sexta-feira, 30 de março de 2012

Joe Cocker - 29/03/2012

Joe Cocker é um monstro da música! Disso sabemos... Eu esperava muito do show? Não muito... Alguns clássicos, mas será que o show dele presta depois de tantos anos? Minha opinião: PRESTA E MUITO! Mesclando os hits, as músicas swingadas e os clássicos românticos (sim, os românticos também tem vez no show dele), Joe Cocker fez exata uma hora e meia de show e valeu muito.

Eu reforço cada vez mais minha simpatia pelo Via Funchal. Estacionamento fácil (mesmo caro - R$ 20,00 por carro - mas que não chega aos R$ 30/50 e até R$ 80,00 que pedem para estacionar na rua em outras casas de show), entrada fácil, compra de bebida sem confusão e os degraus para ver o show com mais conforto (muito válido para os baixinhos como eu). E não menos importante, muito respeito ao público com shows que começam na hora marcada.

O show na sua introdução, Otavio (amigo, advogado, blueseiro e companhia deste show) me pergunta: será que ele começa com 'Feelin Alright'? Eu pensei comigo, "acho que será a segunda música". Começa o show... E o setlist foi:

1) Hitchcock Railway
2) Feelin' Alright (cover do Traffic)
3) The Letter (cover do The Box Tops)
4) When The Night Comes
5) Up Where We Belong
6) You Are So Beautiful (cover do Billy Preston)
7) Hard Knocks
8) Come Together (cover dos Beatles)
9) You Can Leave Your Hat On (cover do Randy Newman)
10) Unchain My Heart (cover do Ray Charles)
11) With a Little Help from My Friends (cover dos Beatles)
12) Shelter Me (bis 1)
13) She Came in Through the Bathroom Window (cover dos Beatles) (bis 1)
14) Cry Me a River (cover da Ella Fitzgerald) (bis 1)
15) High Time We Went (bis 2)
16) Long as I Can See the Light (bis 2)

Show começa só no swing com 'Hitchcock Railway'. Sentimos ao que viemos com swing e tivemos a primeira visão da diva do show, a baixista (que não consegui achar o nome). A segunda música mostra como eu tava certo e como eu sou mirim. 'Feelin Alright' começou e eu pensei comigo, "hmmm, eu estava certo". Mas aí veio o lance mais mirim desde a criação deste blog: saquei a câmera rapidamente, peguei a música ainda no comecinho e comecei a gravar. E sem bateria, a máquina cortou a gravação no meio e me deixou bem puto (tá aprendido e acredito que não cometerei tal erro novamente). Fato é que peço já desculpas por não ter o vídeo completo abaixo e nem fotos com a qualidade que deveriam, mas filmei mais da metade da música e consegui curtir também um pouco a música. E eu adoro essa música: pela música, pelos trejeitos do Joe Cocker cantando essa música que sempre são hilários e por me lembrar de uma passagem do Saturday Night Live em que o John Belushi sacaneia estes mesmos trejeitos (veja aqui, mas não deixe de ver. Obrigado Otavio por me apresentar esse quadro).

O show continua e entramos na parte romântica da balada. 'Up Where We Belong' e 'You Are So Beautiful' fizeram todo mundo cantar junto, os casais se pegarem horrores, deixaram o Otavio chateado pelo fato de sua esposa não ter ido e eu me sentindo um peixe fora d'água. Mas incrível ambas interpretações! Principalmente de 'Up Where We Belong' na minha opinião, pois não ouvia essa música há muito tempo. Muito bom voltar a ouví-la desta maneira.

