quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Criolo - 21/11/2014

Era para ser apenas um feriado no Rio (para a minha noiva, pois quem como eu trabalha em Santana de Parnaíba, não tinha feriado) e compramos as passagens com muitos meses de antecedência para tratar de temas do casamento. Mas sempre tem alguém no Rio, desta vez três amigas, e o convite foi feito para conferirmos o show de lançamento do novo álbum do Criolo chamado 'Convoque Seu Buda'. Como a noiva curte o cara e a gente estava precisando de um programa diferente, compramos os ingressos e na noite de sexta-feira, fomos conferir o cara.

Criolo na Fundição Progresso
Eu que nem gosto muito do som dele, fui conferir meu 4o show dele. E é sobre este show que escrevo do 200o post deste blog. :)

O show foi na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, um local histórico, muito bonito e bem legal de ver show. A primeira vez que fui, fui ver o Banga tocar no seu arraiá. A última, eu fui tocar com o Banga no final da terça-feira de carnaval. Enfim, um local especial pra mim.

O Criolo mobilizou uma multidão para vê-lo. Nunca vi uma muvuca tão grande na frente do local e tão cheio na área de shows. E para agradar essa multidão, o setlist foi uma mescla do novo álbum e músicas já consagradas. Na verdade, para quem estava ali, tudo era sucesso. Porque mesmo do álbum recém lançado (que me foi dito que havia sido disponibilizado ao público cerca de um mês antes) todo mundo já cantava tudo.

Criolo
O público era bem diferente de mim. Galera mais alternativa, bem mais jovem, chegada a uma substância ilícita (rs). Além disso, fãs do hip hop. E de verdade? Eu fico feliz, pois por mais que eu não goste do som do cara, acho ele uma figura serena e que passa coisas boas para quem ouve seu som.

Mas falando de música, dos 4 shows que vi do Criolo, seguramente, este foi onde vi a banda mais segura e os novos arranjos demonstram também uma complexidade bem maior, reforçando esta maturidade. É um som bem tocado, gostoso de ouvir, pois o hip hop ali é misturado com diversos elementos, formando uma música bem rica. Um som complexo pros ouvidos, como um sabor de um ótimo para o paladar.

O público em si já estava empolgado. Mas o Criolo em si estava pegando fogo no show, incendiando a multidão. A forma como ele saía das notas afinadas e trazia todo mundo já berrando, botava a Fundição Progresso abaixo. 

Como a noiva gosta, não deve ser meu último show dele. Então até o próximo post sobre o show do cara. Com vocês, deixo vídeo de uma música do álbum novo: 'Casa de Papelão'. Ficam as desculpas, pois como foi um show não planejado, fotos e vídeo foram feitos com o iPhone e a qualidade fica um pouco pior.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Estruturas de Shows no Brasil

Live Music Rocks foi o evento que trouxe Arctic Monkeys
e The Hives a São Paulo
Resolvi escrever este post por causa da organização do show do Arctic Monkeys com abertura do The Hives que ocorreu dia 14/11/2014, uma sexta-feira, no Anhembi em São Paulo. Mas toda e qualquer preocupação que coloco neste texto pode e deve ser extrapolada a qualquer outro evento, de pequeno ou grande porte, onde um ingresso é vendido ao público em geral. Não basta vender o ingresso e cuidar para que a apresentação ocorra. É importante ter uma preocupação com toda a estrutura que cerca o evento e garantir uma boa experiência ao cliente, do momento em que ele sai de casa, até o momento em que ele volta. Digo isso como cliente e administrador.

Este show especificamente rolou no Anhembi e mesmo apesar de ter jurado de pés juntos a mim mesmo por várias vezes que não voltaria mais a shows lá, eu comprei os ingressos. Eu e minha noiva gostaríamos de ver o The Hives novamente e ele nunca tinha visto o show do Arctic Monkeys. Mesmo sabendo do caos que normalmente as coisas são no Anhembi, eu fui e não me arrependi pelo bom show do Arctic Monkeys, mas com certeza rolou muita coisa para se esquecer. Houve coisas boas também e não posso negar isso, mas foi um perrengue.

