sexta-feira, 26 de junho de 2015

19o Cultura Inglesa Festival - 21/06/2015

Depois de alguns anos tentando ir ao Cultura Inglesa Festival, finalmente consegui. Nos anos anteriores foram viagens ou o fato dos ingressos terem esgotado rapidamente que me impediram. Este ano o festival trouxe o The Strypes, que ninguém deve ter visto antes, pois afinal de contas a banda tem integrantes muito novos; Gaby Amarantos, em uma aposta arriscada; e Johnny Marr, que já havia visto no Lollapalooza, mas vale a pena ver de novo, pois é um dos Smiths e porque o festival é grátis.

19o Cultura Inglesa Festival

O Cultura Inglesa Festival vai em 19a edição, este ano realizado no Memorial da América Latina. Não sei se sempre foi assim, mas atualmente é um festival de 30 dias sobre a cultura, adivinhem? Sim, inglesa. E o festival termina com um show ou alguns shows, em um festival de música gratuito, onde ingressos são distribuidos primeiramente a alunos e funcionários da escola e depois ao público em geral, com limite de um ingresso por pessoa. Não tenho filhos, mas já deu vontade de colocar meu filho estudando lá.

Desta vez o hambúrguer foi antes e não depois do festival. Passamos para almoçar no Z Deli, na Rua Francisco Leitão, em Pinheiros, São Paulo, e comi um Black Burger (hambúrguer, molho rôti e tutano). Recomendo super! Como a casa é pequena e fica um pouco cheia, nos atrasamos para comer e consequentemente para chegar no show.

Chegamos com o The Strypes já no palco. Um som simples, bem britânico (eles são irlandeses), mas divertido. A banda formada em 2011, tem integrantes entre 17 e 19 anos, que me diz que a banda deve ter sido montada quando eles tinham 13 anos. Logo, tudo que ouvi da banda me pareceu bastante maduro para a idade dos caras, mas ainda assim você percebe que falta algo.

O setlist foi:

The Strypes
1. Now She's Gone 
2. What A Shame 
3. Best Man 
4. '84 
5. What The People Don't See 
6. Cruel Brunette 
7. I Don't Want to Know 
8. Three Streets 
9. Queen Of The Half Crown 
10. Get Into It 
11. Scumbag City - tem vídeo
12. Mystery Man 
13. Hometown Girls 
14. Blue Collar Jane 
15. Still Gonna Drive You Home 
16. I Need To Be Your Only

Uma banda já produzida na música e no visual. Claramente o líder da banda é o guitarrista Josh McClorey, pois enquanto toda banda está de preto ou cores escuras, o cara está de cores bem vivas, se destacando. Além disso, o vocalista mal fala, sendo que todos os anúncios são feitos pelo guitarrista. Uma dinâmica diferente, estranha, mas é assim que funciona.

Musicalmente o quarteto é bom! Tem uma pegada ainda muito jovem, mas se os caras conseguirem se manter, no futuro podemos ter uma banda bastante interessante, uma vez que o tempo de estrada deve deixar a banda mais madura (só pensei na trajetória do Arctic Monkeys).


Depois de curtir a pegada blues e rock da banda e um pequeno intervalo sem álcool, já que o festival era aberto a todas as idades, chegou a vez de Gaby Amarantos entrar no palco e mostrar seu show dedicado as divas do rock britânico.

O show começou com duas músicas do Queen, categorizando Freddie Mercury como uma diva. Depois foi um misto de músicas britânicas de artistas/bandas como Amy Winehouse, The Smiths, Culture Club e New Order e músicas próprias e de alguns outros estilos, como o funk carioca.

Gaby Amarantos
No que se refere às músicas britânicas, eles foram apresentadas em versões mais rock and roll e algumas outras com a harmonia de guitarrada do Pará, o que não posso negar que criou uma mistura interessante.

O que pegou no show foi a questão da "fularagem", como dito pela própria Gaby Amarantos, criando versões de músicas clássicas com letras bem superficiais e também a apresentando vários funks cariocas. As músicas próprias eram de se esperar e o estilo techno brega já define a artista que ela é, com este estilo reforçado inclusive com convidados como a cantoria Lia Sophia e o guitarrista Manoel Cordeiro, reforçando a importância da cultura paraense na sua apresentação. Mas as versões bobas dos clássicos de fato assassinaram as músicas e criaram alguns momentos desconfortáveis para o público que estava ali e era fã do trabalho original dos artistas britânicos.

De verdade, não foi um show terrível e é preciso tirar o chapéu para o curador que teve coragem de colocá-la no line up do festival, mas acho que um pouco menos de "fuleragem" poderia ter trazido mais respeito daquele público pelo trabalho original dela. No final, sinal de que estamos melhorando, pois nenhuma vaia foi ouvida e muito pelo contrário: muitas palmas foram batidas. Talvez só eu tenho achado "fuleragem" demais!


E depois de mais um intervalo sem álcool, chega ao palco Johnny Marr apresentando seu trabalho solo e do The Smiths, este sim, aguardado pelo público. O setlist foi:

1. Playland 
2. Panic (The Smiths)
Johnny Marr
3. The Right Thing Right 
4. Easy Money - tem vídeo
5. 25 Hours 
6. New Town Velocity 
7. The Headmaster Ritual (The Smiths)
8. Back in the Box 
9. The Messenger 
10. Generate! Generate! 
11. Bigmouth Strikes Again (The Smiths)
12. Candidate 
13. Getting Away with It (cover do Electronic)
14. There Is a Light That Never Goes Out (The Smiths)
15. Stop Me If You Think You've Heard This One Before (The Smiths) (bis)
16. Upstarts (bis)
17. I Feel You (cover do Depeche Mode) (bis)
18. How Soon Is Now? (The Smiths) (bis)

A verdade afinal é que o trabalho solo do Johnny Marr é bom e teve seus momentos fortes, como a música 'Money Money', impulsionada pela 89 FM, a rádio rock de São Paulo. Mas todo mundo quer ouvir The Smiths. É uma energia com um trabalho e êxtase com outro. Uma energia louca. A parte chata de ver um segundo show dele é que algumas surpresas como o cover do Electronic e a introdução de 'There Is a Light That Never Goes Out', deixaram de ser surpresa e tira um pouco daquela perplexidade que te faz arrepiar.

Desta vez além de todas as músicas do The Smiths, o auge ficou pelo encerramento do show no bis com 'How Soon is Now?'. Catarse total.


No final, muitas palmas para o festival por toda a cultura que leva de maneira gratuita, pelo show de encerramento não muito grande, confortável, com boas atrações e ainda por cima, gratuito (vale reforçar!). Nem importou que não houvesse cerveja...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diz aí...