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terça-feira, 2 de maio de 2017

Midnight Oil - 29/04/2017

Eu nunca tinha visto o Midnight Oil e não lembro da banda ter tocado no Brasil. R$ 288,00 com taxa de (in)conveniência não é um ingresso barato, mas uma banda tão clássica, criada em 1976, talvez fosse a última chance para ver os caras ao vivo. E por isso não deixamos passar...

Midnight Oil
Um sábado de feriado, show LOTADO. Eu mesmo fui com um grupo grande de amigos. Mas como sempre, os posts começam com as críticas e para lotar um show, tem de ter estrutura para isso. Coisa que não houve no Espaço das Américas.

A noite começou com uma fila quilométrica para entrar. Pense em uma fila grande, agora multiplica por pelo menos 10 vezes, e você entenderá a fila para entrar. Ok, andou rápido, mas seguramente muita gente ficou na fila depois do show já ter começado. Os problemas continuaram pelas filas para comprar fichas e pegar cerveja, que 40 minutos depois do show ter começado, já estava quente. Triste!

Em relação ao show mesmo, tenho duas críticas recorrentes ao Espaço das Américas: o palco é muito baixo! Ou você tem bem mais de 1,80m ou você não verá nada. Mas tudo bem, você pode ver pelo telão. Não, não pode, porque ele também é muito baixo e além disso, a iluminação do palco ofusca o telão. É assim, sempre foi assim e pelo visto, seguirá assim. Uma pena...

Mas o maior problema foi a qualidade do som, muito baixo. Isso além de fazer com que você não ouça a banda bem, tira o clima do show, pois as pessoas acabam se conectando menos à música, acabam batendo papo e o som das pessoas conversando em alguns momentos encobre o som do próprio show. O pior problema de todos!

Mas o show em si foi recheado de clássicos e de fãs emocionados, pois aquelas músicas embalaram a adolescência de muita gente que estava presente. O setlist foi:

1. Blue Sky Mine
2. Truganini
3. Too Much Sunshine
4. Redneck Wonderland
5. Under the Overpass
Midnight Oil
6. King of the Mountain
7. Short Memory - tem vídeo
8. Earth and Sun and Moon
9. Power and the Passion
10. Antarctica
11. Only the Strong
12. Arctic World
13. Warakurna
14. Dreamworld
15. My Country - tem vídeo
16. When the Generals Talk
17. Luritja Way
18. US Forces
19. The Dead Heart
20. Beds Are Burning - tem vídeo
21. Read About It
22. Forgotten Years
23. Put Down That Weapon (bis)
24. Now or Never Land (bis)
25. Sometimes (bis)

Com a agenda politicamente correta da banda, cada música era uma declaração! Duas pedradas iniciais e o show segue com um mix de músicas menos conhecidas e grandes sucessos. Bela seleção.

Peter Garret, vocalista e líder da banda, no alto dos seus 64 anos (creio eu) está melhor que a maioria de nós. As vozes de toda a banda super bem conservadas e afinadas e o Peter dançando o show todo. Absolutamente impecáveis como banda.

Meu protesto fica pelo fato de terem tocado 'My Country' em uma versão só com piano e voz, tirando toda a energia da música (vídeo abaixo) que é a minha preferida e também pelo fato do bis ter tido músicas não tão conhecidas. Finalizar com 'Sometimes' foi uma sacada, pois ninguém esperava que fosse essa música a encerrar, mas é sempre legal quando a banda encerra com aquela pedrada.

Abaixo os vídeos que demonstram o palco baixo, mas que captam bem o som, apesar do volume. O Midnight Oil é uma banda clássica, com um repertório gigante, com muitos clássicos e uma posição muita clara de defender o planeta Terra. Muito legal ver tantos anos depois a banda ainda quebra tudo, está cheia de energia e fiel aos seus conceitos. Vida longa à banda!

- Short Memory

- My Country

- Beds Are Burning

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Bruce Springsteen - 18/09/2013

The Boss
Sério, eu não queria ter de fazer este post. Alguma coisa de difícil serão as próximas linhas para descrever em palavras o que foi o show do Boss, Bruce Springsteen, que voltou ao Brasil pela primeira vez desde 1988, também dando uma paradinha em São Paulo antes de sua apresentação no Rock in Rio.

