda criada com membros do Rage Against the Machine (Tom Morello na guitarra, Tim Commerford no baixo e Brad Wilk na bateria), Public Enemy (Chuck D nos vocais e DJ Lord) e Public Enemy (B-Real) está lançando seu primeiro disco, mas faz suas apresentações tocando músicas das três bandas, além de outros clássicos.

DJ Lord
O show aqui começou na verdade com uma apresentação do DJ Lord do Public Enemy tocando diversos clássicos, indo de Metallica a Nirvana, além de diversos hip hop famosos, esquentando a galera para a hora do show. Mas o que levantou mesmo a galera foram suas mixagens, em alguns momentos em uma velocidade tão rápida, que o público pirou.

Na sequência a banda entrou no palco da mesma forma que o Rage Against the Machine: a sirene toca, alta e todos com punho cerrado para o alto. A verdade é que o show é um show do Rage Against the Machine com algumas músicas das outras bandas.

O setlist foi (sim, o brother pegou o setlist da banda) e tem vídeo de várias delas no fim do post:

Setlist da noite
Abertura com uma música nova que leva o nome da banda, mas que já está bombando em todas as rádios, fez o público pular todo junto. Depois foram 7 músicas direto do Rage Against the Machine e os vocais variando entre B-Real e Chuck D. Pelo fato da banda (quero dizer a cozinha) continuar a mesma, o peso do som continua igual. E confesso que não achei que houve uma grande perda nos vocais, até porque mudou, mas dois monstros assumiram. Resumindo, foi absolutamente do caralho! Eu aguentei 3 músicas lá na frente. Cansei. Fui pular mais tranquilinho lá no fundo. PQP estou ficando velho.

Tom Morello mandando um FORA TEMER
Música pesada, com energia, cheia de conteúdo, que desde que foram lançadas até hoje, mantém sua contemporaneidade. Confesso que pensei na falta que faz um som de protesto deste, direto, no Brasil nos tempos de hoje. E assim sendo, Tom Morello malandro que é, não deixou por menos e mandou um FORA TEMER surpresa, gerando mais um momento de loucura coletiva.

Depois foram 7 músicas só com o DJ Lord e com o B-Real e o Chuck D na grade com a galera. Só clássicos do hip hop em um momento absolutamente fantástico, afinal de contas as bandas clássicas do estilo não vem com frequência ao Brasil. E quando eles mandaram 'Jump Around' do House of Pain, todo mundo fez o que a música manda. Mas no meio da música Tom Morello já entrou puxando mais um riff, e segue o jogo.

Até aqui o sentimento era de fato de estar vendo uma super banda. Só hit! Não tem música mais ou menos. Não tem algo que alguém fique só olhando, mesmo com o material novos dos caras. E estes são os melhores shows, certo? Quando o público fica conectado do início ao fim.

Prophets of Rage
8 músicas até o show acabar. 1 hora e 30 minutos de apresentação. Mais 2 músicas próprias, bem legais por sinal. 'Seven Nation Army', que ficou meio estranha no meio daquele peso todo, mas valeu. Mas aí vem aquele final clássico, apoteótico: 'Bulls on Parade' e 'Killing in the Name'.

Não adianta fazer bis. Não tem o que enrolar. Mensagem entregue, direta e reta. Cheia de distorção e história em cima do palco. Lembrou os shows de punk rock que gosto de ir. Rápido, direto e cheio de energia.

Que os caras sigam protestando e tocando. Fazem isso e tocam muito bem. Aliás, tocam bem para caralho!!! WE GOT TAKE THE POWER BACK!

Guerrilla Radio

Bombtrack

Insane in the Brain

Killing in the Name

domingo, 7 de maio de 2017

Sting - 06/05/2017

Em 2007, em uma viagem muito gostosa ao Rio de Janeiro, vi junto de vários amigos o show do The Police no Maracanã e foi sem sombra de dúvidas um dos melhores shows que vi na vida. Ao ver que haveria show do Sting em São Paulo tive muita vontade de ir por causa deste dia em 2007. Mas com tantos shows rolando e com R$ 300,00 o ingresso mais barato, pensei e repensei muito se deveria ir. E minha mulher, vendo essa dúvida, fez o que eu deveria ter feito: comprou os ingressos e me deu de presente de aniversário. Melhor presente da vida! Obrigado amor! :)

