terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Circuito Banco do Brasil - 14/12/2013

Entrada do Circuito Banco do Brasil
Os dois festivais anteriores a este foram feitos exatamente no mesmo local do Circuito Banco do Brasil: Campo de Marte, São Paulo. Mesmo local, semanas de diferença e uma organização infinitamente melhor! Claro que pode ter tido menos gente e pelo fato do festival ser maior (em espaço e em duração), pode ter dispersado as pessoas.

Fato é, este festival, ao contrário dos outros dois, não teve fila de bar e não teve fila de caixa. O som continuou bom e apesar de terem fechado o espaço com grama, o espaço estava bastante confortável. Continuo apenas sem entender como permitem um festival num aeroporto em funcionamento, mas ok.

Em relação a pontos negativos, não entendi existirem dois palcos, sendo que o palco secundário mal foi usado. Péssimo neste sentido, fazendo o público esperar entre 2 shows (apesar de terem atrasado super pouco). E a única grande falha do festival se deu justamente por isso, pois por conta do pequeno atraso no início do show do Criolo no palco secundário, sua última música atropelou o show do Stevie Wonder.

Dia lindo para um festival
A culpa não foi do Criolo (como afirmado por um jornal). Era sua última música e este até pediu desculpas no final. Não foi culpa do Stevie Wonder, que entrou na hora exata e malandro, enrolou com um discurso até acabar o show do Criolo. Falha foi da organização que deixou a coisa encavalar. Mas tirando uns 5 minutos de pânico, todo o resto foi sucesso.

Além disso, nenhum dos festivais disponibilizou um estacionamento do festival. E os estacionamentos de rua, cobrando R$ 50,00 para parar. Achei um que cobra R$ 12,00 e não altera seu preço por conta dos festivais. Estão de parabéns! Além disso, metrô perto para ir e voltar. Me parece até aqui um dos melhores locais de show de São Paulo.

O principal problema foi ter esquecido minha máquina e ter registrado todo o show com celulares. Por isso, já peço desculpas pela falta de closes e fotos melhores.

O Circuito Banco do Brasil foi uma surpresa em 2013. Surgiu do nada, mas levando um festival de grandes proporções, associado a uma competição de skates e grandes shows para várias cidades do Brasil. Em São Paulo, por grande sorte, tivemos o prazer de presenciar Stevie Wonder, junto com outros artistas. Então, vamos a isso!

Capital Inicial
Dinho Ouro Preto e sua recusa em envelhecer
Chegamos um pouco mais tarde e perdemos algumas atrações iniciais, mas eu, criado em Brasília, queria ver uma das maiores bandas da cidade. E que decepção! Além de uma banda velha e que parece ter medo de envelhecer, a postura e o discurso da banda já não pegam mais.

O Fê Lemos tocando uma bateria que não evolui, com uma batida que destoa de toda a banda e viradas esteticamente horríveis. Dinho desafinando até na conversa com o público. Músicos contratados que parecem viver ainda nos anos 80, assim como o resto da banda. Yves Passarell se preocupa mais em fazer pose do que encher o som, excessivamente complementado por um teclado.

Enfim, show de horror! Eles tem um repertório espetacular (apesar dos crimes mais recentes, na minha opinião!) e tocam uma música do Raimundos (uma das adolescentes ainda por cima). Enfim, achei a apresentação desconexa do início ao fim.

Vendo o o documentário "Rock Brasiília - A Era de Ouro" é possível dar um maior respeito para a banda e a sua volta, mas na minha humilde opinião, eles estão conseguindo jogar tudo fora em cima dos palcos.

O setlist foi:

1. O Bem, O Mal e o Indiferente 
2. Depois da Meia Noite 
3. À Sua Maneira 
4. Fátima 
5. Como Devia Estar 
6. O Lado Escuro da Lua 
7. O Cristo Redentor 
8. Natasha 
9. Mulher de Fases (cover do Raimundos) (tem vídeo)
10. Independência 
11. Quatro Vezes Você 
12. Veraneio Vascaína (tem vídeo)
13. Música Urbana

E ficam dois vídeos para provar isso tudo.

- Mulher de Fases

- Veraneio Vascaína


Paralamas do Sucesso
O trio dos Paralamas do Sucesso
E de um show pro outro, prova-se que tempo não necessariamente faz mal. Os Paralamas do Sucesso, com um vocalista que sempre foi desafinado, que teve sua voz amplamente prejudicada após o acidente que o deixou paraplégico, fez um show ESPETACULAR!

Só música boa, alto astral, pouco discurso e bastante rock and roll típico da banda. E TOME CLÁSSICO! Foi show para dançar do início ao fim. Parece estranho, escrever tantas linhas para falar mal do show anterior e não ter muito o que falar deste show, mas foi bom demais! Simplesmente isso!

Bi Ribeiro com sua participação sempre discreta e João Barone com sua bateria sempre precisa rápida. Fora isso, 3 músicos contratados (o tecladista já tradicional e 2 metais), juntando 6 pessoas e um baita de um som.

O setlist foi:

1. Alagados 
2. Patrulha Noturna 
3. Cinema Mudo 
4. Ska 
5. Cuide Bem do Seu Amor 
6. Meu Erro 
7. Óculos 
8. Lanterna dos Afogados 
9. Ela Disse Adeus (tem vídeo)
10. Você (cover do Tim Maia)
11. A Novidade 
12. Melô do Marinheiro
13. Uma Brasileira 
14. O Beco 
15. Lourinha Bombril
16. Aonde Quer Que Eu Vá 
17. Vital e Sua Moto (tem vídeo)
18. Que País É Esse? (cover do Legião Urbana)

Tem noção de quantos clássicos foram tocados? Desde 'Alagados' até 'Ska' foi uma explosão só. A sequência 'Meu Erro' e 'Óculos' lembrou as festinhas de escola. E o encerramento com 'Vital e Sua Moto'  e 'Que País É Esse' foi brilhante! Enfim, só felicidade!