Tinha alguma expectativa de ver o cara pelo artista que ele é, mas confesso que eu não sou um fã que conhece muita coisa. Então a ansiedade estava controlada. Já meus companheiros de show, Fabio e Otavio, estes sim, estavam ansiosos.

Espaço das Américas com sua chegada caótica como sempre (com uma estação de metrô na porta que praticamente ninguém usa, principalmente, porque o metrô deixa de funcionar antes do show acabar. Uma pena!). Desta vez fui de taxi por conta da lei seca e agradeci, pois olha o preço do estacionamento. Perdemos ou não a noção das coisas? Mas passado o momento revolta pela falta de organização nos locais de shows (não é a primeira vez que escrevo sobre isso), vamos ao que interessa.


O Fabio nos explicava antes do show que é padrão no show do Bruce Springsteen ele cantar uma música do país, na língua nativa. Que na Argentina ele não se sentiu seguro para isso e por isso, postou o vídeo da música que deveria ter rolado no show em seu site. Finalizada esta conversa, batemos mais papo, tomamos uma cerveja e o show começa, assim!


Sim, 'Sociedade Alternativa' de Raul Seixas, cantada na íntegra, em português e vamos combinar, com um puta arranjo de metais. Era o prenúncio de uma noite longa, que durou exatas 3 horas e 18 minutos de show, praticamente sem nenhum intervalo.

O setlist foi:
10. The River
12. Because the Night (cover da Patti Smith)
The Boss, sendo levado ao palco pelo público
13. She's the One
21. We Are Alive (bis)
22. Born in the U.S.A. (bis)
23. Born to Run (bis)
24. Dancing in the Dark (bis) 
26. Shout (cover do The Isley Brothers) (bis)
28. This Hard Land (bis)

Durante as músicas seguintes, The Boss falou com a galera, foi dar beijos em algumas senhoras que estavam na grade da área premium e encantou todo mundo. Em 'Spirits in the Night', a primeira aparição em um palco que estava no meio da galera, bem pertinho. Como pode ser visto no vídeo abaixo e no susto, de tão perto que estava. A besteira foi que parei de filmar quando ele parou e depois a música voltou (já peço desculpas) e na hora de voltar ao palco, mais uma dele: se jogou na galera e deixou a multidão carregá-lo de volta até o palco (foto acima). Foi demais...


Aí em determinado momento os cartazes com pedidos de músicas começam a ser recolhidos por ele, indicando as próximas músicas que seriam tocadas. Acredito eu, que sabendo o setlist, ele recolheu os cartazes, prevendo aquilo que viria pela frente. E mostrava o cartaz pra banda e pro público indicando o que vinha pela frente. Show de simpatia! E alguns outros cartazes também foram lidos, como por exemplo em 'She's the One', um cartaz onde um rapaz gostaria de pedir a noiva em casamento no palco e o Bruce topou. O resultado? Clique aqui pra ver.

The Boss interagindo com o público
O show continuou num clima espetacular, pois o cara é um show man (o maior que eu já na vida), super carismático com a platéia e tem uma energia invejável. 63 anos e em 3 horas e 18 minutos o cara mal parou. Além disso, qualidade musical impecável! 16 pessoas no palco (ele, The Boss, 5 metais, 2 guitarras, 1 baixo, 2 pianos/teclados, 1 percussionista, 1 violão/violino, 3 backing vocals) e quase todos eles ainda fazem backing vocal numa perfeição. Quase uma big band!

Um 'Because the Night' para dar uma animada na galera (não pela música em si, mas pelo hit) e no bis, que nem parecia bis, porque ele mal saiu do palco, veio uma pedrada atrás da outra. 'Born is the USA', 'Born to Run', 'Dancing in the Dark'. O momento mais divertido do show, 'SHOUT', numa energia louca e de verdade, ele estava ok, mas a platéia apesar de feliz, estava morta. Eu mesmo já não sabia quanto tempo mais ele tocaria. Parecia que não ia acabar nunca e de verdade, seria divertido se nunca acabasse.

