sexta-feira, 5 de abril de 2013

Lollapalooza – 31/03/2013


Domingo de Páscoa. Já acostumados com a lama e malandros em relação a saída, vamos direto de música.

- Kaiser Chiefs
Sensacional é o que se pode falar do show. As músicas todo mundo já conhecia, mas a energia do vocalista, Ricky Wilson impressionou a maioria. Correndo de um lado para o outro, subindo na galera, andando pelos corredores no meio da multidão e até subindo na torre de iluminação, ele aprontou.

Leu discurso em português, botou pilha na galera e deu um daqueles shows que acorda qualquer um. No meu caso, grata surpresa, pois em 2005, quando os vi, tinha sido apenas um show bom.

Como primeiro show do dia que via, foi uma bela introdução para o que viria a seguir. E antes de seguir veja o vídeo de 'Kinda Girl You Are'.


- The Hives
Sem dúvida nenhuma o melhor show do Lollapalooza 2013. O som, a atitude, a simpatia, tudo cativa no show dos caras.

Grandes sucessos ou não, todo mundo dançou durante toda a apresentação. A banda, do vocalista ao baterista, completamente pilhada, mesmo tocando de cartola e fraque. Todos são performáticos.

Claro que os holofotes ficam no vocalista Per Almqvist, que conversa com a multidão o tempo todo, anuncia as músicas, desce até a plateia para dar autógrafo numa capa de disco, faz todos rirem e sim, faz pelo menos 50 mil pessoas sentarem para levantarem explodindo junto com o refrão da sua última música. Simplesmente ESPETACULAR!

Energia e animação de sobra para quem gosta de rock and roll. Como no vídeo de 'My Time is Coming', abaixo.


- Planet Hemp
Show nacional mais esperado. Como todo show que antecede o principal show da noite, pensei que fosse estar vazio. Depois do Pearl Jam, seguramente foi o show mais cheio do festival.

O show foi dividido em três atos, passando pelas fases e álbuns da banda. Infelizmente a estrutura do palco secundário do festival não tinha potencia para segurar o som até o fundo, onde ainda tinha muita gente curtindo.

Mas mesmo quem não fuma, conhece a banda e se divertiu com as músicas mais conhecidas. De resto, era um show para quem gostava mesmo da banda, pois teve muito hard core, coisa que até então não tinha aparecido no festival.

Junto com o DJ Marky e Criolo, foram as estrelas nacionais do festival, seguramente. E aqui rola 'Zerovinteum'.


- Pearl Jam
O show mais esperado do festival, com certeza foi o mais cheio. 2 horas e 15 minutos recheadas de clássicos, com todo mundo cantando a plenos pulmões. Os clássicos do álbum Ten foram os que mais tiveram o coro acompanhando.

Sem estar em turnê e no meio da gravação de um disco, Eddie Vedder parecia bem cansado. E pediu pela ajuda do público para cantar, mas a apresentação rolou tranquila e clássica como sempre.

Discurso de apoio ao casamento gay, cover dos Ramones, cover do The Who. Enfim, inesquecível como sempre. E sem dúvida, o melhor show da banda no Brasil, principalmente pela qualidade do sim, que desta vez não ficou baixo. No vídeo de 'Jeremy' abaixo tá foda de ouvir, mas é porque a galera canta alto pacas.


E assim finalizamos o Lollapalooza, com muita lama, estrutura boa, Heineken mandando no festival e junto com a organização cobrando 8 reais no copo da cerveja, mas com um lineup primoroso e muita música boa.

Para 2014 as datas de 18, 19 e 20 de abril já estão definidas como sendo as datas do evento. Esperemos apenas, que diante de tantas especulações sobre o mercado de entretenimento no Brasil, que os preços baixem um pouco. R$ 330,00 por dia, por mais que tenhamos impostos e o problema da má utilização das carteirinhas de estudante, vai acabar matando o festival. Ou que se pense em formas alternativas, como desconto para quem compra os 3 dias, etc.

O festival é bom, mas como tudo no Brasil e principalmente em São Paulo, tão puxando demais.

