quinta-feira, 17 de março de 2016

Lollapalooza - 13/03/2016

O segundo dia de Lollapalooza foi um dia mais tranquilo. Pelo menos para mim... Com menos bandas que me interessavam, confesso que aproveitei o dia para curtir mais o festival e pingar menos de palco em palco. E assim foi e foi muito bom, de novo!

- Albert Hammond Jr.
Como todo primeiro show do dia, cheguei atrasado e como não queria perder nem um segundo do Alabama Shakes, vi pouco do show do Albert Hammond Jr., (ex-)guitarrista do The Strokes.

Banda boa, ele tem uma voz interessante, mas apesar do Strokes ser mais "agressivo" (não achei outra palavra melhor) no seu som, o trabalho do Albert Hammond Jr. é bastante similar nos arranjos de guitarra e estilo da música. E eu confesso que esperava algo mais original.

O setlist foi:
Albert Hammond Jr.
1. Caught by My Shadow
2. Rude Customer
3. Back to the 101
4. Carnal Cruise
5. GfC
6. Touché
7. Everyone Gets a Star
8. Losing Touch - tem vídeo
9. Cooker Ship
10. In Transit
11. St. Justice
12. Born Slippy
13. Holiday
14. Drunched In Crumbs
15. Side Boob

Achei um som pouco original, apesar de bem tocado. Não trouxe nada de novo.


- Alabama Shakes
Concorre fortemente com o Mumford & Sons pelo melhor show do festival. Depois da sua primeira aparição no Brasil, no menor palco do Lollapalooza de 2013, este foi um show com gente a perder de vista. Engraçado pensar em tudo que eles conquistaram neste intervalo.

Alabama Shakes
O Alabama Shakes tem um som bem característico e é uma banda super azeitada, mas apesar da cozinha excelente, poderíamos dizer que eles são a banda de Brittany Howard. A vocalista é fantástica, para não ter de achar um adjetivo ainda muito melhor que este.

Para mim, Brittany começa a ser um ícone no momento em que é uma líder de banda de rock que foge de qualquer estereótipo estético que o mercado nos impõe. Quem não conhece, fica estupefato. E segue sendo um ícone ao abrir sua boca para soltar sua ora potente, ora gentil voz. E termina no seu carinho com o público.

Como me foi dito durante o show, ela é um sopro de ar fresco na música atual. Que prazer poder vê-la tocar. E eles tocaram o seguinte:

1. Future People
2. Dunes
3. Rise to the Sun
4. Hang Loose
5. Shoegaze
6. Miss You
7. Be Mine
8. The Greatest
9. Hold On - tem vídeo
10. You Ain't Alone
11. Over My Head
12. Don't Wanna Fight
13. Gimme All Your Love

Confesso que me emociona ver um show de uma banda de blues/rock autêntico sendo prestigiada por tanta gente e tanta gente jovem. Mostra que a música de qualidade tem espaço no ouvido de todos. Se você nunca viu, tem de ver este grupo ao vivo! Não deixe passar!


- Noel Gallagher's High Flying Birds
Um show inglês. Sóbrio, formal, mas muito bom! Não sei se todos gostam de Oasis, mas acho uma bela banda, apesar de sempre ter odiado a postura dos irmãos Gallagher. De qualquer forma, achava o som bom.

A apresentação solo de Noel Gallagher e sua banda, mostram que ele, o irmão que não cantava todas, tem talento para fazer música boa. Mas vamos combinar? O ápice foram as três músicas do álbum What's The Story Morning Glory do Oasis. O setlist foi:

Noel Gallagher's High Flying Birds
1. Everybody's on the Run
2. Lock All the Doors
3. In the Heat of the Moment
4. Riverman
5. The Death of You and Me
6. You Know We Can't Go Back
7. Champagne Supernova (música do Oasis)
8. Dream On
9. Listen Up (música do Oasis)
10. The Mexican
11. Digsy's Dinner (música do Oasis)
12. If I Had a Gun...
13. Wonderwall (música do Oasis)
14. AKA... What a Life!
15. Don't Look Back in Anger (música do Oasis)

'Champagne Supernova', 'Wonderall' e 'Don't Look Back in Anger' foram momentos apoteóticos e faz até você desejar que o Oasis volte. De resto é um show interessante, mas longe de ser vibrante, tirando estes momentos pontuais.

