terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Black Sabbath - 04/12/2016

Mais uma vez a história se repete: os caras começam a vender ingresso tão cedo, que quando chegou perto do show, já tinha quase esquecido dele e estava sem nenhum tipo de expectativa. Mas lá fomos nós ver o Ozzy pela segunda vez e o Black Sabbath pela primeira.

Me juntei ao meu amigo biritinha Amilcar e fomos lá em um fim de tarde bem feio, todo nublado. Capa de chuva na mão e minha câmera de volta dos reparos, partimos rumo ao Morumbi. Parar o carro no lugar de sempre, não pagando os flanelinhas e escapando do trânsito louco do bairro.

A entrada foi suuuuuper longa. Se não foi a maior, foi uma das maiores filas que já peguei para entrar em um estádio. Isso porque saímos cedo, na intenção de pegar o final do primeiro show de abertura. Mas entramos só no meio segundo (depois do meu ingresso dar problema e ter de pegar uma segunda fila para que o código de barra pudesse ser lido corretamente).

Entramos e pensa num show lotado. Com filas gigantes para comprar cerveja no bar, garantimos uma no ambulante. E para minha baita surpresa, o show que estava rolando do Rival Sons, foi muito bom. Rock and roll de banda nova, mas com uma pegada clássica. Tenho de conhecer um pouco mais do som dos caras...

Com apenas minutos de atraso começou o show do Black Sabbath. E confesso, pela falta de expectativa por ter adquirido o ingresso meses antes, não estava esperando muita coisa. Imaginei que fosse ser curto, pois o Ozzy não aguenta muita coisa. E de fato foram 90 minutos de show, com direito a solos de guitarra, solo de baixo e solo de bateria, executados com perfeição.

O setlist foi:
1. Black Sabbath
2. Fairies Wear Boots
3. After Forever
4. Into the Void - tem vídeo
5. Snowblind
6. War Pigs
7. Behind the Wall of Sleep
8. N.I.B.
9. Rat Salad
10. Iron Man
11. Dirty Women
12. Children of the Grave
13. Paranoid (bis)

Eu poderia aqui dizer como foi música por música, mas foi tão foda tudo, que nem faz sentido. Claro que 'War Pigs', 'Iron Man' e "Paranoid", que confesso eu tinha esquecido e nem estava esperando mais tocar, foram as mais especiais, que dão arrepio. Clássico hit é clássico hit, não tem jeito.

O Ozzy ainda canta tudo e me espanta ele ainda lembrar de todas as letras, uma vez que ele mal consegue se mexer no palco. Mas sua voz já não alcança várias notas. A primeira vez que eu o vi ao vivo, ele já estava passado, mas a voz estava melhor. Inclusive, bom lembrar que são dois shows com Ozzy e dois temporais na cabeça. Que chuva cara!!!

Tony Iommi é a figura imaculada que no palco, chama a luz para ele e toca todos os acordes com perfeição, como se estivéssemos ouvindo o disco original. Parece que o tempo não passou para ele. Mas confesso que isso já era esperado...

Agora quem me chamou a atenção mesmo foi o Geezer Butler, pois o baixo dele é nervoso demais. Muita nota, rápido, dando um recheio nas músicas muito impressionante... O solo dele então, sensacional. Muito bom poder ver os três juntos de novo, já que o baterista original não veio. Tommy Clufetos, o substituto, toca bem, segura a onda, mas é poser demais para essa banda. De qualquer forma, fez lá o papel dele...

Este foi o segundo último show da banda no Brasil, pois da última vez disseram ser a última turnê. Mas se este foi o último mesmo, fiquei feliz de poder ver. O Black Sabbath é algo tão único, que ver ao vivo causa uma sensação estranha. Parece que você está vendo algo original sendo criado na sua frente... Não sei explicar, mas eles são bons demais... Parabéns para os caras e felizes daqueles que puderam ver essa obra de arte.

Fiquem com toda a maestria da banda em 'Into the Void'.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Guns N' Roses - 11/11/2016

Axl usando seus pulmões
Quis a vida que eu fosse muito novo para ver o Guns N' Roses no seu auge em sua primeira apresentação no Brasil no Rock in Rio II, em 1991. Minha mãe e tias me levaram para ver Lisa Stansfield, Dee Lite, Gilberto Gil e George Michael, naquele festival, no que seriam os primeiros shows da minha vida. Galera mais simpática do que no dia das bandas de rock, acredito que pensavam elas.

Depois a banda voltou, mas eu ainda morava em Brasília e lá não chegavam estes shows. E seguiu vontade e a banda veio de novo, com o mesmo nome, mas só com o Axl Rose da formação original, o que nunca me motivou a pagar um ingresso. Mas dessa vez pelo menos 3 da formação original vieram: Axl Rose, Slash e Duff McKagan (esse sim eu já tinha visto no SWU com sua banda) e chegou a hora de vê-los.

Assim sendo, ingressos comprados para mim e para os amigos na primeira hora pelo app do site responsável pela venda (no site filas e pelo app em um minuto e meio, tudo resolvido). Caros, taxa de conveniência mais cara ainda, mas a gente que gosta paga. Não deveríamos para ver se as margens das produtoras baixam, mas... Vamos lá!

Posso contar este show de duas maneiras diferentes: 1) O primeiro show do Joaquim; 2) Eu vendo o Guns pela primeira vez.

1) O primeiro show do Joaquim
Joaquim, Rodrigo, Jana e eu
Joaquim é o filho do Rodrigo, amigo meu, casado com a Janaina, amiga minha e que se juntaram a mim neste dia. Além de ser um moleque para lá de especial, ele teve (e segue tendo) uma educação musical exemplar. Não por menos, aos 10 anos (acho que é isso), ele é fã de Guns N' Roses e ganhou do pai o ingresso para o seu primeiro grande show.

Mais do que estar ali porque gosto de shows, mais do que querer ver o Guns, para mim era uma oportunidade poder acompanhá-lo nesse momento. Ter tido a oportunidade de sentir seu coração acelerado quando chegou, sua cara de espanto no momento que a banda tocou sua primeira música, sua cara de alucinado quando reconhecia a próxima música como sendo uma das suas favoritas ou se esgoelando cantando algumas delas, cada momento ao lado dele valeu.