Lollapalooza – 30/03/2013


Minha maior decepção do segundo dia de festival foi ver que a lama que atrapalhou bastante a locomoção do primeiro dia ainda lá estava. Nenhum esforço no sentido de jogar areia ou algo do gênero foi feito. Resumindo, gente atolando, áreas intransitáveis (cercadas pela organização com gradil para que ninguém entrasse no pântano e não saísse mais) e o mesmo caos do dia anterior (principalmente nos banheiros atrás da tenda eletrônica.


Mas isso é um festival e não uma ópera, então vamos de música...

- Two Door Cinema Club
Não foi o show que cheguei para ver e confesso que nem vi, mas ouvi esperando o show que eu queria.

Apesar de indie demais pra mim, o som bem animado, dançante pacas. Confesso que vou dar uma chance e escutar mais coisas da banda, pois a primeira impressão das coisas que ouvi não me agradou muito.





- Alabama Shakes
Para mim, o ponto alto do segundo dia e um dos melhores shows do festival. Sem firula, sem cenário, sem sacanagem. Duas guitarras, baixo, bateria e uma voz da senhorita Brittany Howard, que MEU DEUS DO CÉU!

Como bem disse meu cunhado Zeca, a impressão que dá é que esta mulher passou por muita coisa e ela desafoga isso tudo enquanto canta. Canta, grita, berra e na boa, fiquei arrepiado umas tantas vezes.

Um show de rock clássico, dos sul dos EUA, com músicas lentas, que tinha tudo para ser odiado e que foi ovacionado pelos que trocaram o Franz Ferdinand por eles, como eu.

Um daqueles shows que você vê e agradece por existir e ter a chance e escutar algo assim. Vontade de chorar, literalmente, na última música do show. Escrevamos, que estes serão muito grandes um dia e se a banda não decolar como estou prevendo, Brittany Howard será sozinha um grande nome um dia. Que tenha cabeça para aguentar o que vem por aí...

Por enquanto, vídeo de 'I Found You'.


- Queens of the Stone Age
Meu terceiro show dos caras e eles continuam com a mão certa. Som pesado, diferente com Josh Homme quebrando tudo nos vocais e guitarra.

Mais um show de rock, sem muita frescura, mas dessa vez bem mais pesado. Quase todos os sucessos presentes, sendo que ‘Little Sister’ foi o ponto alto da noite (pelo menos de onde eu estava).

Uma mudança no humor da noite que tenderia a ficar ainda mais pesado, com um Josh Homme simpático, mas ainda assim assumindo seu papel de rebelde, mesclando declarações de amor a plateia com convites a que todos ficassem bêbados. Enfim, rock and roll pesado da melhor qualidade. Bem diferente do Alabama Shakes, mas disputando ali pelo melhor show da noite. Abaixo vídeo de 'Burn the Witch'.


- Perfect Circle
Um som estranho, bem tocado e pesado pacas. No palco uma cara familiar, do ex-guitarrista do Smashing Pumpkins. No som, um vocal que achei bem semelhante ao do Depeche Mode. Mas no peso, quanta diferença...

Vou resumir o show a uma música, que foi  a primeira que ouvi: ‘Imagine’ de John Lennon. Uma versão tão pesada, tão sombria, ilustrada por imagem de ditadores, massacres, criaturas aquáticas lindas e livres, enquanto o homem pesca apenas para se divertir.

Na boa, é daquelas coisas que você ouve e acha que nada mais faz sentido. Que o mundo nunca mais será um lugar melhor para você, seus filhos, netos e bisnetos. Pesado, mas muito bom. É pra quem gosta...

Por ser o show exatamente anterior ao principal show da noite, estava vazio.

- Criolo
Só ouvi as duas últimas músicas e achei bom. Vale a citação por ser uma atração nacional que conseguiu lotar o palco alternativo.

Muita gente cantando junto e alguns nomes carimbados no palco com ele.

O que eu lembro do show? Como ele é sem ritmo dançando! Rs



- Black Keys
Acho que pra mim a maior decepção do festival. Além do som baixo, coisa que não é culpa da banda, achei o show morno.

Até anunciarem o lineup do festival eu não conhecia nada banda. Ouvi algumas coisas, não curti. Ouvi outras e curti. Fiquei bastante curioso, mas achei o show morno.