Ficamos sem vídeo, pois o cartão de memória da máquina deu pau neste show! Fazer o que...

- Emicida
Silvanny e Carlos Café na Percussão
Foi um show que me surpreendeu pela musicalidade. Costumo não ter muitas coisas boas a falar sobre o hip hop nacional, pelo fato de ter músicas boas, mas melodias pobres ou até mesmo repetitivas. Confesso que não sou um grande conhecedor do trabalho do Emicida, até porque não escuto muito hip hop, mas o que eu ouvi ali foi outra coisa.

Talvez esteja puxando o saco porque conheço uma das percussionistas, que é uma das pessoas mais fantásticas que conheci nos últimos anos. Mas que o balanço nas músicas do Emicida é interessante, ah é!

Cheguei quando o MC Guimê estava no palco. Mas logo na sequência acabou a participação especial e a coisa ficou bonita. Letras fortes (o protesto está ali!), mas com um swing legal para curtir, mesmo para quem não conhece o som do cara. No primeiro dia do Lollapalooza, o show do Eminem me causou o mesmo espanto, pois mesmo não tendo curtido tanto o show, foi legal ver a banda mandando as músicas do cara ao vivo.

Registro aqui meu protesto, pois o site que uso de fonte para os setlists tem as listas de todas as bandas internacionais do festival, mas não tem do show do Emicida. Uma pena e fico devendo essa.

Se você curte rap, tem de ver. Se não curte, se dê ao direito da dúvida e vá ver. Você pode se surpreender.


- Florence and The Machine
Que voz! Que potência! Que vestido... Quantas rodopiadas... Florence não é só uma cantora, há especulações de que ela seja uma elfa, uma deusa, um ser superior... Primeiro porque canta muito (e fácil)! Segundo porque corre de forma leve pelo palco, com seu vestido esvoaçante, dando algumas piruetas. E terceiro porque o conjunto destas coisas cria um personagem.

Eu já tinha perdido a chance de ver a Florence and The Machine em outro festival e desta vez que vi, gostei do que vi. Eu vi o público dançar e pular. Eu vi o público inteiro cantar. Eu vi um grande amigo tirar a camisa e rodar (e ele não é uma pessoa que faria isso em uma situação normal). Pois é, foi uma baita festa.

O setlist foi:

1. What the Water Gave Me
2. Ship to Wreck
3. Shake It Out - tem vídeo
4. Bird Song Intro
5. Rabbit Heart (Raise It Up)
6. Delilah
7. Sweet Nothing (cover do Calvin Harris)
8. How Big, How Blue, How Beautiful
9. Queen of Peace
10. No Light, No Light
11. Spectrum
12. You've Got the Love (cover do The Source) - tem vídeo
13. Dog Days Are Over
14. What Kind of Man (bis)
15. Drumming Song (bis)

Foi uma bela forma de terminar o melhor Lollapalooza. Um show animado. Uma ode a música! Viva a música! Viva os sentimentos que ela traz! Viva a energia que faz com que nos conectemos. Por mais anos com o Lollapalooza.


terça-feira, 15 de março de 2016

Lollapalooza - 12/03/2016

Chegamos ao 5o Lollapalooza brasileiro da história. E é bom ver que a empresa que organiza o festival está aprendendo e o festival ficando cada vez melhor. Para não deixar de falar de música, vamos a um resumo dos pontos positivos e negativos do festival logo.

O Lollapalooza de 2016, mais uma vez realizado no Autódromo de Interlagos, em termos de organização, na minha opinião foi o melhor de todos. A entrada principal foi modificada e apesar de dar mais trabalho para chegar ao festival e a multidão afunilar um pouco na saída, tudo funcionou muito bem.