A menina convidada a subir ao palco, ganhou uma rosa
e depois de abandonar a timidez, cantou
De repente uma piada ou outra sobre estar cansado e o cara estava ensopado. E a saideira! Uma das senhoras lá do início foi chamada de namorada brasileira do Boss e abriu um sorrisão. Ufa, acabou! Ufa mesmo? Não, que pena! E de repente, ele volta para mais uma. Só ele e o violão. Uma forma de agradecimento, depois de um discurso aparentemente sincero.

Eu já falei que sempre desconfio dessas falas de que o Brasil é a melhor platéia do mundo, que somos fodas e etc. Desde que começou o Rock in Rio tenho sentido alguns artistas de fato emocionados. Conversei com algumas pessoas que vêem show fora daqui e parece que a coisa por lá é mais fria mesmo. No caso do Bruce Springsteen, tendo sido a última visita em 1988, ele pediu desculpas pela demora e que estava bastante surpreso com a recepção do show, pois depois de tanto tempo, ele não sabia se as pessoas ainda acompanhavam o trabalho dele. E de verdade, se ele se emocionou com 7 mil pessoas, acho que ele arrebentou no Rock in Rio. Aí sim rolou a saideira e o show acabou...

Galera convidada pra cantar no palco
Descrever o show não é tarefa fácil. Pra quem vive a vida impulsionado por música, aspirar toda aquela atmosfera e ainda ter o exemplo de uma pessoa que faz o que ama e aos 63 anos está em melhor forma e com muito mais energia que eu, foi daquelas coisas que você só explica com um MUITO FODA!

Não foi só um show. Foi uma experiência de vida. Uma demonstração do porquê a música é tão importante para tanta gente. E uma noite que fatalmente ficará marcada na minha vida: a noite que vi um show FODA, o dia que vi Bruce Springsteen e entendi porque ele é chamado de THE BOSS.

Um vídeo como é de praxe para finalizar, com Bruce cantando The River:

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Robert Plant - 22/10/2012

Robert Plant é mais um daqueles shows que não se pode perder! JAMAIS! 25% do Led Zepellin ao vivo! Bola dentro da série de shows Live Music Rocks. Ok, comentários dizem que sua voz não é mais a mesma! E de fato não é! Mas continua uma voz espetacular!


O clima do show é outro, totalmente diferente. As músicas do Led Zepellin estão lá, mas a roupagem é outra. A forma de apresentar aquilo é diferente. Fruto de alguma experiência que só uma pessoa da idade e com as experiências do Robert Plant pode ter. Diferente, transcendental, encantadora... Parece que aquele som vai te envolvendo e quando você percebe, não consegue mais escapar.

Não foi só um show! Não foi apenas uma apresentação repleta de clássicos do Led. Foi uma performance cheia de mistura de ritmos, sem esquecer o passado, apresentando sons novos e músicas de alguns outros artistas que cabiam perfeitamente naquele ambiente. Algo mágico! (parece que fumei alguma coisa, certo, mas vejam os vídeos para entender a atmosfesra desta noite mágica!)

Acompanhado da companheira de show Marina e da grande amiga, me acompanhando num primeiro show fora de festival, Aline, partimos numa segunda-feira rumo ao Espaço das Américas para o show. Local que não odeio, mas que está longe de ser um dos melhores para se ver show de SP (palco e telões muito baixos para um lugar tão fundo, mas já não bato mais nesta tecla, pois me parece que lá nada vai mudar).

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego ou seria de outra coisa, certo Aline?) conseguiu complicar algo que já é ruim, que é o trânsito na região em dia de evento. Fechou os principais acessos, direcionando todo o fluxo para algumas ruas pequenas, fazendo com todos ficassem parados horas. Resultado, muita gente chegando atrasada. Sem contar os estacionamentos absurdamente caros (que poderiam ser evitados utilizando as estações de ônibus ou metrô que existem na frente do local... Mas o metrô fecha cedo e os ônibus ficam escassos... São Paulo, uma cidade do seu tamanho deveria ter sido melhor ensinada a fazer eventos massivos utilizando transporte púlbico), R$ 50,00 por carro, no final deu tudo certo.