De repente uma surpresa, pelo menos pra mim, com o primeiro de 3 covers dos Beatles, com 'Come Together'. Todo mundo junto! Na sequência 'You Can Leave Your Hat On' e a mulherada toda simulando que iria tirar a roupa (poderia dizer que esta foi a melhor parte do show, mas ficou no TOP 3). CLÁSSICO! Impressionante como a música remete logo ao ato de tirar a roupa de maneira provocante. Rs

Vem 'Unchain My Heart', seguramente o hit mais pop dele! E neste momento estou lembrando do show do Stevie Wonder, recordando como um show pode ser bom por mandar uma poderosa sequência de músicas incríveis. E mais uma vez um monstro da música estava me proporcionando isso. Mas o show só termina quando acaba e esse nunca acabaria sem 'With a Little Help From My Friends'! Clássico dos Beatles. Clássico na voz de Joe Cocker que não fez apenas uma versão, mas sim reinventou a música, dando ela vida própria e polêmicas a parte, quem sabe muito melhor que a versão original (para mim sim, melhor que a versão original).

Nesta música deu para ouvir a banda toda! Completa! As backing vocals! O baixo da diva do show! E a potência da voz do mestre, que cada vez que arranhava aquela garganta, levava o público todo ao delírio com aplausos no meio das músicas.

O show seguiu com dois bis, mais um cover dos Beatles, mas vamos combinar que se tivesse terminado antes do bis, iríamos achar pouco, mas nossas almas estariam saciadas por ouvir as interpretações tão bem realizadas por ele, Joe Cocker! Valeu! E mais uma vez fui muito bem surpreendido por um show. Que assim siga sendo!

Tá aí o vídeo incompleto de 'Feelin Alright' e por isso peço desculpas mais uma vez! Não voltará a se repetir! E que venha o Lollapalooza.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Morrissey - 11/03/2012

Na boa, eu não queria ter de escrever sobre este show. Eu de fato acredito que nada que eu escreva fará justiça ao fato de ter visto o Morrissey ao vivo. Sim, eu sou fã do Smiths e nem conheço muito da carreira solo do cara, mas ele é FODA! Lenda viva! Responsável por cantar grande parte dos hits que ouvia nas rádios na minha infância (sim, para a maioria dos fãs ele fez parte da adolescência e no meu caso foi da infância mesmo). Me preparei seriamente para chorar durante o show, o que acabou não acontecendo, pois na primeira música que me deu vontade, eu estava filmando para o blog! RA! Depois deu para tirar tudo de letra.

Começamos pelo local do show: Espaço das Américas. Me pergunto até quando vão organizar shows em locais sem estrutura para recebê-los. Indicações deveriam ter sido dadas para que as pessoas pudessem ir de metrô (que fica em frente do local), mas isso não foi feito. Resultado (agravado pela chuva que caiu antes do show começar): não havia vagas suficientes para carros, muita gente estacionando em local proibido (eu incluso), fila debaixo de chuva para retirar ingressos e uma fila gigantesca para entrar no local. Quem não está acostumado para passar perrengue, se irritou. Como eu já estou, levei na boa, mas continuo achando um desrespeito com quem paga preços tão altos para ver estes shows.

Depois da longa fila e da Laura ter chegado no exato momento em que entrávamos (também acompanharam este show Ed e Roger, que já haviam presenciado o show do Sisters of Mercy no dia anterior, Keka, a prima e Marina, a gaúcha), adentramos o Espaço das Américas. A primeira impressão do lugar foi muito boa: grande, bem amplo e bem arrumado. Expectativa de um bom show! Mas deixa eu falar logo dos problemas, para depois focar no que importa. O local é grande e isso significa que fica lotado de gente até o fundo. Como o teto do local não é dos mais altos, o palco ficou baixo e quem estava no fundo não via nada (pelo menos não aqueles com menos de 1,70 como eu). Mas tem telão, né? Não... Nenhum dos dois telões laterais instalados funcionou. Somando-se a isso o som que poderia estar um tanto mais alto (mas bem equalizado), acabamos de listar os problemas da noite. De volta ao que importa: Morrissey.

