terça-feira, 15 de maio de 2018

Lollapalooza - 23/03/2018

Seguindo na hercúlea tarefa de colocar o blog em dia para ninguém ler (porque ler sobre show que já rolou há mais de um mês é foda), finalmente chegamos ao Lollapalooza 2018. Este ano mais uma vez o festival voltou a ter 3 dias, o que só havia acontecido uma vez quando o evento ainda acontecia no Jockey Clube de São Paulo. A diferença é que em 2013 a sexta-feira era um feriado (sexta-feira santa) e em 2018 foi uma sexta-feira comum. Resumindo, um dia para quem consegue matar o trabalho, sair mais cedo ou apenas para os jovens estudantes. Eu me encaixei na segunda categoria.

Já vale adiantar que este ano a entrada funcionou muito bem (não peguei fila nenhum dia). O sistema de pulseira seguiu e não sei se pelo aumento de estrutura ou melhoria no sistema, foi possível beber e comer com mais facilidade que em 2017 e sem as filas quilométricas (apesar de reclamações de valores depositados na pulseira que sumiam). Também havia vendedores de cerveja ambulantes, o que ajudou bastante (ano passado era só Skol Beats).

A saída também ocorreu de maneira super tranquila sem maiores problemas. Junto com a possibilidade de comer e beber sem maiores filas e de mais um dia de festival, a maior mudança deste ano foi a mudança do local do terceiro palco, que antes ficava na entrada. Os palcos secundários passaram a ser lado a lado. E no local do palco da entrada, a tenda eletrônica virou um novo palco. Isso aumentou o espaço para o Chefs Stage e da lojinha de lembranças do festival.

Uma última mudança foi não ter dois shows grandes encerrando a noite. Até ano passado eram sempre três atrações, sendo duas atrações de peso e uma atração eletrônica. Em 2018 seguiram as três atrações, mas sendo uma grande, uma eletrônica e uma atração de menor porte. Por isso, os shows principais da noite tiveram um público enorme nos três dias (bem diferente de anos anteriores). Pelo que entendi, a organização manteve o público de 100 mil pessoas por noite, o que começou ano passado. Se foi isso mesmo, não foi só um aumento de público, mas também uma concentração dele que explica a quantidade de gente nos shows principais em cada noite. De qualquer forma, muitos parabéns para a organização pela qualidade do som. Fantástico!

Mas vamos falar de música, pois de fato tem muito pouco para reclamar da edição deste ano. Dos três dias, só não gostei de algo que vi no domingo. Na sexta e no sábado, gostei muito de tudo que vi. Na sexta, chegando atrasados, afinal temos de trabalhar, chegamos para ver o Royal Blood.

Royal Blood
Royal Blood
Fomos em dois casais, sendo que dos quatro, três de nós estávamos no Austin City Limits e já tínhamos visto este show. Por isso vimos ele acontecer, mas sem prestar muita atenção. Não fomos nem muito perto do palco. Ficamos ouvindo, tomando a primeira cerveja e entrando no clima do Lollapalooza.

O setlist foi:
1. Where Are You Now?
2. Lights Out
3. Come on Over
4. You Can Be So Cruel
5. I Only Lie When I Love You
6. Little Monster
7. Hook, Line & Sinker
8. Hole in Your Heart
9. Ten Tonne Skeleton
10. Figure It Out
11. Out of the Black

Deixamos rolar tão tranquilo que não tenho muitos comentários e nem vídeo sobre os caras. Se quiser saber o que achei deste show, leia aqui!

Chance the Rapper
Ao contrário do show anterior, este foi uma apresentação que acabamos não conseguindo ver no Austin City Limits. Não sou um grande fã de hip-hop, mas curti muito o cara. O que me parece é que existe uma corrente nova de artistas deste gênero que já não estão na pegada tão gângster que era a moda e apresentam uma pegada mais musical, mais melódica.

Chance the Rapper
O setlist foi:
1. Mixtape
2. Blessings
3. Angels
4. Sunday Candy (música de Donnie Trumpet & The Social Experiment - tem vídeo)
5. Favorite Song
6. Cocoa Butter Kisses
7. Ultralight Beam (música de Kanye West)
8. I'm the One (música de DJ Khaled)
9. All We Got
10. No Problem
11. All Night
12. Same Drugs
13. Blessings (de novo)

A pegada mais tranquila, aliada ao talento do cara, mostra uma música bem diferente, mas sem deixar de ser o hip-hop norte-americano, tão conhecido. Artistas deste gênero normalmente tem pouca entrada no Lollapalooza do Brasil, mas a edição de 2018 foi bastante diferente e o Chance the Rapper abriu a porteira para outras apresentações muito boas que vieram depois.


