segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Thesaurus: Pop (parte 3) - por Zeca Dom


Vamos para a sequência do conceito: "Os músicos, compositores e produtores roubam suas idéias e frases misturando convenções e correndo para utilizar o último brinquedo de tecnologia."

Esta parte do conceito de música pop - além do roubo das idéias que já comentamos - fica cada vez mais evidente para o público leigo, nos últimos anos: a relação música-tecnologia.

Daí vocês percebem como o conceito é amplo. Como dissociar a música pop da tecnologia? Impossível!

Não Zeca, diriam alguns, você está exagerando. Não estou. Vamos apresentar alguns exemplos. Aparentemente díspares, mas todos fortemente influenciados pela tecnologia. Depois vou comentar brevemente alguns elementos constantes neles.

Alguns intérpretes da década de 30  executando sons de Jazz antes de 1920:


Prodigy: 'Take me to the Hospital' - Sec. XXI:


Robert Jonhson: Esse sim fez um pacto com o Demo...


E alguns anos depois, Hendrix, soltando bombas:


A sacada é: pop é um produto e produtos integram indústrias. E indústrias são interligadas. O que seria do  som de um Prodigy, sem o áudio e imagens digitais? O que seria do Blues se não fossem os gravadores de música? O que seria do Jazz e toda música e indústria fonográfica se não fossem os microfones e os rádios, rádios transitorizados (e a televisão e tantos outros meios)? Ora gente, o que seria do Rock'n roll se não fosse a captação eletromagnética das guitarras e baixos?

Sim senhores: não é só talento, como querem alguns.

No que tange os avanços tecnológicos, o cenário contemporâneo é ainda mais complicado: a facilidade de acesso a técnicas e tecnologias de gravação de instrumentos, aliada a grande facilidade de divulgação de trabalhos, os virais, etc. tornaram a música pop imprevisível. Literalmente qualquer um pode bombar com uma produção caseira. Vide por exemplo, o caso do Psy ou mesmo do mega sucesso recente da Lorde.


Note nesta transcrição da Wiki sobre a artista, o tanto de elementos de Indústria associados a tecnologia, que sem eles possivelmente você NUNCA iria ouvir falar da menina de Auckland: "Após gravar algumas canções em estúdio, ela liberou gratuitamente em sua conta no SoundCloud, o EP The Love Club, que chegou a registrar mais de 60.000 downloads feitos pelos seus admiradores. Mais tarde, The Love Club ficou disponível para compra na iTunes Store, loja virtual da Apple, de diversos países, chegando a atingir a segunda posição na lista dos discos mais vendidos em território neozelandês".

Como se vê, retirando-se os itens de Indústria e Tecnologia, o produto - Lorde - nunca teria sequer existido.

Sinistro, não? Pense isto na proxima vez em que você entrar naquela discussão: o artista X é MELHOR do que o  artista Y. 

Semana que vem tem mais!!!!!

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