E seguem os vídeos!

- Ela Disse Adeus

- Vital e Sua Moto


Jason Mraz
Jason Mraz
De verdade não tenho muito o que dizer sobre este show. Não conhecia muito do trabalho dele e confesso que continuo conhecendo pouco. E o que eu ouvi, não me agradou muito.

Achei algumas músicas legais, mas falta algo! Se propõe a ser swingado, mas falta mais veneno na música. Ele enquanto artista é meio sem sal. Nas baladas românticas ele se sai melhor, mas um show só de balada romântico é para se ver sentado e não em um festival.

Enfim, o que se ouvia era mais o bate papo das pessoas em volta. Mas tinha muita gente lá que conhecia tudo, logo, o cara tem uma base de fãs e essa fica sendo só a minha opinião.

O setlist foi:

1. The Freedom Song 
2. The Remedy (I Won't Worry) 
3. Butterfly 
4. 3 Things 
5. Good Old Daze 
6. Lucky 
7. Make It Mine / Live High 
8. El Whackness 
9. Only Human 
10. The Woman I Love 
11. I Won't Give Up (tem vídeo)
12. 93 Million Miles 
13. I'm Yours 

Valeu por ouvir ao vivo e gravar 'I Won't Give Up', música que minha namorada tanto se emociona quando ouve.


Criolo
Criolo no palco
Um artista de quem eu só conhecia uma música, 'Bogotá', e que eu achava que fazia um trabalho com rap e mais ritmos nacionais e umas misturas legais. Mas não foi isso que vi e ouvi. É rap, como todo rap nacional: forte em rima e protesto, mas musicalmente ainda meio pobre na minha opinião.

Fiz questão de ver o show todo e achei ok. Nada de muito diferente do que já ouvi de rap nacional. E acho engraçado a "burguesia" cantando música (nem todas, claro!) contra ela mesma (tipo o maconheiro que acha o filme Tropa de Elite super legal!).

Mas o cara tá estourado por aqui, é reconhecido, tem uma base de fãs enorme e crescendo. Espero que o som dele possa crescer junto. Porque de fato 'Bogotá' é uma música muito boa e o Brasil poderia usar mais disso.

Como ponto positivo fica a postura dele no palco, parecendo que está recebendo algum espírito. Enfim, entra mesmo no clima da apresentação, levando a platéia com ele.

Ficou chato o som estourando nas caixas do palco e o incidente com o Stevie Wonder já narrado, mas apenas reafirmando, que o Criolo não teve culpa e foi muito bem ao pedir desculpas ao público.

No vídeo você pode ver duas coisas bem: ele incorporando e o som estourando enquanto ele canta 'Grajauex'!


Stevie Wonder
Assim como no show que eu vi dele no Rock in Rio, duas coisas impressionam demais no Stevie Wonder: a banda ser tão azeitada e a sequência matadora de clássicos que ele manda. É indescritível, pois são músicas conhecidas por todos há anos, mostrando que música boa não tem idade mesmo.

O setlist foi:

1. How Sweet It Is (To Be Loved by You) (cover do Marvin Gaye)
2. Master Blaster (Jammin') 
3. As If You Read My Mind 
4. Higher Ground 
5. The Way You Make Me Feel (cover do Michael Jackson) (tem vídeo)
6. Keep Our Love Alive 
7. Overjoyed (tem vídeo)
8. Ribbon in the Sky 
9. Don't You Worry 'bout a Thing (tem vídeo)
10. Living for the City / Love's in Need of Love Today 
11. You Are the Sunshine of My Life (tem vídeo) 
12. The Christmas Song (cover do The Nat King Cole Trio)
13. Isn't She Lovely (tem vídeo) 
14. My Cherie Amour 
15. I Just Called to Say I Love You (tem vídeo)
16. Signed, Sealed, Delivered (I'm Yours) / Do I Do 
17. Sir Duke 
18. Superstition

Stevie Wonder tocando e cantando
Soma-se a malandragem do Stevie Wonder em começar o show na hora certa (enrolando até o som do show do Criolo parar de interferir), com sua facilidade em reger o público, com o controle com o qual ele para a música na hora que ele quer, começa outra e a banda o segue com uma naturalidade indescritível e com o seu carisma, e tem-se um show espetacular, cheio de clássicos e com um público cantando junto e emocionado em alguns momentos.

O show do Rock in Rio foi melhor, mais longo e com maior interação do público. Mas o cara me colocou para dançar e cantar junto de novo, músicas que nunca ficam antigas. Emoção pura! E de verdade, posso assistir mais uns tantos shows dele em enjoar.

Que venham muitos outros. E enquanto isso, se no Rock in Rio não gravei nada, pois não dava, nesse tem vídeos de duas músicas inteiras e trechos de vários outras. Deixo que os vídeos mostrem este show de uma forma melhor que as minhas palavras o fariam. Aproveitem!

- The Way You Make Me Feel


- Overjoyed


- Don't You Worry 'bout a Thing (trecho)


- You Are the Sunshine of My Life (trecho e desculpa pela minha voz desafinada no início)


- Isn't She Lovely (trecho)


- I Just Called to Say I Love You (trecho)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Mayer Hawthorne - 12/12/2013

Mayer Hawthorne
Eu nunca tinha ouvido Mayer Hawthorne e nem fui eu quem quis ir ao show dele. Este show foi um pedido da namorada, Marina, e depois de alguma dúvida financeira sobre a compra ou não, compramos os ingressos. Uma quinta-feira a noite, no Cine Jóia. Eu vou a tanto show que gosto e ela tem me acompanhando quase sempre, mesmo nem sempre curtindo o som, que topei acompanhá-la nesse. E o que posso adiantar é que não me arrependi. Muito pelo contrário!