A combinação de guitarra e batera no estúdio faz mais barulho que ao vivo. Os sucessos levantam todo mundo, mas na média o show é meio paradão. Juntando o som baixo ao som pobre em notas (não é uma crítica, apenas uma constatação, uma vez que são apenas dois instrumentos), a apresentação foi ok. E 

Assim finalizamos o segundo dia de festival. Desta vez deixei o carro na primeira rua após a ponte cidade jardim e depois de uma caminhada rápida, estávamos no carro voltando para casa.

Alimentação pós show para repor as energias no “The Dog Haus”, casa de cachorro quente, sensacional!!! Vai comendo vendo o vídeo de 'Money Maker' do Black Keys.

Lollapalooza – 29/03/2013


1o dia do Lollapalooza. A volta ao festival que em 2012 iniciou seus trabalhos no Brasil e já se confirma como o principal festival de música nacional, pelo seu tamanho e pelo lineup que apresenta.

Chegamos por volta das 4 tarde de taxi de forma tranquila (eu, namorada, cunhado e amigos). Entrada muito sossegada. Avistamos filas enormes nos caixas já na chegada, mas foi só andar um pouco e ver um caixa completamente vazio.

Peguei minha pulseira que comprovava minha maioridade para que pudesse beber minha cerveja e o meu celular tocou. Atendi e quando estava na fila para comprar as fichas, percebi que estava sem carteira (ou aquele combinado de carteira de motorista, dinheiro e cartão de crédito). Não acreditei que em minutos já tinha começado a estragar uma noite que prometia.

Comecei minha busca desesperado e depois de alguns bons minutos olhando o chão, ouço uma funcionária do Lollapalooza (guarde bem esta personagem!) falando para seu supervisor que eu parecia estar procurando por algo. O supervisor me perguntou se eu havia perdido algo. Respondi que sim. Perguntou meu nome e respondi Eduardo. Perguntou o nome completo e eu mandei Eduardo Perdigão Meneses Lima. Ele esticou o braço e me devolveu carteira de motorista e cartão de crédito. O dinheiro havia sumido, mas respirei aliviado. Que alívio! Sem BO, sem ligações de cancelamento, sem segunda via.

Ele me perguntou se faltava algo e eu disse que faltava o dinheiro, mas que diante do susto era o de menos. De repente uma pessoa toca no meu ombro e era uma menina que me falou: fui quem achou a sua carteira e passei para aquela mulher (a personagem que pedi pra guardarem), mas o dinheiro estava dentro, então ela pegou. Virei ao supervisor e falei com ele, que olhou para a mulher (a alma caridosa que me viu procurando algo) que MUITO sem graça, tirou o bolo de dinheiro do bolso e me devolveu. O supervisor me perguntou se eu gostaria de registrar uma reclamação e eu disse que não, pois queria focar na música.

Assim começou meu Lollpalooza. Sei que é difícil controlar todos os contratados, mas essa foi a maior bola fora do festival pra mim. Quase fui roubado por uma contratada que deveria garantir meu bem estar ali (o que de certa forma ela o fez). Agora sigamos de música e lama!

- CAKE
John McCrea
Vi um show do Cake em 2005 no hotel Unique em São Paulo e achei sensacional. O show continua ótimo! Sem grandes planos, pois não há setlist e um som que vai se moldando com a plateia.

Não esqueceram nenhum dos grandes clássicos da banda e o vocalista, John McCrea, parecendo entorpecido, liderava o público para que cantassem em coro, estimulando uma batalha entre o lado esquerdo e o direito, abusando de metáforas que nem sempre faziam sentido.

Com problemas no som (baixo e com o violão perdendo afinação), o setlist variou demais. ‘I Will Survive’ e ‘Short Skirt and Long Jacket’ deram o tom. O resto ficou por conta do nosso amigo John e sua viagem do escapismo versus raiva, falando um monte enquanto tentavam resolver o problema do som. Abaixo o vídeo de 'Long Time'.


- Flaming Lips
Também em 2005 vi o Flaming Lips no extinto Claro que É Rock. Um show doido, de doido para os doidões. Algumas músicas indecifráveis, outras divertidas. Assim caminha a apresentação.

Como gosto de algumas coisas, mas não de tudo, vi metade do show, confesso que achando a loucura deles meio cansativa.