Meu sobrinho Gabriel também está nos seus primeiros shows em Brasília e infelizmente não tive a chance de estar com ele em um destes ainda. Mas pela fotos que me enviam, vejo que seu olho brilha como eu vi o do Joaquim brilhar. Imagino que lá no Rock in Rio II o meu tenha ficado da mesma forma.

A experiência foi completa: show de banda grande, em estádio, lotado, com chuva, direito a boné da banda de presente e comer algo no pós para fazer aquela resenha, mesmo que neste último momento ele já estivesse mais interessado na cama dele do que no que havia acabado de acontecer.

Se eu fiquei super feliz de poder ter compartilhado esse momento com ele, imagino que o pai então não deva ter muitas palavras, a não ser um coração cheio de orgulho para descrever este momento. Então não poderia deixar de colocar este momento em palavras, enquanto imagino como será um dia poder fazer o mesmo do lado de cá.

2) Eu vendo o Guns pela primeira vez
Era um show que eu esperava, mas exatamente desta forma. Só o Axl, com sua voz já cansada, não me interessava, mas com a banda toda (ou quase toda), sim. Quando então descobri que a Plebe Rude iria abrir os trabalhos, cheguei mais cedo sozinho para vê-los e viva o rock de Brasília.

Plebe Rude ao fundo
O show começou 15 minutos atrasado e terminou em 30 minutos. Uma pena, pois a Plebe Rude merece mais, mas... o fato é que quase ninguém conhecia as músicas da banda. Então, acredito que o objetivo era mais um bom entretenimento (isso eles são há tempos) do que um show que todos curtissem. O setlist foi:

1. Sua História
2. Brasília
3. Anos de Luta - tem vídeo
4. Johnny Vai à Guerra (Outra Vez)
5. Minha Renda
6. Proteção
7. Até Quando Esperar

Digamos que foi um pocket show só de hits, com apenas uma música do último álbum de inéditas da banda (tem vídeo). O show finalizou com o maior sucesso dos caras e aí sim, todo mundo cantou. São 35 anos de carreira levando o rock de Brasília e continuam sendo minha banda nacional favorita.


Mas aí chegou a hora do Guns, que por incrível que pareça, a entrada dos caras atrasou apenas 10 minutos (a fama do Axl ficou meio ruim nos últimos shows, quando os atrasos chegaram a horas). E de fato a voz do Axl já não dá conta do recado, mas confesso que ele se poupa em alguns momentos e atinge notas que eu achei que ele não fosse mais capaz de atingir. E nos momentos que ele não vai, deixa com a banda...

Mais do que necessariamente um bom show, um show nostálgico. Cheio de músicas dos dois primeiros discos (Appetite for Destruction e Lies), que para mim, são os que caracterizam a banda. O setlist foi:

1. It's So Easy
Slash
2. Mr. Brownstone
3. Chinese Democracy
4. Welcome to the Jungle - tem vídeo
5. Double Talkin' Jive
6. Better
7. Estranged
8. Live and Let Die (cover do Wings)
9. Rocket Queen
10. You Could Be Mine
11. Attitude (cover do Misfits)
12. This I Love
13. Civil War
14. Coma
15. Speak Softly Love (Tema do Poderoso Chefão)
16. Sweet Child O' Mine
17. Wish You Were Here (cover do Pink Floyd apenas com guitarras)
18. November Rain
19. Knockin' on Heaven's Door (cover do Bob Dylan)
20. Nightrain
21. Don't Cry (bis)
22. The Seeker (cover do The Who - bis)
23. Paradise City (bis)

Confesso que pra mim, se o show terminasse nas duas primeiras músicas já teria sido do caralho. Foi a MTV que me apresentou a banda com os clipes de 'Knocking on Heavens Door' ao vivo, 'Welcome to the Jungle', 'Paradise City' e 'Patience', que por sinal eles não tocaram. Mas foram estas duas primeiras músicas que me fizeram gostar da banda de verdade.

Duff McKagan
Depois de uma música de um álbum que eu nunca ouvi, nem por curiosidade, veio 'Welcome to the Jungle' e aí tem vídeo e tem o registro da cara do Joaquim (ok, esse era o primeiro item do post, mas vale a pena mencionar). Veja ao fim do post e desde já peço desculpas pelas imagens de longe, mas a minha estimada câmera de shows apresentou sérios problemas neste evento, evitando que o zoom funcionasse em sua plenitude e por isso, ela encontra-se na revisão. Esperamos sua volta em breve...

'Double Talkin' Jive' também veio para relembrar o passado e aumentar a nostalgia, assim como 'Rocket Queen'. Que show estávamos vendo até ali... Lembrei o porquê eu gostava e ouvia tanto a banda. Veio 'You Could Be Mine' que não é das minhas preferidas, mas foi legal pela pirotecnia e pela histeria do público, que desde que a primeira música não me deixava ouvir o som direito. Acho que foi o show de público mais histérico que já vi.

A partir daí veio uma série de músicas das quais não sou fã e caiu uma chuva dos infernos de gelada. Mas valeu para lavar a alma, para dar consciência que eu já tinha bebido mais do que eu achava e para dar ares de que a diversão seria completa na noite. Faço um parênteses para dizer que chuva, da mesma forma que é capaz de acabar com a graça de um show a céu aberto, pelo frio e/ou desconforto, é capaz também de transformar um evento também, fazendo com que a multidão se anime ainda mais. Felizmente desta vez, a segunda opção prevaleceu.

E foi molhado que entrou 'Sweet Child O' Mine', que também não é das minhas favoritas, mas é clássico e foi hora de gritar a plenos pulmões. E confesso, foi legal para caralho.

Passo 'November Rain' e ouço 'Knocking on Heaven's Door', música que não achava que eles tocassem mais. Uma grata surpresa. 'Nightrain' veio para dar aquele gás de novo, para um bis que na minha opinião, apesar do hit, começou chato.