Uma enorme falha para este que tanto gosta de shows era não conhecer ainda o Cine Jóia. Claro, que por lá passa uma cena musical da qual talvez eu não faça parte tanto assim, mas eu gostei da estrutura interna da casa e da lotação máxima que a casa permite. Bem legal!

Única crítica da noite: o som do show não estava legal. Nunca tinha visto show lá antes. Não sei se pelo fato do palco ser alto, do teto ser altíssimo, de ter um segundo andar e o som ficar prejudicado para quem está perto do teto do andar de cima, mas fato é: os graves estavam bem claros, mas a voz e a guitarra não estavam tão claras assim. Tanto que estava complicado entender o que o Mayer Hawthorne dizia. A gente ouvia, mas parecia distante, embolado. Espero que tenha sido algo específico deste show.

De resto, foi só alegria! Começando com um "elegante" atraso de 1 hora, o show começou com uma sequência matadora de músicas animadas, num estilo meio "The Roots", praticamente sem pausas entre uma música e outra. Para quem não conhecia nada, deu para dançar bastante.

O setlist foi:

1. Physicality 
2. Back Seat Lover 
3. A Long Time 
4. Henny & Gingerale 
Mayer Hawthorne
5. Designer Drug 
6. No Strings 
7. The Innocent 
8. Green Eyed Love (vídeo no fim do post)
9. Allie Jones 
10. Crime 
11. Get To Know You 
12. I Wish It Would Rain 
13. The Stars Are Ours 
14. Corsican Rose 
15. Her Favorite Song 
16. I Can't Go For That (cover do Hall & Oates) (vídeo no fim do post)
17. The Walk (vídeo no fim do post)
18. Wine Glass Woman 
19. Where Does This Door Go 
20. The Ills 
21. Maybe So, Maybe No (bis)
22. Your Easy Lovin' Ain't Pleasin' Nothin (bis)

Mayer Hawthorne
Junto com a sequência inicial de músicas bem animadas, vieram também todas as coreografias, dancinhas. É divertido, pois lembra muito algo americano (o que é!), mas bem dos anos 80 (o que eu adoro), musical e esteticamente. Dancinhas que nos dão vergonha, figurino engraçado (apesar do dele estar bem simples) e coreografias meio desengonçadas. Mas tudo cabe perfeitamente no show, inclusive a bebida que ele recebe estrategicamente no início da música 'Henny & Gingerale', que dá a deixa da música.

Para completar a performance, durante o show o cara toca pandeiro, batuca na bateria e toca guitarra em algumas músicas. Resumindo, o cara é um showman. Promove um pacote completo de entretenimento.

Algumas baladas no meio do repertório e um cover, que é aquilo que você pode chamar de encaixe perfeito para um artista. Confesso que me amarro em 'I Can't Go for That' do Hall & Oates, mas a versão do Mayer Hawthorne faz parecer que foi ele quem compôs a música, do tanto que ele parece ter vindo daquela época. E casa perfeitamente com 'The Walk', música que ele junta no seu único cover (ou versão) de todo o show.

O bis, pelo visto, foi de clássicos dele. Pra mim, só músicas novas. Mas muito boas! Última dançadinha, já mais perto da porta, afinal é uma quinta-feira. Na saída, posters do show para quem quiser.

Ótima casa, ótimo show, ótimo serviço e surpresa na saída! Bacana, né? Foi o tanto que gostei do show do Mayer Hawthorne.

E os já tradicionais vídeos:

- Green Eyed Love


- I Can't Go For That / The Walk

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Desilusão...

Dia de afins...

Hoje acordei menos esperançoso com o nosso país. São dados negativos vindo de todos os setores vitais do Brasil, discussões sobre política com tantos argumentos como uma discussão sobre paixão futebolística, futebol sendo decidindo no tepetão de novo, entre muitas outras coisas. O sentimento que tenho é que não se pode confiar em ninguém e nem em nenhuma instituição. A cidade de São Paulo cada vez mais caótica e um futuro cada vez mais complicado. E eu tentando ser um cidadão correto (veja bem, eu disse tentando!).

Mas por que estou me sentindo assim? Pensei, revirei e percebi que a internet é responsável por boa parte deste sentimento. Um território onde vale tudo. São toneladas de informações, notícias, sendo que cada um posta aquilo que mais lhe convém, que justifique seu ponto de vista (para defender ou atacar). São milhões de opiniões, sendo algumas razoáveis, mas muitas carregadas de raiva e incompreensão. E percebo também uma dose carregada de pessimismo em quase tudo que leio. As redes sociais deixaram de ser entretenimento, mas sim uma fonte bem grande de reclamações e acusações.

Ontem, passando pelo Facebook vejo um texto do jornalista e blogueiro Rica Perrone (com quem nem sempre concordo, que fique claro!), sem compreender o porquê de tantas críticas e ameaças por causa de um post dele, isto é, uma opinião própria. Uma parte do texto me chamou atenção: "Ainda não descobri se a internet nos revelou que vivemos numa socidade imbecil ou se ela ficou imbecil com a internet."

Pensei bastante nisso... Lembrei do filme Rede Social, onde o personagem que representa nosso querido Zuckerberg diz que seu objetivo era transportar a experiência que temos em sociedade para o computador, para o mundo digital (ou algo assim...).

Minha conclusão é que a internet liberou a imbecilidade existente dentro de cada um de nós, mas sim, ela já existia. A raiva e a estupidez existem na nossa sociedade real também. Mas pessoalmente, ainda existe algum bom senso (mesmo que cada vez mais escasso na vida real também) e regras de convivência. Na internet não.