- Red Bull Technostalgia feat. DJ Marky & BID
Cheguei na tenda eletrônica seguindo convite do cunhado Zeca e vi algo entre uma big band e uma formação como Groove Armada ou Thievery Corporation mandando várias músicas ao vivo.

Músicas antes somente discotecadas com pick-ups, vinis, cd’s e sintetizadores, na sua grande maioria repertório do DJ Marky (que neste show só regia a banda) agora tocadas e cantadas ao vivo, numa energia enlouquecedora.

Não foi a toa que li que o dono da festa, Perry Farrel, quase invadiu o palco durante este show. Cheguei no meio por causa do Flaming Lips e vou ficar de olho para ver esta apresentação inteira.

Fazia tempo que não sentia tanta vontade de dançar! Energia espetacular. Abaixo o vídeo com uma palhinha de 'Shake It'.


- Deadmaus5
Música eletrônica da melhor qualidade, para quem gosta deste tipo de música eletrônica. O visual do DJ com o capacete de rato morto ou com animações, junto com a iluminação do palco marcam a apresentação sem dúvida.

Já o som, acho que muitos outros DJ’s por aí fazem melhor. Mas fica uma nota 6 pelo visual da apresentação que foi de fato sensacional.

- The Killers
Começar o show soltando uma pedrada daquelas é para quem tem coragem e é para deixar o público doido. ‘Mr. Brightside’ entrou quebrando tudo e tenho de admitir que o show dos caras é pra cima.

Todos os grandes hits inclusos, vocalista simpático ao público (gato pra mulherada) e a banda fez uma hora e meia de uma apresentação quase sem falhas.

Para quem é fã um baita show. Para quem não é, como eu, um show muito bom de ver e curtir. Sem dúvida muito melhor que o show que havia visto deles em 2007, no extinto TIM Festival.

E assim acabou o 1o dia do Lollapalooza. Não sem antes uma caminhada de 4 km até em casa, pois mais uma vez, o sistema de transportes falha na dispersão de um evento deste porte em São Paulo. Uma pena... (mas fui malandro nos outros dois dias. O tema geral de transportes trato num outro post só disso.)

Abaixo um vídeo do Killers com 'Miss Atomic Bomb'.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Jamiroquai - 07/02/2013



Jay Kay
Quinto show do Jamiroquai e uma grande expectativa depois da aparição no Rock in Rio, que aconteceu sem que nenhum dos clássicos antigos fosse apresentado. Volta ao local do segundo show, Credicard Hall, que foi aquele no qual eu mais me diverti. Eu só queria dançar até me acabar, como já fiz outras vezes. Missão cumprida! As músicas antigas voltaram ao setlist, garantindo a diversão.

Ingressos comprados com mais de um mês de antecedência (obrigado Amanda!) e ótima companhia (além da Amanda, primeiro show com a namorada - enquanto namorada, casais Otavio e Tata, Marcelo e Marcela - não é sacanagem, Luis e Mariana e presença ilustre vinda de Brasília: Bruno Crazy!). Sempre digo que música boa e companhia agradável é receita de sucesso para um show bom. Não foi diferente.

O tradicional casaco do Brasil
Lição aprendida para shows no Credicard Hall, chegamos cedo. Show marcado para 21:30 e 20:30 estacionamos o carro. Pouca fila para pagar o estacionamento, vaga na boca da saída (receita de sucesso para um pós show não traumático). Lá dentro ainda tudo vazio, tempo de tomar aquela primeira cervejinha. Show começou um pouco atrasado, por volta das 22:20 (o que é raro, pois os shows todos tem começado com pontualidade britânica), já com uma pedrada: 'Twenty Zero One' (gravada, afinal, eu queria curtir o show! Por isso, adiantei logo as obrigações blogueiras e fui para o abraço).

O setlist foi:

  1. Twenty Zero One
  2. Alright
  3. Use the Force
  4. High Times
  5. Little L
  6. Canned Heat
  7. Hot Tequila Brown
  8. Talullah
  9. Space Cowboy
  10. Main Vein
  11. Cosmic Girl
  12. Love Foolosophy
  13. Deeper Underground
  14. White Knuckle Ride (bis)

Jay Kay
Segunda pedrada da noite, 'Alright' é uma música simpática. Todo mundo canta, bate palma e pede mais. A coisa dá uma esfriada com músicas menos conhecidas até chegar 'Little L', com suas palminhas no refrão e 'Canned Heat', que teve uma versão tocada que tira um pouco daquela vontade insana de dançar, mas ainda sim muito boa.