Mas o show terminou com 'Paradise City', com a energia lá em cima e um público ainda histérico por ter visto, um mix das coisas antigas, covers e do último disco. Por ter visto uma banda que tornou-se histórica, apesar de não estar mais na mesma forma, ao contrário de outras com anos de estrada e que ainda estão no seu auge. Mas clássico é clássico. E sempre valerá a pena nem que seja para cantar uma música a plenos pulmões. E nós cantamos várias!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Legião Urbana - 16/07/2016

Turnê Legião Urbana XXX
A Legião Urbana é uma das bandas ícone do rock nacional dos anos 80. Capaz de também ser a banda mais odiada. Não sei se é pelo Renato Russo ou por essa coisa meio devota que os fãs tem com a banda. Mas o fato é, é uma banda que ou você ama ou odeia.

Eu sou do grupo dos que ama. Primeiro porque amo rock. Segundo porque amo rock nacional. Terceiro porque amo os anos 80 musicalmente. E quarto porque fui criado em Brasília e desculpa o bairrismo, mas quem teve a chance de viver os anos 80 e 90 em Brasília, mesmo como criança, foi banhado de boa música e não perde a chance de valorizar isso.

Tinha comprado ingresso para o festival João Rock para ver o show XXX da Legião Urbana, isto é, comemorativo de 30 anos do primeiro álbum da banda. Mas pela vontade de fazer um curso, vendi e comprei para ver o show em São Paulo, no Citibank Hall. Então sábado de noite, com frio e chuva, fomos, eu e Marina (que gostou do show, apesar de não conhecer tudo) ver a banda. Apenas uma nota rápida pelo não aviso no momento da compra dos ingressos de que haveria um show de abertura e também pelo fato do show ter sido anunciado para 22:30, mas ter começado apenas às 23:10, o que para mim é uma falta de respeito com o público.

Legião Urbana com André Frateschi
Eu não tive a chance de ver a banda com Renato Russo, infelizmente, pela sua morte prematura, mas tive a chance de ver o Dado Villa Lobos algumas vezes ao vivo e tive a chance de ver ele e o Marcelo Bonfá tocando o repertório da Legião Urbana num especial da MTV de tributo com Wagner Moura nos vocais. E por mais trágico que tenha sido ouvir o Wagner, a energia foi demais, pois todo mundo cantava tudo do início ao fim. Desta vez quem acompanha a banda nos vocais é André Frateschi, ator e cantor, que apesar de não ter nenhuma semelhança com Renato Russo em sua voz, não faz feio e leva bem a banda. E claro, os dois integrantes originais da banda também cantam algumas músicas.

Em março de 2015 Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá conseguiram o direito de usar a marca Legião Urbana sem problemas, depois de uma longa disputa com Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, que controlava todos os direitos e os impedia de usar a marca. A junção desta conquista com a celebração dos 30 anos do primeiro álbum da banda causaram esta turnê. E o setlist dela tem sido:

1. Será
2. A Dança
3. Petróleo do Futuro
4. Ainda é Cedo
5. Perdidos no Espaço
6. Geração Coca-Cola - tem vídeo
7. O Reggae
8. Baader-Meinhof Blues
9. Soldados
10. Teorema
11. Por Enquanto
Intervalo: Profecia de Renato Russo - Trilha Sonora
12. Tempo Perdido
13. Daniel na Cova Dos Leões
14. Há Tempos
15. Quase Sem Querer
16. 1965 (Duas tribos)
17. Dezesseis
18. Meninos e Meninas
19. Eu Sei
20. Pais e Filhos
21. Angra dos Reis
22. O Teatro dos Vampiros
23. "Índios"
24. Faroeste Caboclo (bis)
25. Perfeição (bis)
26. Que País é Esse? (bis)

Legião Urbana com André Frateschi
As primeiras 11 músicas tocadas são exatamente o primeiro disco da banda, na mesma ordem. E foi fantástico, pois algumas das músicas não são das mais conhecidas, mas ainda sim são importantes na obra deixada pelo grupo. Em 'Geração Coca-Cola' uma explosão de energia (que pode ser vista no vídeo no fim do post) e em 'Por Enquanto', que tem uma versão mais popular cantada pela Cássia Eller, eles deixaram o público cantar a música quase toda. Um momento muito bonito.

Após um intervalo de 3 minutos, onde uma gravação do Renato Russo fala sobre quem éramos, somos e seremos, a banda voltou com 'Tempo Perdido' e eu confesso, chorei. Primeiro porque gosto muito da música, mas também porque foi a música que tocou na minha escola quando todos os alunos foram informados da morte do Renato Russo e foi um momento bastante marcante na minha vida de estudante do 2o grau.

'Quase Sem Querer' é outra música que me emociona, pelo fato de ter sido lançada logo após o último show da banda em Brasília, quando o Renato Russo quase foi enforcado e declarou que nunca mais voltaria à cidade. Este foi outro momento bastante marcante na vida de quem curtia a banda e estava em Brasília, pois o show terminou numa senhora confusão com o vocalista falando horrores da cidade. De fato foi bem triste aquilo tudo e essa música marcou aquele momento para mim.

Vários convidados participaram do show. O vocalista de uma nova banda de Fortaleza (confesso que não guardei o nome dele nem da banda) cantando '1965 (Duas Tribos)'. A banda Glass and Glue, que abriu o show, tocou 'Dezesseis' e a Miranda Kassin cantou 'Meninos e Meninas' e na sequência fez uma parceria com seu marido, André Frateschi, cantando 'Eu Sei'. Uns melhores que outros, mas todas as participações muito legais.

Legião Urbana com André Frateschi
Em 'Pais e Filhos', o Bonfá assumiu os vocais e convidou seu filho ao palco para tocar guitarra. As duas últimas músicas foram tocadas em meio a discursos dos momentos atuais.

O bis não deixou escapar o maior sucesso da banda, 'Faroeste de Caboclo'. Direto e reto sem errar. E uma grata surpresa de ver o vocalista convidado colocando toda sua marca na música. 'Perfeição' e 'Que País é Esse?' finalizaram a noite, mais uma vez em meio a discursos sobre o momento que vivemos no mundo e no Brasil. Impressionante como anos depois muita coisa não mudou.

Ver a Legião para mim significa reviver meus 23 anos em Brasília. Significa reviver uma época e um estilo musical que eu adoro. Significa ouvir rock nacional de verdade, em alguns momentos mais pop, em outros mais depressivo e em muitos momentos, ouvindo claramente as influências das bandas internacionais que nós ouvimos.