Anhembi (Sambódromo). A entrada do evento era feita no
trecho final da foto e o palco estava no que seria a
continuação do canto inferior esquerdo da foto
Tenho claro na minha cabeça que é uma escolha minha comprar um ingresso e ir a um evento. Ninguém me obrigou. Eu posso gostar ou odiar do que vou ver. Mas para mim a estrutura oferecida tem de ser boa, por obrigação e por respeito a quem compra algo que você está vendendo.

Quando se resolver produzir um evento é importante garantir que a chegada, a saída, a apresentação da banda/artista/grupo ou qualquer coisa que o valha, o tempo passado dentro do espaço do evento e tudo mais que eu esteja deixando escapar, sejam organizados e proporcionem uma boa experiência. Dentro disso, vou analisar alguns aspectos do que ocorreu na sexta-feira, dia 26/11/2014, no Anhembi e tentarei através deste texto buscar explicações da produtora do evento Live Music Rocks, que pelo me consta tem o mesmo nome (antes o evento era produzido pela XYZ Live, que não sei se existe mais, pelo menos com este nome).

Som
Começo pela parte boa. Em vários shows que eu fui no Anhembi, o palco ficava virado contra o sambódromo e o som sempre foi horrível. Desde a última edição do Monsters of Rock, o palco foi virado na direção do sambódromo, com a entrada pelo mesmo. Desde então a qualidade do som, principalmente falando de volume, melhorou bastante. Então ponto para a produtora. E acho que para por aqui.

Lição que tiramos daqui: usem sempre o palco neste sentido.

Data, Horário e Transporte para o Show

Fazer um show em São Paulo em uma sexta-feira por si só já é algo arriscado. Posts da própria Live Pass, empresa que comercializou os ingressos dos shows, falavam do trânsito de São Paulo e o cuidado para não se atrasar. Ao meu ver eventos deste porte não deveriam acontecer em uma sexta-feira em São Paulo. O horário de início, 21:30, estava ok. Poderia ser mais tarde para ajudar o público a chegar na hora, mas ok.

The Hives (Foto: UOL)
Para estar em um show às 21:30 de uma sexta-feira em São Paulo, me programei para sair de casa às 20 horas, o que fiz. Pensei em ir de ônibus, mas demoraria. Pensei em ir de taxi, mas a volta de taxi é uma missão quase impossível depois de um show em São Paulo. Os motoristas tentam cobrar tarifas fora do taxímetro, nenhuma produtora nunca conseguiu organizar um bolsão de veículos e uma fila de clientes, onde os carros chegam, pegam o primeiro da fila e com a quantidade de taxis em São Paulo, seguramente a fila andaria rápido. Como pode-se demorar horas até conseguir um taxi na volta, optei por não usar este meio de transporte.

Pensei em ir de metrô, mas o problema da volta seria o mesmo, uma vez que o metrô fecharia antes do fim do show, que terminou meia-noite e meia. Sobrou a opção de ir de carro, que era a última que eu queria, pelo fato de que estacionar no Anhembi é sempre um inferno. Já passei por boas experiências neste sentido, mas na maioria dos casos, é sempre complicado.

Lição que tiramos daqui: evitem fazer shows de grande porte em uma sexta-feira em São Paulo. E caso o façam, considerem as atrações tocando num horário mais tarde. Ainda sim, não deixem de pensar em organizar a ida e a volta das pessoas, tentando sempre priorizar o transporte público. Negociar com a prefeitura horário estendido de funcionamento do metrô (acontece para outros eventos) e organizações dos taxis da região, com fiscalização no local e boa sinalização.

Estacionamento
Saindo de carro às 20 horas de casa e com auxílio do aplicativo Waze, que me mandou fazer um caminho nunca antes feito da minha casa até o Anhembi, cheguei no local pouco antes das 21 horas. Ao meu ver, tinha chegado em um horário perfeito para conseguir estacionar e entrar para ver o show do The Hives.

