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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Living Colour - 17/09/2013

Living Colour é uma banda pra lá de clássica. Fundada em 1984, os caras estão na estrada até hoje e não é com pouco energia não. Os integrantes já tem quase ou mais de 50 anos e o bicho continua pegando.

A banda foi uma das primeiras a tocar em São Paulo, aproveitando a vinda ao Brasil por conta do Rock in Rio. A única delas a tocar no Bourbon Street, casa de blues da cidade e que abriu suas portas pro rock and roll e pela primeira vez (que eu tenha visto pelo menos) não teve mesas no andar térreo, liberando a galera para pular bastante.

O setlist foi:

E o show teve direito a uma série de surpresas. Começou com a primeira música, em homenagem ao Robert Johnson. Uma homenagem aos blues man e também acertando o clima com a casa. Mas depois disso foi só porrada.

'Cult of Personality' abriu mesmo o show, vamos dizer! Depois disso foi um desfile de clássicos, banda em plena sintonia e rock and roll pesado.

Antes de 'Funny Vibe' uma interpretação de 'Amazing Grace' tão invocada, que o vocalista, Corey, ficou em transe por algum tempo, mesmo depois da música terminada.

Em 'Solace of You' uma surpresa, com o baterista convidando Osvaldinho da Cuíca para acompanhá-los. Um outro mano subiu, mas sem conhecer muito banda e deu umas atravessadas legais com o pandeiro e com o repique (ou repinique, dependendo da região do país onde você mora). No final, o arroz de festa, Ivo Meirelles apareceu também com outro pandeiro e deu um jeito de aparecer. De verdade, uma das músicas mais esperadas, ficou bem descaracterizada e para fã que não vê a banda todo dia, não sei se esta foi a melhor versão. Mas os caras estavam felizes e queriam demonstrar o reconhecimento deles sobre importância da nossa cultura musical (e eu como batuqueiro, entendo que é importante pacas isso). Jogo que segue.

'Love Rears It's Ugly Head' veio para quebrar tudo, mas já emendada com 'Time's Up' e apesar de não estar no setlist, foi emendado também com 'Get Up' do James Brown (tem noção que o estilo das músicas não tem nada a ver e nego foi encaixando as coisas de forma bem convincente, diga-se de passagem). Isso tudo aconteceu com o vocalista, Corey Glover (já com mais cabelo branco que o original preto) escalando o mezanino da casa, atravessando ele todo cantando, descendo pelo lado oposto, para delírio de quem pôde vê-lo de perto.

Mas o melhor ficou pro final: um cover de 'Should I Stay or Should I Go' do The Clash, com direito a Corey Glover cantar isso do meio da platéia, com todo mundo pulando com ele. Quer ver mais ou menos como foi? Clica aqui (vídeo roubado, postado pela própria banda no perfil deles no Facebook). Simplesmente enlouquecedor.

Conclusão: não importa a idade! Os caras são mestres, cada um no seu instrumento, e tocam como se cada instrumento fosse uma extensão do seu corpo. E os caras tocam há tanto tempo juntos e se conhecem tão bem, que eles podem fazer o que eles quiserem no palco. Mudam andamento, para, toca tão rápido que nem músicos de qualquer tipo de metal acompanham, saem de um blues e vão pra porradaria com a maior naturalidade (e soam naturais). Enfim, show daqueles para sair de boca aberta pela qualidade musical.

Que voltem logo e mantenham essa energia. Dão coro em muito moleque por aí...

E como sempre tem vídeo! E são vários... Abaixo.

- Solace of You (Brazilian Style)

- What's Your Favorite Color e Which Way to America?

- Funny Vibe

- I Want to Know

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Rock in Rio 2013 - Final de Semana I

Eu vacilei e não consegui comprar ingresso para nenhum dia do Rock in Rio de 2013. E se eu der qualquer vacilo deste de novo, pode me bater. De qualquer forma comprei 6 ingressos que me permitirão ver em São Paulo pelo menos 8 shows que estarão no Rock in Rio. Menos mal, mas tá doendo ver aquela animação toda na TV.

E não adianta, festival é cansativo, mas tem uma energia boa demais. Ainda mais o Rock in Rio, que é um festival daqui, que tem uma história. Aprendi a gostar de música vendo a versão de 85 em VHS e até hoje me emociono quando o hino do festival toca.

Não vi tudo, mas queria deixar aqui meus comentários sobre o que vi. Mas antes, queria deixar minha opinião sobre os comentários que aparecem toda edição do Rock in Rio, dizendo que o festival deveria ser chamado Pop in Rio, por causa das suas atrações. Cara, nenhum Rock in Rio foi 100% rock. A edição de 1985 teve Baby Consuelo, Ney Matogrosso, Al Jarreau, George Benson, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Ivan Lins, Alceu Valença e Moraes Moreira, como exemplos de que o festival tinha uma veia bem com pop, jazz e MPB também, além de rock. Em 1991, no Maracanã também teve Moraes Moreira, Alceu Valença e Elba Ramalho, além de New Kids on the Block, Jimmy Cliff e Prince. Nunca houve uma única edição sem outros estilos além do rock. Pode-se argumentar que em 1985 a distância entre os estilos era bem menor, mas o fato é: o festival nunca foi só rock. Ponto!

Vintage Trouble
Mas indo ao que interessa, vamos de impressões. Na 6a feira, 13 de setembro, o primeiro show que vi pela TV foi o da banda Vintage Trouble, que tocou com a Jesuton, mas não vi a jam. Não conhecia e valeu a pena. Rock and roll old style, divertido, botando todo mundo para dançar. A melhor surpresa do festival até aqui para mim.

Depois vi Selah Sue e Maria Rita. Além dois shows chatos, perderam a chance de fazer algo diferente. Cada um tocou seu show e depois de juntaram em uma música, mal ensaiada por sinal. Perda de tempo.