Entramos tão em cima da hora que não deu tempo nem de cerveja, nem de água. A busca por um lugar naquele mar de gente para pelo menos o telão ver direito. E assim o show começou... E eu longe de estar na vibe que aquilo tudo merecia.

O setlist foi:
  1. Spoonful (cover do Howlin' Wolf)
Com o tempo fui entrando na onda... Olhinho fechado, deixa a música te levar. A primeira do Led com 'Friends'. Depois 'Black Dog' e aí já tinha virado show do Led. Algumas interferências com outras músicas, mas era curtir aquelas releituras.

A lenda Robert Plant e sua banda. FODA!
Guitarras distorcidas, mas num tom mais tranquilo. Sem deixar a música correr e escapar. Mantendo ela ali por perto. Instrumentos e cantos africanos floreiam os temas tocados. Pandeiros invadem o palco. Uma mística meio primitiva pairava pelo palco, hipnotizando o público. Demais!

Vontade de chorar em algumas músicas! Vontade de bater em algumas pessoas em outras (descobri que odeio um novo tipo de pessoa que descobri em shows - os falantes. Algo do tipo: conversa a porra da música toda e quando ela acaba, começa a bater palma e grita: DO CARALHO ESSA MÚSICA! - Pelo amor de DEUS! Para de falar e presta atenção no show FDP! Está me atrapalhando)!

'Bron-Y-Aur Stomp', 'Ramble On', 'Whole Lotta Love', 'Going to California' e 'Rock and Roll' foram covardia, sendo que em Rock and Roll quase chorei. Quase... Mas cantar essa música num show ao vivo com Robert Plant foi uma daquelas experiências que nunca mais se esquece.

Sem mais adjetivos para tal show, só me resta deixar os vídeos de dois clássicos e revê-los até cansar... Longa vida ao rock and roll e o Robert Plant é a personificação disso.

- Bron-Y-Aur Stomp


- Going to California

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Legião Urbana com Wagner Moura - 30/05/2012

Eu costumo dizer que existem 3 tipos de pessoas no que se refere à Legião Urbana: os que odeiam (não gostam ou não aguentam mais ouvir por causa das rodinhas de violão), os que gostam e os que amam (super fãs ou gostam e tem uma ligação forte com Brasília). Eu estou no grupo que ama e por ter sido criado em Brasília, essa banda tem um significado todo especial.

Então vamos combinar que se você odeia a banda, é melhor nem ler o resto do post. E como eu gosto muito mesmo de Legião Urbana, a coincidência deste ter sido o show de número 200 da minha vida, não poderia ter sido melhor! Pra mim, não teria melhor forma de comemorar este número!

Ingressos comprados, amiga vindo do Rio (valeu, Flavia!) especialmente pro show e muita vontade de ver os caras. Receita de sucesso! Eu tinha certeza que eu cantaria tudo e como tinha dito ao meu amigo Otavio, tinha certeza que seria show para cantar tudo do fundo da alma! E diferente não foi e com certeza foi o show que eu mais cantei junto na minha vida. Também concordei com um post que li que não foi o melhor show da minha vida, mas seguramente foi um dos mais emocionantes que já vi.

Foram dois shows, dias 29 e 30 de maio. A MTV transmitiu ambos ao vivo por se tratar de um Especial MTV em homenagem a banda e como Renato Russo se foi, o nome escolhido para substituí-lo no vocal foi o de Wagner Moura (por ser fã da banda e por ter cantado Legião em dois filmes já feitos por ele). O show do dia 29 foi largamente comentado nas redes sociais, portais de internet, etc. e muitos criticaram a escolha e performance do Wagner Moura. Eu deixei para ter minha opinião própria no segundo dia do show.