Ao chegar peguei um trânsito enorme no sentido inverso da entrada do estacionamento (sim, só havia um disponível). Havia apenas um retorno e com uma fila de carros que não andava, pois o trânsito do outro lado, no sentido do estacionamento, era ainda pior em um trecho que tinha uma quantidade menor de faixas de rolamento. Fui fazer a volta dentro do bairro o que provou-se mais rápido que o retorno na própria avenida.

Arctic Monkeys (Foto: G1)
Diante do caos do trânsito, considerei a possibilidade de pagar a um flanelinha, que me cobraria R$ 30,00 e estacionar em local proibido, na rua (em cima de uma calçada). Minha sorte foi que ao tomar a decisão, vi dois agentes da CET multando os carros que lá estavam. Com isso minha péssima decisão foi abortada e voltei ao trânsito em direção ao único estacionamento disponível (o do Anhembi, que é enorme diga-se de passagem).

Uma vez no coração do engarrafamento, a coisa até que não demorou tanto e rapidamente pude observar que a maior parte do engarrafamento se dava porque os carros embicavam em uma rua que não era possível de entrar e não havia nenhum agente da CET e nem da organização do evento orientando os motoristas. Passei vários pela faixa da esquerda e cheguei a entrada do estacionamento. Aí um agente da CET orientava os motoristas que chegavam em fila única, a distribuir-se por pelo menos 5 filas.

O tempo gasto em uma destas 5 filas foi brutal. Eram 5 filas, que depois afunilavam em três filas para passar pelas cancelas (eram 6, mas apenas 3 disponíveis). Depois disso, estas 3 filas abriam em 5 dos guichês para pagamento antecipado do estacionamento, que pasmem, saía pela bagatela de R$ 70,00, em dinheiro ou cartão. Seguramente foram cerca de 30 minutos só nesta fila.

Confesso que me incomoda demorar tanto tempo para entrar em um estacionamento, não ter orientação e pagar R$ 70,00 para parar o carro. De novo, sei que a escolha em ir de carro foi minha, mas espero melhor organização do evento. Pelo que pesquisei, o valor é definido pela prefeitura. Ponto negativo para a prefeitura, para a produtora que poderia ter negociado o valor e na impossibilidade de negociar o valor, poderia ter pelo menos facilitado a entrada.

Por causa deste trampo todo, só consegui estacionar pouco depois das 22 horas. Isto é, demorei mais tempo no local tentando estacionar que levei para chegar ao local. E com isso perdi o show do The Hives, o que pra mim é inadmissível: perder parte da apresentação que paguei para ver por falta de organização.

Lição que tiramos daqui: é preciso organizar o trânsito em conjunto com a CET (mas não deixar tudo nas mão dela). Um retorno só em uma avenida grande não faz sentido. Engarrafamento pelas pessoas estarem tentando entrar no lugar errado também não faz sentido. Se existem 6 cancelas, é preciso usar todas e não causar mais filas afunilando o trânsito. É preciso pensar em agentes vendendo a entrada no estacionamento na fila (algo como pré-pago), agilizando o processo de entrada dos carros. E o preço pornográfico de R$ 70,00 não pode existir. Isso precisa ser revisto com urgência pela prefeitura, produtora ou ambas.

Entrada
Mapa de funcionamento do Live Music Rocks Arctic
Monkeys  e The Hives
Durante a saga do trânsito, vimos uma fila gigantesca para entrar. Depois de estacionar, nos encaminhamos para a entrada e a fila gigantesca continuava e fazia volta.

A única entrada para a pista normal do evento era no portão 22 do Anhembi, que fica na extremidade oposta do palco. A fila saía deste portão, ia até o palco, fazia uma curva e voltava mais uma parte do sambódromo.

Muita gente também perdeu o show do The Hives por estar na fila. O show começou 21:30 e terminou 22:30 e teve gente que passou este tempo todo na fila. Eu cheguei na fila as 22:30 e mesmo depois do show acabado, ela era gigante. Isto é, as pessoas começaram a chegar antes do show, continuaram durante e depois do show e a organização foi incapaz de resolver o problema da fila.

Pelo que me consta, que vi e me foi dito, o problema estava no fato de que todos tinham de entrar por um portão pequeno, afunilando, desta vez a multidão, e evitando a agilidade do processo.