O setor que ela comprou foi o mesmo onde vimos os shows do James Taylor e do Elton John e como naquela fatídica noite a qualidade do som estava péssima, decidimos chegar com pelo menos uma hora de antecedência para conseguir bons lugares. Então vamos ao pré show, com uma novidade: nenhuma reclamação! rs

Estacionamos o carro pouco antes das 20 horas a três quarteirões do Allianz Parque, na rua, sem flanelinha, sem trânsito, sem caos. Começamos a descer a rua em direção ao estádio e estava tudo tão calmo que por um segundo me questionei se o show não seria no Morumbi. Mas não, estava tudo em paz e civilizado mesmo. Caminhamos tranquilamente até o nosso portão, entramos sem maiores problemas, subimos até as cadeiras e vimos que os melhores lugares já estavam tomados.

Marina, minha mulher, fazendo o que ela faz de melhor, organizou a bagunça. "Ei, tem um lugar aí? Vocês podem pular uma cadeira pro lado? Tem uma sobrando de cada lado e aí ficam duas para eu sentar com o meu marido. Obrigada." E assim sentamos na terceira fileira da arquibancada superior de frente para o palco. E ali entendi que aquele show seria diferente e tinha potencial para ser ótimo.

Uma casa de shows no Allianz Parque
O palco ao contrário do que geralmente acontece em shows em estádios não estava em uma extremidade do campo e sim no meio dele, virado para um lado das arquibancadas. No chão cadeiras divididas em setores e as arquibancadas inferiores e superiores viraram duas grandes platéias. Na falta de boas casas de show em São Paulo (as novas são pequenas, várias das antigas fecharam e das que restaram, nenhuma suporta um show deste porte), eles criaram um formato de casa de espetáculo em um estádio. Ficou grande o suficiente e intimista, mesmo sendo em um estádio de futebol.

Joe Sumner
Logo depois das 20 horas começou o primeiro show da noite e antes de falar sobre eles, queria dizer que até os shows de abertura foram fantásticos. Joe Sumner entrou no palco e cantou exatas 5 músicas, só ele e a guitarra. Em determinado momento falei para a Marina, "nossa, ele tem algo do Sting na voz, né?". Mal sabia eu, mané, que de fato o artista é filho do principal artista da noite. Ah, agora explicou muita coisa (só soube, pois o Sting chamou o seu filho no meio do seu show).

Joe Sumner acertou o tom da noite, com músicas calmas, interessantes, com melodias diferentes e um certo mix de ritmos e estilos. Na sua última música da noite, 'Jelly Bean' (tem vídeo abaixo), ele tocou acompanhado pela banda The Last Bandoleros e no último verso da noite, teve a ajuda mais que especial do seu pai, para delírio do público.


Sem parar, o The Last Bandoleros assumiu o palco com um mix de rock 'n roll clássico, country e ritmos latinos. A banda texana, acredito eu, tem alguma influência mexicana no seu som também. Elevando o tom um pouco em relação a apresentação anterior, a noite ficou mais animada. Duas guitarras, um baixo, bateria e uma sanfona (super bem tocada, diga-se de passagem) deram um toque diferente na noite e deixaram a expectativa alta para quem vinha a seguir, a estrela da noite.


Sting começou com 15 minutos de atraso em relação ao horário divulgado e começou exatamente com a mesma música que o The Police abriu seu show em 2017, 'Synchronicity II'. Seguiu com 'Spirits in the Material World' e emendou com 'Englishman in New York', virando o show para sua carreira solo. QUE INÍCIO SENHORAS E SENHORES! Já valeu até ali. Mas deixa eu falar o setlist todo para vocês sentirem o que foi esta noite:

1. Synchronicity II (The Police)
2. Spirits in the Material World (The Police)
3. Englishman in New York - tem vídeo
4. I Can't Stop Thinking About You
5. One Fine Day
6. She's Too Good for Me
7. I Hung My Head - tem vídeo
8. Fields of Gold
9. Petrol Head
10. Down, Down, Down
11. Shape of My Heart
12. Message in a Bottle (The Police)
13. Ashes to Ashes (David Bowie cantado pelo Joe Sumner)
14. 50,000
15. Walking on the Moon (The Police)
16. So Lonely (The Police) - tem vídeo
17. Desert Rose
18. Roxanne / Ain't no Sunshine (The Police / Bill Withers) - tem vídeo
19. Next to You (bis - The Police) - tem vídeo
20. Every Breath You Take (bis - The Police) - tem vídeo
21. Fragile (bis dedicado ao Cacique Raoni)