Ty Tayor, vocalista do Vintage Trouble
A distribuição de banheiros, bares e caixas estava muito boa e sem grandes confusões. Achei uma pena a substituição da venda de chopp itinerante por Skol Beats. A maioria das pessoas estavam bebendo a bebida amarela ou verde, pois não havia chopp na pista. E por só ter nos bares, os barris acabavam muito rapidamente e estavam constantemente sendo trocados. O que sobrava: tomar Skol Beats. Fica a sugestão: voltem com o chopp itinerante ou ao menos coloquem os dois.

A comida podia ser encontrada de forma itinerante também, em food trucks ou pequenas lojas espalhadas pelo festival ou ainda no Chef's Stage. Uma grande variedade, com qualidades de todos os tipos. De fome ninguém sofreu.

Por fim, a distribuição dos palcos continuou igual, a exceção da tenda eletrônica, que virou um palco. Infelizmente o som ainda encontra problemas no palco Onix (quem fica muito em cima ouve mal) e no Skol (o espaço é muito grande. Falta um pouco de potência para as laterais e ao fundo). Tirando isso, sabendo onde ficar, é possível ter boa visão, conforto, ouvir bem e dançar.

Como escrito acima, mesmo com as observações parcialmente negativas, foi um belo festival e na minha opinião, o melhor já feito. Mas vamos de música e aos shows que foi possível ver.

- Vintage Trouble
Vintage Trouble
Uma banda que conheci há muito pouco tempo, mas que chamou minha atenção por alguns pontos: i) o rock and roll; ii) a música crua, com diversas referências ao som negro norte-americano (blues principalmente) e ao rock and roll mais cru, dos anos 50/60; iii) o vocalista, Ty Taylor, é uma figura cativante, com uma voz poderosa e uma energia que prende a atenção de quem vê.

No final, uma ótima combinação de boa música, boa energia e boa presença de palco. O setlist foi:

1. High Times (They Are Coming)
2. Blues Hand Me Down
3. Nancy Lee
4. Total Strangers
5. Doin' What You Were Doin'
6. Angel City, California - tem vídeo
7. Pelvis Pusher
8. Run Like the River
9. Nobody Told Me
10. Strike Your Light (Right on Me)

Para quem gosta do rock and roll original e das referências citadas, não só uma banda para ouvir, mas um show imperdível também.


- Eagles of Death Metal
Eagles of Death Metal
O Eagles of Death Metal ou EODM para os íntimos era um dos shows mais aguardados desta edição do Lollapalooza por dois fatores: i) é mais um projeto do Josh Homme, fundador do Queens of the Stone Age e do Crooked Vultures e chapa do Dave Grohl do Foo Fighters; ii) esta era a banda que estava no Bataclan no dia dos atentados de Paris e querendo ou não, teve grande divulgação por causa deste episódio.

A banda foi fundada pelo Josh Homme (que toca bateria neste projeto) e pelo vocalista Jesse Hughes, mas única pessoa fixa na banda é o vocalista. Os outros músicas vão variando de acordo com a turnê ou gravações que a banda faz. Já o baterista original, Josh Homme, toca apenas esporadicamente com a banda, devido a outros compromissos musicais, incluindo sua outra banda.

E esse Jesse Hughes é mesmo a cara da banda. Showman de marca maior, fala alto com o público e comanda a energia da banda. Seus acompanhantes fazem seu papel muito bem, dando um banho de música boa no público. O setlist foi:

1. I Only Want You
2. Don't Speak (I Came to Make a Bang!)
3. Complexity (cover do Boots Electric)
4. Whorehoppin' (Shit, Goddamn)
5. Silverlake (K.S.O.F.M.)
6. Cherry Cola
7. The Reverend
8. Save a Prayer (cover do Duran Duran)
9. Wannabe in L.A. - tem vídeo
10. I Want You So Hard (Boy's Bad News)
11. Speaking in Tongues

Apesar do nome, o som da banda é leve e gostoso de ouvir. O próprio cover do Duran Duran mostra que a banda não é pesada, mas seu nome deve ter feito os terroristas acharem que eles tinham pacto com o demônio. Foi bom ver a banda no palco e se você busca um som pra cima, o show deles é altamente recomendável.