Fico feliz também pelos músicos que podem usar a marca que eles tanto trabalharam para construir. E por nós que podemos voltar a ouvir ao vivo músicas que marcaram as nossas vidas. Um gostinho no vídeo abaixo.

Vida longa ao rock nacional! Vida longa ao rock de Brasília!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Bachiana Filarmônica SESI-SP - 14/06/2016

Que eu sou apaixonado por música, acho que o blog já deixa claro. Que eu sou apaixonado por qualquer tipo de música, nem sempre foi uma realidade.

Foto: http://www.fundacaobachiana.org.br/

Já comentei no post sobre o show de Caetano e Gil que já fui uma pessoa mais preconceituosa em relação a estilos musicais que não aprecio, mas com a vivência de algumas experiências e com a vida passando, aprendi a respeitar muita coisa.

Isso passa também pela música clássica. Não é um tipo de música apreciada pela grande maioria dos jovens. E eu fui um deles, que morria de tédio cada vez que meu pai colocava uma fita de música clássica no carro. Mas um dia ele resolveu levar a mim e a minha irmã (que já tocava guitarra) para ver a Orquestra Filarmônica de Brasília no Teatro Nacional. E no momento eu achei muito chato. Mas lembro que no dia seguinte algo estalou em mim e comentei com a minha mãe: "acho que entendi melhor. Não foi tão chato assim".

De lá para cá meus contatos com a música clássica foram muito pontuais, como a participação de orquestras em shows de bandas de rock/pop e alguns outros concertos, com destaque para a apresentação da Filarmônica de Chicago na própria cidade e da OSESP na minha primeira visita ao Teatro Municipal de São Paulo.

E nessas oportunidades as apresentações continuam me dando sono. Mas não por tédio e sim pelo fato de que a música clássica relaxa minha cabeça totalmente. Já escrevi isso aqui também e volto a repetir: a música clássica tocada ao vivo é o som mais limpo/livre/vivo/cristalino que eu já ouvi na minha vida. Parece que é a coisa verdadeira. A origem de tudo. Cada nota entra com suavidade nos ouvidos. E apesar de não ser um tipo de música que eu goste de ouvir em casa, o prazer ter ouvir e ver isso ao vivo tem se tornado cada vez maior.

Foto: http://www.fundacaobachiana.org.br/
E aí entra na cena a minha esposa, Marina, que me proporcionou basicamente todos os meus últimos concertos comprando os ingressos como presente, seja pela concerto, seja para conhecer o Teatro Municipal ou a Sala São Paulo. E em março deste ano, já de dia dos namorados, ela comprou dois ingressos para que pudéssemos ver o maestro João Carlos Martins na Sala São Paulo. Ela já o tinha visto no Lincoln Center em NY e de acordo com ela, foi emocionante. E eu, convidado para mais este espetáculo, esperava só uma noite de boa música. Que engano o meu... Narro a partir de agora uma das noites mais emocionantes da minha vida.

A primeira grande diferença na apresentação da Bachiana Filarmônica SESI-SP regida pelo Maestro João Carlos Martins é o fato de que ele interage com o público. Apresenta a obra, os autores, fala das adaptações feitas por regentes e orquestras e fala da sua missão de popularizar a música clássica.

A apresentação da noite fez parte da série que aborda a história da música clássicas nas Olimpíadas. Nesta noite específica foram tocadas peças criadas por encomenda. E para aquecer, uma peça de apenas 2 minutos regida por ele mesmo. Depois uma obra de Aaron Copeland chamada 'El Salón México' foi regida pelo maestro associado da orquestra. Foi uma pequena introdução de uma grande noite devido à sua dinâmica.

A terceira peça da noite foi a estreia mundial da obra Olimpíada Rio 2016, criada por Edmundo Villani-Côrtes, que estava na plateia vendo tudo. A orquestra acompanhada por pandeiro, cuíca e outros instrumentos de percussão, englobando trechos de 'Cidade Maravilhosa' é uma obra prima. Digna de um orgulho que lutamos para ter do nosso país. Belíssima obra, com aplausos mais que merecidos ao autor ao final.

Na volta do intervalo, buscando popularizar ainda mais a música clássica e fazendo um link com os jogos olímpicos, o maestro nos apresentou um atleta olímpico que pediu a torcida da plateia. Achei uma forma simpática de aproximar as duas coisas. Mas depois disso veio o melhor susto. Como chegamos na pressa e sem pegar o programa, não sabíamos o que viria. Mas veio, João Carlos Martins regendo a trilha sonora inteira de Star Wars, composta por John Williams. Se a Marina chorou com o tema das Olimpíadas, desta vez foi minha vez de chorar, como bom nerd que sou. Foi lindo... Dois momentos: o início e a 'Marcha Imperial'! Indescritível a sensação de ouvir aquilo e lembrar dos personagens e dos momentos de todos os filmes. Muito legal também ver o sorriso no canto da boca das pessoas vendo aquilo.

Foto: http://www.fundacaobachiana.org.br/
E a noite que para mim já estava de ótimo tamanho, ainda não havia acabado. João Carlos Martins convidou ao piano, para tocar uma peça solo, um músico que foi seu dublê de mãos no filme que será lançado sobre a sua vida. Eder Pessoa tocou uma pequena peça e foi lindo. Lindo também foi ver o afeto dele com o maestro, que explicou que ele quis desistir de participar do filme e só participou por insistência do próprio maestro que comprovou sua qualidade musical.

Para finalizar, a orquesta, regida pelo mestro associado tocou dois clássicos do rock: 'Yesterday' dos Beatles e 'Love of My Life' do Queen. E com João Carlos Martins tocando piano, com todas as suas dificuldades*, que tornam-se ainda maiores a cada dia. Na sua cara, pura emoção e esforço para tocar aquelas duas músicas. Para nós, sorrisos, lágrimas e felicidade, por ter tido a oportunidade de ver tamanho espetáculo.

João Carlos Martins me aproximou da música clássica. E tenho certeza que seguirá fazendo isso por muito tempo com diversas outras pessoas. Ele merece todas as palmas que o Brasil tem para lhe dar.

PS: não há fotos e vídeos por respeito ao espetáculo. Mas não nego que quis filmar a execução de Star Wars inteira.

