quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Paul McCartney - 25/11/2014

Sir Paul McCartney
Há 4 anos atrás amigos compraram ingresso para mim para o show do Paul McCartney. E eu fui, fiquei chocado e saí de lá batendo palmas para aquele que representa 25% daquela que é considerada a maior banda da história, os Beatles. Não esperava um show tão bom.

Se na primeira oportunidade não tive a chance de escrever por aqui, pois o blog não existia, desta vez fiquei até ansioso. A pergunta é se conseguirei lembrar de todos os detalhes, mas vamos lá.

Como São Paulo enfrenta uma crise hídrica e não podemos reclamar de chuva, não vou reclamar que é o terceiro show seguido a céu aberto nos últimos 60 dias ou menos em que chove. Deixa chover... Capa de chuva, tênis a prova d'água e simbora. Uma vez mais, escolhi ir de carro pelo fato do metrô fechar mais cedo que o fim do evento e os táxis na saída serem sempre um pesadelo. Parei cerca de 5 quarteirões do local, sem flanelinha e acho que foi a solução mais acertada.

O local do show foi o novíssimo Allianz Parque, estádio do Palmeiras. E está de fato um espetáculo. Para um primeiro show foi ótimo, mas ficam aqui as dicas de melhorias (se eu não reclamar, não sou eu, né?):
- Filas de entrada: é preciso ter outras vias de acesso. Pista, cadeira inferior e superior entravam pelo mesmo portão e a fila era gigante. Andou rápido, mas era gigante. Não fosse pelo atraso de 45 minutos de Sir Paul, teria perdido uma boa parte do show;
- Banheiros: filas gigantes porque alguns estavam alagados. Não pode!
- Som: qualidade incrível, mas volume baixo pelo menos para quem estava no fim da pista. As torres para aumentar o alcance do som estavam bem na minha frente, mas creio que estavam impactando as cadeiras. É preciso rever esta engenharia para equalizar o volume em todo o estádio.

Paul McCartney no piano
Precisamente 21:45 o show começou. E terminou às 00:30. 2 horas e 45 minutos de show de um cara que tem 72 anos e toca com uma classe, que nem parece que cansou. Grande exemplo, que se junta ao Bruce Springsteen ao mostrar que quando você faz o que ama, o tempo parece que não passa.

Além disso, foi uma apresentação recheada com muitos clássicos dos Beatles. Muitos mais do que a primeira apresentação que vi. Vamos combinar: a carreira solo dele é ótima e tem muita música boa. Mas 97,68% de quem vai a um show dele quer ouvir Beatles. E esse público inclui de tudo: jovens, filhos com seus pais, adultos e um pessoal já de cabeça branca, que são normalmente os mais emocionados e os que mais alto cantam.

Só em um show com um público tão diverso você pode ver gente de todas as idades vibrando e chorando (né, Edu?), filho brigando com o pai e o pai dizendo que o filho está muito careta, casais de todas as idades e jovens formando seu gosto musical em um lindo show. Paul McCartney é para todos e é muito legal que você ver tanta gente diferente curtindo a mesma coisa.

Mas falemos de música e aqui vai o setlist:

1. Eight Days a Week (Beatles)
2. Save Us 
3. All My Loving (Beatles)
4. Listen to What the Man Said (Wings)
5. Let Me Roll It (Wings)
6. Paperback Writer (Beatles)
7. My Valentine 
8. Nineteen Hundred and Eighty-Five (Wings)
9. The Long and Winding Road (Beatles)
10. Maybe I'm Amazed 
11. I've Just Seen a Face (Beatles)
Paul McCartney no violão
12. We Can Work It Out (Beatles) - tem vídeo
13. Another Day 
14. And I Love Her (Beatles)
15. Blackbird (Beatles)
16. Here Today 
17. New 
18. Queenie Eye 
19. Lady Madonna (Beatles)
20. All Together Now (Beatles)
21. Lovely Rita (Beatles)
22. Everybody Out There 
23. Eleanor Rigby (Beatles)
24. Being for the Benefit of Mr. Kite! (Beatles)
25. Something (Beatles)
26. Ob-La-Di, Ob-La-Da (Beatles) - tem vídeo
27. Band on the Run (Wings)
28. Back in the U.S.S.R. (Beatles)
29. Let It Be (Beatles) - tem vídeo
30. Live and Let Die (Wings)
31. Hey Jude (Beatles)
32. Day Tripper (Beatles) (bis)
33. Hi, Hi, Hi (Wings) (bis)
34. I Saw Her Standing There (Beatles) (bis)
35. Yesterday (Beatles) (bis 2)
36. Helter Skelter (Beatles) (bis 2)
37. Golden Slumbers (Beatles) (bis 2)
38. Carry That Weight (Beatles) (bis 2)
39. The End (bis 2) 