Nas redes sociais existe um escudo: o computador ou celular ou tablet. Sendo assim, as pessoas se sentem livres para falar o que de fato pensam. E na boa? Dá uma preguiça... Dá saudades de ter conversas onde as pessoas respeitam diferentes pontos de vista e regada a uma cerveja gelada.

Chegou um momento de um novo aprendizado: aprender a tirar só aquilo que há de melhor da internet. Aproveitar este vasto campo de opiniões, para embasar a sua própria e levar isso para uma mesa de bar. E não absorver toda essa paixão e pessimismo que lá são derramados. Inveja daqueles que já conseguem pensar e agir assim...

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Summer Break Festival - 07/12/13

O Summer Break Festival começou a ser anunciado antes mesmo de ser formalizado pelo rádio 89 FM de São Paulo, pelo fato da banda de um dos DJ's da rádio estar no lineup. E causou algum alvoroço, pois foi anunciado que o Dave Matthews Band voltaria a tocar por aqui.

Fato é, assim que foi anunciado formalmente o festival, coloquei tudo aqui no blog e foi umas publicações com maior audiência disso aqui que faço pra mim e para os poucos interessados naquilo que escrevo. Assim que começou a vender, comprei dois ingressos: um pra mim e uma pra minha namorada. Convencemos os amigos a comprar e estávamos animados com um grupo bom de amigos que curtiria esta noite juntos.


Depois de algumas decepções com a organização do Planeta Terra (veja aqui!) feita também pela Time For Fun, a produtora me deixou ainda mais irritado pela falta de respeito com o público e por aquilo que acredito ser falta de competência. Provavelmente fizeram um plano, começaram a vender e tomaram um susto tão grande, que resolveram baratear o preço do ingresso. Relato a minha experiência: comprei dois ingressos e paguei R$ 504,00 (uma inteira e uma meia para a minha namorada, usada com carteirinha real, apesar de ninguém conferir na entrada). A meia especificamente custou R$ 140,00 e isso soma-se ainda a taxa de conveniência (conveniente pra quem?). Semana passada, dias antes do festival, um amigo pediu que eu comprasse um ingresso para ele também, outra meia. Paguei R$ 120,00, já inclusa a taxa de conveniência.

Vocalista do SOJA com O Rappa
Como é que é? Eu, que sou fã, corri para comprar o ingresso e garantir meu lugar e pago mais caro. No desespero a produtora baixa o preço e não dá satisfação alguma a quem já comprou? Acho falta de respeito, pois acho que eu deveria receber o que paguei a mais pelo ingresso. Incompetência, pois este tipo de atitude mancha a reputação do festival e mostra que o planejamento de venda versus o preço do ingresso, feito pela Time For Fun, estava bem errado. Fui, pois já tinha combinado com os meus amigos. A vontade de ir novamente não existe.

Mais um festival no Campo de Marte (nunca entenderei como um aeroporto aberto para pouso e decolagem permite um festival de música cheio de gente ao lado da pista, mas ok!) e ao chegar, uma fila quilométrica para quem ainda precisava buscar seu ingresso. Repetindo o Planeta Terra, a estrutura para retirada de ingressos muito reduzida e claramente, ineficiente. Eu, que quando posso, sempre uso o Mastercard Show Pass, entrei rapidamente.

Lá dentro, mais uma vez assim como o Planeta Terra, muitas filas para comprar fichas e nos bares. Os quiosques de venda avulsa de bebidas sempre lotados e com uma (alguns com duas) pessoa atendendo. Vi até alguns vendedores com isopores e carrinhos no meio do público. Terrível! Faltou investimento na estrutura de consumo uma vez mais.

Incubus no palco com a bandeira brasileira
Ouvi falar que os banheiros estavam limpos e tinham papel (o que para as mulheres é sempre bom). Não conferi pessoalmente. O espaço era bem grande e o clima de festival estava ótimo, com um clima bom, muita gente deitada e aproveitando o espaço gramado (espaço melhor utilizado que o Planeta Terra).

Em relação ao som, a qualidade estava boa ao vivo (apesar dos meus vídeos não demonstrarem isso), mas por só ter um palco, alguns problemas aconteceram. O Rappa parou o show logo no início duas vezes, afirmando na segunda, que não tocaria sem o baixo (fato que me foi relatado, pois cheguei logo depois). O show do Incubus demorou bastante para começar, segundo foi relatado, por algum problema elétrico no palco. Isto é, a técnica no palco falhou também.

Agora, vamos falar de música??? Aêeeeeeeee! O lineup do festival tinha uma banda vencedora de um concurso da rádio 89 FM de SP, Nem Liminha Ouviu (banda do DJ da rádio), SOJA, O Rappa, Incubus e Dave Matthews Band. Apesar de gostar das bandas, acho que elas formam um lineup bem esquizofrênico. Tirando SOJA e O Rappa, o resto das bandas ficaram meio perdidas, principalmente o Incubus. Como meu forte não é o reggae e como não queria chegar muito cedo, cheguei para ver o som do O Rappa (que já havia visto no Lollapalooza) e conferir o disco novo ao vivo.

O Rappa
O Rappa no palco
Os caras vieram com uma pegada bem diferente da que eu já tinha visto. Além dos sons novos, com o Falcão tocando guitarra inclusive, algumas coisas puxadas pro reggae. Inclusive, o vocalista do SOJA, banda que havia tocado antes, foi convidado para subir no palco e cantou uma música inteira.

E você gostando ou não, separando os períodos pré e pós Yuka, o fato é: o material antigo do Rappa, põe todo mundo para pular! E a energia, num dia de sol, num ambiente contagiado pela música, é sempre demais!

O setlist foi:

Setlist do O Rappa

As músicas novas já estão na boca de quem gosta. Todo mundo cantando junto e apesar de não ser o melhor material que já ouvi da banda, tem coisas bem boas.