* Para quem não conhece a história de João Carlos Martins, ele foi um grande pianista e ainda é um grande maestro, mas com diversas dificuldades nos movimentos das mãos. São tantos os problemas que tentaram pará-lo, que mais fácil que vocês leiam no Wikipedia sua história, pois caso contrário, este texto ficaria ainda mais longo. Mas o mais importante, é que mesmo com todas as dificuldades, ele segue regendo, segue tocando e segue sua missão. Mais palmas para ele.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Lollapalooza - 13/03/2016

O segundo dia de Lollapalooza foi um dia mais tranquilo. Pelo menos para mim... Com menos bandas que me interessavam, confesso que aproveitei o dia para curtir mais o festival e pingar menos de palco em palco. E assim foi e foi muito bom, de novo!

- Albert Hammond Jr.
Como todo primeiro show do dia, cheguei atrasado e como não queria perder nem um segundo do Alabama Shakes, vi pouco do show do Albert Hammond Jr., (ex-)guitarrista do The Strokes.

Banda boa, ele tem uma voz interessante, mas apesar do Strokes ser mais "agressivo" (não achei outra palavra melhor) no seu som, o trabalho do Albert Hammond Jr. é bastante similar nos arranjos de guitarra e estilo da música. E eu confesso que esperava algo mais original.

O setlist foi:
Albert Hammond Jr.
1. Caught by My Shadow
2. Rude Customer
3. Back to the 101
4. Carnal Cruise
5. GfC
6. Touché
7. Everyone Gets a Star
8. Losing Touch - tem vídeo
9. Cooker Ship
10. In Transit
11. St. Justice
12. Born Slippy
13. Holiday
14. Drunched In Crumbs
15. Side Boob

Achei um som pouco original, apesar de bem tocado. Não trouxe nada de novo.


- Alabama Shakes
Concorre fortemente com o Mumford & Sons pelo melhor show do festival. Depois da sua primeira aparição no Brasil, no menor palco do Lollapalooza de 2013, este foi um show com gente a perder de vista. Engraçado pensar em tudo que eles conquistaram neste intervalo.

Alabama Shakes
O Alabama Shakes tem um som bem característico e é uma banda super azeitada, mas apesar da cozinha excelente, poderíamos dizer que eles são a banda de Brittany Howard. A vocalista é fantástica, para não ter de achar um adjetivo ainda muito melhor que este.

Para mim, Brittany começa a ser um ícone no momento em que é uma líder de banda de rock que foge de qualquer estereótipo estético que o mercado nos impõe. Quem não conhece, fica estupefato. E segue sendo um ícone ao abrir sua boca para soltar sua ora potente, ora gentil voz. E termina no seu carinho com o público.

Como me foi dito durante o show, ela é um sopro de ar fresco na música atual. Que prazer poder vê-la tocar. E eles tocaram o seguinte:

1. Future People
2. Dunes
3. Rise to the Sun
4. Hang Loose
5. Shoegaze
6. Miss You
7. Be Mine
8. The Greatest
9. Hold On - tem vídeo
10. You Ain't Alone
11. Over My Head
12. Don't Wanna Fight
13. Gimme All Your Love

Confesso que me emociona ver um show de uma banda de blues/rock autêntico sendo prestigiada por tanta gente e tanta gente jovem. Mostra que a música de qualidade tem espaço no ouvido de todos. Se você nunca viu, tem de ver este grupo ao vivo! Não deixe passar!


- Noel Gallagher's High Flying Birds
Um show inglês. Sóbrio, formal, mas muito bom! Não sei se todos gostam de Oasis, mas acho uma bela banda, apesar de sempre ter odiado a postura dos irmãos Gallagher. De qualquer forma, achava o som bom.

A apresentação solo de Noel Gallagher e sua banda, mostram que ele, o irmão que não cantava todas, tem talento para fazer música boa. Mas vamos combinar? O ápice foram as três músicas do álbum What's The Story Morning Glory do Oasis. O setlist foi:

Noel Gallagher's High Flying Birds
1. Everybody's on the Run
2. Lock All the Doors
3. In the Heat of the Moment
4. Riverman
5. The Death of You and Me
6. You Know We Can't Go Back
7. Champagne Supernova (música do Oasis)
8. Dream On
9. Listen Up (música do Oasis)
10. The Mexican
11. Digsy's Dinner (música do Oasis)
12. If I Had a Gun...
13. Wonderwall (música do Oasis)
14. AKA... What a Life!
15. Don't Look Back in Anger (música do Oasis)

'Champagne Supernova', 'Wonderall' e 'Don't Look Back in Anger' foram momentos apoteóticos e faz até você desejar que o Oasis volte. De resto é um show interessante, mas longe de ser vibrante, tirando estes momentos pontuais.

Ficamos sem vídeo, pois o cartão de memória da máquina deu pau neste show! Fazer o que...

- Emicida
Silvanny e Carlos Café na Percussão
Foi um show que me surpreendeu pela musicalidade. Costumo não ter muitas coisas boas a falar sobre o hip hop nacional, pelo fato de ter músicas boas, mas melodias pobres ou até mesmo repetitivas. Confesso que não sou um grande conhecedor do trabalho do Emicida, até porque não escuto muito hip hop, mas o que eu ouvi ali foi outra coisa.

Talvez esteja puxando o saco porque conheço uma das percussionistas, que é uma das pessoas mais fantásticas que conheci nos últimos anos. Mas que o balanço nas músicas do Emicida é interessante, ah é!

Cheguei quando o MC Guimê estava no palco. Mas logo na sequência acabou a participação especial e a coisa ficou bonita. Letras fortes (o protesto está ali!), mas com um swing legal para curtir, mesmo para quem não conhece o som do cara. No primeiro dia do Lollapalooza, o show do Eminem me causou o mesmo espanto, pois mesmo não tendo curtido tanto o show, foi legal ver a banda mandando as músicas do cara ao vivo.

Registro aqui meu protesto, pois o site que uso de fonte para os setlists tem as listas de todas as bandas internacionais do festival, mas não tem do show do Emicida. Uma pena e fico devendo essa.

Se você curte rap, tem de ver. Se não curte, se dê ao direito da dúvida e vá ver. Você pode se surpreender.