Algo foi feito, pois depois das 22:50 a fila começou a andar muito rápido (literalmente correu em alguns momentos). Depois de duas revistas na mochila (uma não basta pelo visto) e ter minhas barrinhas de cereal confiscadas (espero que estivesse nos termos e condições da compra do ingresso a impossibilidade de entrar com estes itens no evento. Não sei, pois não fui confirmar depois), conseguimos entrar no show as 22:05, quando o Arctic Monkeys, já no palco, começava a primeira música. Isto é, demorei pouco menos de uma hora para chegar ao local do evento e duas horas entre estacionar e entrar no show.

Não houve tempo de comer, beber, ir ao banheiro, nem nada. Foi o tempo de ver o show, que durou 90 minutos (muito curto na minha opinião para um show daquele porte e valor) e ir embora, buscar meu carro no estacionamento mais caro que paguei na vida.

Lição que tiramos daqui: não se pode ter uma única porta de entrada em um evento tão grande e que possibilita a entrada por diversos pontos. Não se pode afunilar uma multidão tão grande. E por fim, a organização tem de ser capaz de tomar atitudes rapidamente, para que problemas assim sejam resolvidos e que o público não deixe de consumir aquilo pelo que pagou.

O show apesar de curto, no meu ponto de vista, foi muito bom. Na saída foi tudo tranquilo, com as saídas de emergências também disponíveis para dispersão do público. O estacionamento já pago e com duas saídas (contrastando com a entrada única e desorganizada), conseguiu dar vazão aos carros rapidamente. Mas o que ficou foi um gosto amargo de ter sido desrespeitado enquanto consumidor.

Isto vale para a maioria dos eventos em São Paulo e no Brasil (tendo, claro, exceções). É preciso pensar um pouco além e respeitar quem paga para consumir o entretenimento. E com base no meu sentimento de frustração, vou buscar respostas da produtora do evento e caso seja necessário, meu dinheiro de volta (nem que seja parte). Eu me diverti sim, mas ainda sim acho que todos que foram impactados merecem pelo menos uma explicação do que aconteceu. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sobre Covers&Originais: Blue Monday (New Order - 1983; Orgy - 1998)

Bem, hoje falaremos de um clássico.


'Blue Monday' foi um single lançado pelo New Order em 1983. É conhecido como um megasucesso dos 80’s e presença OBRIGATÓRIA em pistas de pop e rock – juntamente com 'Kiss' do Prince e 'Groove’s in the Heart' do Dee Lite....

A música é revolucionária em vários aspectos. Foi uma das primeiras músicas de sucesso compostas em base de bateria eletrônica e samplers, naquele momento, novidades nas composições. Para os fãs do antigo Joy Division - a banda que deu origem ao New Order, 'Blue Monday' foi ainda  uma ruptura absoluta da banda de Ian Curtis.


Já o Orgy, ao tentar fazer uma versão de 'Blue Monday', tem uma tarefa muito difícil: tocar algo que praticamente todo mundo conhece é complicado e, mais ainda, impor a sua ‘leitura’ do original sem ofender os fãs. E o Orgy é uma banda pesada, bem diferente dos ingleses de Manchester. Ó só o naipe dos caras:


A opção do Orgy foi ousada, e genial. O som do grupo, pesado, eletrônico e com diversos aspectos de Industrial, se impõe na execução de 'Blue Monday', MAS faz algo de fantástico: nos primeiros trinta segundos, eles executam diversas partes que caracterizam a música original – eletrônica – mas com instrumentos tocados – baixo, guitarra e bateria. E depois enfiam o cacête, tornando o eletro do New Order uma música mais pesada e divertida para os roqueiros mais radicais.


Curtiu? Semana que vem tem mais!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

The Hives - 16/11/2014

The Hives no Cine Jóia
Assim que vi que o The Hives abriria pro Arctic Monkeys, comprei o ingresso. Assim que vi que o The Hives faria um show solo para cerca de 1.000 pessoas no Cine Jóia, comprei também. Por sorte, pois devido a péssima organização do show do Arctic Monkeys, perdi o show do The Hives neste dia (quem ficou triste foi a noiva, que perdeu a apresentação na sexta e vendeu o ingresso de domingo achando que já os teria visto. Mas nós os veremos de novo! Certeza!)