LCD Soundsystem
Eu havia visto esta banda num Skol Beats em 2006, quando esta banda era agrupada junto com o DJ's de sons eletrônicos. Hoje representante do estilo indie, o show do LCD Soundsystem tinha mais fã saudosista do som dos caras do que a galera mais jovem que curte a pegada eletrônica. Tinha tão pouca gente em relação a outros shows, que conseguimos andar e ficar na frente do palco sem o menor esforço.
LCD Soundsystem

O setlist foi:
1. Daft Punk Is Playing at My House
2. I Can Change
3. Call the Police
4. Get Innocuous!
5. You Wanted a Hit
6. Tribulations
7. Movement
8. Someone Great (tem vídeo)
9. Yr City's a Sucker
10. Tonite
11. Home
12. Dance Yrself Clean
13. All My Friends

Foi um show bacana demais, mas confesso que não entrei muito na energia dos caras, pois estava cansado (era sexta-feira e tínhamos trabalhado o dia todo) e porque o som dos caras é um som diferente. Quem é fã entende, mas para quem não é fã, é um som que demora para você entender e curtir.

Dançamos um pouco, mas sem nos desgastarmos muito, pois ainda tinha show pela frente. A verdade é que acho que o LCD Soundsystem não é uma banda para o Lollapalooza. É um show para lugar menor ou para um festival que tenha mais o seu perfil.


Red Hot Chili Peppers
Eu havia prometido a mim mesmo que não veria mais o RHCP desde o show do Rock in Rio de 2001, que foi uma verdadeira merda. Som baixo, vocalista desafinado e festival lotado demais por uma invasão do público não controlada pela organização. Mas já que estava no Lollapalooza e eles estavam lá, tivemos uma segunda chance. O comentário principal é: os caras tem muitos hits. E assim sendo, foi um bom show. Mas nem tanto...

O setlist foi:
1. Intro Jam
Red Hot Chili Pepper ao fundo,
em um show LOTADO
2. Can't Stop
3. Snow ((Hey Oh))
4. Otherside
5. Dark Necessities (tem vídeo)
6. Menina mulher da pele preta (música de Jorge Ben tocada e canta solo pelo guitarrista Josh)
7. Sick Love
8. Nevermind
9. Californication
10. Aeroplane
11. Blood Sugar Sex Magik
12. Hump De Bump
13. The Adventures of Rain Dance Maggie
14. Pea
15. Higher Ground (música do Stevie Wonder)
16. Under the Bridge
17. By the Way
18. Encore Jam (bis)
19. Goodbye Angels (bis)
20. Give It Away (bis)

Sério, era uma pedrada após a outra. Não dá para dizer que não é legal ir a um show onde você basicamente canta tudo junto e ainda curte umas músicas de um dos primeiros CD's que você comprou na vida (Blood Sugar Sex Magik).

Mas... apesar de cantar melhor, Anthony Kiedis segue desafinando. Anos de carreira e o cara ainda deixa muito a desejar ao vivo. Além disso, pausas longuíssimas entre uma música e outra. E para finalizar sessões repetidas de improviso entre o guitarrista Josh e o baixista Flea enchiam uma linguiça quase sem fim.

Para mim uma banda que sempre foi conhecida pela sua energia, e eu entendo que o tempo passou e a idade chegou, me parece que tem uma dinâmica de show muito chata. Mas valeu!

Ver 'Menina Mulher da Pele Preta' do Jorge Ben sendo tocada pelo guitarrista, além de curtir 'Aeroplane', 'Blood Sugar Sex Magik', 'Higher Ground' (que agora já posso dizer que ouvi o original e a versão do RHCP), 'Under the Bridge' e 'Give It Away' em uma mesma apresentação, por mais chata que seja a dinâmica, não pode ser um show ruim. E não foi! Mas assim terminamos o primeiro dia e partimos para casa, pois ainda tinham mais dois...

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