O show de homenagem ao Cazuza, chamado de "Cazuza - O Poeta Está Vivo", na minha opinião, foi pavoroso. É clássico e não se mexe em clássico, a não ser que seja para fazer algo melhor. Os arranjos ficaram muito ruins e as interpretações da Maria Gadú e da Bebel Gilberto, sofríveis, fora de contexto. Palmas para Ney Matogrosso e as belas interpretações que fez e para o original tocado pelo Barão Vermelho.

Living Colour e Angélique Kidjo
Living Colour (show que verei em São Paulo esta terça, 17 de setembro, no Bourbon Street) foi, como sempre, demais! Óbvio que aqui existe um gosto pessoal, mas palco lotado e show impecável. Além disso, a dobradinha com a Angélique Kidjo foi sensacional, inclusive cantando 'Love Rears It's Ugly Head". Muito boa junção.

Nossa maior estrela da música pop, Ivete Sangalo, entrou e quebrou tudo como de costume. Não gosto do tipo de música dela, mas é impossível não reparar na forma como ela domina a platéia com seu repertório e seu jeito divertido. Segurou e bem a imagem do Brasil antes da Beyoncé (eu já vi a Beyoncé no Brasil, com abertura da Ivete Sangalo e fica ruim pra gringa botar a galera para pular depois da baiana).

Do David Guetta só vi um vídeo depois dele tocando 'Titanium' e o festival virou uma balada a céu aberto. Mas neste vídeo reparei que estava tudo gravado já e ele, enquanto DJ, quase nada fazia. Me perguntei se ele não estava lá tocando CD's e curtindo uma festinha. Eu curto ver o DJ trabalhar e montar os arranjos na hora, mesmo já sabendo que arranjos são estes.

Beyoncé
A estrela da 1a noite, Beyoncé, terminou a programação do dia com uma bela performance, 100% coreografada. Não curto toda dança ter de ser sexy e nem curto a falta de improviso, mas o espetáculo é muito bom, ensaiado e a banda feminina dela, continua muito afiada. Um ótimo show de música. A finalização com 'Aaaaaaah Le Lek Lek Lek', mesmo pra quem não curte funk, foi para arrebatar a platéia de vez.

Na 2a noite só ouvi falar que o 30 Seconds to Mars forçou e consegui uma grande empatia com o público, inclusive com o Jared Leto pulando da tirolesa. Vi um vídeo de Saints of Valory e me pareceu chato e chupado do Coldplay. Vi quase nada do Offspring, mas parecia estar divertido. A participação de Marky Ramone na bateria foi legal, mas com o Dexter Holland (vocal do Offspring) lendo e ainda assim errando toda a letra, ficou feio. Quem é líder de uma banda de punk rock e não sabe como uma música do Ramones vai? Matou um momento que deveria ter sido memorável.

Florence and the Machine me pareceu um show que eu acharia chato ver ao vivo num festival, mas a energia da dona Florence e a forma como ela canta, faz a apresentação ser bem forte e de uma troca de energia intensa com o público.

Muse
O principal show da noite, do Muse, foi brilhante. Rock bem tocado (3 integrantes e um músico contratado), criativo, performático e o Matthew Bellamy (vocalista) tem uma extensão vocal impressionante. A reação do público foi de matar de inveja quem ficou em casa, como eu.

Na 3a noite do festival e última do 1o final de semana, a primeira coisa que vi foi Jota Quest e a única coisa que me pergunto é: como uma banda que parecia que iria ser uma das melhores do Brasil se perdeu tanto? Tanta coisa ruim e brega que dói. Na sequência consegui ver pelo menos 'On Broadway', com George Benson e Ivan Lins, numa dobradinha que veio do Rock in Rio I e que pelo visto, continua com a mesma qualidade. Que som!

Alicia Keys
Jessie J não sabe se toca R&B, pop ou uma fusão de tudo. Uma atitude com o público surpreendente, ótimo vocal e disposição. Mas falta mais de espetáculo ali, acho eu, além de um figurinista (comentário meio feminino, eu sei, mas foi foda). Já a Alicia Keys poderia, além de fazer um bom uso de um figurinista também, pois parecia uma mulher fruta, voltar ao piano e a música. Ela sensualizando, dançando com bailarinos e tocando menos, não fez minha cabeça. As músicas e a qualidade da banda, do vocal e do piano da moça não precisam de comentários, mas acho que ela mais perdeu do que ganhou nessa nova pegada diva pop.

Para finalizar este gigantesco post, Justin Timberlake. E me desculpem aqueles que não respeitam o pop, mas o cara é foda! Presença de palco, canta e dança bem. As músicas são boas! Mas o que mais me chamou a atenção foi a banda do cara. Além de competente, os Tennessee Kids todos parecem estar se divertindo bastante, o que é sempre um prazer ver. Cenário simples, deixando a atenção focada toda no espetáculo musical. Única coisa que talvez não tenha curtido, é que de tão ensaiado, assim como a Beyoncé, achei que houve pouca margem para improviso e maior interação próxima ao público. Mas fora isso, apresentação perfeita.

Como resultado destes 3 primeiros dias, acredito de verdade que ficou, para a maioria dos artistas, a emoção do público. Muitos pareceram verdadeiramente emocionados e de fato o público deu show a parte no festival. O negócio é fazer valer esta fama de melhor lugar do mundo para se dar show (concorrência forte com México e Argentina).

Amanhã eu começo a minha maratona de shows em São Paulo e poderei acompanhar pouco o Rock in Rio, mas semana que vem publico mais um texto com as minhas impressões, se é que alguém se importa.

E para quem não viu, abaixo o show completo do Justin Timberlake.