O ingresso da noiva foi vendido para um amigo recente, grande Edu. E acredito eu, que ele seja até mais fanático por música e shows que eu. Buscando nosso lado jovem, lá fomos nós pular um bocado. E como ele gosta de uma bagunça, acaba me dando vontade de me acabar um pouco mais que o normal (no Bad Religion foi assim, e foi mal falar Edu, ele voltou da bagunça sem a camisa dele. Pegou o nível? Rs).

O Cine Jóia é aquele lugar bom de ver show, pois não importa onde você está, você tem uma boa visão do palco e está relativamente perto do bar. E o The Hives é uma banda que você quer ver de perto. Porque se de longe, num festival, a energia dos caras já é uma coisa alucinante, de perto é quase indescritível.

Pelle Almqvist, vocalista do The Hives
Não posso dizer que os caras fazem o melhor show que já vi na vida, mas seguramente é um dos melhores em termos de repertório, conexão com a platéia e energia. E o vocalista, Pelle Almqvist, é um dos melhores show man que eu já vi na vida (além de ser um doido completo).

Foram 90 minutos de músicas pra cima, um público enlouquecido e rodinhas, no último show da turnê dos caras. O setlist foi:

1. Jaws: Theme (versão do tema do John Williams)
2. Come On! 
3. Take Back the Toys 
4. Two-Timing Touch and Broken Bones 
5. Walk Idiot Walk 
6. Two Kinds of Trouble 
7. Supply and Demand 
8. Wait a Minute - tem vídeo 
9. Main Offender 
10. Try It Again 
11. The Bomb 
12. Won't Be Long 
13. Go Right Ahead 
14. I'm Alive 
15. Tick Tick Boom - tem vídeo (de parte da música) 
16. Patrolling Days 
17. My Time Is Coming (bis)
18. Insane (bis)
19. Hate to Say I Told You So (bis)

The Hives
Eu, de verdade, não consigo comentar as músicas, porque todas são boas e agradam muito o meu gosto pelo que eu gosto de ouvir em apresentações ao vivo. É muita pedrada. E os maiores hits, claro, chamam mais atenção, causam mais comoção.

Então vou falar da banda. Vocal, duas guitarras, baixo e bateria. Dois ninjas de roadies (um com a cara coberta e o outro literalmente vestido de ninja - este além de roadie, toca maracas ou uma meia lua em algumas músicas). O vocal, Pelle Almqvist, é um louco genial, conversando com a platéia o tempo todo, pedindo palmas, liderando a multidão, autografando discos na hora e demonstrando de qual álbum será a próxima música, subindo nas caixas de som, etc. Ah, ele canta e dança também. Para um melhor exemplo do poder dele, vejam os dois vídeos que estão mais adiante neste post. Em 'Wait a Minute', ele conversa com o público, demanda e é atendido. Na parte de 'Tick Tick Boom' que eu gravei, ele faz o local todo sentar (ou se abaixar), como ele fez com um público infinitamente maior no Lollapalooza, e transforma o ato de levantar numa explosão de energia.

Niklas Almqvist, guitarrista do The Hives
O irmão desse louco, o guitarrista Niklas Almqvist é outro doido. Parece que toca depois de ter consumido algo pesado. Toca com uma pose bem punk! Se joga na galera, continua tocando. Faz caras e bocas. Junto com seu irmão, quebram o público.

O outro guitarrista, Vigilante Carlstroem, parece um urso de tão grande e largo e tem cara de quem bebe bem (na verdade, todos eles) e é bem calmo no palco. O baixista, Dr. Matt Destruction, é um monstro tocando, mas fica ali no canto dele fazendo o dele. Por fim, o baterista, Chris Dangerous, mantém o andamento frenético da banda e é responsável por indicar e fazer a pausa na queda do andamento de algumas músicas também. Fica lá atrás, fazendo umas caretas, mas não teve dúvida, depois do fim do show, de dar um mosh e a galera quase não deixa o cara voltar.

