segunda-feira, 18 de julho de 2016

Legião Urbana - 16/07/2016

Turnê Legião Urbana XXX
A Legião Urbana é uma das bandas ícone do rock nacional dos anos 80. Capaz de também ser a banda mais odiada. Não sei se é pelo Renato Russo ou por essa coisa meio devota que os fãs tem com a banda. Mas o fato é, é uma banda que ou você ama ou odeia.

Eu sou do grupo dos que ama. Primeiro porque amo rock. Segundo porque amo rock nacional. Terceiro porque amo os anos 80 musicalmente. E quarto porque fui criado em Brasília e desculpa o bairrismo, mas quem teve a chance de viver os anos 80 e 90 em Brasília, mesmo como criança, foi banhado de boa música e não perde a chance de valorizar isso.

Tinha comprado ingresso para o festival João Rock para ver o show XXX da Legião Urbana, isto é, comemorativo de 30 anos do primeiro álbum da banda. Mas pela vontade de fazer um curso, vendi e comprei para ver o show em São Paulo, no Citibank Hall. Então sábado de noite, com frio e chuva, fomos, eu e Marina (que gostou do show, apesar de não conhecer tudo) ver a banda. Apenas uma nota rápida pelo não aviso no momento da compra dos ingressos de que haveria um show de abertura e também pelo fato do show ter sido anunciado para 22:30, mas ter começado apenas às 23:10, o que para mim é uma falta de respeito com o público.

Legião Urbana com André Frateschi
Eu não tive a chance de ver a banda com Renato Russo, infelizmente, pela sua morte prematura, mas tive a chance de ver o Dado Villa Lobos algumas vezes ao vivo e tive a chance de ver ele e o Marcelo Bonfá tocando o repertório da Legião Urbana num especial da MTV de tributo com Wagner Moura nos vocais. E por mais trágico que tenha sido ouvir o Wagner, a energia foi demais, pois todo mundo cantava tudo do início ao fim. Desta vez quem acompanha a banda nos vocais é André Frateschi, ator e cantor, que apesar de não ter nenhuma semelhança com Renato Russo em sua voz, não faz feio e leva bem a banda. E claro, os dois integrantes originais da banda também cantam algumas músicas.

Em março de 2015 Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá conseguiram o direito de usar a marca Legião Urbana sem problemas, depois de uma longa disputa com Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, que controlava todos os direitos e os impedia de usar a marca. A junção desta conquista com a celebração dos 30 anos do primeiro álbum da banda causaram esta turnê. E o setlist dela tem sido:

1. Será
2. A Dança
3. Petróleo do Futuro
4. Ainda é Cedo
5. Perdidos no Espaço
6. Geração Coca-Cola - tem vídeo
7. O Reggae
8. Baader-Meinhof Blues
9. Soldados
10. Teorema
11. Por Enquanto
Intervalo: Profecia de Renato Russo - Trilha Sonora
12. Tempo Perdido
13. Daniel na Cova Dos Leões
14. Há Tempos
15. Quase Sem Querer
16. 1965 (Duas tribos)
17. Dezesseis
18. Meninos e Meninas
19. Eu Sei
20. Pais e Filhos
21. Angra dos Reis
22. O Teatro dos Vampiros
23. "Índios"
24. Faroeste Caboclo (bis)
25. Perfeição (bis)
26. Que País é Esse? (bis)

Legião Urbana com André Frateschi
As primeiras 11 músicas tocadas são exatamente o primeiro disco da banda, na mesma ordem. E foi fantástico, pois algumas das músicas não são das mais conhecidas, mas ainda sim são importantes na obra deixada pelo grupo. Em 'Geração Coca-Cola' uma explosão de energia (que pode ser vista no vídeo no fim do post) e em 'Por Enquanto', que tem uma versão mais popular cantada pela Cássia Eller, eles deixaram o público cantar a música quase toda. Um momento muito bonito.

Após um intervalo de 3 minutos, onde uma gravação do Renato Russo fala sobre quem éramos, somos e seremos, a banda voltou com 'Tempo Perdido' e eu confesso, chorei. Primeiro porque gosto muito da música, mas também porque foi a música que tocou na minha escola quando todos os alunos foram informados da morte do Renato Russo e foi um momento bastante marcante na minha vida de estudante do 2o grau.

'Quase Sem Querer' é outra música que me emociona, pelo fato de ter sido lançada logo após o último show da banda em Brasília, quando o Renato Russo quase foi enforcado e declarou que nunca mais voltaria à cidade. Este foi outro momento bastante marcante na vida de quem curtia a banda e estava em Brasília, pois o show terminou numa senhora confusão com o vocalista falando horrores da cidade. De fato foi bem triste aquilo tudo e essa música marcou aquele momento para mim.

Vários convidados participaram do show. O vocalista de uma nova banda de Fortaleza (confesso que não guardei o nome dele nem da banda) cantando '1965 (Duas Tribos)'. A banda Glass and Glue, que abriu o show, tocou 'Dezesseis' e a Miranda Kassin cantou 'Meninos e Meninas' e na sequência fez uma parceria com seu marido, André Frateschi, cantando 'Eu Sei'. Uns melhores que outros, mas todas as participações muito legais.

Legião Urbana com André Frateschi
Em 'Pais e Filhos', o Bonfá assumiu os vocais e convidou seu filho ao palco para tocar guitarra. As duas últimas músicas foram tocadas em meio a discursos dos momentos atuais.

O bis não deixou escapar o maior sucesso da banda, 'Faroeste de Caboclo'. Direto e reto sem errar. E uma grata surpresa de ver o vocalista convidado colocando toda sua marca na música. 'Perfeição' e 'Que País é Esse?' finalizaram a noite, mais uma vez em meio a discursos sobre o momento que vivemos no mundo e no Brasil. Impressionante como anos depois muita coisa não mudou.

Ver a Legião para mim significa reviver meus 23 anos em Brasília. Significa reviver uma época e um estilo musical que eu adoro. Significa ouvir rock nacional de verdade, em alguns momentos mais pop, em outros mais depressivo e em muitos momentos, ouvindo claramente as influências das bandas internacionais que nós ouvimos.

Fico feliz também pelos músicos que podem usar a marca que eles tanto trabalharam para construir. E por nós que podemos voltar a ouvir ao vivo músicas que marcaram as nossas vidas. Um gostinho no vídeo abaixo.

Vida longa ao rock nacional! Vida longa ao rock de Brasília!