segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Lollapalooza - 24/03/2018

Apenas uns 5 meses atrasado, sigo colocando o blog em dia e bora de 2o dia do Lollapalooza 2018, que foi um dos melhores dias desse festival que eu já vi. Chegamos cedo, mas não tão cedo, e acabamos não vendo o primeiro show do dia que o André queria ver, mas conseguimos ver Anderson Paak.

Anderson Paak
Anderson Paak na bateria
Sabe aquele cara que você tem vontade de ser amigo, mesmo sem conhecer? Ele é o Anderson Paak. Você chega, o palco vazio, você fica quase na frente. Sonzinho swingado ou seria um hip hop swingado? R&B da melhor qualidade, um hip hop cheio de malemolência.

Ele começa cantando, você vai curtindo. E de repente o cara entra na bateria e segue cantando. Mas ele toca muito. Ele canta muito. Ele sorri o tempo todo. Sabe quando um profissional te passa a impressão de que ele está se divertindo enquanto trabalha? É isso que se vê no palco. Uma pessoa feliz e transbordando essa felicidade do palco para a platéia.

Ninguém o conhecia. Eu só tinha ouvido falar graças ao meu amigo Rafael. E todo mundo curtiu, muito! Eleito por todos como um dos melhores shows do festival e seguramente a revelação.

Que volte mais e com mais trabalhos, pois com certeza ainda tem muita lenha para queimar.


David Byrne
David Byrne começando o show
No meu ponto de vista, este foi o melhor show do festival em 2018. David Byrne é o cara que comandou o Talking Heads. Mas ele é muito mais que isso. Ele é o cara que faz um show que merecia ser performado em Inhotim, porque é uma peça de arte contemporânea.

Um cenário totalmente limpo, acinzentado. O chão e as paredes. Ele começa sozinho no palco, com uma mesa, uma cadeira e um cérebro na mão. Ao começar a cantar, você imagina que aquilo será uma merda. Que viagem é essa? Mas aquilo é só o início da coisa toda...

Apesar de querer vê-lo muito, estava receoso, pois haviam me dito que em ocasiões anteriores ele havia se recusado a tocar músicas do Talking Heads e havia sido até rude com a platéia que pedia músicas da banda. Não foi o que aconteceu dessa vez. O setlist foi:

1. Here
2. I Zimbra (música do Talking Heads)
3. Slippery People (música do Talking Heads)
4. Everybody's Coming to My House - tem vídeo
5. This Must Be the Place (Naive Melody) (música do Talking Heads)
6. Once in a Lifetime (música do Talking Heads)
7. Toe Jam (música do Brighton Port Authority)
8. I Dance Like This
9. Every Day Is a Miracle
10. Blind (música do Talking Heads)
11. Dancing Together
12. The Great Curve (música do Talking Heads)
13. Burning Down the House (música do Talking Heads)

David Byrne e toda a banda no palco
Com o repertório recheado de Talking Heads, com um cenário sem amplificadores, cabos ou instrumentos e uma banda enorme que tocava tudo sem cabos (inclusive uma bateria completa que se dividia entre 3 e 5 pessoas), mais do que um show, a apresentação era uma performance.

Todas as músicas tinham coreografia. Todos os componentes da banda tinham seu papel. Um mix de música e teatro. E recomendo a todos. Uma surpresa e tanto tudo que ele levou ao público.

E finalizar com 'Burning Down the House' foi ápice de uma experiência perfeita. Quem não conhecia, vibrou. Quem conhecia, berrava. Não importa a idade, David Byrne quebrou a banca nesse Lollapalooza.


Mano Brown
O antigo/atual líder dos Racionais foi o principal nome nacional do festival de 2018, ao meu ver. Tocou em horário nobre, antes de um dos shows mais bombados, no palco ao lado.

Uma pena que o preconceito de muitos não permitiram que uma galera fosse ver o show: seja porque não gosta de Racionais ou porque gosta de Racionais e som da carreira solo dele é muito diferente. Vou te falar: QUE PUTA SHOW!

Mano Brown
O setlist foi:
1. Nave mãe
2. Mal de amor
3. Gangsta boogie
4. Boa noite são Paulo - tem vídeo
5. Louis Lane
6. Dance, dance, dance
7. Eu te proponho
8. Cassiano
9. Flor do gheto (com Max de Castro)
10. Amor distante
11. Adicto/ de frente pro mar
12. Hear to heart
13. Você e eu só
14. Felizes

Há muito tempo o Brasil não produzia um som tão black, tipo Tony Tornado, que fosse consumido em larga escala. Tem gente fazendo, mas ninguém consegue chegar ao grande público. Mano Brown quebrou essa resistência.