The Last Bandoleros
O que seu viu após as três músicas iniciais foi uma sequência de músicas da carreira solo do Sting, nem tão conhecidas pelo público, em alguns casos, mas com arranjos tão bonitos, tão elaborados, tão delicados, e que mesmo aquilo que você não conhecia, te hipnotizava. E uma coisa muito legal, a banda The Last Bandoleros participa ativamente do show como backing vocals (em alguns momentos dois deles, em outros todos), tocando sanfona, caixa, meia lua. Enfim, eles não só abrem, como somam nos belíssimos arranjos de toda a banda. Palmas para os caras.

Em determinado momento a produção coloca mais um microfone no palco. Sting convida seu filho para entrar e ele começa a cantar e tocar 'Ashes to Ashes' do David Bowie. A boca aberta já não fecha mais de admiração por esta noite incrível.

Sting termina a apresentação do filho com '50.000' e emenda 'Walking on the Moon' em uma sequência que mesmo que eu quisesse gravar todas as músicas para registrar aqui no blog, não poderia. Acabava, ele já subia a contagem, (1, 2, 3 e 4) e começava mais uma. 'Desert Rose' foi uma das coisas mais lindas que aconteceram esta noite, mas ainda tinha 'Roxanne' para delírio do público, com 'Ain't no Sunshine' no meio, só para deixar aquilo que já é lindo, mais espetacular ainda.

Sting e sua banda no palco, incluindo todos do
The Last Bandoleros
Eles se despedem, mas ok, a gente já sabe que tem bis. 'Next to You' vem dar aquela refrescada e subida no ânimo para terminar em alto astral. E quando eu comento com a Marina "tá faltando 'Every Breath You Take'", os primeiros acordem soam na guitarra. Êxtase no estádio todo!

Ok, agora acabou. Todos aplaudindo de pé e a Marina diz "eu não quero que acabe". Ele volta ao palco, ufa! Uma versão de 'Fragile' tocada com maestria por Sting no violão dedicada ao seu amigo Cacique Raoni. Linda de se ouvir e ver! Poucos artistas conseguem terminar um show lindo desse com uma música tão delicada, em vez do seu hit de maior sucesso ou o sucesso mais dançante. Mas foi um lindo fim. Mais ainda quando o próprio Cacique Raoni é levado ao palco de surpresa, emocionando ao próprio Sting que se despedia do público.

E assim, juntos, Sting e Raoni fechavam uma noite histórica, memorável, onde tudo deu certo.

Essa noite me fez agradecer pelo privilégio de ver um artista como o Sting em um espetáculo como este. Me fez ver que existem artistas que estão de fato um degrau acima, seja pelo que construíram ao longo da carreira, mas no caso do Sting também pelo que ele faz ainda hoje. Aos 66 anos, demonstra uma forma impecável, mas o mais importante, ainda toca como poucos e canta como quase ninguém. Atinge notas tão altas como aos seus 20 e poucos anos, sem desafinar um tom. É verdade paga-se caro pelo seu show, mas ele devolve tudo com seu espetáculo.

Sting
Outra reflexão que faço é como o The Police foi uma banda foda! Sting no baixo e vocais, Andy Summers na guitarra e Stewart Copeland na bateria (diga-se de passagem, um dos bateristas mais fodas que já vi tocar ao vivo) fazem um som tão cheio e tão perfeito com só três pessoas no palco, que são dignos de muitos aplausos. Sting tinha ontem no palco, na formação mais simples da banda, 6 pessoas no palco (ele com baixo e vocais, duas guitarras, dois backing vocals e uma bateria) para reproduzir em algumas músicas o que o Police fazia apenas com três. Palmas para todos! Que artistas! Que noite!!!

A saída, a volta até o carro e até o pernil na saída, tudo na maior paz. E como não poderia deixar de ser, termino este post com diversos vídeos do principal show da noite. Alguns apenas parciais, pois eu queria colocar tudo aqui, mas mais que isso, eu também queria curtir o show.

Englishman in New York

I Hung My Head

So Lonely

Roxanne

Next to You

Every Breath You Take