21 horas em ponto o show começa. A cortina cai, a banda e ELE entram! CARALHO, O MORRISSEY TÁ LOGO ALI NA FRENTE (alguns pulinhos para conseguir ver o cara)! E começou a primeira música. Setlist:

1) First of the Gang to Die
2) You Have Killed Me
3) Black Cloud
4) When Last I Spoke to Carol
5) Alma Matters
6) Still Ill (The Smiths)
7) Everyday Is Like Sunday
8) Speedway
9) You're The One For Me, Fatty
10) I Will See You In Far-Off Places
11) Meat is Murder (The Smiths)
12) Ouija Board, Ouija Board
13) I Know It's Over (The Smiths)
14) Let Me Kiss You
15) There Is A Light That Never Goes Out (The Smiths)
16) I'm Throwing My Arms Around Paris
17) Please, Please, Please Let Me Get What I Want
18) How Soon Is Now? (The Smiths)
19) One Day Goodbye Will Be Farewell

Ok. Começou. Claro, músicas da carreira solo! Bom, muito bom! Conhecia? Não. Curti? Muito! Já que não dá para ver o Morrissey direito mesmo: fecha o olho, sente o som, dança e viaja! Aí vem a primeira música do Smiths. Muito bom, mas ele manda na sequência 'Everyday Is Like Sunday'. Tinha acordado no dia do show e a primeira música que me veio a cabeça foi essa. Quando começou a tocar, eu já estava filmando (como poderão ver abaixo). Quando percebi que música era, fiquei na dúvida: choro, continuo filmando, paro, aproveito? Engoli o choro, concentrei na gravação e filmei, afinal eu precisava ter pelo menos um vídeo de uma música fodassa (ou poderia ser fodaça?) do cara. E foi animal filmar aquela música (até porque eu via o Morrissey melhor pela tela da câmera do que a olho nu), dançar, cantar e se arrepiar com todo mundo se esgoelando junto.

Show continua e chegamos a outro momento daqueles. 'Meat is Murder'? Para o Morrissey sim! Para a Marina, a gaúcha, que trabalha vendendo milhões de frangos, perus e suínos, não! Então enquanto ele pregava, a Marina se revoltava e o telão atrás do palco passava imagens de bichinhos sendo mortos, degolados, trucidados, eu fechei meus olhos e aproveitei o som um tanto psicodélico que estava sendo tocado ali. Ao meu lado eu percebia o silêncio da galera chocada olhando para as imagens do telão (curto o Morrissey, mas eu sou carnívoro e preferi nem olhar pro telão para continuar assim. E em homenagem a este momento, após o show mandamos o tradicional hambúrguer pós show na Hamburgueria do Sujinho: sanduba ok e atendimento mais ou menos. Depois tenho de voltar para dar uma segunda chance ao local). Entrei em alfa... Fiquei dançando, acompanhando a banda toda, cada instrumento e aproveitando o silêncio das pessoas ao meu redor (exceção da Marina, que continuava puta porque não é assim que os frangos morrem, segundo ela).

Segue o show. Passamos por 'I Know It's Over'. E de repente ele diz que estamos íntimos. Estamos? Então manda aquela que todo mundo quer ouvir vai! 'There Is a Light That Never Goes Out'. Perdoa aí, mas PUTA QUE O PARIU!!! Arrepios a parte, bora todo mundo morrer junto ouvindo essa música! Vontade de chorar, gritar, se esgoelar junto com ele cantando a música pelo menos umas 25 vezes seguidas no mínimo! E eu que já tinha sido informado que o show do Rio havia tido exata uma hora e meia já estava desesperado porque em pouco tempo aquilo tudo acabaria.

E aí veio o momento sublime. Minha música favorita do Smiths sendo tocada ao vivo, na minha frente: 'How Soon is Now?'. A mais animada? Não. A mais impactante pra mim? Sim! Acho essa música tão foda, que foda é pouco para ser o melhor adjetivo para ela. "I'm human and I need to be loved, Just like everybody else does"! Veio o bis e acabou! Acabou! Mais! Quero mais! Uma hora e meia é pouco! Eu não conhecia quase nada da carreira solo dele, que foi a maior parte do show e queria mais!