Levou o funk, o charme, o swing e o romantismo para o palco. E por mais que seja estranho ver o cara de palavras tão diretas e pesadas do Racionais ali, naquele papel, o show é fantástico. Abaixo ao preconceito! Mano Brown trouxe mais uma faceta da música nacional ao grande público e a galera gostou.

Todo ano levanto essa bandeira. Queria ver mais bandas e artistas nacionais nos horários e palcos principais do Lollapalooza. Para isso, nossa produção precisa melhorar. E acho que estamos percorrendo este caminho. Foi legal demais!


Imagine Dragons
Imagine Dragons começando
De longe, mas de loooooonge o show mais bombado do Lollapalooza. Assim como havia sido a primeira aparição dos caras por aqui.

Honestamente, eu não sou muito fã. Mas todo mundo queria ver, então fiquei para ver também. A maioria do pessoal não animou a ver o Mano Brown e ainda bem, pois guardaram lugar no palco. Muita gente ficou do David Byrne esperando o Imagine Dragons, para guardar lugar. Muita gente chegou no intervalo para guardar lugar. E quando começou o show, mal tinha espaço para respirar.

O setlist foi:
1. I Don't Know Why
2. Believer
Imagine Dragons no palco
3. It's Time
4. Gold
5. Downfall
6. Whatever It Takes
7. I'll Make It Up to You
8. Intermission
9. Mouth of the River
10. Yesterday
11. Next to Me - tem vídeo
12. Start Over - tem vídeo
13. Demons
14. Intermission
15. Rise Up
16. On Top of the World
17. Thunder
18. Walking the Wire
19. Radioactive

Marcelo e Lucas curtindo o Imagine Dragons
Os caras são bons. Não dá para negar. E entre a performance de todas as músicas com perfeição, a interação com o público é matadora. Incluindo um depoimento sobre depressão, pedindo apoio a causa (que foi bem legal).

Apesar de nova, a banda tem diversos hits já, o que transforma o show numa catarse coletiva. Também é legal ver toda uma nova geração curtindo festival por causa de caras como eles. Inclusive o Lucas, filho do meu amigo Marcelo, que pela segunda vez estava vendo os caras, mas a primeira num festival. E como sempre é, foi legal para caramba poder vê-lo, ainda criança, curtir o show e o festival todo. É muito legal poder ver o interesse da molecada por rock ao vivo.

Eu posso não gostar o quanto eu quiser, mas é fato que o Imagine Dragons sempre leva multidões para os seus shows no Brasil e neste não foi diferente. Palmas para os caras pelo trabalho deles. Foi uma bela apresentação.


Pearl Jam
Pensa numa banda que eu gosto. Agora numa banda que nunca vi um show que eu gostasse. É o Pearl Jam. Ou o som estava baixo, ou o som estava ruim, ou o local era uma merda, ou estava cheio demais. Mas nunca consegui curtir um show deles como gostaria, até este dia. FOI FODA!!!

O setlist foi:
1. Wash
2. Corduroy
3. Do the Evolution
4. Why Go
5. Mind Your Manners
Pearl Jam no palco com uma multidão na platéia
6. Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town - tem vídeo
7. Can't Deny Me
8. Even Flow
9. Happy Birthday to You (cover do Mildred J. Hill & Patty Hill)
10. Mountain Song (cover do Jane’s Addiction com Perry Farrell)
11. Breath
12. Pulled Up (cover do Talking Heads)
13. Unthought Known
14. Jeremy - tem vídeo
15. Sirens
16. Down
17. Better Man
18. Hold On
19. Black
20. Once
21. Lukin
22. Porch
23. Smile (bis)
24. Comfortably Numb (cover do Pink Floyd - bis)
25. Alive (bis)
26. Baba O'Riley (cover do The Who - bis)
27. Yellow Ledbetter (bis)

Era a quarta vez que estava vendo os caras. O show lotado, pela nova estratégia do festival de ter apenas uma banda grande no fechamento. O som bom até lá atrás, onde gosto de ficar. Espaço para curtir, sem ficar se batendo nas pessoas. Bares pertos, apesar de muita gente na fila. Eu estava genuinamente feliz.

E um mix incrível no repertório, cheio de hits da banda, de covers de músicas de outras bandas fodas, além de uma participação especial do Perry Farrel, amigo dos caras e dono do festival.

Que maneira de encerrar o melhor dia de Lollapalooza que já vi. Primeiro porque tinha pouca expectativa. Segundo porque todos os artistas nos surpreenderam com grandes apresentações. E porque finalmente eu consegui ver um show do Pearl Jam que eu de fato aproveitasse. Como eu gosto disso. Foi mais um dia que fui embora para casa muito feliz! E ainda tinha mais um dia.

- Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town


- Jeremy

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