- Bad Religion
Bad Religion
Eu honestamente nem tenho muito o que falar do show da banda de punk rock mais antiga que eu ouço e quiçá, a mais antiga que segue tocando. Os cabelos brancos da turma não negam nada, mas podem levar aos desavisados a pensarem que eles já não aguentam estar em cima do palco. Grande engano, o show continua rápido, energizante e pegando os fãs mais antigos e a molecada mais nova, que se diverte nas famosas rodinhas.

Vale uma menção muito legal ao fato do pessoal do Eagles of Death Metal terem ido curtir o show do Bad Religion da lateral do palco, curtindo cada música, gritando, batendo palma e fazendo vídeos com seus celulares. Não sei para vocês, mas para mim é muito legal ver o respeito entre bandas grandes assim.

O setlist foi:

1. Fuck You
2. 21st Century (Digital Boy)
3. Overture
EODM assitindo ao show do Bad Religion
4. Sinister Rouge
5. Come Join Us
6. New America
7. Do What You Want - tem vídeo

8. You Are (The Government) - tem vídeo
9. Delirium of Disorder
10. Suffer
11. New Dark Ages
12. Supersonic
13. Prove It
14. Can't Stop It
15. Atomic Garden
16. Los Angeles Is Burning
17. I Want to Conquer the World
18. Punk Rock Song
19. You
20. Fuck Armageddon... This Is Hell
21. Infected
22. Sorrow
23. Generator
24. American Jesus

Como sempre é um show de pouca conversa e muita música. Juntando isso ao fato das músicas não serem longas, você tem 24 músicas tocadas em uma hora. Um show completo deles não tem normalmente mais de 1 hora e 25 minutos, pois ninguém aguenta. É muito agitado!

Voltem sempre e longa vida! Se você quer algo eletrizante, esta é a banda para ouvir (sim, nem eu sei de onde tirei eletrizante!).


- Of Monster and Men
Of Monster and Men é uma banda islandesa de 2009, mas explodiu mais recentemente e é super queridinha do pessoal que curte indie rock. Na minha opinião é uma banda com canções interessantes e não dá para negar que 'Little Talks' te pega. A vocalista, que parece filha da Bjork, mas de quem nem tento falar o nome (rs), também é uma graça.

Of Monster and Men
Fora isso, o som da banda é um tanto bobo. Infantil até em certos momentos. Calma, não me matem. Vocês devem ter lido acima que eu gosto de rock mesmo. Então confesso que a banda não me pega. Mas botaram o pessoal para pular com seus hits gritando HEY!

O setlist foi:

1. Thousand Eyes
2. Empire
3. King and Lionheart
4. Black Water
5. Mountain Sound
6. Human - tem vídeo
7. I of the Storm
8. Yellow Light
9. Crystals
10. Hunger
11. Dirty Paws
12. Wolves Without Teeth
13. Lakehouse
14. Little Talks
15. Six Weeks

Acho que a banda cumpriu bem seu papel no festival. Mas ainda tem muita água para rolar até que vire uma banda grande e com som encorpado.


- Tame Impala
Confesso que não consegui prestar atenção no show. Primeiro pelo palco Skol ser muito grande e por vezes te deixa tão longe, que você acaba por não conseguir se conectar com o som, até porque ele fica baixo no fundo. Mas principalmente porque o som da banda é muito viajante. A definição que me deram, foi a de que "este povo só ouviu Pink Floyd quando era mais novo". Ao mesmo tempo amigos me disseram que foi o melhor show do dia.

Tame Impala
Eu só posso concordar que não é som para todo mundo, mas tem muita gente que gosta, baseado no público que estava vendo o show. E o setlist foi:

1. Intro
2. Let It Happen
3. Mind Mischief
4. The Moment
5. It Is Not Meant to Be
6. Elephant - tem vídeo
7. Yes I'm Changing
8. The Less I Know the Better
9. Eventually
10. Alter Ego
11. Apocalypse Dreams
12. Feels Like We Only Go Backwards
13. New Person, Same Old Mistakes

Deixo qualquer outro comentário para quem conseguiu prestar atenção e não ficou conversando como eu.


- Mumford & Sons
Tocando o que não é meu estilo de som preferido, a banda parece uma banda country norte-americana e que converteu-se ao indie. Mas a banda é inglesa e tocando tradicionais instrumentos do folk, acabou por conquistar uma legião de fãs. O show estava LOTADO.