O setlist foi:
1) Tempo Perdido
2) Fábrica
3) Daniel na Cova Dos Leões
4) Andrea Doria (com participação especial de Fernando Catatau na guitarra e vocal)
5) Quase Sem Querer - vídeo no final do post
6) Eu Sei
7) Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto
8) A Via Láctea
9) Esperando Por Mim
10) "Índios"
11) Monte Castelo (com participação especial de naipe de cordas)
12) O Teatro dos Vampiros (com Marcelo Bonfá cantando)
13) Geração Coca-Cola (com Dado Villa-Lobos cantando e participação especial de Clayton Martin na gaita)
14) Damaged Goods (cover do Gang of Four com dado Villa-Lobos cantando e participação especial de Andy Gill na guitarra e Bi Ribeiro no baixo)
15) Ainda É Cedo (trecho de "Love Will Tear Us Apart" do Joy Division com participação especial de Andy Gill na guitarra e Bi Ribeiro no baixo) - vídeo no final do post
16) Baader-Meinhof Blues
17) Sereníssima
18) Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar
19) Há Tempos
20) 1965 (Duas Tribos)
21) Perfeição (trecho de "Lithium" do Nirvana)
22) Teorema (introdução com Faroeste Caboclo cantada só pela platéia) (bis)
23) Antes Das Seis (bis)
24) Giz (bis)
25) Pais e Filhos (trecho de "Stand By Me" de Ben E. King) (bis)
26) Será (bis)
27) Faroeste Caboclo (bis - cantada a pedido do público)

Foram 27 músicas, sendo muitas delas das mais famosas do rock nacional. Enfim, show para cantar do fundo da alma do início ao fim.

FOI EMOCIONANTE! Todo mundo cantando junto! Loucura total! Pelo fato da Legião Urbana ser uma das maiores bandas do rock nacional dos anos 80, pelo fato do Renato Russo ter morrido e por isso a banda ter acabado (e por isso não termos mais shows da banda) e pelo anúncio de que muito provavelmente estes seriam os últimos shows nos quais Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos iriam tocar o repertório da banda juntos, fez com que estas apresentações fossem muito concorridas e era só fã (ou quase, pois um cara foi expulso por dizer que a estrela Dado Villa-Lobos era um FDP).

Eu vi gente que nasceu poucos anos antes do Renato Russo morrer chorando nas primeiras músicas do show. Vi fã que viu o último show da Legião chorar. Vi muita gente se arrepiando com algumas músicas, como eu por exemplo. Vendo isso, aí sim você tem certeza da dimensão da influência da banda.

Participações especiais de Fernando Catatau (guitarra em várias músicas e vocal em uma) e Clayton Martin (gaita em uma música) do Cidadão Instigado. Bi Ribeiro tocando baixo em algumas músicas, como forma de agradecimento a ele por receber a banda no Rio de Janeiro e ao Paralamas do Sucesso por ter ajudado a banda no início. Teve naipe de cordas em 'Monte Castelo' e ficou bonito. A participação especial mais expressiva foi de Andy Gill, guitarrista do Gang of Four. E foi expressiva pelo cara ser de uma banda gringa, mas principalmente por ser o cara de uma banda que influenciou fortemente o Legião, mas principalmente o Renato Russo.

E o Wagner Moura? Sim, ponto pacífico! Ele é ator! Desafinou várias vezes! A banda não alterou as músicas para encaixar no tom dele (que não canta de todo mal) e ele também não atinge as notas do Renato Russo que era um baita vocalista. Mas e aí? Pouco importou para quem estava lá. Primeiro porque a platéia cantou todas as músicas e a voz dele apenas dava um guia de por onde ir (por vezes era simplesmente ignorada, pois ele cantava da forma dele e a platéia seguia a versão original da música). Em segundo lugar porque este show era uma homenagem e ninguém esperava um substituto do Renato Russo. Não sei se na TV foi ou se no DVD ficará bom, mas ao vivo, ali na galera valeu!

Minha opinião final é de que sem contar os fatos dele cantar mal, de que ele é fã da banda e de que cantou super emocionado (o que contou para a apresentação em si), o que valeu mesmo foi a coragem dele em se meter no palco e encarar duas noites cheias de fãs cantando músicas de uma das principais bandas brasileiras. Acho que ele merece minhas palmas por isso. E no final, eu nunca vou poder dizer que fiz dois shows com uma das bandas que mais gosto na vida. Ele vai...

