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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sobre Covers e Originais: 99 Problems (Ice T - 1993 / Jay Z – 2004 / Body Count /2014)


YO!!!!!!!!!

Esta semana vamos falar grosso: sobre três – sim três – músicas barra-pesadíssimas, de dois negões de responsa: Ice T (Mr. Tracy Marrow) e Jay Z ( Shawn Corey Carter).

O primeiro nesta estória, Ice T, é conhecido no Rap como um dos grandes nomes do gangsta rap – uma linha de som bem característica nos anos 90, que tinha uma clara ligação com o submundo do crime. Um dos grandes grupos desta época e que lançou grandes talentos nesta linha de som foi o NWA – abreviação de Niggaz With Attitude – de Los Angeles. Este grupo (que teve caras do naipe de Dr. Dre e Ice Cube, grandes artistas e produtores de Rap da atualidade), por exemplo, diz a lenda, teve um de seus  álbuns bancado por traficantes, lançando um grande sucesso, 'Fuck tha Police': 


Ice T, segundo alguns, vem a encontrar de fato, sua vocação para rapper na cadeia, nos anos 80. O grande álbum – em minha opinião – de gangsta rap de Ice T é, sem dúvida o OG – Original Gangster de 1991. O álbum todo, de cabo a rabo – coloca no chinelo todos os 50 Cents da vida: batidas sinistras, temáticas do submundo tais como uma de minhas preferidas, Bitches 2:


Neste mesmo disco, Ice T apresenta seu outro projeto, de rock pesado, chamado Body Count. De boa, se você nunca ouviu 'BC in tha House', você nunca viu mesmo uma pista de rock vir abaixo. Nesta hora você vê o perigo que é colocar negros tocando rock: é nitroglicerina pura! Living Colour, Killwitch Engage, Jimi Hendrix Experience, e tantos outros estão aí pra formar uma belíssima lista, orgulhosamente, negra, de roqueiros. Mas ouve aí Body Count:


Em um álbum posterior, Home Invasion de 1993, vem outra grande bomba: '99 Problems'. Numa composição que mostra bastante o que é Rap e o que é o gangsta – ou seja, uma letra cantada e falada com um ritmo especifico e falando de mulheres – Ice T responde uma pergunta de seus brothas: por que ele não fala muito de sexo. Aí ele responde, que tem uma amante em cada canto e o que cada uma delas faz de melhor. Aí conclui: So if you are having girl problems, i feel bad for you son / I got 99 problmes and a bitch ain’t one.!

Jay Z, desenvolve outra letra, igualmente genial nos termos do Rap. Uma coisa que o público leigo não sabe, mas já deve ter percebido, é que o Rap tem muito de ‘cópias’ de outros artistas. Uso as aspas porque não são exatamente cópias: são referências de outros artistas e o próprio esquema de composição das músicas são feitas a base de colagens de outros sons. Deste modo você ouve '99 Problems' do Jay Z e é definitivamente outra música, com uma óbvia referência ao Ice T. E se você não gosta, o nêgo manda o recado: If you don’t like my lyrics, you can press fast foward...


Eis que, em 2014, o Body Count – que sempre faz alguma regravação de clássicos do rock, que aliás daria um post só de seus covers – recria esta composição com o peso do Heavy Metal:


Semana que vem tem  mais! Mas antes, uma consideração necessária: não é, obviamente, o objetivo desta coluna discutir questões de gênero associado ao Rap. Mas sim, esta letra é extremamente sexista. O que não significa que concordemos com esta postura, ok?

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Thesaurus: Hip Hop e Samplers - por Zeca Dom


Hip hop: Variação da música negra urbana do inicio dos anos 80, que trabalha com vocais rápidos e falados (raps) e samplers, com batidas pesadas e sincopadas. Cabe lembrar que o hip hop agrega uma grande variedade de estilos e temáticas. Havia, por exemplo na década de 90 um estilo que enaltecia a violência, o gangsta rap de grupos como o NWA (sigla para Niggaz with Attitude) ou artistas solo como Ice T ou Snoop Doggy Dogg.

Ice T:

Existem também grupos que lidam com o questionamento da condição do negro americano na sociedade a exemplo de grupos como Public Enemy e Naughty by Nature, como o clássico 'Fight the Power' do PE:


Este mesmo estilo entrou em voga na metade dos anos oitenta com a sua combinação com o rock – um Crossover - feita inicialmente pelo grupo RUN DMC e o grupo de hard rock Aerosmith com a música ‘Walk this Way’:


O hip hop se internacionaliza e passa a ter sotaque: vide Control Machete ou Orishas - espanhol; Mc Solaar - veterano francês; Racionais, Gog, Marcelo D2 no caso brasileiro. E a internacionalização trouxe também temáticas  e adaptações variadas.


Sampler: literalmente, ‘amostra’. Os samplers tornaram-se muito populares no fim dos anos 80 e a sua utilização sugeriu repensar as idéia de autoria de músicas. O princípio é bastante simples: um artista ao ouvir uma determinada música, ‘pega emprestado’ um trecho da mesma composição e a utiliza em outra, tudo isso sendo feito com o auxílio das novas tecnologias dos últimos trinta anos. Algumas músicas com samplers são bastante fáceis de serem identificadas, outras não; os gêneros musicais que trabalham mais com DJ's tendem a usar e abusar deste recurso – hip hop e musica eletrônica.

Neste som do Gog - artista do DF - um dos samplers é do Jorge Ben Jor. O interessante é que você identifica o sampler, mas é outra música.

Semana que vem é nóis na fita mano!!!!