A banda solta tanta energia, que eu que já não entrava numa roda desde o show do Arctic Monkeys no Lollapalooza Brasil, me mandei no meio da molecada. Foi bom pra curtir, extravasar e me lembrar que já não sou mais um menino. Rs Saí de lá com a língua de fora  (faltou fôlego!).

Você já viu The Hives? NÃO? Então veja assim que puder. Você não irá se arrepender. Para acabar, os vídeos prometidos e algumas fotos extras que ficaram minimamente legais.

Wait a Minute


Tick Tick Boom (parte apenas)


Fotos da noite

Pelle Almqvist e Dr. Matt Destruction

Pelle Almqvist

Pelle Almqvist e Chris Dangerous (ao fundo)

Pelle Almqvist e Vigilante Carlstroem

The Hives

Niklas Almqvist na galera

Pelle Almqvist

The Hives

Roadie Ninja tocando maracas

The Hives

Pelle Almqvist

The Hives se despedindo da galera

Thesaurus: Música Pop - Interregno: A Teoria do Iron Maiden (O Iron é Pop?) - por Zeca Dom

Antes de continuar a explicação do conceito de Música Pop, vamos fazer um breve interregno pela deixa da semana passada: a de que os grupos e artistas, eventualmente copiam a si mesmos. Para irritar os fãs, vamos pegar um ícone – sim, senhores! – pop: o Iron Maiden.


A despeito de ser um grupo de Heavy Metal, o Iron é pop: basta você pegar qualquer ouvinte mediano de música, ou até mesmo o eventual, que ele conhecerá, ou pelo menos de ouvir falar do Iron Maiden.

Ora, aquele grupo britânico acabou por polarizar várias imagens e símbolos associados ao rock pesado, tais como ocultismo, referências satânicas, shows de luzes, efeitos e monstros. O nome da banda, inclusive, é uma referência a um instrumento de tortura medieval.

Musicalmente, o Iron apresenta elementos únicos: as melodias de guitarra são bem coordenadas, com temas bem definidos, linhas de baixo/bateria destacadas e vocais messiânicos. E aí eu canto a pedra: este formato se fixou no álbum Powerslave (1984). Desde então a banda sempre lança o MESMO padrão de álbuns:

1 -  Pelo menos uma música de trabalho na linha de 'Aces High' (1984), ou de '2 Minutes to the Midnigth': a primeira com uma melodia bem marcada de guitarras como 'Wasted Years' e a segunda com um Riff poderoso como 'Can I Play with Madness'.

Wasted Years (1986):

(Em 'Wasted Years', emblemáticamente, a carreira do Iron é revista nos clipes e seus elementos que lhe dão forma: Eddie, as turnês,  os shows espetaculares e tal. Me recordo inclusive, que achei que o Iron iria acabar naquele ano, dado tanto saudosismo de uma banda tão nova.)

Can I Play with Madness (1999):


2 - E pelo menos uma canção épica na linha de 'Powerslave' ou 'The Rime of Ancient Mariner' com mais de 6 minutos: 'Alexander, the Great' (1986); 'Seventh Son of Seventh Son' (1999).

Os outros albúns vão ter estas composições com algumas variações. Perdoem-me os fãs. Aliás, eu mesmo gosto muito do Iron ATÉ o Powerslave; até hoje tento tirar suas músicas, dada a capacidade de serem extremamente bons no que fazem. Mas eles são uma máquina de entretenimento, logo eles se repetem.

E por aí vai. Mas o Iron não é, nem de longe, o único a fazer isso. A utilização de ‘fórmulas’ caracterizam bastante a música pop; e os artistas – de maneira consciente ou não – seguem estas fórmulas. Por exemplo: já reparou que o Goo Goo Dolls parece que só faz baladinhas no formato de 'Iris'? Ou, me diga francamente, o que os Rolling Stones apresentaram de novo nos últimos TRINTA ANOS? Pense nisso.


Semana que vem retomamos o conceito. Já viram que dá MUITO pano pra manga. Abraço!