E mesmo não gostando muito do estilo, eu pulei muito. A banda é boa de palco, o repertório é bom para deixar todo mundo ligado e no final, os caras fizeram um dos melhores, se não o melhor show de todo o festival. O setlist foi:

1. Babel
Mumford & Sons
2. Little Lion Man
3. Below My Feet
4. Wilder Mind
5. Lover of the Light
6. Snake Eyes
7. Tompkins Square Park - tem vídeo
8. Believe
9. Ghosts That We Knew
10. Awake My Soul
11. The Cave
12. Roll Away Your Stone
13. Ditmas
14. Dust Bowl Dance
15. Hot Gates (bis)
16. I Will Wait (bis)
17. The Wolf (bis)

Foi legal ver adultos, adolescentes e crianças (sim, com 8 anos ou talvez até menos) cantando todas as músicas. E apesar de todos dizerem que a platéia que está adiante deles é especial, ficou nítida a emoção dos caras por causa daquela apresentação. Palmas para a banda e se tiver a chance, vá vê-los!


- Eminem
Que grande decepção! O cara sempre teve uma postura irônica ou agressiva. Mas seus trabalhos mais recentes puxam mais para o pop e foi aí que ele concentrou a apresentação dele. Muita voz feminina de fundo e pouco rap. O setlist foi:

1. Won't Back Down
2. 3 a.m.
3. Square Dance
4. Business
5. Kill You
6. White America
7. Mosh
8. Evil Deeds
Eminem
9. Rap God
10. Kings Never Die
11. Just Don't Give a Fuck
12. Criminal
13. The Way I Am
14. Detroit Vs Everybody
15. Fast Lane
16. The Hills
17. Airplanes, Part II
18. Stan
19. Sing for the Moment
20. Like Toy Soldiers
21. Forever (cover do Drake)
22. Love the Way You Lie - tem vídeo
23. Phenomenal
24. Berzerk
25. 'Till I Collapse
26. Cinderella Man
27. The Monster
28. My Name Is
29. The Real Slim Shady
30. Without Me
31. Not Afraid
32. Lose Yourself (bis)
33. Fack (bis)

O público mais jovem adorou cantar os sucessos da parceria do rapper com a Rihanna. Eu como fã desde o início, achei o repertório fraco e adolescente demais. Eu me diverti nos últimos 20 minutos do show, mas o artista que eu aprendi a gostar tirava sarro de todo mundo e batia de frente. Este que eu vi, gosta de falar de relacionamentos e de música lenta. Não curti!

Mas confesso que curti o fato dele ter tocado com banda, mesmo o DJ ainda tendo bastante participação no som. Mas acho que o som ao vivo dá mais impacto ao hip hop.


Gostando ou não, foi uma bela noite de música e no dia seguinte tinha mais!

terça-feira, 1 de março de 2016

Rolling Stones - 27/02/2016

Ok, a coisa mais importante deste post é que finalmente vi a maior banda viva ao vivo. Finalmente eu consegui ver um show dos Rolling Stones. E valeu a ralação para conseguir o ingresso, a espera e a ansiedade. Eu paguei, claro em algum momento achei que valia a pena pagar o que cobraram pelo show, mas sim, é muito caro. Mesmo eu tendo pago, não faz sentido. Ainda menos sentido faz a enorme taxa de conveniência e muito menos ainda a taxa de R$ 8,00 para imprimir meu próprio ingresso na minha casa, na minha impressora, com a minha tinta e o meu papel. Coisas que nunca conseguirei explicar. Mas eu vi os Rolling Stones.

Compra de ingressos pelo site bem estável e organizada. Chegada ao estádio do Morumbi de carro tranquilo como sempre. Entrada um pouco bagunçada, mas sem grandes confusões.