Eu podia parar aqui, pois este setlist é foda! Mas vou tentar passar um pouco da emoção aqui. Quando o cara começa com '8 Days a Week' e pira um estádio com 45 mil pessoas na primeira música, você sabe que o bicho vai pegar dali para frente. 'All My Loving' deixou o público ainda em êxtase. 'Paperback Writer' fez o estádio todo dar o seu melhor para fazer a primeira e a segunda vozes da música. Estava claro que Beatles comandaria a noite.

'The Long and Winding Road' com o Paul já no piano traz o primeiro momento emocionante do show e sim, dá vontade de chorar (pelo menos eu fiquei!). Aí chega 'We Can Work It Out', você está filmando com a sua câmera e fica frustrado de não poder pular mais, mas ao mesmo tempo percebe que está gravando pro seu blog e para ficar guardado um pouco mais que na memória um Beatle cantando uma música da chamada maior banda da história. Por dentro, sua alma sorri.


'I Love Her' e 'Blackbird' fazem uma dobradinha de emocionar e eu vejo as primeiras lágrimas da noite no rosto da Marina, a noiva. 'Queenie Eye' mostra que por mais que Beatles seja incrível, o último trabalho solo de Sir Paul McCartney merece atenção e é bom pacas. Eu pulei e dancei um monte.

'Eleanor Rigby' me faz sentir mais lágrimas, desta vez no meu rosto. E 'Something' sendo iniciada com um ukulele em homenagem a George Harrisson faz qualquer um ter certeza de que aquele momento é algo especial. Ukelele sempre faz um show mais especial. (rs)

E aí continua a sequência matadora do final do primeiro set: 'O-Bla-Di, O-Bla-Da' (que você filma, pois está se sentindo tão bobo e feliz, que quer relembrar aquilo mais vezes. Primeiro vídeo abaixo), 'Band on the Run', 'Back in the U.S.S.R.', 'Let it Be' (que você filma, porque o espetáculo de luzes de celulares na arquibancada está tão bonito, que você quer guardar essa recordação. Segundo vídeo abaixo), 'Live and Let Die' (e muitos fogos e fogos de artifício que você acha que o show acabou) e 'Hey Jude'.



Vou colocar um parágrafo específico para 'Hey Jude', pois é algo estranho. Sabe aquela música que você acha que já ouviu tanto que ficou boba? Que você acha que não aguenta mais ouvir? Que parece que não te toca de maneira alguma? Ela é 'Hey Jude'. Sir Paul McCartney começa o primeiro acorde e o estádio todo já está cantando e quando chega a parte do NaNaNaNaNa, tudo vem abaixo. E piora quando você vê seu amigo com o olho inchado de tanto chorar. E fica ainda mais especial, quando aquela chuva que vem e vai, te fazendo colocar e tirar a capa de chuva, resolve cair com tudo no momento do NaNaNaNaNa mais forte. Um daqueles momentos que a chuva não atrapalha, mas sim torna tudo mais especial. Resumindo, não é que emociona, emociona para caralho!

Paul McCartney no teclado
31 músicas. Chega né? Não ainda viriam dois bis. O primero foi divertido e eu poderia comentar. Mas salvo as linhas pro segundo bis, que começa com 'Yesterday', que é uma das minhas músicas preferidas, pois a mensagem da música me toca demais. Para mostrar que Sir Paul é tudo menos previsível, vem a próxima música, que não terminou o show, mas poderia. Eu pelo menos, parei de prestar atenção depois de 'Helter Skelter'. Porque se você termina um show tão especial assim batendo cabeça, é porque valeu a pena.

72 anos, toca guitarra (base e solo), baixo, piano e teclado. Um ex Beatle. Baita compositor e bom show man. Sir Paul "Fucking" McCartney. Volte quantas vezes quiser e eu estarei lá para vê-lo.

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