- Florence and The Machine
Que voz! Que potência! Que vestido... Quantas rodopiadas... Florence não é só uma cantora, há especulações de que ela seja uma elfa, uma deusa, um ser superior... Primeiro porque canta muito (e fácil)! Segundo porque corre de forma leve pelo palco, com seu vestido esvoaçante, dando algumas piruetas. E terceiro porque o conjunto destas coisas cria um personagem.

Eu já tinha perdido a chance de ver a Florence and The Machine em outro festival e desta vez que vi, gostei do que vi. Eu vi o público dançar e pular. Eu vi o público inteiro cantar. Eu vi um grande amigo tirar a camisa e rodar (e ele não é uma pessoa que faria isso em uma situação normal). Pois é, foi uma baita festa.

O setlist foi:

1. What the Water Gave Me
2. Ship to Wreck
3. Shake It Out - tem vídeo
4. Bird Song Intro
5. Rabbit Heart (Raise It Up)
6. Delilah
7. Sweet Nothing (cover do Calvin Harris)
8. How Big, How Blue, How Beautiful
9. Queen of Peace
10. No Light, No Light
11. Spectrum
12. You've Got the Love (cover do The Source) - tem vídeo
13. Dog Days Are Over
14. What Kind of Man (bis)
15. Drumming Song (bis)

Foi uma bela forma de terminar o melhor Lollapalooza. Um show animado. Uma ode a música! Viva a música! Viva os sentimentos que ela traz! Viva a energia que faz com que nos conectemos. Por mais anos com o Lollapalooza.


terça-feira, 15 de março de 2016

Lollapalooza - 12/03/2016

Chegamos ao 5o Lollapalooza brasileiro da história. E é bom ver que a empresa que organiza o festival está aprendendo e o festival ficando cada vez melhor. Para não deixar de falar de música, vamos a um resumo dos pontos positivos e negativos do festival logo.

O Lollapalooza de 2016, mais uma vez realizado no Autódromo de Interlagos, em termos de organização, na minha opinião foi o melhor de todos. A entrada principal foi modificada e apesar de dar mais trabalho para chegar ao festival e a multidão afunilar um pouco na saída, tudo funcionou muito bem.

Ty Tayor, vocalista do Vintage Trouble
A distribuição de banheiros, bares e caixas estava muito boa e sem grandes confusões. Achei uma pena a substituição da venda de chopp itinerante por Skol Beats. A maioria das pessoas estavam bebendo a bebida amarela ou verde, pois não havia chopp na pista. E por só ter nos bares, os barris acabavam muito rapidamente e estavam constantemente sendo trocados. O que sobrava: tomar Skol Beats. Fica a sugestão: voltem com o chopp itinerante ou ao menos coloquem os dois.

A comida podia ser encontrada de forma itinerante também, em food trucks ou pequenas lojas espalhadas pelo festival ou ainda no Chef's Stage. Uma grande variedade, com qualidades de todos os tipos. De fome ninguém sofreu.

Por fim, a distribuição dos palcos continuou igual, a exceção da tenda eletrônica, que virou um palco. Infelizmente o som ainda encontra problemas no palco Onix (quem fica muito em cima ouve mal) e no Skol (o espaço é muito grande. Falta um pouco de potência para as laterais e ao fundo). Tirando isso, sabendo onde ficar, é possível ter boa visão, conforto, ouvir bem e dançar.

Como escrito acima, mesmo com as observações parcialmente negativas, foi um belo festival e na minha opinião, o melhor já feito. Mas vamos de música e aos shows que foi possível ver.

- Vintage Trouble
Vintage Trouble
Uma banda que conheci há muito pouco tempo, mas que chamou minha atenção por alguns pontos: i) o rock and roll; ii) a música crua, com diversas referências ao som negro norte-americano (blues principalmente) e ao rock and roll mais cru, dos anos 50/60; iii) o vocalista, Ty Taylor, é uma figura cativante, com uma voz poderosa e uma energia que prende a atenção de quem vê.

No final, uma ótima combinação de boa música, boa energia e boa presença de palco. O setlist foi:

1. High Times (They Are Coming)
2. Blues Hand Me Down
3. Nancy Lee
4. Total Strangers
5. Doin' What You Were Doin'
6. Angel City, California - tem vídeo
7. Pelvis Pusher
8. Run Like the River
9. Nobody Told Me
10. Strike Your Light (Right on Me)

Para quem gosta do rock and roll original e das referências citadas, não só uma banda para ouvir, mas um show imperdível também.


- Eagles of Death Metal
Eagles of Death Metal
O Eagles of Death Metal ou EODM para os íntimos era um dos shows mais aguardados desta edição do Lollapalooza por dois fatores: i) é mais um projeto do Josh Homme, fundador do Queens of the Stone Age e do Crooked Vultures e chapa do Dave Grohl do Foo Fighters; ii) esta era a banda que estava no Bataclan no dia dos atentados de Paris e querendo ou não, teve grande divulgação por causa deste episódio.

A banda foi fundada pelo Josh Homme (que toca bateria neste projeto) e pelo vocalista Jesse Hughes, mas única pessoa fixa na banda é o vocalista. Os outros músicas vão variando de acordo com a turnê ou gravações que a banda faz. Já o baterista original, Josh Homme, toca apenas esporadicamente com a banda, devido a outros compromissos musicais, incluindo sua outra banda.

E esse Jesse Hughes é mesmo a cara da banda. Showman de marca maior, fala alto com o público e comanda a energia da banda. Seus acompanhantes fazem seu papel muito bem, dando um banho de música boa no público. O setlist foi:

1. I Only Want You
2. Don't Speak (I Came to Make a Bang!)
3. Complexity (cover do Boots Electric)
4. Whorehoppin' (Shit, Goddamn)
5. Silverlake (K.S.O.F.M.)
6. Cherry Cola
7. The Reverend
8. Save a Prayer (cover do Duran Duran)
9. Wannabe in L.A. - tem vídeo
10. I Want You So Hard (Boy's Bad News)
11. Speaking in Tongues

Apesar do nome, o som da banda é leve e gostoso de ouvir. O próprio cover do Duran Duran mostra que a banda não é pesada, mas seu nome deve ter feito os terroristas acharem que eles tinham pacto com o demônio. Foi bom ver a banda no palco e se você busca um som pra cima, o show deles é altamente recomendável.