Deixo aqui o vídeo de 'Me Deixa' para quem quiser, pular junto!


Incubus
Fiquei sabendo que eles já tinham passado pelo Brasil, mas achei que era o primeiro show deles no país. Conheci a banda em 2001 e desde então conheci pouca gente que gosta da banda. Mas, para o meu grato espanto, a banda tinha muitos fãs que curtiram a apresentação. Mas também tinha muita gente simplesmente aproveitando para colocar o papo em dia durante o show.

O Incubus toca um rock com alguns toques de new metal, com muita variação de melodia, de andamento e várias baladas no repertório. Me impressionou a qualidade da banda no palco, principalmente do vocalista, pois parecia que eu estava ouvindo um CD.


O setlist foi:

Setlist do Incubus

A banda começou com atraso e entrou no palco sem ser anunciada, tanto que muita gente nem percebeu. A primeira porrada veio na segunda música, com 'Megalomaniac', talvez a música mais famosa deles. Na sequência 'Nice to Know You', primeira música que ouvi dos caras e que me trouxe na hora um bando de lembranças.

O show seguiu com umas porradas e várias baladinhas. Em 'Drive' (vídeo no final), o público cantou junto e forte. 'Wish You Were Here' para mim fez valer o show.

Uma pena que esta banda tenha ficado tão deslocada. Mas valeu bastante ver os caras em ação.


Infelizmente, pelos atrasos, não pude ver nada do Dave Matthews Band, banda que me levou a comprar o ingresso para o show. Depois de já ter comprado o ingresso, resolvi me inscrever em uma prova de natação que foi realizada no litoral norte de São Paulo no dia seguinte ao festival e por isso saí antes da banda principal.

Foi uma escolha. Já vi Dave Matthews Band duas vezes e esta prova teria um sabor especial para mim, pois seria uma forma de testar de forma real meu ombro após a cirurgia que fiz em fevereiro e foi de fato muito legal. Não me arrependo de ter perdido o Dave Matthews Band, mas espero vê-los numa próxima vez e sem nenhum tipo de decepção por parte da produção que trouxer a banda. Medo do Lollapalooza não ser uma experiência tão agradável em 2014, como foi em 2012 e 2013.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Planeta Terra - 09/11/2013

O Planeta Terra é há algum tempo o festival mais confortável do Brasil e com as atrações que vem trazendo, passou a ser um dos principais eventos musicais do ano. Em 2013, em novo local (Campo de Marte, em SP), nova produtora (T4F) e um lineup muito bom (atrações estreando e outras voltando ao Brasil depois de muito tempo), o conforto para ver os shows não mudou na última edição.

Palco Terra
O Campo de Marte, ao lado do Anhembi (que já recebeu e continua recebendo muitos shows) tem fácil acesso (durante o final de semana, pois o trânsito durante a semana faz tudo ficar mais difícil). Por mais um ano, o festival não ofereceu estacionamento. Por um lado ótimo, incentivando as pessoas a usarem transporte público. Por outro lado, deixando os donos de estacionamento e flanelinhas cobrarem até R$ 50,00 por vaga (até mesmo no meio da rua).

Na entrada, apenas uma fila para aqueles que compraram o MASTERCARD SHOWPASS (modo de ingresso, onde a entrada é o próprio cartão de crédito) e uma pequena demora para aqueles que optaram por facilidade (o contrário do que era visto para os outros meios de entrada).

Uma estrutura de bar muito aquém da necessidade do evento. Filas grandes desde o início do evento para comprar fichas, cardápio só na lateral do caixa e na hora que você chegava para pagar, não sabia exatamente o valor que queria comprar de ficha. Sistema de cartão de crédito fora do ar e muita gente foi pega de calça curta. Filas enormes para pegar cervejas e em algumas barracas de comida.

O som, principalmente no palco Terra, poderia estar melhor. Principalmente no fato de que o som rebatia no camarote VIP (que era lateral ao palco em outras edições e este ano estava de frente).

Ok, parece que foi horrível, né? Mas não! Os shows foram muito bons, o espaço era ótimo, os banheiros muito confortáveis e limpos e a circulação ótima. A entrada e a saída foram muito tranquilas. Existem pontos para melhorar, mas ainda continua sendo, na minha opinião o melhor festival do país (pau a pau com o Lollapalooza), mas que ganha de longe em conforto para ver as atrações.

Travis
Travis no Palco Terra
Falando dos shows, ao chegar quem estava tocando era o Travis, primeiro show que eu queria ver e que tinha acabado de começar. Vi um pouco e pelo pouco que conhecia, achei que fosse gostar mais. O som dos caras é muito lento, sonolento pra mim, mas bem melódico. Dia lindo, calor de bode, estava com o espírito para algo mais animado e não tão devagar. O setlist foi:

1. Mother 
2. Selfish Jean 
3. Pipe Dreams 
4. Moving 
5. Love Will Come Through 
6. Driftwood 
7. Re-Offender (com vídeo)
8. Where You Stand 
9. My Eyes 
10. Reminder 
11. Writing to Reach You 
12. Side 
13. Closer 
14. Sing 
15. Slide Show 
16. Blue Flashing Light 
17. Turn 
18. Flowers in the Window 
19. Why Does It Always Rain On Me? 
20. Happy

Confesso que vi umas 5 músicas apenas (o resto apenas escutei antes de pular para a próxima atração) e aproveitei que não estava curtindo para enfrentar uma das filas por fichas e cerveja. Na busca pelo néctar de cevada, vi que o show do The Roots já havia começado (tinha guardado o horário errada do show na cabeça). Então de fato curti pouco e não conheci muito.