E foi isso! Um banda que fez história! Músicas de sucesso! 8 mil fãs enlouquecidos! 1 fã nos vocais! E MUITA, MAS MUITA EMOÇÃO MESMO! Valeu cada centavo do ingresso e seguramente um dos shows que nunca mais vai sair da memória! No final, eu só queria que eles devolvessem a minha voz. GRANDE SHOW DE NÚMERO 200!

Sobre o local, o Espaço das Américas precisa arranjar uma forma de subir a altura do palco e dos telões. Atrapalha e muito o show e quem quer ver a apresentação. Não sei se o show do Morrissey estava muito mais cheio, mas o bar, banheiro e estacionamento desta vez estavam muito tranquilos mesmo. Ponto positivo para a casa de show. E como a Flavia estava comigo (viciada), o sanduíche pós show foi no tradicional New Dog, porque é preciso comer sempre!

E claro que temos vídeos! Peço desculpas por todas as mãos e câmeras na frente das filmagens, mas o Espaço das Américas tem um palco baixo e a galera estava enlouquecida.

- Quase Sem Querer



- Ainda É Cedo

quarta-feira, 14 de março de 2012

Morrissey - 11/03/2012

Na boa, eu não queria ter de escrever sobre este show. Eu de fato acredito que nada que eu escreva fará justiça ao fato de ter visto o Morrissey ao vivo. Sim, eu sou fã do Smiths e nem conheço muito da carreira solo do cara, mas ele é FODA! Lenda viva! Responsável por cantar grande parte dos hits que ouvia nas rádios na minha infância (sim, para a maioria dos fãs ele fez parte da adolescência e no meu caso foi da infância mesmo). Me preparei seriamente para chorar durante o show, o que acabou não acontecendo, pois na primeira música que me deu vontade, eu estava filmando para o blog! RA! Depois deu para tirar tudo de letra.

Começamos pelo local do show: Espaço das Américas. Me pergunto até quando vão organizar shows em locais sem estrutura para recebê-los. Indicações deveriam ter sido dadas para que as pessoas pudessem ir de metrô (que fica em frente do local), mas isso não foi feito. Resultado (agravado pela chuva que caiu antes do show começar): não havia vagas suficientes para carros, muita gente estacionando em local proibido (eu incluso), fila debaixo de chuva para retirar ingressos e uma fila gigantesca para entrar no local. Quem não está acostumado para passar perrengue, se irritou. Como eu já estou, levei na boa, mas continuo achando um desrespeito com quem paga preços tão altos para ver estes shows.

Depois da longa fila e da Laura ter chegado no exato momento em que entrávamos (também acompanharam este show Ed e Roger, que já haviam presenciado o show do Sisters of Mercy no dia anterior, Keka, a prima e Marina, a gaúcha), adentramos o Espaço das Américas. A primeira impressão do lugar foi muito boa: grande, bem amplo e bem arrumado. Expectativa de um bom show! Mas deixa eu falar logo dos problemas, para depois focar no que importa. O local é grande e isso significa que fica lotado de gente até o fundo. Como o teto do local não é dos mais altos, o palco ficou baixo e quem estava no fundo não via nada (pelo menos não aqueles com menos de 1,70 como eu). Mas tem telão, né? Não... Nenhum dos dois telões laterais instalados funcionou. Somando-se a isso o som que poderia estar um tanto mais alto (mas bem equalizado), acabamos de listar os problemas da noite. De volta ao que importa: Morrissey.

21 horas em ponto o show começa. A cortina cai, a banda e ELE entram! CARALHO, O MORRISSEY TÁ LOGO ALI NA FRENTE (alguns pulinhos para conseguir ver o cara)! E começou a primeira música. Setlist:

1) First of the Gang to Die
2) You Have Killed Me
3) Black Cloud
4) When Last I Spoke to Carol
5) Alma Matters
6) Still Ill (The Smiths)
7) Everyday Is Like Sunday
8) Speedway
9) You're The One For Me, Fatty
10) I Will See You In Far-Off Places
11) Meat is Murder (The Smiths)
12) Ouija Board, Ouija Board
13) I Know It's Over (The Smiths)
14) Let Me Kiss You
15) There Is A Light That Never Goes Out (The Smiths)
16) I'm Throwing My Arms Around Paris
17) Please, Please, Please Let Me Get What I Want
18) How Soon Is Now? (The Smiths)
19) One Day Goodbye Will Be Farewell