- Bad Religion
Bad Religion
Eu honestamente nem tenho muito o que falar do show da banda de punk rock mais antiga que eu ouço e quiçá, a mais antiga que segue tocando. Os cabelos brancos da turma não negam nada, mas podem levar aos desavisados a pensarem que eles já não aguentam estar em cima do palco. Grande engano, o show continua rápido, energizante e pegando os fãs mais antigos e a molecada mais nova, que se diverte nas famosas rodinhas.

Vale uma menção muito legal ao fato do pessoal do Eagles of Death Metal terem ido curtir o show do Bad Religion da lateral do palco, curtindo cada música, gritando, batendo palma e fazendo vídeos com seus celulares. Não sei para vocês, mas para mim é muito legal ver o respeito entre bandas grandes assim.

O setlist foi:

1. Fuck You
2. 21st Century (Digital Boy)
3. Overture
EODM assitindo ao show do Bad Religion
4. Sinister Rouge
5. Come Join Us
6. New America
7. Do What You Want - tem vídeo

8. You Are (The Government) - tem vídeo
9. Delirium of Disorder
10. Suffer
11. New Dark Ages
12. Supersonic
13. Prove It
14. Can't Stop It
15. Atomic Garden
16. Los Angeles Is Burning
17. I Want to Conquer the World
18. Punk Rock Song
19. You
20. Fuck Armageddon... This Is Hell
21. Infected
22. Sorrow
23. Generator
24. American Jesus

Como sempre é um show de pouca conversa e muita música. Juntando isso ao fato das músicas não serem longas, você tem 24 músicas tocadas em uma hora. Um show completo deles não tem normalmente mais de 1 hora e 25 minutos, pois ninguém aguenta. É muito agitado!

Voltem sempre e longa vida! Se você quer algo eletrizante, esta é a banda para ouvir (sim, nem eu sei de onde tirei eletrizante!).


- Of Monster and Men
Of Monster and Men é uma banda islandesa de 2009, mas explodiu mais recentemente e é super queridinha do pessoal que curte indie rock. Na minha opinião é uma banda com canções interessantes e não dá para negar que 'Little Talks' te pega. A vocalista, que parece filha da Bjork, mas de quem nem tento falar o nome (rs), também é uma graça.

Of Monster and Men
Fora isso, o som da banda é um tanto bobo. Infantil até em certos momentos. Calma, não me matem. Vocês devem ter lido acima que eu gosto de rock mesmo. Então confesso que a banda não me pega. Mas botaram o pessoal para pular com seus hits gritando HEY!

O setlist foi:

1. Thousand Eyes
2. Empire
3. King and Lionheart
4. Black Water
5. Mountain Sound
6. Human - tem vídeo
7. I of the Storm
8. Yellow Light
9. Crystals
10. Hunger
11. Dirty Paws
12. Wolves Without Teeth
13. Lakehouse
14. Little Talks
15. Six Weeks

Acho que a banda cumpriu bem seu papel no festival. Mas ainda tem muita água para rolar até que vire uma banda grande e com som encorpado.


- Tame Impala
Confesso que não consegui prestar atenção no show. Primeiro pelo palco Skol ser muito grande e por vezes te deixa tão longe, que você acaba por não conseguir se conectar com o som, até porque ele fica baixo no fundo. Mas principalmente porque o som da banda é muito viajante. A definição que me deram, foi a de que "este povo só ouviu Pink Floyd quando era mais novo". Ao mesmo tempo amigos me disseram que foi o melhor show do dia.

Tame Impala
Eu só posso concordar que não é som para todo mundo, mas tem muita gente que gosta, baseado no público que estava vendo o show. E o setlist foi:

1. Intro
2. Let It Happen
3. Mind Mischief
4. The Moment
5. It Is Not Meant to Be
6. Elephant - tem vídeo
7. Yes I'm Changing
8. The Less I Know the Better
9. Eventually
10. Alter Ego
11. Apocalypse Dreams
12. Feels Like We Only Go Backwards
13. New Person, Same Old Mistakes

Deixo qualquer outro comentário para quem conseguiu prestar atenção e não ficou conversando como eu.


- Mumford & Sons
Tocando o que não é meu estilo de som preferido, a banda parece uma banda country norte-americana e que converteu-se ao indie. Mas a banda é inglesa e tocando tradicionais instrumentos do folk, acabou por conquistar uma legião de fãs. O show estava LOTADO.

E mesmo não gostando muito do estilo, eu pulei muito. A banda é boa de palco, o repertório é bom para deixar todo mundo ligado e no final, os caras fizeram um dos melhores, se não o melhor show de todo o festival. O setlist foi:

1. Babel
Mumford & Sons
2. Little Lion Man
3. Below My Feet
4. Wilder Mind
5. Lover of the Light
6. Snake Eyes
7. Tompkins Square Park - tem vídeo
8. Believe
9. Ghosts That We Knew
10. Awake My Soul
11. The Cave
12. Roll Away Your Stone
13. Ditmas
14. Dust Bowl Dance
15. Hot Gates (bis)
16. I Will Wait (bis)
17. The Wolf (bis)

Foi legal ver adultos, adolescentes e crianças (sim, com 8 anos ou talvez até menos) cantando todas as músicas. E apesar de todos dizerem que a platéia que está adiante deles é especial, ficou nítida a emoção dos caras por causa daquela apresentação. Palmas para a banda e se tiver a chance, vá vê-los!


- Eminem
Que grande decepção! O cara sempre teve uma postura irônica ou agressiva. Mas seus trabalhos mais recentes puxam mais para o pop e foi aí que ele concentrou a apresentação dele. Muita voz feminina de fundo e pouco rap. O setlist foi:

1. Won't Back Down
2. 3 a.m.
3. Square Dance
4. Business
5. Kill You
6. White America
7. Mosh
8. Evil Deeds
Eminem
9. Rap God
10. Kings Never Die
11. Just Don't Give a Fuck
12. Criminal
13. The Way I Am
14. Detroit Vs Everybody
15. Fast Lane
16. The Hills
17. Airplanes, Part II
18. Stan
19. Sing for the Moment
20. Like Toy Soldiers
21. Forever (cover do Drake)
22. Love the Way You Lie - tem vídeo
23. Phenomenal
24. Berzerk
25. 'Till I Collapse
26. Cinderella Man
27. The Monster
28. My Name Is
29. The Real Slim Shady
30. Without Me
31. Not Afraid
32. Lose Yourself (bis)
33. Fack (bis)

O público mais jovem adorou cantar os sucessos da parceria do rapper com a Rihanna. Eu como fã desde o início, achei o repertório fraco e adolescente demais. Eu me diverti nos últimos 20 minutos do show, mas o artista que eu aprendi a gostar tirava sarro de todo mundo e batia de frente. Este que eu vi, gosta de falar de relacionamentos e de música lenta. Não curti!