The Roots
The Roots no palco Smirnoff
Tinha visto os caras em 2005 em Portugal. Depois disso, vi o baterista aparecer em alguns vídeos de uma dupla americana chamada Karmin e mais recentemente a banda toda em vídeos do programa do Jimmy Fallon, onde são residentes. Os caras fizeram um baita show no Planeta Terra.

Os músicos são muito bons e isso permite com que eles façam praticamente tudo que queiram no palco. Tocam suas músicas, fazem versões de outros artistas ('Sweet Child of Mine' do Gund N' Roses, 'Immigrant Song' do Led Zeppelin, 'Welcome to Jamrock' do Damian Marley, entre outras), tocam blues, jazz, hip hop, funk, rock, misturam tudo, improvisam e se divertem.

Solos de teclado (são 2), tuba, percussão e tudo sem parar. Não existe acabar uma música e dar um tempo. Existe acabar uma música e algum músico já estar tocando a base da próxima. Estilo, animação e uma aula de boa música. Parte do setlist foi (faltam as várias pequenas versões que eles tocaram):
"Tuba Gooding Jr"

1. Table of Contents 
2. The Next Movement 
3. Proceed 
4. What They Do 
5. Get Busy / Jungle Boogie 
6. Mellow My Man / Break You Off 
7. You Got Me 
8. Thought at Work 
9. How I Got Over 
10. Here I Come 
11. The Seed / Men at Work 

Questlove e Black Thought
Seguramente o show que eu mais dancei da noite. Mas difícil dizer que foi o melhor, pois o que estava por vir foi de fato surpreendente. E fechar o 'The Seed' foi demais!

E confesso, ver o Questlove, baterista da banda, ao vivo é um espetáculo a parte. Ele é um dos "donos" da banda, um baita músico, jornalista e produtor (só produziu nomes como Elvis Costello, D'Angelo, Erykah Badu, Jay-Z, Nikka Costa, Al Green, Amy Winehouse e John Legend. Tipo, pouca coisa...). Foi uma pena que o seu famoso e tradicional black power com o pente no meio do cabelo estivesse em formato dread, mas foi como ver uma lenda viva tocando.



Lana Del Rey
Lana Del Rey
Ouço falar dela há tempos, mas confesso que nunca tinha ouvido nada até então. Várias menininhas com flores na cabeça no meio do público demonstravam que existia uma certa adoração de muita gente ali pela cantora.

O show começou e eu consegui reparar nas plantas no palco, nas flores na cabeça dela (ah tá!) e no mini vestido que deixava muita perna de fora (o que me fez chamá-la de Lana Cassoooorra Del Rey). De resto a única coisa que eu tive vontade foi de cortar meus pulsos.

Gosto cada um tem o seu, né? Mas achei o som chaaaaaaaato! Muita performance e pouca música boa pro meu gosto.

A saber, o setlist foi:

1. Cola 
2. Body Electric 
3. Blue Jeans 
4. Born to Die 
5. Dark Paradise 
6. Young and Beautiful 
7. American 
8. Without You 
9. Knockin' on Heaven's Door (cover do Bob Dylan)
10. Ride 
11. Summertime Sadness 
12. Video Games 
13. National Anthem

Para a minha sorte o próximo show começou 30 minutos após o início do dela e foram apenas estes 30 minutos que vi.

Beck
Beck tocando gaita no palco Smirnoff
Vi um show do Beck em 2001, no Rock in Rio, na mesma noite de Foo Fighters e REM. Não sei se porque o que viria depois prometia muito (e entregaram) ou se só porque foi fraco mesmo, mas foi um show muito parado e burocrático. Por isso, minha expectativa em vê-lo não era das maiores.

Grande erro! Foi um baita show! As coisas velhas, as coisas novas com muita mistura de eletrônico e alguma influência country. Interagindo mais com a platéia, com aquela dança estranha dele, tocando guitarra e gaita, me pareceu um músico mais completo. O setlist foi:


1. Devil's Haircut 
2. Novacane 
3. One Foot in the Grave 
4. Loser 
5. Black Tambourine 
Beck
6. Soul of a Man 
7. Tainted Love (cover da Gloria Jones)
8. Modern Guilt 
9. Get Real Paid 

10. Hotwax (com vídeo)
11. Tropicalia 
12. Qué Onda Güero 
13. Debra 
14. Gamma Ray 
15. Girl 
16. Soldier Jane 
17. The Golden Age 
18. Lost Cause 
19. Sissyneck / Billie Jean (cover do Michael Jackson)
20. E-Pro 
21. Where It's At 

Mesmo conhecendo somente os grandes e antigos hits, foi show para dançar e pular muito, mostrando que mesmo depois de anos, o cara não perdeu a mão. As versões de 'Tainted Love' e 'Billy Jean' foram espetaculares, sendo que a da primeira ficou de fato muito, muito, muito, muito, muito boa!

Cara de nerd, geniozinho, criativo e com músicas muito boas. Uma combinação estranha, para um show estranho, mas bem divertido.


Blur
Blur
O último show da noite e com certeza o mais esperado mostrou porque o Planeta Terra é o melhor festival para se ver um show. Quase na frente do palco, com espaço de sobra para dançar e pular. Normalmente, em nenhum show você tem este tipo de conforto. E pelo que lembro em todas as edições (que eu fui) foi assim.

Deu pra pular do início ao fim, afinal, primeiro show dos caras no Brasil e muita música pra cantar junto.

Os caras abriram com duas pedradas, 'Girls & Boys' e 'There's No Other Way' e depois foi destilar clássicos. O setlist foi:

1. Girls & Boys 
2. There's No Other Way 
3. Beetlebum 
4. Out of Time (com vídeo)
5. Trimm Trabb 
6. Caramel 
7. Coffee & TV 
8. Tender 
9. To the End 
10. Country House 
11. Parklife (com Phil Daniels) (com vídeo)
12. End of a Century 
13. This Is a Low 
14. Under the Westway (bis)
15. For Tomorrow (bis)
16. The Universal (bis)
17. Song 2 (com Phil Daniels) (bis)

A sequência 'Coffee & TV' e 'Tender' virou uma celebração. Com todo mundo dançando lentinho na primeira música e com uma um coro enorme na segunda. Emocionou!