Ok. Começou. Claro, músicas da carreira solo! Bom, muito bom! Conhecia? Não. Curti? Muito! Já que não dá para ver o Morrissey direito mesmo: fecha o olho, sente o som, dança e viaja! Aí vem a primeira música do Smiths. Muito bom, mas ele manda na sequência 'Everyday Is Like Sunday'. Tinha acordado no dia do show e a primeira música que me veio a cabeça foi essa. Quando começou a tocar, eu já estava filmando (como poderão ver abaixo). Quando percebi que música era, fiquei na dúvida: choro, continuo filmando, paro, aproveito? Engoli o choro, concentrei na gravação e filmei, afinal eu precisava ter pelo menos um vídeo de uma música fodassa (ou poderia ser fodaça?) do cara. E foi animal filmar aquela música (até porque eu via o Morrissey melhor pela tela da câmera do que a olho nu), dançar, cantar e se arrepiar com todo mundo se esgoelando junto.

Show continua e chegamos a outro momento daqueles. 'Meat is Murder'? Para o Morrissey sim! Para a Marina, a gaúcha, que trabalha vendendo milhões de frangos, perus e suínos, não! Então enquanto ele pregava, a Marina se revoltava e o telão atrás do palco passava imagens de bichinhos sendo mortos, degolados, trucidados, eu fechei meus olhos e aproveitei o som um tanto psicodélico que estava sendo tocado ali. Ao meu lado eu percebia o silêncio da galera chocada olhando para as imagens do telão (curto o Morrissey, mas eu sou carnívoro e preferi nem olhar pro telão para continuar assim. E em homenagem a este momento, após o show mandamos o tradicional hambúrguer pós show na Hamburgueria do Sujinho: sanduba ok e atendimento mais ou menos. Depois tenho de voltar para dar uma segunda chance ao local). Entrei em alfa... Fiquei dançando, acompanhando a banda toda, cada instrumento e aproveitando o silêncio das pessoas ao meu redor (exceção da Marina, que continuava puta porque não é assim que os frangos morrem, segundo ela).

Segue o show. Passamos por 'I Know It's Over'. E de repente ele diz que estamos íntimos. Estamos? Então manda aquela que todo mundo quer ouvir vai! 'There Is a Light That Never Goes Out'. Perdoa aí, mas PUTA QUE O PARIU!!! Arrepios a parte, bora todo mundo morrer junto ouvindo essa música! Vontade de chorar, gritar, se esgoelar junto com ele cantando a música pelo menos umas 25 vezes seguidas no mínimo! E eu que já tinha sido informado que o show do Rio havia tido exata uma hora e meia já estava desesperado porque em pouco tempo aquilo tudo acabaria.

E aí veio o momento sublime. Minha música favorita do Smiths sendo tocada ao vivo, na minha frente: 'How Soon is Now?'. A mais animada? Não. A mais impactante pra mim? Sim! Acho essa música tão foda, que foda é pouco para ser o melhor adjetivo para ela. "I'm human and I need to be loved, Just like everybody else does"! Veio o bis e acabou! Acabou! Mais! Quero mais! Uma hora e meia é pouco! Eu não conhecia quase nada da carreira solo dele, que foi a maior parte do show e queria mais!

Saímos todos comentando. Uns mais impressionados que outros. Mas todos satisfeitos pelo que vimos! Porque afinal de contas, a gente viu o Morrissey ao vivo! Volta cara! Mais um! E se quiser fazer um show só tocando Smiths ou voltar com os caras, eu vou ver de novo, viu? Fica tranquilo, que garanto que vai encher a casa! FODA! FODA! FODA!

E para deixar aquele gostinho de quero mais, está aí o vídeo de 'Everyday Is Like Sunday'. Eu já vi um montão de vezes e seguramente verei mais algumas tantas...