Saímos todos comentando. Uns mais impressionados que outros. Mas todos satisfeitos pelo que vimos! Porque afinal de contas, a gente viu o Morrissey ao vivo! Volta cara! Mais um! E se quiser fazer um show só tocando Smiths ou voltar com os caras, eu vou ver de novo, viu? Fica tranquilo, que garanto que vai encher a casa! FODA! FODA! FODA!

E para deixar aquele gostinho de quero mais, está aí o vídeo de 'Everyday Is Like Sunday'. Eu já vi um montão de vezes e seguramente verei mais algumas tantas...

The Sisters of Mercy - 10/03/2012

Tudo bem que este não foi o primeiro show do ano, mas neste show deu para sentir que voltamos aos shows em 2012! E o show de número de 173 que ficou em stand by muito tempo foi confirmado quando soube que o grande Ed (esse sim!) de Brasília viria para São Paulo para o show do dia 11/03/2012 (desse eu falo no próximo post) e que por isso ia aproveitar para ver o Sisters of Mercy dia 10. Logo, se eu não tinha certeza se ia, assim que voltei para São Paulo, fui no Via Funchal comprar o ingresso (quando garanti já também ingresso pro show do Joe Cocker).

Mas enfim, Sisters of Mercy! Confesso, nunca fui e ainda não sou um grande conhecedor. Mas o pouco que conheço eu curto e como sou meio curioso, estava animado para o show. Banda inglesa de rock gótico formada em 1980, clássico não faltava para a banda. Mas na opinião geral e inclusive na minha, que se conheço pouco, o pouco que conheço são clássicos, faltaram muitos clássicos no setlist, que foi:

1) Kiss the Carpet
2) Ribbons
3) Doctor Jeep / Detonation Boulevard
4) Crash and Burn
5) Alice
6) Amphetamine Logic
7) Arms
8) Dominion / Mother Russia
9) Summer
10) On the Wire
11) Gift That Shines (cover do Red Lorry Yellow Lorry)
12) First and Last and Always
13) This Corrosion
14) Pipeline (cover do The Chantays)
15) More
16) Flood II
17) Something Fast (bis 1)
18) Lucretia My Reflection (bis 1)
19) Rain From Heaven (bis 2)
20) Temple of Love (bis 2)
21) Vision Thing (bis 2)

Então lá fomos nós: eu, Ed e Roger (baterista da banda do meu cunhado e o mais novo brother viciado em shows que conheci. Chegando lá ainda encontrei o Rodrigo, roqueiro que conheci há pouco tempo e que me fez companhia durante o show). E eu, na minha santa inocência achando que nada começaria na hora saí atrasado de casa e quando entramos, a banda já estava terminando a primeira música (afinal de contas, nenhuma delas é muito longa mesmo).

Visual irado! Palco escuro, poucas luzes coloridas e muita fumaça. A sombra do vocal e das duas guitarras estava fácil de ver. Do DJ (com seus três Apple na mesa) não dava para ver muita coisa. Tirando isso, o show teve alguns sérios problemas: além do repertório fraco que citei anteriormente (que levou a pouquíssimos momentos de vibração por partes das figurinhas estranhas que circulam em um show desses. Preconceitos a parte, ver os trajes góticos da platéia é sempre uma diversão), o show em si foi morno. Atrapalhou ainda mais a péssima equalização do som (eu na pista normal e o Ed e o Roger na pista premium passamos o show todo sem ouvir direito o vocal... Salvo nos momentos em que o vocal eram gritos).

Fora isso, as músicas muito bem tocadas, quase sem intervalo entre uma e outra. Guitarras distorcidas no talo e os backing vocals mandando muito (pena que mais altos que o próprio vocal). E assim fomos até o fim do show: de olho no palco com visual incrível, sendo atingido por aquela pancada de som, mas sem empolgar muito.

Mas para dizer que não empolgou nada, abaixo o vídeo da banda tocando 'Amphetamine Logic'.

PS: o hambúrguer pós show foi na Lanchonete da Cidade, já que o Butcher's Market insiste em encerrar a cozinha a meia-noite (e o sanduíche ingerido foi o Cooper. Amarelinho pelo Ed. Tropicalia pelo Roger).