Mais uma caída no ritmo para arranjos mais voltados pro jazz e músicas mais lentas, terminando com 'Space Cowboy' (saudades dessa música!). Esta foi a primeira música que ouvi deles (acho que assim como muita gente) e o primeiro CD (Return of the Space Cowboy) que comprei. Bom demais, boas lembranças e a versão puxando o original mais jazz e menos dance é sensacional. Eu que gosto de ambas as fases da banda, estava sentindo saudades dos arranjos instrumentais bem elaborados.

Cozinha do Groove
Voltando com tudo em 'Cosmic Girl' e a galera enlouquecida (música boa de dançar!). Um susto com 'Love Foolosophy' que começa bem devagar, mas depois recuperando o fôlego e botando todo mundo para cantar alto.

A tradicional saideira 'Deeper Underground' rolou como saideira da primeira parte (atrás de mim ouço: "Deeper Underground! Legal, aquela música do filme do Batman!" Hein???). Faltava algo das novas e o bis veio simples com 'White Knuckle Ride', comigo pulando e fechando um show que é sempre uma balada. Delícia!

Backing Vocals irretocáveis
Jamiroquai continua sendo (depois de quase perder este posto com os últimos CD's e o show do Rock in Rio) uma das minhas bandas preferidas. A babaquice de não tocar as antigas para não pagar direitos autorais a quem saiu da banda pelo visto foi resolvida. E que eles voltem sempre e de preferência em alguma casa de show (e acho que só sobrou o Credicard Hall mesmo).

A banda continua incrível, apenas com uma ressalva que já não é tão virtuoso como era no início. Mas bateria, teclados e backing vocals irretocáveis. Banda boa não só de se ver apresentando, mas de ouvir e de observar os músicos. Pode ter todo ano?

E agora deixa eu ir porque este show foi só o esquenta pro carnaval...

Como prometido, 'Twenty Zero One'.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Primeiro Carnaval A Gente Não Esquece...

Este é o terceiro post neste blog falando sobre carnaval desde que conheci o Bangalafumenga enquanto batuqueiro. O primeiro relatou minha emoção de ter começado esta jornada. O segundo relatou a ansiedade e a realização do nosso primeiro show no Clube Pinheiros. Seria no mínimo loucura da minha parte se eu não escrevesse algo sobre o meu primeiro carnaval em São Paulo como parte da bateria.

Obrigado multidão!
Passar 4 noites seguidas (por "coincidência" as noites que antecediam ao desfile - que foi parado) sem dormir e acordando durante a noite, sentindo sono e ainda assim sem conseguir pregar o olho. Tudo isso por causa do dia 02 de fevereiro. Dia pelo qual vínhamos ensaiando desde maio (alguns desde 2011) e no qual era a nossa hora de parar de sorrir em um grupo restrito de pessoas e levar estes sorrisos que estampam os nossos rostos para mais gente (cerca de 22 mil pessoas nas ruas da Vila Madalena, segundo estimativas da PM e mais de 20 mil pessoas confirmando a presença no evento no convite oficial do mesmo no Facebook).
 
Os dias que antecederam o meu primeiro carnaval (e da maioria) e o segundo de um grande grupo da bateria de São Paulo foram de ansiedade, assim como contei no post em que falava sobre o show do Pinheiros. A diferença aqui se deu pelo fato de termos uma multidão confirmando presença pelo evento no Facebook, causando uma certa apreensão. E isso não só porque tocaríamos na frente de uma multidão, mas porque sabíamos que o local seria pequeno para tanta gente. Assim sendo, nós batuqueiros e a organização tentamos avisar aos convidados que chegassem cedo. Em vão, pois muita gente acabou não vendo a apresentação pelo fato do local estar simplesmente LOTADO e por isso o trânsito de pessoas ter sido bastante complicado (acho que agora a prefeitura aprendeu o poder da alegria em reunir pessoas).

