sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Al Jarreau - 14/08/2014

Um cara que você em vídeo desde que se deu por gente e nunca viu ao vivo. Fica sabendo de um show dele na sua cidade, resolve comprar ingressos, mas acaba ganhando um par de uma amiga. Motivo para celebrar.

Al Jarreau é um artista completo. Desde que vejo (ou via) as fitas em VHS que tínhamos em casa com todos os shows do Rock in Rio I, em 1985, tinha vontade de vê-lo ao vivo. Para mim, todo mundo que tocou naquele festival é um ícone e claro, com ele, não seria diferente.


O show realizado no HSBC Brasil, em São Paulo, foi delicioso. A começar pelo local. Nunca tinha visto uma apresentação sentado nesta casa de shows e de longe é a mais confortável de todas de São Paulo (o antigo e o atual Citibank Hall trabalham com as mesas muito próximas, apertadas e todas ferradas), pois as mesas ficam a uma distância razoável entre elas, é possível trafegar com bastante comodidade. O público, um pouco mais velho, fazia também da noite um momento tranquilo, o que construiu um bom ambiente pro show.

Al Jarreau
Pouco depois das 22 horas a banda entrou no palco e anunciou Al Jarreau. Estranho, pois por mais que tenha visto ele em diversas ocasiões pela TV nos últimos anos, a imagem que tenho dele ainda é a de 1985. E quem entrou no palco foi um senhor, o que num primeiro momento, me deixou meio chocado.

A idade pode ter tirado um pouco do vigor físico, pode ter alterado um pouco a voz (ou a forma de cantar), mas só agregou ao artista. Al Jarreau é um ser musical. Fala cantando, canta tocando. Um apaixonado pela música, brasileira inclusive, deixando isso claro quando tocou 'Só Danço Samba' de Tom Jobim e 'Mas Que Nada' de Sergio Mendes. Amigo de Ivan Lins, tocou com ele em duas edições do Rock in Rio.

Gosta de experimentar sons, que saem dos instrumentos e os que produz com a boca. Vale tudo! Contar histórias no palco também. Cativar o público. Valorizar os professores da platéia. Rir muito! Bater palma. Vale tudo mesmo.

Al Jarreau e Banda
Acompanhado de uma banda espetacular composta por Joe Turano (teclados, sax e voz, além de ser o diretor musical), John Calderon (guitarra), Chris Walker (baixo, voz e que voz!), Larry Williams (teclados, que já tocou com Quincy Jones y Michael Jackson) e Rodney Holmes (bateria), só não fez chover dentro do HSBC Brasil.

Vou abrir um parágrafo só do baterista, Rodney Holmes, pois ele parecia um moleque tocando no palco no meio de umas feras. Lendo sua biografia hoje, vejo que ele de moleque não tem nada. Mas é de encher os olhos e os ouvidos vê-lo tocar. Swing impecável, precisão, técnica e sem aquela coisa de chamar atenção. Faz o dele apenas, mas de uma maneira irreparável. Para quem admira um bom músico tocando, é de emocionar.

Foi uma noite daquelas para ficar não só na memória, mas sim no coração. Al Jarreau, já um senhor, emanando musicalidade, muitíssimo bem acompanhado, numa noite pra lá de agradável. Ah, se todos os shows fossem assim...

Para finalizar um vídeo longo do baixista Chris Walker cantando sua música 'How Do You Heal a Broken Heart', com a Al Jarreau mandando na sequência 'Random Act of Love'. Volte sempre Mr. Al!

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