Damon Albarn na galera
Em 'Parklife', com participação especial de Phil Daniels (que voltou para cantar 'Song 2' também), o cara que tem uma grande parceria com a banda e gravou a versão original dessa música, um clima meio punk rock com todo mundo pulando. Baita energia! Damon Albarn cantou na grade com a galera e deixou uma multidão enlouquecida.

Veio o bis, mostrando que inclusive o show de encerramento teria no máximo uma hora e meia. E aí foi curtir, mas esperando por 'Song 2', que rapidinha, encerrou o festival com a energia lá em cima. Show muito bom, para encerrar um festival com shows bem divertidos mesmo.

Que venha 2014...

- Out of Time

- Parklife

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Chicago

Há cerca de mais ou menos duas semanas voltei das minhas últimas férias. Aproveitando um casamento que teria em Maryland, EUA, fui, acompanhado da minha namorada, para Chicago. Um pedido dela, para conhecer a cidade e toda sua arquitetura, mas prontamente topado por mim.

Estive em Chicago 11 anos antes e foi tipo paixão a primeira vista. Só não considero a cidade perfeita, pois é frio demais no inverno. Na minha primeira visita, passei por alguns pontos principais, comi algumas coisas típicas da cidade e em 2 dias, me apaixonei. Com a mala trancada no carro do amigo que me apresentou a cidade, voltei pra Maryland com apenas a roupa do corpo, um copo para a minha coleção e alguns pedaços de dip dish pizza que sobraram.
Foto tirada do topo da John Hancock Tower
no início da noite
Esta nova visita foi brilhante em todos os aspectos. Dias lindos, comida ótima, companhia espetacular, e atrações inacreditáveis (parques, museus, arte, arquitetura, mirantes, etc.). Mas como este blog fala de música, vou aproveitar para falar da questão musical da cidade. Chegamos numa 5a e fomos embora numa 4a. Foram 4 noites de atrações musicais, fora a quantidade de gente na rua tocando.

Foto tirada pela Marina durante o passeio de barco
do Instituto de Arquitetura de Chicago
Chicago recebeu uma grande quantidade da população negra que fugia do sul dos EUA na Guerra da Secessão. Isso não fez com que a população se tornasse predominantemente negra na cidade, mas a junção deste cenário com algumas das principais gravadoras do país estarem na cidade na cidade e com o fato de que na época da crise de 20 dos EUA, Chicago continuar "prosperando" devido a todo dinheiro que continuava fluindo através dos gângsters e mafiosos, que burlavam a lei seca da época, fez com que o blues prosperasse por lá.

Desde então, o blues se desenvolveu fortemente na cidade e atraiu nomes hoje considerados gigantes da música. Mesmo tendo passado os anos gloriosos do estilo, a cidade ainda respira e tem muito blues pra dar. São diversas casas, todas elas lotadas de locais e turistas.

Ao decidir o destino da viagem, recebemos várias dicas de locais para ir. Foi difícil decidir quais, mas eles foram se encaixando em nossa programação por fatores diversos e no meio disso, coube também uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Chicago. Seguem alguns comentários sobre estas noites naquela cidade, que pra mim, é a melhor dos EUA.

The Green Mill
Entrada do Green Mill Cocktail Lounge
Este local foi a nossa primeira parada numa 6a feira, após do jantar. O show começava as 21, mas por conta da programação anterior, acabamos chegando por volta das 22:30 no local. Fomos direto de metrô pela linha vermelha e confesso que ao chegar na estação destino, o ambiente não parecia dos mais favoráreis para descer e caminhar. Como desceu um outro grupo de pessoas, fomos seguindo eles até que em um quarteirão, atingimos nosso destino: The Green Mill.

12 dólares por cabeça em dinheiro e uma orientação para falar baixo. Escolhemos esta casa pelos seguintes motivos: nos foi indicada, tinha jazz (gostaríamos de ouvir jazz em vez de blues uma noite) e era o bar preferido do Al Capone. O local foi fundado em 1907 e Jack McGurn (matador do Al Capone) virou sócio da casa. Os gângsters gostavam do local, pois conseguiam fugir facilmente de lá em caso de confusão e dizem que ainda existe um sistema de túneis que era usado por eles, para que pudessem escapar.

Grupo de Gipsy Jazz
Na noite que fomos estava tocando um grupo de Gipsy Jazz. Musicalmente muito interessante. Infelizmente chegamos tarde demais e não conseguimos ficar perto do palco, pois estava lotado. Fomos convidados a dividir uma mesa, o que descobrimos ser bastante comum nas casas de Chicago. Bebemos um pouco e depois que algumas pessoas começaram a ir embora, conseguimos ver e ouvir o grupo de perto. Foi quando observamos também no bar, na parte mais perto do palco, uma mesa com fotos do Al Capone e Jack McGurn, como referência e "homenagem" as figuras mais ilustres da casa até hoje.

Fato curioso foi que fomos orientados a falar baixo. Durante a noite constantemente a voz do público subia de volume e o mesmo segurança, gigantesco, que nos recepcionava, gritava "sssshhhhhhhhhhhhhhh! QUIET!!!!" e quase que instantaneamente todos paravam de falar ou falavam muito baixo. O único bêbado que não levou a sério, foi expulso depois de tomar um esporro do barman.

A casa é pequena, charmosa e histórica. Vale muito a pena. Mas chegue cedo, pois se não conseguir uma mesa em frente ao palco, não verá nada.