Cheguei, infelizmente contra o meu próprio planejamento, atrasado para ver o show de abertura com o Titãs, que tocou o seguinte:

Titãs
1. Lugar Nenhum
2. AA UU
3. Diversão
4. Flores
5. Sonífera Ilha
6. Comida
7. Cabeça Dinossauro
8. Marvin
9. Desordem
10. Homem Primata
11. Polícia - tem vídeo
12. Bichos Escrotos
13. Aluga-se (cover do Raul Seixas)

O Titãs deve ser a maior banda do rock nacional ainda tocando em larga escala (eu diria que a esta banda seria a Plebe Rude, mas eles não fazem turnê ou produzem mais como os Titãs) e por isso, creio que a escolha foi acertada.

Os integrantes todos tocando e cantando (faz algum tempo que acabou aquela banda gigante) e um setlist baseado no Cabeça Dinossauro com algumas ótimas adições fez um show de 50 minutos bem animado. Como disse, atrasado como cheguei, perdi metade do show. De 'Cabeça Dinossauro' em diante cheguei, cantei, pulei, peguei cerveja e decidi onde ia ficar (acompanhado de uma galera que foi junto). Tudo ao mesmo tempo...


Belo show. Com o papo em dia, no intervalo encontrei uma outra série de amigos que não havia combinado de encontrar no meio de cerca 60 mil pessoas. Tudo deu certo!

Às 21 horas em ponto, depois de um breve vídeo, LADIES AND GENTLEMEN, THE ROLLING STONES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

1. Jumpin' Jack Flash
2. It's Only Rock 'n' Roll (But I Like It) - tem vídeo
3. Tumbling Dice
The Rolling Stones
4. Out of Control
5. All Down the Line
6. She's a Rainbow (votada pelo público)
7. Wild Horses
8. Paint It Black
9. Honky Tonk Women
10. Slipping Away (Keith Richards no vocal)
11. Before They Make Me Run (Keith Richards no vocal)
12. Midnight Rambler
13. Miss You
14. Gimme Shelter
15. Start Me Up
16. Sympathy for the Devil
17. Brown Sugar
18. Encore:
19. You Can't Always Get What You Want (bis - com o Coral Sampa)
20. (I Can't Get No) Satisfaction (bis)

Sobre o show, o que dizer? Só pedrada! Se você por acaso não conhecia tanto uma música, podia apenas curtir som (ótima qualidade no show de abertura e no principal), absorver a enorme influência da música negra americana no som dos britânicos e/ou apenas dançar.

(Para quem leu a biografia do Keith Richards, vale a observação do bom momento da banda. Quando o Mick Jagger deixa o cara cantar duas músicas, significa que os egos estão, pelo menos mais ou menos, domados. Depois de tanto tempo, já era hora...)

Mick Jagger
Olhar para o palco mostra a qualquer um, que apesar de fogos de artifícios em dois momentos, que apesar dos telões de uma qualidade ridícula de boa e do bom português do Mick Jagger (praticado com seu filho brasileiro?), o bom rock and roll é feito com simplicidade. Poder olhar ao Keith Richards e ao Ron Wood fazendo (poucos) acordes simples e ao Charlie Watts e perceber uma batida super simples... Ok, tem banda de apoio (teclados, metais, backing vocals) e o andamento caiu bastante, mas é um som simples, feito por gênios que transformam o simples no belo (eu sempre achei o simples mais belo).

Música boa, técnica, produção, uma grande espera pela banda. Mas o mais importante do show, pra mim, é uma confirmação de algo que já escrevi sobre aqui no blog (com certeza após o show do Bruce Springsteen): a alegria e o prazer no que se faz, aumentam a nossa longevidade. 

Um vocalista e um guitarrista com 72 anos, um guitarrista de 68 anos e um baterista de 74 anos. O que você vê? Sorrisos e no caso do Mick Jagger, muito movimento e danças pelo palco. Sério, se eu chegar aos meus 70 tão bem quanto meus pais e os Rolling Stones (que consumiram uma quantidade de álcool e drogas um pouco superior ao que os meus devem ter consumido), seguramente terá sido uma vida muito bem vivida. Viva a música, viva a vida feliz, vida a qualidade de vida. E obrigado Rolling Stones por mais um belo espetáculo de música.

E eu aqui, ainda não consigo get satisfaction enough! Lollpalooza 2016 vem aí!

IT'S ONLY ROCK AND ROLL! BUT I LIKE IT! :)