Mas confesso que curti o fato dele ter tocado com banda, mesmo o DJ ainda tendo bastante participação no som. Mas acho que o som ao vivo dá mais impacto ao hip hop.


Gostando ou não, foi uma bela noite de música e no dia seguinte tinha mais!

terça-feira, 1 de março de 2016

Rolling Stones - 27/02/2016

Ok, a coisa mais importante deste post é que finalmente vi a maior banda viva ao vivo. Finalmente eu consegui ver um show dos Rolling Stones. E valeu a ralação para conseguir o ingresso, a espera e a ansiedade. Eu paguei, claro em algum momento achei que valia a pena pagar o que cobraram pelo show, mas sim, é muito caro. Mesmo eu tendo pago, não faz sentido. Ainda menos sentido faz a enorme taxa de conveniência e muito menos ainda a taxa de R$ 8,00 para imprimir meu próprio ingresso na minha casa, na minha impressora, com a minha tinta e o meu papel. Coisas que nunca conseguirei explicar. Mas eu vi os Rolling Stones.

Compra de ingressos pelo site bem estável e organizada. Chegada ao estádio do Morumbi de carro tranquilo como sempre. Entrada um pouco bagunçada, mas sem grandes confusões.

Cheguei, infelizmente contra o meu próprio planejamento, atrasado para ver o show de abertura com o Titãs, que tocou o seguinte:

Titãs
1. Lugar Nenhum
2. AA UU
3. Diversão
4. Flores
5. Sonífera Ilha
6. Comida
7. Cabeça Dinossauro
8. Marvin
9. Desordem
10. Homem Primata
11. Polícia - tem vídeo
12. Bichos Escrotos
13. Aluga-se (cover do Raul Seixas)

O Titãs deve ser a maior banda do rock nacional ainda tocando em larga escala (eu diria que a esta banda seria a Plebe Rude, mas eles não fazem turnê ou produzem mais como os Titãs) e por isso, creio que a escolha foi acertada.

Os integrantes todos tocando e cantando (faz algum tempo que acabou aquela banda gigante) e um setlist baseado no Cabeça Dinossauro com algumas ótimas adições fez um show de 50 minutos bem animado. Como disse, atrasado como cheguei, perdi metade do show. De 'Cabeça Dinossauro' em diante cheguei, cantei, pulei, peguei cerveja e decidi onde ia ficar (acompanhado de uma galera que foi junto). Tudo ao mesmo tempo...


Belo show. Com o papo em dia, no intervalo encontrei uma outra série de amigos que não havia combinado de encontrar no meio de cerca 60 mil pessoas. Tudo deu certo!

Às 21 horas em ponto, depois de um breve vídeo, LADIES AND GENTLEMEN, THE ROLLING STONES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

1. Jumpin' Jack Flash
2. It's Only Rock 'n' Roll (But I Like It) - tem vídeo
3. Tumbling Dice
The Rolling Stones
4. Out of Control
5. All Down the Line
6. She's a Rainbow (votada pelo público)
7. Wild Horses
8. Paint It Black
9. Honky Tonk Women
10. Slipping Away (Keith Richards no vocal)
11. Before They Make Me Run (Keith Richards no vocal)
12. Midnight Rambler
13. Miss You
14. Gimme Shelter
15. Start Me Up
16. Sympathy for the Devil
17. Brown Sugar
18. Encore:
19. You Can't Always Get What You Want (bis - com o Coral Sampa)
20. (I Can't Get No) Satisfaction (bis)

Sobre o show, o que dizer? Só pedrada! Se você por acaso não conhecia tanto uma música, podia apenas curtir som (ótima qualidade no show de abertura e no principal), absorver a enorme influência da música negra americana no som dos britânicos e/ou apenas dançar.

(Para quem leu a biografia do Keith Richards, vale a observação do bom momento da banda. Quando o Mick Jagger deixa o cara cantar duas músicas, significa que os egos estão, pelo menos mais ou menos, domados. Depois de tanto tempo, já era hora...)

Mick Jagger
Olhar para o palco mostra a qualquer um, que apesar de fogos de artifícios em dois momentos, que apesar dos telões de uma qualidade ridícula de boa e do bom português do Mick Jagger (praticado com seu filho brasileiro?), o bom rock and roll é feito com simplicidade. Poder olhar ao Keith Richards e ao Ron Wood fazendo (poucos) acordes simples e ao Charlie Watts e perceber uma batida super simples... Ok, tem banda de apoio (teclados, metais, backing vocals) e o andamento caiu bastante, mas é um som simples, feito por gênios que transformam o simples no belo (eu sempre achei o simples mais belo).

Música boa, técnica, produção, uma grande espera pela banda. Mas o mais importante do show, pra mim, é uma confirmação de algo que já escrevi sobre aqui no blog (com certeza após o show do Bruce Springsteen): a alegria e o prazer no que se faz, aumentam a nossa longevidade. 

Um vocalista e um guitarrista com 72 anos, um guitarrista de 68 anos e um baterista de 74 anos. O que você vê? Sorrisos e no caso do Mick Jagger, muito movimento e danças pelo palco. Sério, se eu chegar aos meus 70 tão bem quanto meus pais e os Rolling Stones (que consumiram uma quantidade de álcool e drogas um pouco superior ao que os meus devem ter consumido), seguramente terá sido uma vida muito bem vivida. Viva a música, viva a vida feliz, vida a qualidade de vida. E obrigado Rolling Stones por mais um belo espetáculo de música.

E eu aqui, ainda não consigo get satisfaction enough! Lollpalooza 2016 vem aí!

IT'S ONLY ROCK AND ROLL! BUT I LIKE IT! :)