O sorriso do "palhaço"
Mas nem isso tirou a animação da grande maioria, que agora podemos saber por agradecimentos, posts no Facebook e outras formas de comunicação, que curtiram muito a energia daquele sábado. Onde o sol pegou os desavisados sem filtro solar de surpresa (afinal, no Banga "Todo Dia Tem Céu Azul", já dizia Matheus Von Kruger) e a chuva esperada, assim como em 2011 (onde eu era apenas folião), veio para animar ainda mais todos os que lá estavam querendo pular e se divertir (já durante a apresentação do Sargento Pimenta, quando aproveitamos para curtir e descarregar toda aquela emoção e tensão acumulada).

Poder ajudar na organização dentro do possível e tocar foi uma experiência completa, mas vamos aqui nos concentrar na música. Como em todo show faço, aqui não poderia deixar de apresentar o setlist:
Nosso mestre e nossa voz
  1. Sexta feira
  2. De Amor é Bom
  3. Novidade
  4. Ai Que Saudade D'Ocê
  5. Pelas Ruas
  6. Trem das Onze
  7. Funk dos Orixás
  8. Lourinha Bombril
  9. Fio Maravilha/País Tropical
  10. Canto da Raça/Anunciação
  11. Caminho das Águas
  12. Homenagem aos Batuqueiros
  13. Maracatu Embolado
  14. Moça Bonita/Taxi Lunar
  15. Sempre Tem Céu Azul
  16. Raça
  17. Cirandeiro
  18. Frevo Mulher
  19. Não Quero Dinheiro
  20. Especial Samba
  21. Mineira
  22. Festa Profana
  23. É Hoje
Uma mistura de mestres cariocas e paulistas nos guiando. Baterias do Rio (nosso porto seguro) e de São Paulo (os aprendizes) juntas, independente do nível de conhecimento e prática com os instrumentos, levando uma multidão a gritar após cada música. E pulando até ficar sem fôlego, principalmente em 'Trem das Onze', 'Lourinha Bombril', 'Fio Maravilha/País Tropical', 'Frevo Mulher' e 'Não Quero Dinheiro'. Olhar e ver até a última pessoa onde o seu olhar alcança (devido a uma subida na rua) pulando é demais!

Nosso mestre mirim e mascote não iria nos abandonar
Poder expressar nossa felicidade, empolgação e emoção, que de verdade espero que todos que lá estavam vendo possam ter sentido, em 'Homenagem aos Batuqueiros', quando pulamos e nos divertimos como qualquer outro folião. Poder tirar um momento para se emocionar enquanto tocamos 'Todo Dia Tem Céu Azul', saindo diretamente da voz do compositor (já antes citado Mateus Von Kruger) e deixar as lágrimas saírem durante a música. É o resultado não só de ensaios, mas da união, da amizade, do respeito que surgiu do que poderia ser simplesmente uma oficina de percussão.

Ver nosso mestre Negão e nossa voz Rodrigo Maranhão pulando de um lado para o outro durante a bossa número 1 do samba especial e ter vontade de estar lá no meio pulando com eles. Ver que nosso mestre mirim e mascote Thiaguinho não nos abandonou e surgir nos ombros do mestre Negão e cantando 'Trem das Onze' como se fosse sua música preferida de infância que lhe trazia memórias tão saudosas de sua vida, claramente envolvido naquela atmosfera. Dar um abraço em cada um ao final do show e dar um abraço coletivo, vendo mestres e batuqueiros com sorrisos felizes e com o sentimento de missão cumprida no olhar. Querer que toda a multidão nos abraçasse e pulasse junto conosco. Esse é o Banga!

Que venha o carnaval do Rio, onde vou poder ter a sensação do meu primeiro carnaval novamente, graças ao mestre Joãzinho (Gracie) Di Sabbato e seu convite para integrar o naipe carioca das caixas (sempre como aprendiz e apaixonado por esta nova brincadeira). E que venha 2013 inteiro com novos batuqueiros, outros shows, mais ensaios abertos e toda a preparação para 2014, quando se a prefeitura deixar, teremos mais de 20 mil foliões pulando ao mesmo tempo.

Mas antes disso que venha o Jamiroquai na quinta feira, pois este blog já estava sentindo falta dos shows...