sexta-feira, 9 de maio de 2014

Eddie Vedder - 07/05/2014

Eddie Vedder foi um show bastante esperado. Só ele no palco e o público, sentado, podendo apreciar uma voz já consagrada no Pearl Jam e um repertório que seguramente teria músicas da banda, mas também músicas solo dele, principalmente do filme "Into the Wild"(ou "Na Natureza Selvagem"), que tem uma trilha sonora incrível.

Eddie Vedder
E de fato valeu tudo que estávamos, Marina e eu, esperando. O show começou meio morno, com músicas um pouco mais desconhecidas, versões de outros artistas, e um estranhamento da platéia, que estava acostumada a ver o Eddie Vedder com sua banda e fazendo muito barulho. Mas com sua interação com o público, músicas mais conhecidas e com os olhos acostumando com ele sozinho ali no palco, o show cresceu e muito.

Nota mais que negativa, infelizmente, para nós, o público. Fomos avisados para NÃO tirar foto com flash e para fotos e vídeos se restringirem ao mínimo possível. O show, segundo uma americana da produção e uma tradutora, foi feito para ser curtido ali, naquele momento e não através da tela do celular. Bastou o Eddie Vedder entrar no palco e flashes começaram a pipocar de todos os lados e milhares de telas de celular sugiram no meu campo de visão. E assim seguiu até o fim do show. Alguns entenderam, outros fizeram imagens limitadas (eu estou nesse grupo, afinal de contas, não poderia deixar o blog sem nada), mas muita gente simplesmente desrespeitou o pedido do artista até o fim (e posso ver isso na timeline das minhas redes sociais, com gente postando diversos vídeos e fotos). Mas anda se compara aos flashes sendo disparados durante toda a apresentação... :(

Além disso, os gritos histéricos, pedidos de música e outras manifestações quaisquer em voz alta, constantemente interrompiam o artista que foi sutil, porém deixou seu recado em relação a isso ("é impossível ouvir Deus, quando o diabo grita", "é assim que você faz eles se calarem" depois de fazer um moonwalk ou "guardem suas vozes para algo útil, como cantar comigo"). Somando-se isso ao entra e sai de gente durante todo o show, que começou por volta das 21:40 e foi até a 00:20, fez com que chegasse a conclusão que precisamos aprender a nos portar durante uma apresentação intimista como esta.

Mas falemos do show. O setlist foi esse (enorme, né?):

1. Walking the Cow (música de Daniel Johnston)
2. Trouble (música de Cat Stevens)
3. Dead Man (música do Pearl Jam)
4. Can't Keep (música do Pearl Jam)
5. Sleeping By Myself 
6. Without You 
7. Soon Forget (música do Pearl Jam)
Eddie Vedder e o público
8. Light Today 
9. Throw Your Arms Around Me (música de Hunters & Collectors)
10. I'm One (música do The Who)
11. Speed of Sound (música do Pearl Jam)
12. I Am Mine (música do Pearl Jam) tem vídeo*
13. Man of the Hour (música do Pearl Jam)
14. Wishlist (música do Pearl Jam)
15. Far Behind 
16. Setting Forth 
17. Guaranteed 
18. Long Nights (com Glen Hansard, mas houve algum problema técnico)
19. You've Got to Hide Your Love Away (música dos Beatles)
20. Unthought Known (música do Pearl Jam)
21. Picture in a Frame (música de Tom Waits)
22. Future Days (música do Pearl Jam)
23. Masters of War (música de Bob Dylan)
24. Porch (música do Pearl Jam)
25. Sleepless Nights (música do The Everly Brothers com Glen Hansard) tem vídeo*
26. (I Won't Hold On...) (com Glen Hansard) (sem nome da música oficial)
27. Society (música de Jerry Hannan com with Glen Hansard)
28. Falling Slowly (música de The Swell Season com Glen Hansard)
29. Last Kiss (música de Wayne Cochran)
30. Should I Stay or Should I Go (música do The Clash com Marcelo, fã, cantando)
31. Off He Goes (música do Pearl Jam)
32. Open All Night (música de Bruce Springsteen)
33. Better Days 
34. Hard Sun (música de Indio com Glen Hansard) (bis)

Como escrito mais acima, o show começou meio morno. Gritos de fãs, mas devagar. Eddie Vedder então aos poucos começou a interagir com a platéia, falando da sua sorte em poder vir ao Brasil de vez em quando, como era bom tocar aqui, com seu português esforçado. Além disso, músicas mais conhecidas começam a aparecer no setlist.

Eddie Vedder e Glen Hansard
Começa com uma guitarra, pega um violão, toca um ukulele (pouca gente vi tocar isso tão bem ou até mesmo tocar isso. Só meu amigo Rafael Ramos! Rs). Chama o Glen Hansard, que fez o show de abertura, para tocar baixo numa música e erra tudo. Chama ele depois para fazer um backing vocal na música 'Sleepless Night', sem nenhum tipo de amplificador ou microfone, num momento ÚNICO! Glen volta depois com um violão.

Usa um gravador de rolo, para colocar (ou simplesmente fingi que usa para ilustrar) sons complementares ou playback de uma banda ao fundo. Toca em um cenário simples, acolhedor. Fica sozinho de frente para todo o público, dominando (com um erro ou outro ao tocar) a situação.

As músicas do Pearl Jam e da trilha sonora de 'Into the Wild' chamam a platéia pra cima. O Eddie Vedder pede para a platéia levantar, que aí fica louca, pois vem tentando fazer isso há algum tempo. Alguns começam a pular como se fosse um show da banda completa. E ninguém mais senta. Cada aplauso, todos de pé, pois ele merece. Ele ouve que é Deus do Marcelo, um fã chamado ao palco para cantar 'Should I Stay or Should I Go' com ele no palco, enquanto o ukulele é tocado.

'Hard Sun', com Glen no palco, encerra um show em que todos ficaram meio hipnotizados, se sentindo um pouco íntimos do Eddie Vedder, querendo chamar ele para uma cerveja depois do show.

Um exemplo de artista carismático, completo. Que não vive só daquilo que o projetou. Mas é capaz de se reinventar e se conectar ao público de uma forma totalmente diferente. Longa vida a ele! Eddie Vedder. Que você possa surfar nas ondas do público brasileiro mais vezes.

Abaixo, um agradecimento ao Brasil, juntamente com uma do Pearl Jam e um trecho dele e Glen mandando ver a capela para todo o público.

* vídeos removidos por ordem do Pearl Jam, por violação de direitos autorais. Minha opinião: por mais que entenda a lei de direitos autorais, o blog não tem nenhum objetivo financeiro e trata de valorizar a obra do artista. Uma pena que o material não possa ser usado, pois de fato só confirmava a qualidade da apresentação.