Orquestra Filarmônica de Chicago
Eu, em frente ao Orchestra Hall
Sempre ouvi falar bem da Filarmônica de Chicago e aproveitando que haveria apresentação de Romeu e Julieta enquanto estivéssemos na cidade, compramos ingressos. Foram R$ 50 dólares por ingresso para o espetáculo que aconteceu no teatro da filarmônica, o Orchestra Hall, na Rua Michigan. Pequeno e bem charmoso.

Chegamos faltando 30 minutos para o início e decidimos tomar um vinho. Acabamos virando as taças, o que nos deu um sono! Mas valeu a pena, pois como um fã de música, mesmo não sendo um grande conhecedor ou apreciador da música clássica, acredito que uma orquestra é o que se pode chegar mais próximo de ouvir um som perfeito ao vivo. É como se fosse aquele som digital, com todos os canais, no fone de ouvido mais perfeito, diretamente dentro do seu ouvido. Demais!

Confesso, eu pisquei em alguns momentos! :( Mas aproveitei o programa. O pós, foi muito bom também, com um passeio noturno pelo Millenium Park (com fotos no Cloud Gate, o tal Feijão) e depois jantar espetacular a uma quarteirão dali, no The Gage, indicado por uma amiga. Curso de 4 pratos, abrindo com um fondue de de queijo brie. Vale o passeio completo!

Buddy Guy's Legend
Este foi o local mais indicado pelos amigos, mas ao mesmo tempo, o descrito como o mais "sem graça" por alguns, por dizerem que era local pra turista. Na 2a feira fomos lá e chegamos alguns minutos atrasados em relação ao horário de início dos shows, que era 21 horas. Chegamos na pinta, pois quase não tinha mais lugar. Pedimos para dividir uma mesa e sentamos para ver um show incrível de blues e R&B em geral da Ronnie Hicks' Band. O guitarrista, um monstrinho, parecia bastante novo. O resto da banda já mais calejada.

Ronnie Hicks' Band no Buddy Guys Legend
Ao contrário dos outros lugares, este é feito para turista mesmo e tem a marca de um dos maiores blues men da história. Tudo novo, limpo, organizado, 10 dólares em dinheiro para entrar. Casa relativamente nova. Guitarras de Eric Clapton, John Mayer, Derek Trucks, Steve Ray Vaughan e seu irmão e ainda um ou outro nome que eu não conhecia.

Vimos o show até o fim, só babando pela qualidade musical das pessoas no palco. Ao final do show ficamos sabendo que aquele era uma noite de jam. Quer tocar? Coloca seu nome na lista, eles juntam a banda e pessoas comuns tocam algum blues definido ali na hora. E vou falar que pra algo decidido ali e para músicos não profissionais, o resultado foi muito bom.

Na saída, compras na lojinha da casa. Ao comprar um poster, o cara da lojinha diz: peraí, eu tenho esse pôster assinado pelo próprio Buddy Guy que esteve aqui na semana passada, e assim me tornei proprietário de um pôster com um autógrafo original do cara.

A casa é muito legal e mesmo tendo sido feita para turistas, eu recomendo. Chegue na hora também! Lá é proibido filmar, mas eu como eu não sabia, filmei um pouco, como podem ver abaixo.


Kingstone Mines
Kingstone Mines
Esta dica recebi de um amigo um dia antes de viajar. A mesma dica foi reforçada já durante a viagem por uma amiga da Marina. Durante o tour sobre os gângsters que fizemos, passamos em frente ao local que não nos pareceu muito agradável.

Diante das dicas e por ser nossa última noite, a qual precisávamos celebrar os dias incríveis que havíamos passado na cidade, decidimos ir ao Kingstone Mines.  Fomos jantar em um restaurante espetacular chamado RPM, o qual também recomendo muito.

Jantamos cedo, pois havíamos aprendido que não se devia chegar tarde a um show de blues. A recepção do nosso hotel nos disse que a casa teria música das 8 da noite até as 4 da manhã. As 8:30 da noite estávamos na casa, quase rolando de tanto comer e entramos pagando 12 dólares cada em dinheiro. Baita decepção: a casa estava vazia e os palcos sendo montados (sim, são dois palcos).

Pedimos uma cerveja, começamos a ficar meio morgados e o show do primeiro palco começou, com a Mike Wheeler Band. Espetacular! Blues animado, bastante B.B. King e um baixista BRILHANTE e cheio de energia boa. O mestre de cerimônia da casa é divertidíssimo e aproveitamos o início da noite. Depois de uma hora de show, a banda dá um tempo e começa o show do segundo palco.

Mike Wheeler's Band no
Kingstone Mines
Neste momento a casa já está lotada, todas as mesas cheias de gente e muita gente em pé dançando. Foi quase de uma hora pra outra. A segunda banda, coincidentemente era a mesma que vimos no Buddy Guy's Legend, a mesma Ronnie Hicks' Band, mas com outro baixista e com pianista liderando a apresentação. Pouco blues e muito Motown.

Ronnie Hicks' Band no
Kingstone Mines 
Assim as bandas iriam, em sessões de 1 hora, até as 4 da manhã. Saímos de lá 1 da manhã, depois de dançarmos um pouco, bebermos um pouco e nos divertimos demais! Foi a nossa melhor noite na cidade e nossa casa de blues preferida. A casa é grande, então simplesmente vá, independente da hora.

Chicago é uma cidade brilhante, com uma cena musical muito rica. O que eu posso dizer, é: vá conhecer e se precisar de dicas, me escreva!

Marina ajudou com dois vídeos da noite, sendo o segundo de uma música que eu adoro, que é 'Sitting in the Dock of the Bay', que começa torto, mas depois fica certinho. Não dá pra ver muito, mas aproveitem a música!

- Rock Me Baby

- Sitting in the Dock of the Bay