terça-feira, 18 de novembro de 2014

Thesaurus: Música Pop - Interregno: A Teoria do Iron Maiden (O Iron é Pop?) - por Zeca Dom

Antes de continuar a explicação do conceito de Música Pop, vamos fazer um breve interregno pela deixa da semana passada: a de que os grupos e artistas, eventualmente copiam a si mesmos. Para irritar os fãs, vamos pegar um ícone – sim, senhores! – pop: o Iron Maiden.


A despeito de ser um grupo de Heavy Metal, o Iron é pop: basta você pegar qualquer ouvinte mediano de música, ou até mesmo o eventual, que ele conhecerá, ou pelo menos de ouvir falar do Iron Maiden.

Ora, aquele grupo britânico acabou por polarizar várias imagens e símbolos associados ao rock pesado, tais como ocultismo, referências satânicas, shows de luzes, efeitos e monstros. O nome da banda, inclusive, é uma referência a um instrumento de tortura medieval.

Musicalmente, o Iron apresenta elementos únicos: as melodias de guitarra são bem coordenadas, com temas bem definidos, linhas de baixo/bateria destacadas e vocais messiânicos. E aí eu canto a pedra: este formato se fixou no álbum Powerslave (1984). Desde então a banda sempre lança o MESMO padrão de álbuns:

1 -  Pelo menos uma música de trabalho na linha de 'Aces High' (1984), ou de '2 Minutes to the Midnigth': a primeira com uma melodia bem marcada de guitarras como 'Wasted Years' e a segunda com um Riff poderoso como 'Can I Play with Madness'.

Wasted Years (1986):

(Em 'Wasted Years', emblemáticamente, a carreira do Iron é revista nos clipes e seus elementos que lhe dão forma: Eddie, as turnês,  os shows espetaculares e tal. Me recordo inclusive, que achei que o Iron iria acabar naquele ano, dado tanto saudosismo de uma banda tão nova.)

Can I Play with Madness (1999):


2 - E pelo menos uma canção épica na linha de 'Powerslave' ou 'The Rime of Ancient Mariner' com mais de 6 minutos: 'Alexander, the Great' (1986); 'Seventh Son of Seventh Son' (1999).

Os outros albúns vão ter estas composições com algumas variações. Perdoem-me os fãs. Aliás, eu mesmo gosto muito do Iron ATÉ o Powerslave; até hoje tento tirar suas músicas, dada a capacidade de serem extremamente bons no que fazem. Mas eles são uma máquina de entretenimento, logo eles se repetem.

E por aí vai. Mas o Iron não é, nem de longe, o único a fazer isso. A utilização de ‘fórmulas’ caracterizam bastante a música pop; e os artistas – de maneira consciente ou não – seguem estas fórmulas. Por exemplo: já reparou que o Goo Goo Dolls parece que só faz baladinhas no formato de 'Iris'? Ou, me diga francamente, o que os Rolling Stones apresentaram de novo nos últimos TRINTA ANOS? Pense nisso.


Semana que vem retomamos o conceito. Já viram que dá MUITO pano pra manga. Abraço!

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