quarta-feira, 4 de abril de 2012

Roger Waters - 03/04/2012

Quando penso em grandes espetáculos no que se refere aos shows que vou, as grandes referências que tenho em mente são U2 e Madonna. E justamente o mesmo arquiteto que fez os palcos e estruturas dos shows Zoo TV e 360 do U2 (Mark Fisher - colei essa desta reportagem aqui. Aproveite para ver os detalhes do palco neste link também) foi quem criou o INCRÍVEL palco da turnê 'The Wall', disco original do Pink Floyd, mas interpretado nesta ocasião por Roger Waters e sua bem foda banda de apoio.

Em primeiro lugar, preciso fazer um agradecimento formal para Marina Greca, que me convenceu a ir ao show e me encheu o saco e foi comprar os ingressos sozinha! Obrigado! (tá bom ou precisa de mais?) Na segunda noite de shows em São Paulo, depois de shows no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, o estádio do Morumbi estava lotado desde as cadeiras colocadas no gramado até as cadeiras cobertas e arquibancadas do estádio. Aqui um breve comentário negativo: fomos nas cadeiras inferiores e por causa de tantos camarotes que existiam, as pessoas das cadeiras estavam todas em pé por falta de lugares bons para sentar. Em determinado momento, tiveram de abrir os assentos de um camarote para acomodar parte das pessoas. Aos poucos os VIP's tem ganho mais espaço em todos os setores das platéias dos shows, o que é uma pena. Mas com o camarote liberado, vimos o show devidamente sentados e confortáveis, o que foi ótimo para nos permitir absorver tudo que estava por vir.

É importante ressaltar que o 'The Wall' não é apenas um show, mas um grande espetáculo áudio e visual. E pelo que vi, uma vez que nunca fui grande fã do Pink Floyd e nunca achei a banda uma das melhores coisas para se ouvir (agressões começando em 3, 2, 1...), de fato há momentos que você não precisa de fato conhecer a música que está tocando. Enquanto sua audição experimenta músicas muito bem tocadas e efeitos sonoros perto da perfeição, sua visão é preenchida com luzes, projeções em qualidade nunca antes vistas nos telões (no caso o muro tema do show), bonecos gigantes e mensagens políticas (inclusive a tão falada referência ao Jean Charles, brasileiro assassinado pela policia britânica). Até por isso, este post será um pouco diferente: 3 vídeos e todas as fotos com qualidade boa o suficiente para serem postadas (não só algumas para ilustrar o texto. Aqui, o texto seguramente não será suficiente para transmitir a experiência que foi tal evento).

O show começou pontualmente às 21 horas, com o público não respeitando os pedidos de não utilizar os flashes, que poderiam atrapalhar as projeções do telão. Pena! Mas nada que atrapalhasse o show.

O setlist foi:

1o ATO
1) In the Flesh?
2) The Thin Ice
3) Another Brick in the Wall (Parte 1)
4) The Happiest Days of Our Lives
5) Another Brick in the Wall (Parte 2)
6) Mother (versão extendida)
7) Goodbye Blue Sky
8) Empty Spaces
9) What Shall We Do Now?
10) Young Lust
11) One of My Turns
12) Don't Leave Me Now
13) Another Brick in the Wall (Parte 3)
14) The Last Few Bricks
15) Goodbye Cruel World

2o ATO
16) Hey You
17) Is There Anybody Out There?
18) Nobody Home
19) Vera
20) Bring the Boys Back Home
21) Comfortably Numb
22) The Show Must Go On
23) In the Flesh
24) Run Like Hell
25) Waiting for the Worms
26) Stop
27) The Trial
28) Outside the Wall

O show começa com 'In the Flesh?' e uma multidão maluca por experimentar pela primeira vez tudo aquilo: Roger Waters, ótima música e grandes efeitos! Logo na primeira música, que já haviam me dito que eu tinha de filmar (e assim o fiz), é possível entender alguns pontos. Existem caixas de som espalhadas por todo estádio, inclusive nas arquibancadas. Quando aviões começam a dar rasantes, helicópteros passam rasgando o céu, rajadas de metralhadoras são disparadas e crianças gritam, numa realidade que é difícil de acreditar (você se pega olhando pra cima tentando achar o helicóptero ou o avião), você entende o porquê de tais caixas de som estarem ali. Aquilo é o maior home theater que já vi. Eu filmando e de repente um avião desce de cima do estádio, caindo atrás do muro e explodindo! Cacete! Isso é o show? Ali tive a certeza de que ia amar o que veria na sequência, mesmo sem ser fã de Pink Floyd (agressões em 3, 2, 1...).

O show continua com o que com certeza foi a música mais cantada, 'Another Brick in the Wall'. Momento mágico, com as crianças entrando no palco e cantando a parte delas, fazendo coreografia e ajudando no espetáculo (acredito que locais, mas não entendi o agradecimento do tal do Roger Waters). Elas dividiram o palco com um boneco gigante de um professor.

Logo após, Roger Waters não deixou o clima teatral tomar conta e falou com a galera em bom e pausado português, o que na minha opinião sempre faz uma diferença (já citei no blog algumas exceções). E o show continuou no 1o ato, com o muro que começou despedaçado sendo montado. 'Mother' deixou a galera em êxtase, enquanto Roger Waters fazia um dueto com ele mesmo, em imagens dele tocando a mesma música em 1980.

O muro ficou completo no final do 1o ato, quando Roger Waters canta a última música aparecendo sozinho no buraco deixado pelo último tijolo ainda não colocado. Finalizada 'Goodbye Cruel World', o último tijolo foi colocado, o muro completo e começou o intervalo. Durante a pausa o muro completo mostrou fotos de pessoas mortas em combate, ataques terroristas, etc. (pelo menos assim parecia e assim eu li por aí).

O 2o ato começou com 'Hey You'. Chegamos em 'Nobody Home' e ele aparece cantando no que parece ser uma sala que se abre no meio da parede do lado esquerdo do palco. O show segue e em 'Comfortably Numb', além da galera cantando, Roger Waters aparece sozinho na frente do palco. Em alguns momentos, seu segundo vocalista e seu guitarrista aparecem no topo do muro para as partes mais importante da música. Memorável! Entre os músicas, um telão vertical.

Quando começa 'In the Flesh', um porco com mensagens políticas aparece flutuando. Um tanto surreal! Em 'Run Like Hell', a banda toda que estava atrás do muro, aparece na frente do palco, praticamente fazendo um dueto com o telão em forma de muro, de tão impressionantes que são as imagens. Há um vídeo disso! Amém!

Em 'The Trial' o muro vem abaixo! Literalmente! Quase todos aqueles tijolos colocados ali, um por um, vão ao chão. E a banda toda, apenas com pandeiros, violões, bandolins e similares cantam 'Outside The Wall', com Roger Waters apresentando cada integrante da banda, antes que os mesmos saíssem do palco e o show, quer dizer ESPETÁCULO, terminasse! (minha memória ralou para lembrar de tudo... Algumas referências eu confesso que roubei de outros sites).

Mas isso foi apenas uma narração de fatos do show! O que aconteceu mesmo ali, nenhuma palavra pode explicar. Se você não foi, veja se há tempo de ir até o México ver o show por lá ou em algum outro país pelo qual ele ainda vai passar.

De todos espetáculos que eu vi, seguramente esse foi o mais impressionante. Não é só um show de música. Não é só um espetáculo visual. Não é somente uma ópera rock. Não é somente um dos discos mais importantes da história do rock tocado na íntegra. É TUDO ISSO JUNTO! E feito com algo perto da perfeição. Sei que isso não é uma competição, mas CHUPA U2 e seu palco de 360 graus. Vão ter de ralar um pouco mais para chegar neste nível (a sorte é que eles tem um pouco mais de tempo que o Roger Waters, que já vai nos seus 68 anos).

Mas o que mais me impressionou foi a qualidade das imagens no telão. Nunca vi, em TV nenhuma, a qualidade ali mostrada. Parecia que meus olhos estavam vendo algo impressionantemente novo. Parecia que a realidade era aquela parede e não o que estava ao redor, de tão nítidas que eram as imagens. Nem sei se é isso mesmo, mas acho que é o mais próximo que consigo fazer para explicar a sensação em palavras.

E conforme escrevi mais acima, abaixo os vídeos feitos do show e diversas fotos do palco, em ordem cronológica. Espero que gostem, pois este post foi difícil!

(PS: o hambúrguer pós show foi no Milk & Mellow. Deve ser a lanchonete mais antiga de todas que já fui e ainda não conhecia. Atendimento para bebidas e batata foram incríveis, mar o garçom vacilou no pedido dos sanduíches e estes demoraram. Pelo visto não é o padrão e a comida estava muito boa. Logo, terão uma segunda chance qualquer dia desses)

- Abertura: In the Flesh?


- Mother


- Run Like Hell


FOTOS:
(antes do show começar)

(uma amostra do telão)

(professor de 'Another Brick in the Wall')

(coro de crianças de 'Another Brick in the Wall')





(antes do último tijolo fechar o muro)

(fotos de mortos em combate no intervalo)





(tocando em cima do muro)



(banda tocando na frente do muro)


(o porco)

(última música e despedida da banda já com o muro derrubado)

Um comentário:

Diz aí...